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Memórias – histórico e características

No documento ME - Arquitetura e Montagem de Computadores (páginas 67-70)

2.4 Memória

2.4.1 Memórias – histórico e características

No mundo da computação, o termo “memória” significa muito mais do que o conjunto de lembranças guardadas pelas pessoas. Na informática, quando nos referimos às memórias, estamos falando de componentes que permitem o arma- zenamento de informações e que trabalham lado a lado com o processador. Esse armazenamento pode ser permanente ou não, dependendo do tipo de memória. Em linhas gerais, pode-se afirmar que, enquanto o processador se preocupa com os “cálculos”, são as memórias que vão armazenando as informações, das quais os processadores poderão precisar mais tarde.

Essas arquiteturas estão presentes desde a concepção da arquitetura de Von Neumann, em que a representação está ligada diretamente à quantidade de bits (0 ou 1). A partir dessa antiga concepção, as memórias continuaram evoluindo a uma velocidade incrível. Hoje temos no mercado computadores pessoais com até 32 GB de memória. Porém, não é só a quantidade de memória que interessa em um PC; é preciso que a memória tenha velocidade na execução de suas tarefas, garantindo assim a performance da máquina.

TIPOS DE MEMÓRIA

FabriCO (2012)

São dois os tipos mais comuns de memória.

a) raM (Random Access Memory, ou memória de acesso aleatório) – é um tipo que nos permite tanto a possibilidade de leitura quanto de escrita, sendo

volátil, ou seja, todos os dados nelas armazenados irão desaparecer quando

o PC for desligado.

b) roM (Random Only Memory, ou memória apenas para leitura) – inicialmen- te realizava apenas operações de leitura, não permitindo a realização de

nenhum tipo de escrita. Essa regra vigorou até há pouco tempo. No entan-

to, nos modelos atuais de arquiteturas encontradas nas placas-mãe, através de softwares específicos já é possível fazer escrita nessa memória. Isso de- vido ao fato de termos as possibilidades de atualização da BIOS, seja para adaptação a novos dispositivos ou para adequações de hardware.

Porém, deve-se tomar muito cuidado durante o processo de escrita na ROM, através de sobreposição de dados, pois há risco de perdê-los definitivamen- te, como por exemplo na falta de energia elétrica durante o processo de gra- vação. Depois de gravados, seus dados não são mais perdidos quando há falta de energia (VASCONCELOS, 2007).

c) Flash-roM – é o tipo de sistema usado, por exemplo, em pen drives e car- tões de memória. Essas memórias funcionam tanto para leitura como para escrita e são não voláteis, ou seja, não perdem seus dados quando são des- ligadas.

Quadro 4 − Exemplos de memórias Flash Rom

desCrição roM raM FlasH roM

Realiza leitura SIM SIM SIM

Realiza escrita SIM SIM SIM

Perde dados ao se desligar NÃO SIM NÃO

SAIBA

MAIS

Para saber mais sobre as memórias Flash-ROM, leia o capítu- lo 7 do livro “Manutenção de micros na prática”, de Laércio Vasconcelos (2. ed., Rio de Janeiro: LVC, 2009).

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Em algumas placas-mãe, os slots de expansão para as memórias ficam perto do processador. Essas memórias no caso possuem chanfros (saliências e cortes) que devem coincidir para permitir o encaixe na posição correta. Hoje os padrões de memória contam com barramentos de transferência de dados (FsB – front-

-side bus) incrivelmente rápidos, pois permitem acessos tanto à escrita como à leitura em velocidades satisfatórias, que aumentam, e muito, a performance das máquinas.

Este é um caso típico de evolução de hardware: há alguns anos a rdraM ou

rambus draM, que foi utilizada nas primeiras placas-mãe para Pentium 4, era a

única memória suficientemente veloz a ponto de acompanhar a velocidade do processador. Trabalhava a uma velocidade de 400 MHz (400 milhões de acessos por segundo) (VASCONCELOS, 2007).

MEMÓRIA DUAL CHANNEL

Bruno Lorenzzoni (2012)

Figura 31 − Memória Dual Channel

Sem dúvida, as memórias estão entre os principais componentes dos com- putadores atuais, responsáveis pelo grande auxílio aos processadores. Uma das consequências de sua evolução foi a resolução da necessidade de se usar nas placas-mãe não apenas um “pente” de memória (como ficou popularmente co- nhecido), mas sim um sistema de conexão que permitisse que as memórias tra- balhassem em conjunto num sistema de duas vias. Assim, as placas passaram a contar com um sistema duplo de conexões e, nos modelos atuais, são permitidas até quatro conexões de memória.

VOCÊ

SABIA?

Apesar do desenvolvimento da tecnologia, um gargalo ainda persiste nas arquiteturas atuais: não basta apenas a placa-mãe ter as conexões necessárias para se ativar o Dual Channel (canal duplo). É fundamental que haja acoplados na placa-mãe no mínimo dois “pentes” de memória de igual frequência para se ter o aproveita- mento da tecnologia.

Para entender melhor o sistema de funcionamento da memória Dual Channel, imagine o seguinte: você está trafegando em uma via que permite a passagem de 64 carros ao mesmo tempo – neste caso, para a memória RAM, 64 bits de pro- cessamento para as tecnologias DDR, por exemplo. O acionamento do recurso de Dual Channel permitiria ao processador efetuar comunicações com dois canais ao mesmo tempo, assim a quantidade de carros nessa via dobraria para 128 – 128

bits de processamento, melhorando consideravelmente a velocidade e a perfor-

mance da máquina (VASCONCELOS, 2007).

Hoje temos presente nas arquiteturas atuais velocidades bem maiores com barramentos de tecnologias novas, denominadas DDR3, e que podem chegar a 2.000 MHz. Mas com certeza essa tecnologia continuará evoluindo. Como será o sistema de barramento ou de capacidade de memória daqui a dez anos? Tudo o que temos hoje como mais avançado será apenas parte da história desses com- ponentes fantásticos.

No documento ME - Arquitetura e Montagem de Computadores (páginas 67-70)