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O “TEMPO LIVRE” PRODUTIVO: IDEAIS TECNOLÓGICOS DE UM TEMPO ACELERADO

A MESCLA DE TEMPORALIDADES

No período da Revolução Industrial, havia uma separa- ção nítida entre as temporalidades, e o tempo livre coincidia com a saída do trabalhador da fábrica. A lógica produtiva, por sua vez, permanecia restrita à dimensão laboral. No século XX, entretanto, esse cenário começa a se modificar paulatina- mente: a lógica produtiva deixa de ser apanágio do mundo do trabalho e passa a estruturar, cada vez mais, o cenário do tempo livre, notadamente pela via do lazer e do consumo, tornando-se, assim como o tempo de trabalho, um tempo de produção. Entretanto, essa não é a única via pela qual a lógica produtiva permeia o tempo livre. Seguindo uma lógica que entende essa temporalidade como uma dimensão potencial- mente rentável, o próprio trabalho liberta-se de suas amarras temporais e espaciais e passa a se fazer presente, de forma

gradativa, em momentos e locais extralaborais, em grande medida, favorecido pela informatização do trabalho e pelas novas tecnologias miniaturizadas.

O local de trabalho e o tempo dedicado a ele se flexibi- lizam, diluindo, assim, a fronteira que o separava do tempo livre, o que permite um extravasamento, cada vez maior, de atividades laborais para esta última temporalidade. O tempo livre, portanto, pertence, cada vez menos, aos indivíduos que deveriam usufruir dele, e a jornada laboral consegue, por meios informais, estender-se e romper seus limites, tornan- do-os indefinidos. Assim, tempo de trabalho e tempo livre se mesclam e se fluidificam no capitalismo dito “flexível”.

Adorno (1995) já apontara para outra possibilidade de interseção dessas duas temporalidades, quando admite, inclusive exemplificando com a sua própria atividade intelec- tual de professor, a possibilidade de existência de um traba- lho criativo e reflexivo que não estaria em estrita oposição ao tempo livre, mas que se distinguiria notoriamente do que, à época, denominava-se hobby. Aqui, ambas as temporalidades estariam “mescladas”: a gratificação de realizações pessoais no próprio interior do trabalho confundir-se-ia com o exer- cício de atividades fora dele, constituindo-se em momentos integrais da vida.

Diante do exposto, perguntamo-nos: se a rígida demar- cação do tempo em duas metades é o que historicamente sem- pre caracterizou os modos de dominação do tempo, a atual tendência à flexibilização dessas temporalidades possuiria um significado emancipatório? Teria se realizado, enfim, o ideal adorniano?

A noção de flexitempo, descrita por Sennet (2010), é bas- tante esclarecedora a esse respeito, pois explicita as novas estratégias de dominação vigentes. Trata-se de uma nova

forma de organização do tempo no chamado capitalismo fle- xível, em que os turnos fixos são substituídos de várias manei- ras por turnos flexíveis: desde a escolha de horários de traba- lho ao longo da semana, a compressão do tempo de trabalho em mais horas diárias e em menos dias, até o trabalhar em casa. Apesar de tal organização ter uma aparência de liberação do tempo de trabalho, subvertendo rotinas e propiciando opções de escolhas, o referido autor denuncia essa forma de organi- zação como um engodo:

Um trabalhador em flexitempo controla o local do traba- lho, mas não adquire maior controle sobre o processo de trabalho em si. [...] A supervisão do trabalho muitas vezes é na verdade maior para os ausentes do escritório que para os presentes [...]. Os trabalhadores assim, trocam uma for- ma de submissão ao poder – cara a cara – por outra, ele- trônica. [...] A “lógica métrica” do tempo de Daniel Bell passou do relógio de ponto para a tela do computador. O trabalho é fisicamente descentralizado, o poder sobre o trabalhador mais direto (SENNET, 2010, p. 68-67)

Aqui, a dissolução das fronteiras, apesar de apresentar- -se como uma “mescla” – para usar as palavras de Adorno – e um pretenso benefício ofertado ao trabalhador, ainda consiste, na verdade, em controle. Ou seja, a dita “flexibilização” não se constitui em uma “mescla” em termos adornianos, visto que a separação entre tempo de trabalho e tempo livre continua de forma ainda mais intensa, desta feita, facilitada pelas novas tecnologias, o que permite que o controle se dissemine para todas as esferas da vida.

Assim, atualmente, a escalada vertiginosa das novas tec- nologias – outrora uma utopia liberadora do “tempo livre”, a partir da automação do trabalho – dilui as fronteiras entre

tempo de trabalho e “tempo livre”, entretanto não como reali- zação dos ideais emancipatórios, tampouco em prol da liber- dade de usufruto do “tempo livre”: trabalho e “tempo livre” se “flexibilizam” em prol do capital.

Desse modo, aqui não está em pauta a ampliação de um “tempo do ócio”, aquele do nada fazer, da reflexão, da con- templação, enquanto temporalidade libertária e criativa, pró- pria de homens não tutelados; o que está em vigor é ainda um tempo não livre, em que, como já nos alertara Adorno (1995, p. 73), “[...] por baixo do pano, porém, são introduzidas, de contrabando, formas de comportamento próprias do trabalho, o qual não dá folga às pessoas”. Essa mescla, hoje, portanto, longe de realizar o ideal adorniano, reafirma sua suspeita: “a suspeita de que o tempo livre tende em direção contrária à de seu próprio conceito, tornando-se paródia deste. Nele se pro- longa a não-liberdade” (ADORNO, 1995, p. 71).

É nesse contexto que o tempo livre adquire uma configu- ração bastante peculiar: seu uso tem servido muito mais à reali- zação do capital do que à dos próprios indivíduos, que tinham nessa temporalidade o único refúgio de um trabalho quase sempre alienado e extenuante. As instâncias mediadoras deci- sivas nesse processo de “mescla” entre as fronteiras do tempo de trabalho e do tempo livre se apresentam, entretanto, não de forma explícita, mas sob a forma de gratificação, ocultando seu caráter de controle e dominação – seu caráter ideológico. INSTÂNCIAS MEDIADORAS – CONSUMO, INDÚSTRIA CULTURAL E NOVAS TECNOLOGIAS

Defendemos, assim, a tese de que a atual proeminência do tempo livre sobre o tempo do trabalho, com sua aparente

dissipação das fronteiras, somente ocorre porque o consumo, a indústria cultural e as novas tecnologias viabilizaram o cha- mado “tempo livre” como fonte de lucro. A flexibilização pro- piciada pela informatização tecnológica libertou os controles da medição do tempo de trabalho, produzindo tanto um incre- mento do consumo no lazer, quanto a elevação do consumo

do lazer, transformando grande parte da esfera do chamado

“tempo livre” em desejos por posses e serviços.

De fato, como observa Taschner (2000), a busca inces- sante por novas oportunidades de negócios fez com que a lógica mercantil alcançasse diferentes âmbitos da sociedade que não o do trabalho, migrando para o âmbito do lazer, o qual se tornou objeto de uma indústria e de um complexo de serviços que pressupõem, invariavelmente, uma rela- ção de consumo.

Embora as atividades de lazer ainda atendam a algu- mas das necessidades lúdicas e estéticas do homem, a aparên- cia puramente lúdica que pode ser atribuída ao lazer, como adverte Mascarenhas (2006), é ilusória. Mesmo que os sujeitos enxerguem no lazer uma atividade puramente desinteres- sada, não significa que isso corresponda à verdade. Objetiva- mente, “[...] o lazer revela-se como um fenômeno por demais

interessado, altamente servil às demandas emanadas a partir

do sistema de metabolismo social estruturado pelo capital” (MASCARENHAS, 2006, p. 96-97).

No que concerne ao consumo, enquanto instância media- dora na subordinação do tempo livre ao tempo do trabalho, importa ressaltar que tematizar o tempo no contexto das prá- ticas e ideais de consumo significa, primeiramente, conside- rá-lo submetido às leis do valor de troca, à semelhança de qualquer objeto de consumo: carros, celulares, computadores, cartões de créditos e corpos idealizados. Isto porque o tempo,

já considerado um valioso bem monetário desde o final do Séc. XVIII, em que se proclamava “Tempo é dinheiro!”, atinge seu ápice nas sociedades atuais tornando-se uma rara mercadoria. Um dos autores mais relevantes no estudo do tempo no contexto da sociedade de consumo é Jean Baudrillard (2010), para quem o tempo seria uma mercadoria preciosa, sujeita às leis de troca, com destacado status no universo do consumo. Para esse autor, o tempo livre cumpriria a função de restituir ao tempo o seu valor de uso. Esse valor consistiria, fundamen- talmente, na liberdade de se perder o tempo, de poder “matá- -lo”. Quando se “tem” tempo, já não se é livre. Entretanto, o autor afirma a impossibilidade lógica de um tempo “livre”, pois só haveria tempo constrangido; o tempo de consumo, que se poderia crer livre, é, na verdade, também um tempo de produção (portanto, reprodutor da mesma lógica que nor- teia o trabalho).

Essa análise é de grande relevância para este estudo, na medida em que atribui ao tempo livre uma função que não apenas contraria a tendência contemporânea de uso do tempo como também é praticamente incompatível com o sistema capitalista, uma vez que, sendo o tempo um valor equipará- vel ao dinheiro, não pode ser desperdiçado, o que dissuade o homem de permitir-se vivências que lhe são caras e partícipes de sua significação pessoal, como o ócio, a atividade lúdica e as relações sociais produtoras de um sentido distinto das relações de troca mercantil. À semelhança dos demais autores já mencionados, Baudrillard (2010, p. 207) reitera que o lazer reproduz a mesma moral do trabalho e se caracteriza como uma atividade forçada, “[...] na medida em que, por detrás da aparente gratuidade, reproduz fielmente todos os constrangi- mentos mentais e práticos do tempo produtivo e da cotidiani- dade escravizada”.

Dessa forma, importa reafirmar que essa atmosfera de fascínio que permeia o consumo e, mais nitidamente, o con- sumo do lazer, oblitera o fato de que, na contemporaneidade, produção e consumo fazem parte de uma mesma totalidade indissociável, de um mesmo sistema – o capitalista. Assim, o fato de o capital inserir-se no tempo livre significa a subor- dinação do tempo livre à lógica da produtividade. Sendo o consumo a modalidade preferencial de ocupação do tempo livre, o resultado final desse cenário é a expansão do capital.

Portanto, o argumento da suposta centralidade do tempo livre, eco das inúmeras predições acerca do “fim do trabalho” herdadas do século XX, baseia-se não em uma autêntica liber- tação do tempo do trabalho, mas, principalmente, nas “faci- lidades” auferidas pelo desenvolvimento exponencial das novas tecnologias informatizadas e pelas benesses propicia- das pelo incremento vertiginoso do consumo de bens e servi- ços, veiculados, preponderantemente, pela Indústria Cultural. O termo Indústria Cultural foi cunhado por Adorno e Horkheimer (1991) a fim de substituir a expressão “cultura de massa” e denunciar o caráter compulsório da mesma. Cons- titui-se em um mecanismo dos mais eficazes no controle do tempo livre, na medida em que transforma bens culturais e simbólicos em mercadorias. É organizada de forma racional e instrumental a partir do alto, segundo interesses do capital, muito embora se apresente enquanto emanação dos desejos dos consumidores. Também organiza formas de ser, pensar e sentir no interior do tempo livre, produzindo subjetividades homogeneizadas nos múltiplos segmentos e estilos de vida, sob a égide do mercado.

Como é sabido, a produção nas sociedades capitalistas não visa apenas à satisfação das necessidades diretas do homem, mas também, e em grande medida, à valorização do capital

(PADILHA, 2006; NAVARRO, 2006). Uma vez que os tra- balhadores produzem mais do que o necessário, permitindo extração da mais-valia, a produção no capitalismo acaba por se tornar uma fonte de lucro. Esse excedente é calculado não com base nas necessidades do homem, mas nas do capital, que precisa criar novas necessidades para garantir a existên- cia de uma demanda e um consumo compatíveis com a pro- dução (PADILHA, 2006).

A indústria cultural constitui um dos recursos mais poderosos a serviço desse propósito. No que diz respeito às relações de consumo – objeto privilegiado de nossos estu- dos –, estas são profundamente marcadas por essa indústria, notadamente em sua forma publicitária, na medida em que a publicidade é, fundamentalmente, um recurso que opera no nível da persuasão e da sedução do consumidor a fim de garantir a circulação e o subsequente descarte de um volume crescente de mercadorias.

Nesse sentido, o consumo contemporâneo produzido pela indústria cultural não se constitui apenas em uma mera expressão de troca mercantil, mas, principalmente, em um sistema complexo de comunicação; como uma linguagem, permeada por valores e ideologias, em que se ordenam sig- nos sociais e subjetivos, capazes de promover a integração/ exclusão de grupos, assim como o reconhecimento/rejeição de indivíduos. Desse modo, consumimos além de objetos e serviços, também lugares, tempos, pessoas, imagens, que, por sua vez, significam e prescrevem determinados ideais, modos de ser, estar, amar e sentir (SEVERIANO, 2001).

Por fim, no que diz respeito às novas tecnologias, é notó- rio que o seu desenvolvimento globalizado acalentou, no decorrer dos séculos, a esperança de liberação do homem da labuta, por meio da automação do trabalho, com consequente

expansão do seu tempo livre. Esta seria a condição de possibi- lidade para o desenvolvimento das potencialidades individu- ais, para a conquista da emancipação humana e da felicidade, enfim. Atualmente, vive-se um tempo em que a tecnologia, sob os efeitos da informática e da robótica, alcançou níveis exponenciais de crescimento, produzindo uma compressão do espaço e do tempo, que possibilita a automação do traba- lho e a realização de tarefas humanas de forma simultânea e sem fronteiras.

Entretanto, o avanço do saber científico, o domínio crescente da natureza pela tecnologia e o aumento exponencial da produtividade e da riqueza material, ou seja, o “progresso tecnológico”, não redundou em “progresso humanitário” (MARCUSE, 1982). A existência de máquinas, computadores, celulares etc. não se constitui, per se, em garantia de liberdade, democracia ou mesmo autonomia.

Isto porque o lugar que a tecnologia ocupa atualmente nas sociedades não é o de um mero instrumento. Marcuse (1982) é veemente em sua assertiva de que a tecnologia é, antes de tudo, concebida como um Projekt, ou seja, nela são projetados os inte- resses dominantes da sociedade e suas intenções com relação aos homens e às coisas. Portanto, no modo de produção capitalista, a racionalidade da técnica é identificada com a própria racionali- dade da dominação, na medida em que o enorme poder dela deri- vado sempre representou o poder dos grupos economicamente mais fortes sobre a sociedade, não redundando em “progresso humanitário”, com fins emancipatórios. Vejamos o que nos diz Marcuse (1982) a respeito do caráter político da tecnologia:

A racionalidade tecnológica ter-se-á tornado racionalida- de política [...]. Nessa sociedade, o aparato produtivo ten- de a tornar-se totalitário no quanto determina não apenas

as oscilações, habilidades e atitudes socialmente necessá- rias, mas também as necessidades e aspirações individuais [...]. A tecnologia serve para instituir formas novas, mais eficazes e mais agradáveis de controle social e coesão so- cial (MARCUSE, 1982, p. 14-19).

O tempo que as novas tecnologias se propunham a pou- par ao homem acaba sendo preenchido com novas tarefas (AQUINO; MARTINS, 2007). O antigo sonho de que o pro- gresso tecnológico liberaria o homem do trabalho realizou-se às avessas: em vez de realizar o trabalho pelo homem e permi- tir-lhe o usufruto de seu tempo livre, as máquinas tornaram- -no mais escravo do trabalho, ao passo que este pode, agora, ocupar indefinidamente seu tempo livre.

Woodhouse (2002) descreve o propósito e as consequên- cias da introdução dessas tecnologias no universo do trabalho: Supunha-se que elas tornariam o trabalho mais fácil e que proporcionariam a todos o aumento do tempo livre. No entanto, elas são hoje usadas para elevar a produtivida- de por meio do monitoramento da qualidade do trabalho e do prolongamento da jornada. Em vez de aumentar as oportunidades de ócio, o que essas tecnologias criaram foi mais trabalho para os que têm emprego e um terrível tipo de ócio para um número crescente de desempregados. A produtividade, medida em termos de eficiência e patama- res, vem se tornando o critério exclusivo da avaliação do trabalho (WOODHOUSE, 2002, p. 17).

É assim que o tempo livre no contexto do capitalismo contemporâneo é determinado desde fora e, em grande medida, regido por uma lógica estranha ao indivíduo, o que é incompatível com o desenvolvimento das potencialidades do homem e com sua emancipação.

A irracionalidade objetiva do sistema, apontada na Dialética

do Esclarecimento por Adorno e Horkheimer (1991), funda-se,

justamente, nessa discrepância entre “progresso tecnológico” e “progresso humanitário”, em que ocorre uma distribuição irracional dos bens objetivos e subjetivos que a civilização já conquistou, resultando em uma subordinação cada vez maior do homem ao aparato produtivo e de consumo, concebido como um fim em si mesmo (MARCUSE, 1982; ADORNO; HORKHEIMER, 1991).

A atual indústria da produção de bens eletrônicos e midiáticos inundou o planeta com gadgets, ou seja, equipa- mentos cada vez mais miniaturizados, mais leves, práticos e mais próximos de nossos corpos – verdadeiras próteses huma- nas. Nesse caso, o termo “prótese” (do grego prosthenos), que designa extensão,

não designa algo separado do sujeito, à maneira de um instrumento manipulável, e sim a forma resultante de uma extensão especular ou espectral que se habita, como um novo mundo, com nova ambiência, código próprio e sugestões de conduta (SODRÉ, 2006, p. 21).

Esse processo de miniaturização e portabilidade das tec- nologias trouxe enormes mutações nas relações e na própria concepção do humano. Isso porque esse homem “protético” passa a tornar-se o próprio receptáculo, sem mediações, de todas as demandas sociais, econômicas, culturais e psíquicas advindas do meio. Ao mesmo tempo, as próteses eletrôni- cas o transformam em presença “virtual” em todas as partes do mundo, ainda que, muitas vezes, à sua revelia, o que o convoca a estar em constante estado de alerta e “prontidão”

mediante os ininterruptos fluxos de informação em altís- sima velocidade.

Notebooks, tablets, smartphones e outros aparelhos, cada

vez mais, têm permitido que pessoas “teletrabalhem” com cada vez menos restrições quanto ao espaço e ao tempo. Esses aparelhos têm se tornado determinantes do ritmo de vida na atualidade. Como afirma Garcia (2011, p. 7), “São os novos meios, as novas tecnologias, que imprimem o traço caracterís- tico deste fim de século, e os que aceleram a vida humana até a dissolução de todo o princípio e fim”.