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A investigação apresentada nesta dissertação foi realizada no setor vitivinícola português, especificamente nas pequenas e médias empresas do sector. Este trabalho teve como principal objetivo determinar o grau de alinhamento dos Sistemas de Informação com o negócio. Dos diferentes modelos descritos no capítulo 3, foi escolhido o modelo de alinhamento de Luftman. Este modelo permite avaliar quantitativamente o alinhamento de um modo muito completo avaliando várias características do negócio.

Neste capítulo são apresentadas as metodologias usadas, com discrições do tipo de estudo realizado, a amostra e a população, bem como instrumentos usados na recolha dos dados apresentados e o tipo de software e tratamento executado.

4.1. T

IPO DE ESTUDO REALIZADO

Optou-se por realizar uma análise quantitativa recorrendo a um inquérito online, desenhado com base no modelo de Luftman. Este modelo é totalmente adequado porque têm todas as ferramentas necessárias para a realização e obtenção dos resultados, permitido tirar conclusões. Por outro lado, a utilização de um inquérito online possibilita atingir um universo de inquiridos maior, porque as regiões vitivinícolas encontram-se distribuídas por Portugal continental e insolar.

Para além deste questionário online, foi estudado mais pormenorizadamente uma região específica, a região do Douro, onde foram realizadas alguns inquéritos presenciais de modo a confirmar os resultados obtidos pelo questionário online. O intuito dos questionários foi o de obter uma melhor compreensão das causas que levaram ao alinhamento entre o negócio e os SI ou o porquê da sua ausência.

4.2. P

OPULAÇÃO E AMOSTRA

Para a distribuição do questionário online, foi necessário identificar as organizações que fazem parte do sector vitivinícola português agrupadas por região vitivinícola e com a designação de PME. Segundo os dados existentes de dois portais mais conhecidos sobre o vinho produzido em Portugal, Infovini e o Wines of Portugal, em Portugal em 2014 existiam 1750 produtores de vinho.

A distribuição dos mesmos por região encontra-se na tabela 4.1, onde se apresentam números obtidos através da mesma fonte, Infovini e Wines of Portugal.

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Regiões Vitivinícolas Número de Produtores

Vinhos Verdes 412

Trás-os-Montes 92

Douro 450

Bairrada 94

Dão 184

Beira Interior, Távora-Varosa e Lafões 45

Lisboa 72 Tejo 97 Península de Setúbal 69 Alentejo 204 Algarve 4 Madeira 27 Açores -

Tabela 4.1 – Distribuição de Produtores Vitivinícolas por Região, fonte: Infovini e Wines of Portugal, adaptado7

Como podemos verificar na tabela 4.1, existem duas regiões com reduzida informação, Algarve e Açores. Estes dados não devem coincidir com a realidade mas uma pesquisa mais exaustiva também não permitiu identificar mais produtores para além dos inscritos no Infovini ou no Wines of Portugal. Deste modo, foi enviado o inquérito online para todos os produtores identificados.

4.3. I

NSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS

Com o trabalho desenvolvido nesta dissertação pretendeu-se fazer uma avaliação do nível de alinhamento do negócio com os sistemas de informação, presente nas pequenas e médias empresas do setor vitivinícola. Com esta ideia, foi definido que a melhor forma de se realizar uma análise quantitativa do AE, seria a utilização de um questionário online.

A escolha de um inquérito online em detrimento de outras formas de recolha de informação, como a entrevista telefónica ou a entrevista pessoal, tem como principal objetivo atingir um maior universo de inquiridos utilizando um reduzido encargo para o entrevistador. Este tipo de inquérito permite também agilizar o processamento dos dados, pois estes já encontram em formato digital. De acordo com Andrew et al. (2003), a difusão através da internet traduz-se em vantagens no que concernem à própria difusão do questionário e também à velocidade de obtenção das respostas, sendo que com esta forma o tratamento de dados é mais rápido.

51 A facilidade de construção, de interface e de modularidade dos diversos tipos de formato que é característico dos questionários online, conferem um aspeto mais cuidado e profissional. Segundo Andrew et al. (2003) torna o questionário num excelente meio para a conquista da confiança e de disponibilidade dos utilizadores que lhe respondem.

Alguns autores afirmam que o aspeto visual dos questionários online afeta de maneira positiva os utilizadores (Deutskens, et al., 2004), principalmente devido ao facto de ser relativamente simples abrir e responder ao inquérito. Aos utilizadores é apenas pedido um clique numa hiperligação que automaticamente é carregada num browser web, não exigindo aos utilizadores uma instalação de software ou conhecimentos específicos, nem é requerido o carregamento ou descarregamento de ficheiros.

O processo pelo qual as organizações em estudo foram contactadas foi definido com vista a atingir um maior sucesso no número de respostas. Este processo seguiu o seguinte procedimento:

 Apresentação da Dissertação – a utilização do correio eletrónico em conjunto com o questionário online, como uma ferramenta para o envio do convite aos responsáveis das pequenas e médias empresas do setor vitivinícola, para que estes respondessem ao questionário (Andrew et al., 2003);

 Confidencialidade – a garantia de confidencialidade dos dados fornecidos, é segundo Andrew et al. (2003), uma garantida de maior obtenção de respostas. No caso em estudo esta garantia foi fornecida a todas as organizações às quais foi enviado o correio eletrónico.

 Incentivo à participação – de acordo com diversos autores (Andrew et al., 2003; Deutskens, et al., 2004) este ponto é muito importante, pois sem esse incentivo a participação no questionário é baixa. E como forma de agradecimento a essa participação pelo tempo que dispensaram nas respostas, será enviado um relatório final com os resultados obtidos;

 Potenciais contatos – a dificuldade na obtenção dos contatos adequados, para que o correio eletrónico de pedido de resposta ao questionário, foi em alguns casos muito grande, pois as empresas não possuíam web site nem outro tipo de contato, elevando assim o risco do questionário não chegar a todos os possíveis empresários do setor vitivinícola.

 Seguimento telefónico posterior – para Deutskens, et al. (2004), um seguimento telefónico atempado é das formas de maior impacto na taxa de obtenção de respostas. Este tipo de contacto posterior não foi realizado, sendo preterido em favor de um segundo contato através de correio eletrónico.

O questionário (em anexo) foi estruturado seguindo os elementos sugeridos por Luftman (2000). De acordo com este modelo, os atributos descritos no ponto 3.3.2 foram rearranjados em opções de questão e colocados no questionário. Como já referido, este modelo pretende avaliar o alinhamento entre o negócio e as tecnologias de informação, de acordo com seis áreas de maturidade. Em cada uma dessas áreas, o modelo implementado classifica o nível de

52 maturidade do alinhamento em cinco níveis: Nível 1 – nível inicial ou processo improvisado; Nível 2 – Processo comprometido; Nível 3 – Processo Estabilizado e Focado; Nível 4 – Processo Gerido ou Melhorado; Nível 5 – Processo Otimizado.

Dos 1750 produtores de vinho identificados, 1710 estão classificados como pequenas e médias empresas e são a amostra estudada neste trabalho. Através dos site Infovini e Wines of Portugal identificou-se os endereços de correio eletrónico e/ou telefónico dos 1710 produtores, sendo que destes 548 não possuem endereço eletrónico nem qualquer outra presença digital e por isso foram retirados do universo em estudo.

Aos restantes 1162 produtores vitivinícolas foi enviado um correio eletrónico (Anexo II) com a apresentação do trabalho e solicitando o preenchimento do questionário. Dos 1162 correios eletrónicos enviados, 286 foram devolvidos por diversas razões: enderenço inexistente, inatividade do servidor onde o correio eletrónico estava alojado ou porque foram ultrapassadas as tentativas de entrega do correio eletrónico. Dos 876 correios eletrónicos entregues obtiveram-se 80 respostas ao questionário online, sendo que destas apenas 27 foram completas o que representa menos de 10% do total de correios eletrónicos que foram entregues.

O questionário (em Anexo I) é constituído por 39 questões, sendo que 38 são de resposta fechada. Foi estruturado em 5 partes: a primeira parte pretende obter informações acerca da organização, a segunda parte procura fazer uma avaliação da perceção da importância do alinhamento estratégico, da terceira à quinta parte, procurou-se fazer uma avaliação do nível de maturidade do alinhamento estratégico, baseado no modelo de Luftman (2000).

O questionário permitiu avaliar, através de questões quantitativas, diversos aspetos da população alvo. Na maioria das questões as respostas eram de escolha múltipla para simplificar e abreviar o tempo de resposta e ao mesmo tempo obter respostas limitadas. O questionário foi enviado para os endereços dos 1162 produtores vitivinícolas a 06 de março de 2015. Para que os objetivos da dissertação fossem atingidos as respostas eram quase todas obrigatórias.

4.4. T

RATAMENTO DE DADOS EM

IBMSPSSS

TATISTICS

Tendo em contas todas as características da presente dissertação a análise foi de caracter quantitativo. Para cada critério do modelo de maturidade de alinhamento estratégico procedeu-se a uma análise individual com o objetivo de determinar qual o nível de maturidade e estratégica das empresas relativamente a cada um desses critérios. Todos os critérios identificados (seis) foram avaliados e estabelecidos nos níveis de 1 a 5. Estes níveis estão descritos e apresentados de acordo com a pesquisa de Luftman (2000) que foi abordada anteriormente.

Foi utilizado na identificação e estruturação dos resultados o software de tratamento de dados IBM SPSS Statistics, que é apropriado para investigação de empresas com vista a descobrir

53 atitudes, preferências e opiniões através da realização de inquéritos multimodo como é o caso do questionário utilizado. Após a avaliação individual dos seis critérios, os resultados foram utilizados para obter uma convergência de modo a obter uma medida geral de maturidade de alinhamento da empresa com os sistemas de informação.

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