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A administração de risco de mercado é o processo pelo qual observamos e administramos os riscos potenciais de variações no mercado de preços de instrumentos financeiros que podem, direta ou indiretamente, ter um efeito prejudicial nos valores de nossos ativos e passivos em nossas posições fora do balanço patrimonial.

Uma análise corporativa do risco de mercado é conduzida, com base em fatores de mercado diversos que podem afetar nossas posições. Devido à natureza diferente dos elementos de risco no mercado doméstico e nos mercados internacionais em que operamos, realizamos uma análise diferente de risco de mercado para cada um desses mercados. As operações, inclusive as de derivativos, são segregadas de acordo com os diferentes fatores de risco que podem afetar seu valor de mercado, então agrupado de diferentes maneiras, de acordo com as estratégias de negócios, ou em um nível corporativo consolidado.

As análises a seguir são realizadas para cada fator de risco: separar ativos e passivos (Gap estrutural) e estimar perdas potenciais (Valor em Risco ou VAR) com base no comportamento estatístico de fatores de risco em um intervalo de confiança de 99%. A principal técnica empregada para a quantificação do risco é a medida da redução (aumento) potencial no valor de mercado dos ativos (passivos) associados à mudança nos fatores de

mercado.

Simulações históricas de posicionamento de risco também são realizadas para verificar a qualidade dos resultados obtidos por meio de outros métodos empregados. Realizamos análises comportamentais de nossa carteira, considerando as diferentes estratégias sob análise como uma ferramenta auxiliar na tomada de decisão estratégica na administração de risco de mercado.

Apesar da sofisticação do modelo VAR adotado, deve-se ressaltar que os dados devem ser analisados considerando-se as seguintes limitações na metodologia:

- o modelo assume que as mudanças nos fatores de risco seguem uma distribuição normal, o que eventualmente não ocorre, e

- o uso de um intervalo de confiança de 99% não leva em consideração qualquer perda que possa ocorrer acima desse nível de confiança.

O uso de dados históricos como fator para a avaliação de acontecimentos futuros pode não abranger todos os possíveis eventos, particularmente aqueles de natureza extrema.

A fim de supervisionar a nossa exposição ao risco de mercado, supervisionamos duas categorias de exposições: aquela de nosso Gap estrutural e aquela de nossa mesa de operações exclusiva. O Gap estrutural de nossos ativos e passivos originários de nossas operações bancárias é administrado pelos departamentos do tesouro domésticos e internacionais, que operam nos mercados de ações e de derivativos, estabelecendo “hedges” para posições corporativas dentro dos parâmetros determinados pelo comitê executivo financeiro. A mesa proprietária é responsável por nossa posição nas negociações e negocia nos mercados interno e externo, dentro de limites predefinidos pelo comitê executivo financeiro, e tem a tarefa de procurar por melhores possibilidades de negócios resultantes de oportunidades e imperfeições no mercado. As operações realizadas por nossa mesa proprietária não qualifica como “hedges” de acordo com o U. S. GAAP.

Também realizamos nossos negócios por meio de diferentes mesas de negociações, mais notadamente, a mesa clientes, que se concentra em nossos clientes corporativos e no mercado de empresas de médio porte e tenta satisfazer sua demanda por negócios diferenciados. Ela é apoiada por todas as outras operações e, em princípio, não tem suas próprias posições de risco. Portanto, não computamos o VAR para as atividades realizadas por essas mesas.

Mercado Nacional

Os fatores de risco de mercado que identificamos para as nossas atividades no mercado nacional são: (i) taxas de juros na moeda local, que separamos entre taxas fixas, ou Prefixadas, e taxas de juros em produtos indexados ao Índice de Referência de Juros (TR), ou Taxa Referencial, e (ii) taxas de juros no Brasil sobre transações indexadas ao dólar dos EUA, ou Carteira Cambial.

VAR do Gap Estrutural

Na tabela a seguir, mostramos os níveis de VAR para o “gap” estrutural (que exclui as operações de nossa mesa proprietária). O “gap” estrutural tende a ser mais estável porque é definido principalmente por ativos e passivos em operações com clientes. Dessa forma, o VAR ligado ao “gap” estrutural é mais sensível a oscilações nos parâmetros de mercado.

Em 31 de dezembro de 2000, a Carteira Cambial demonstra o maior VAR (que, então, está sendo considerado o risco principal) devido a grande volatilidade observada durante aquele período. Entretanto, o aumento na Carteira Cambial é compensado pela diminuição do VAR na Taxa Referencial, levando a uma diminuição do VAR global quando comparado com exercícios anteriores (R$67,6 milhões em 31 de dezembro de 1998, R$47,0 milhões em 31 de dezembro de 1999 e R$41,1 milhões em 31 de dezembro de 2000).

Em 30 de junho de 2001, o VAR do “gap” estrutural apresentou um crescimento em comparação com 31 de dezembro de 2000 devido a uma maior volatilidade dos mercados experimentada nesse período de seis meses. A principal razão para esse crescimento pode ser atribuída a incertezas a respeito das economias dos Estados Unidos e da Argentina, que levaram a um aumento nas Taxas Prefixadas e na Carteira de Câmbio (que está

sendo considerada o risco principal). Apesar desse crescimento, pudemos observar o efeito compensador da administração do risco da carteira derivada da diversificação de riscos.

VAR(*) do “Gap” Estrutural (em milhões de R$)

Fator de Risco 30 de junho de

2001 31 de dezembro de 2000 31 de dezembro de 1999 31 de dezembro de 1998

Pré 25,8 6,1 6,0 22,9

TR 51,7 16,8 41,9 48,5

Carteira Cambial 54,2 37,2 18,8 11,0

Efeito de Diversificação (66,3) (19,0) (19,7) (14,8)

VAR do “GAP” Estrutural 65,5 41,1 47,0 67,6

(*) O VAR corresponde à perda potencial máxima em um dia, com um intervalo de confiança de 99%.

VAR da Mesa Carteira Própria

O VAR para nossa mesa carteira própria é apresentado na tabela a seguir. Nossa mesa carteira própria negocia nos mercados interno e externo, dentro dos limites predefinidos pelo comitê executivo financeiro, e tem a tarefa de procurar pelas melhores possibilidades de negócios resultantes de oportunidades e imperfeições no mercado. O VAR dessas operações é mais sensível às condições de mercado e expectativas dos gerentes de carteira, e pode apresentar mudanças diárias significativas. Uma administração mais dinâmica da carteira permite a reversão de posições em um período mais curto, que leva, automaticamente, à diminuição na exposição de mercado em casos de instabilidade econômica. O VAR nas operações da mesa carteira própria apresenta níveis baixos de risco, resultado de uma política de controle rígida sobre limites e ordens de “stop-loss”.

VAR(*) da Mesa Carteira Própria

(em milhões de R$)

Mesa de Negociações 31 de dezembro

de 2000 31 de dezembro de 1999 31 de dezembro de 1998 Moeda Nacional 4,0 0,1 0,3 0.6 Moeda Estrangeira 1,7 0,9 5,2 0.4 Renda Variável 0,6 0,7 2,8 0 Efeito de Diversificação (1,8) (0,3) (2,9) (0.2)

VAR da Mesa Proprietária 4,5 1,4 5,4 0.8

VAR médio para o

período/exercício (1) 3,4

VAR máximo para o

período/exercício (1) 8,0

VAR mínimo para o

período/exercício (1) 1,1

(*) O VAR corresponde à perda potencial máxima em um dia, com um intervalo de confiança de 99%. (1) Valores de VAR médios, máximos e mínimos computados diariamente.

O VAR global demonstrado na tabela abaixo inclui o VAR de nossa posição de Gap estrutural e as operações de nossa mesa carteira própria. Os valores abaixo estão muito próximos do Gap estrutural. do VAR, o que reforça nossa posição conservadora, devido à baixa exposição de posições de negociações exclusivas. As posições em 31 de dezembro de 2000 tiveram um valor em risco levemente acima das médias de 2000.

VAR Global

O VAR para o efeito de diversificação não é demonstrado para o VAR médio, máximo e mínimo durante o exercício porque estes ocorreram em datas diferentes.

VAR Global (*)

(em milhões de R$)

Fator de Risco 30 de junho de 2001 Médio (1) Mínimo (1) Máximo (1)

Pré 24,8 15,4 1,0 38,0 TR 50,9 39,3 12,7 126,3 Carteira Cambial 58,1 54,0 31,6 156,9 Efeito de Diversificação (73,8) VAR Global 60,0 66,3 17,8 169,9 VAR Global (*) (em milhões de R$)

Fator de Risco 31 de dezembro de 2000 Médio (1) Mínimo (1) Máximo (1)

Pré 6,1 4,4 1,1 11,9

TR 16,8 23,0 12,4 57,7

Carteira Cambial 42,7 35,5 14,9 93,8

Efeito de Diversificação (18,9)

VAR Global 46,7 51,4 22,4 134,4

(*) O VAR corresponde à perda potencial máxima em um dia, com um intervalo de confiança de 99%. (1) Valores de VAR médios, máximos e mínimos computados diariamente.

Mercado Internacional

Mantemos posições de risco nos mercados internacionais. Os fatores de risco de mercado que identificamos são: a taxa cambial do dólar dos EUA, a taxa de juros Libor (Libor), o preço de mercado dos Brady Bonds emitidos pelo governo federal brasileiro (Brady Bonds) e a taxa cambial dos pesos argentinos (pesos argentinos). Essas operações são realizadas através de nossas agências de Grand Cayman e Nova Iorque, cujo VAR é apresentado de acordo com as unidades estrangeiras, e através do Banco Itaú Buen Ayre, cujo VAR é apresentado sozinho. A tabela abaixo mostra os valores de VAR expressos em milhares de dólares dos EUA, a apresentação em milhares refletindo o baixo nível de exposição de nossas operações no mercado internacional, quando comparado às posições no Brasil.

O principal fator de risco vem da oscilação no preço de mercado dos Brady Bonds. A exposição às variações na Libor são significativamente mais baixas que a exposição nos Brady Bonds. Em 31 de dezembro de 2000, o nosso VAR do Overseas estava um pouco acima da média do ano em, aproximadamente, US$1,9 milhão. Em 30 de junho de 2001, o nosso VAR do Overseas estava ligeiramente acima da média para o primeiro semestre de 2001 em aproximadamente, US$2,0 milhões Os efeitos da carteira calculados no final do primeiro semestre de 2001 e em 31 de dezembro de 2000 não são apresentados para valores médios, máximos e mínimos de VAR durante os respectivos períodos, uma vez que estes podem ser obtidos em datas diferentes.

VAR(*) do Overseas

(em milhares de US$)

Fator de Risco 30 de junho de

2001 Médio (1) Mínimo (1) Máximo (1)

Brady Bonds 4.133,2 3.767,6 2.039,0 7.844,2

Libor 626,4 437,4 289,1 744,0

Efeito de Diversificação (771,1)

VAR(*) do Overseas

(em milhares de US$)

Fator de Risco 31 de dezembro de 2000 Médio (1) Mínimo (1) Máximo (1)

Brady Bonds 2.030,7 3.723,2 1.912,7 8.488,1

Libor 260,9 193,7 26,5 420,9

Efeito de Diversificação (268,5)

VAR do Overseas 2.032,2 3.728,7 1.918,7 8.469,4

(*) O VAR corresponde à perda potencial máxima em um dia, com um intervalo de confiança de 99%. (1) Valores de VAR médios, máximos e mínimos computados diariamente.

A tabela abaixo apresenta o VAR de nossas operações na Argentina, que mostram que o risco assumido é mais baixo que o risco nas outras unidades estrangeiras, com um VAR global de US$522,8 mil em 30 de junho de 2001 e de US$ 47.800 em 31 de dezembro de 2000.

VAR(*) – Banco Itaú Buen Ayre

(em milhares de US$)

Fator de Risco 30 de junho de 2001 Médio (1) Mínimo (1) Máximo (1)

Peso Argentino 303,2 162,3 7,8 447,6

Dólares americanos 294,4 246,1 57,0 482,0

Libor 1,2 2,0 0,8 5,9

Efeito de Diversificação (76,0)

VAR do Banco Itaú Buen Ayre 522,8 353,08 54,4 719,8

VAR(*) – Banco Itaú Buen Ayre

(em milhares de US$)

Fator de Risco 31 de dezembro de

2000 Médio (1) Mínimo (1) Máximo (1)

Peso Argentino 8,5 18,8 2,3 70,6

Dólares americanos 50,5 53,3 24,9 117,5

Libor 0,8 1,2 0,1 5,6

Efeito de Diversificação 12,0

VAR do Banco Itaú Buen Ayre 47,8 58,6 34,7 115,0

(*) O VAR corresponde à perda potencial máxima em um dia, com um intervalo de confiança de 99%. (1) Valores de VAR médios, máximos e mínimos computados diariamente.

Back-Testing

Os nossos modelos estatísticos são validados diariamente através do uso de técnicas de back-testing. Cenários de alto risco são freqüentemente revisados para assegurar que os riscos de mercado nunca sejam subestimados. Os riscos são calculados com um intervalo de confiança de 99%. Isso significa que há apenas uma probabilidade de 1% de que as perdas financeiras possam ser maiores que a perda prevista por nossos modelos.

Uma maneira de avaliar o método adotado para o cálculo de risco é verificar a percentagem de casos em que os resultados ficaram fora dos limites de perda máxima potencial estabelecidos (VAR). Devido à importância reduzida do VAR do mercado internacional, a análise abaixo se refere somente às operações de mercado nacional.

A fim de ilustrar a qualidade de nossos modelos de administração de risco, apresentamos os gráficos do back- testing dos valores em risco para os riscos Prefixado e da Carteira Cambial, bem como para o VAR global para as nossas operações no mercado nacional. Esses valores contêm nossas posições estruturais.

concentração dos pontos no gráfico está nas bandas de risco mais baixo. Os níveis mais altos do risco de mercado incorrido correspondem a posições em que os custos de “hedge” estiveram relativamente altos e/ou onde os gerentes estavam muito confiantes com relação ao comportamento do mercado.

No mercado Prefixado, o delta MtM (Valor de Mercado) ultrapassou o VAR cinco vezes durante o primeiro semestre de 2001 e quatro vezes durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2000, dentro dos limites estabelecidos por nossos cálculos. Podemos ver o que acreditamos ser uma administração conservadora, uma vez que a grande maioria dos pontos está próxima dos níveis de risco mais baixos.

A distribuição de risco contra o retorno observado durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2000 e o primeiro semestre de 2001 para o fator de risco da Carteira Cambial também ilustra a adequação do modelo adotado, uma vez que as perdas ultrapassaram o VAR somente uma vez durante esses períodos. Os pontos concentram-se novamente nos níveis de risco mais baixos.

A carteira indexada à Taxa Referencial teve perdas acima do VAR somente uma vez no exercício findo em 31 de dezembro de 2000 e quatro vezes em 2001, o que destaca a adequação do modelo de risco adotado.

B a c k - Te st i ng D ol l a r M a r k e t 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50Ri sk Level 60 70 80 90 100 ( i n mi l l i ons of R$ ) B a c k - Te st i ng TR M a r k e t 0 1 0 20 30 40 50 60 0 1 0 20 30 Ri s k Le v e l 40 50 60 ( i n mi l l i ons of R $ )

Como conseqüência do efeito portfólio, não houve um único dia durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2000 e somente um dia durante o primeiro semestre de 2001 em que as perdas estiveram acima do VAR calculado para a carteira consolidada de nossas operações no mercado nacional, conforme demonstrado nos gráficos acima.

Back-Testing Global VaR

0 20 40 60 80 100 120 140 0 20 40 60 Risk Level 80 100 120 140 Re tu rn (in millions of R$)

ITEM 12 DESCRIÇÃO DOS TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS ALÉM DAS AÇÕES DO