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Maria – Sim, eu com os comentários da stora, já tinha percebido que, assim, não iria conseguir determinar a abcissa de P Já tinha

NÍVEL TAREFA

6. Maria – Sim, eu com os comentários da stora, já tinha percebido que, assim, não iria conseguir determinar a abcissa de P Já tinha

tomado entendido que teria de usar o outro processo para calcular o produto escalar. (OA25jan,3, 2, 3)

Já na análise da produção da segunda fase de Maria da mesma tarefa, verificámos que, na resposta à alínea c, a aluna usou o processo adequado para calcular o produto escalar dos dois vetores, mas, apesar de ter conseguido determinar, corretamente, as coordenadas de P, ainda não conseguiu encontrar a solução, em virtude de se ter enganado a resolver a equação

4,4 3

x4,0

18. (OR27jan, 5).

Rosário Monteiro 2013 157 Contudo, posteriormente, ao analisarmos a ficha de reflexão da aluna, relativa à realização desta tarefa, verificámos que Maria identificou o erro cometido na segunda fase e tomou consciência da sua origem, uma vez que regista

enganei-me na c) a resolver a equação, porque ao calcular o produto escalar só multipliquei o 4 pelo x e fiquei com a equação

18 0

4 

x . Depois claro, não consegui chegar à solução que devia!” (OR10fev, 1)

Ainda relativamente à reação ao feedback escrito, proporcionado por Laura às produções de Maria, no que diz respeito à tarefa 6, parece possível verificar que continuou a existir uma evolução muito positiva. Com o exemplo seguinte pretendemos ilustrar o que acabamos de referir.

Laura, dirigindo-se a Maria (aquando da realização da segunda fase da tarefa6), questiona-a acerca da identificação dos erros cometidos na realização da primeira fase daquela tarefa. Maria responde “fiz confusão entre inverso de um número e função inversa” (OA3maio,6, 2, 2).

Laura interroga-a novamente, procurando saber se com o feedback que lhe havia proporcionado, além de ter conseguido que identificasse os erros cometidos também a iria auxiliar a encontrar a resposta correta. Maria informa Laura “na minha opinião, acho que serei capaz de ter um desempenho muito bom nesta segunda fase, porque não só consegui identificar os erros, como, também, com as pistas dadas pela stora irei conseguir remediá-los”. (OA3maio,6, 2, 3).

Face ao que acabámos de expor, pareceu-nos possível concluir que o feedback categorizado como não assinala, mas estimula a correção foi, para muitos alunos, à semelhança do que aconteceu com Maria, uma estratégia reguladora da sua própria aprendizagem.

Forma sintática

Já relativamente à forma sintática do feedback registado por Laura e após a análise e categorização realizadas, parece que poderemos concluir que se distribuem por três formas: (1) afirmativa; (2) interrogativa e (3) interrogativa e afirmativa, conforme se encontra ilustrado no quadro 15.

Rosário Monteiro 2013 158

Quadro 15: Forma sintática do feedback proporcionado por Laura

A fim de ilustrar cada um destes tipos de feedback, apresentamos, de seguida, dois comentários registados por Laura, tendo sido o primeiro incluído na subcategoria interrogativa e o segundo na forma interrogativa e afirmativa:

[ABEF] está a aproximar-se de um retângulo, à medida que x se aproxima de 90º? Será que não poderá ser um quadrado? Verifique a relação entre os comprimentos dos lados. Serão apenas iguais dois a dois? (PAC, 16dez, 3)

Afirma que o inverso de um número e o de uma função são coisas diferentes. Na próxima fase será que pode esclarecer esta questão? (PAC, 3maio, 3)

Após a análise do quadro 15, concluímos que a segunda subcategoria - interrogativa e afirmativa - teve uma maior expressão. Tal como referem Santos e Semana (2010), o feedback do tipo indicado em (2) “ao reunir as formas afirmativa e interrogativa, tende, por um lado, a identificar aspetos que devem ser melhorados/completados no trabalho apresentado e, por outro lado, a fornecer orientações/pistas que pretendem ajudar o aluno a consegui-lo” (p. 8).

A título de exemplo, apresentamos um registo, elaborado por Laura, nua produção de um aluno, aquando da realização da tarefa 4 (questão 1.8) (anexo 9) que parece corroborar o que acabámos de afirmar:

Considerou que a função é decrescente em todo o domínio. Sendo assim, a imagem de 2 deveria ser superior à imagem de 4, não lhe parece? Acha que o gráfico lhe permite tirar esta conclusão? Talvez seja melhor recorrer à definição de função estritamente crescente.

Primeira fase da tarefa

Categoria Subcategoria 1 2 3 4 6 Forma sintática simbólica 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 afirmativa 21% 6 19% 6 14% 4 11% 4 9% 3 interrogativa 32% 9 25% 8 31% 9 35% 13 44% 15 interrogativa e afirmativa 47% 13 56% 18 55% 16 54% 20 47% 16 Total 100% 28 100% 32 100% 29 100% 37 100% 34

Rosário Monteiro 2013 159 Estudámos isso o ano passado, lembra-se? Consulte o manual de 10.º

ano ou o seu caderno diário. Vai ver que encontra resposta para as questões que agora lhe coloquei e, assim, encontrará a resposta correta à pergunta 1.8. (PAC24fev, 3)

Além disso, será ainda pertinente registar que Laura nunca utilizou um comentário incluído na subcategoria simbólica. Efetivamente, o feedback escrito proporcionado por Laura surge só na afirmativa, só na interrogativa, ou, ainda, na forma mista - interrogativa e afirmativa.

Dimensão

No quadro 16 apresentamos a distribuição do feedback, registado por Laura, nas produções dos alunos realizadas aquando da primeira fase de cada uma das cinco tarefas, relativamente à sua dimensão.

Quadro 16: Dimensão do feedback proporcionado por Laura

Já relativamente à Dimensão, o feedback escrito elaborado por Laura encontra-se incluído, em maior percentagem, na subcategoria médio. A título exemplificativo, apresentamos um comentário de cada um destes três tipos.

Assim, o registo de Laura, na produção de um aluno referente à tarefa 1 que se encontra na figura 7 "Através do desenho, conseguiu mostrar uma estratégia a usar. Faltou completar..." (PAC, 2nov, 1), foi categorizado, em relação à dimensão, como curto, por integrar, apenas, uma ação.

Primeira fase da tarefa

Categoria Subcategoria 1 2 3 4 6 Dimensão curto 21% 6 50% 16 41% 12 13% 5 26% 9 médio 54% 15 47% 15 48% 14 68% 25 65% 22 longo 25% 7 3% 1 10% 3 19% 7 9% 3 Total 100% 28 100% 32 100% 29 100% 37 100% 34

Rosário Monteiro 2013 160

Figura 7: Exemplo de uma produção que mereceu um feedback curto

Já na figura 8, apresentamos o único registo de outro aluno, aquando da realização da primeira fase da mesma tarefa 1 (PAC, 2nov, 5).

Figura 8: Exemplo de uma produção que mereceu um feedback médio

Nesta produção, Laura registou o seguinte feedback "No enunciado não era pedido que comparasse as amplitudes dos ângulos, pois não? Na segunda fase, tem de registar a definição de radiano (não o valor aproximado da amplitude) e só depois é que a vai relacionar com a amplitude de um ângulo ou de um arco.

Na figura 9, apresentamos um exemplo de outra produção também realizada aquando da primeira fase da tarefa 1. (PAC, 2nov, 3)

Figura 9: Exemplo de uma produção que mereceu um feedback longo

Rosário Monteiro 2013 161 Fez um esquema que o ajudou a pensar, mas, como não explicou o

raciocínio, tenho dificuldade em acompanhá-lo! Na outra fase vai poder melhorar. Comece por escrever o que quer dizer com r = 1 radiano e, em seguida, explique por que razão escreveu que 6r era diferente de 2radiano. Por fim, complete o seu raciocínio e justifique por que razão afirma que «Se fosse 57º, era menor! Não se esqueça do que era suposto mostrar»." (PAC, 2nov, 7)

Este último comentário foi categorizado, em relação à dimensão, como longo, por integrar, mais de duas ações que o aluno deveria realizar na segunda fase.

Laura, ao elaborar um comentário, preocupa-se, essencialmente, em proporcionar a informação necessária, e não demasiada, para que os alunos possam vir a interpretar corretamente a sua mensagem, podendo, assim, ter oportunidade de melhorar o seu desempenho. Aliás, da análise do quadro 16, podemos verificar que a maioria do feedback proporcionado por Laura tem uma dimensão incluída na subcatoria médio. Já na subcategoria longo, nota-se uma diminuição significativa na dimensão do feedback proporcionado por Laura, sobretudo da primeira para a segunda tarefa (25% para 3%), ao contrário do que se constatou com o feedback categorizado como curto. (21% para 50%) nas mesmas duas tarefas.

Reação, do aluno, ao feedback escrito

Nas aulas reservadas à realização da segunda fase da tarefa, os alunos começavam por ler os comentários registados por Laura, nas produções da primeira fase, e, após essa leitura, tinham hipótese de pedir esclarecimentos à professora, que poderiam ser relativos à: (1) caligrafia de Laura; ou (2) interpretação de qualquer questão ou afirmação colocada no comentário. No entanto, os esclarecimentos, solicitados pelos alunos, para descodificar a caligrafia de Laura foram manifestamente diminutos, o mesmo, porém, já não aconteceu com o outro tipo - interpretação de qualquer questão ou afirmação colocada no comentário. Com o extrato seguinte, retirado de um episódio de uma das aulas observadas, pretendemos ilustrar o tipo de esclarecimento, solicitado pelos alunos de Laura, relativo à "interpretação de qualquer questão ou afirmação colocada no comentário":

Rodrigo chama a professora e questiona-a sobre o comentário que estava escrito na sua produção - "Afirma que as coordenadas de D são (8, 4 3), porque os pontos D e B têm a mesma abcissa. Mas,

Rosário Monteiro 2013 162 parece-lhe que, desta forma, mostrou, claramente, o que é pedido?"

- iniciando o diálogo seguinte:

1. Rodrigo – A stora escreveu isto, mas eu não entendo... Não era