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O caso de pequenas e médias empresas portuguesas no setor Vitivinícola Português

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Academic year: 2019

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(1)

i

Alinhamento dos Sistemas de Informação:

Paulo António do Nascimento Ferreira Salvador

O caso de pequenas e médias empresas portuguesas

no

setor Vitivinícola Português

(2)

i

2015

Título: Alinhamento dos Sistemas de Informação:

(3)
(4)

ii

NOVA Information Management School

Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação

Universidade Nova de Lisboa

ALINHAMENTO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: O CASO DE

PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS PORTUGUESAS NO SETOR

VITIVINÍCOLA PORTUGUÊS

por

Paulo António do Nascimento Ferreira Salvador

Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Gestão de Informação, Especialização em Gestão de Sistemas e Tecnologias de Informação

Orientador/Coorientador: Vítor Santos, ISEGI

(5)

iii

AGRADECIMENTOS

À minha esposa que com o seu apoio, amizade, conhecimentos, dedicação e ajuda durante todo este processo de escrita.

Aos meus filhos, que com as suas presenças, me motivaram a concluir e evitar procrastinações. Aos meus pais, pela sua motivação, para tentar sempre e nunca desistir.

Aos meus sogros pela sua paciência com os tempos que dedicaram aos pequenos.

Ao meu orientador Professor Doutor Vítor Santos pelo seu apoio, pela força e pela disponibilidade. Ao meu Coorientador Professor Doutor Ramiro Gonçalves pela disponibilidade e orientação.

(6)

iv

RESUMO

O estudo dos Sistemas de Informação é particularmente apropriado numa altura em que se assiste a uma “explosão da informação” e da competitividade empresarial. A entrada dos Sistemas de Informação em áreas de negócio para os quais anteriormente não se vislumbrava uma aplicação útil, como o sector Vitivinícola, provou em diversos países ser uma ferramenta essencial para o aumento de produtividade e qualidade dos produtos.

O alinhamento do negócio com os Sistemas de Informação, tem sido encarado como um motivo de preocupação pelas organizações, principalmente pelos gestores que reconhecem a importância e benefícios que este alinhamento traz às organizações. Os Sistemas de informação devem ser encarados como sendo a combinação de procedimentos, informação, pessoas e tecnologias organizadas de forma a se poderem concretizar os objetivos de negócio. A presente dissertação tem como objetivo principal discutir o contributo estratégico das Tecnologias e Sistemas de Informação num sector tradicional em Portugal, o sector Vitivinícola.

Nesta dissertação apresentam-se os resultados obtidos num estudo sobre o nível de alinhamento dos sistemas de informação com o negócio. Este estudo incidiu sobre as pequenas e médias empresas portuguesas do setor Vitivinícola. Usando como base o modelo de Maturidade de Alinhamento Estratégico desenvolvido por Jerry Luftman, aos resultados obtidos foram avaliados os seis critérios que fazem parte do modelo: Comunicação, Competência/Mensuração do valor, Governança, Parceria, Âmbito e Arquitetura e Competências.

Algumas organizações estudadas encontram-se a dar os primeiros passos com o objetivo de alcançar o alinhamento estratégico entre os sistemas de informação e o negócio. No entanto, de haver o reconhecimento das necessidades de alinhamento e da mais-valia que o mesmo possa trazer às organizações, este é ainda deficitário e encontra-se ainda numa fase muito inicial. A maioria das organizações estudadas encara ainda os sistemas de informação como uma despesa e não como uma ferramenta que permitirá um aumento da competitividade e valor da empresa. Espera-se que este paradigma se altere nos próximos anos com a admissão de profissionais com maior formação para os lugares de gestão operacional.

PALAVRAS-CHAVE

(7)

v

ABSTRACT

The study of information systems is particularly appropriate at a time when we are witnessing an "explosion of information" and business competitiveness. The entry of the Information Systems business areas for which previously not envisioned a useful application, such as the Wine sector, proved in many countries is an essential tool for increasing productivity and product quality.

Aligning Business with Information Systems, it has been seen as a cause for concern for organizations, especially by managers who recognize the importance and benefits that this alignment brings to organizations. The information systems should be seen as a combination of procedures, information, people and technologies organized in order to give effect to the business goals. This work aims to discuss the strategic contribution of Technologies and Information Systems in a traditional sector in Portugal, the Wine sector.

This dissertation presents the results of a study on the level of alignment of information systems with the business. This study focused on small and medium sized Portuguese companies in the wine sector. Using as a base the Strategic Alignment Maturity Model developed by Jerry Luftman, the results were evaluated six criteria that are part of the model: Communication value of Competence / Measurement, Governance Partnership Framework and Architecture and Skills.

Some organizations studied are taking the first steps in order to achieve the strategic alignment between information systems and business. However, there is recognition of the alignment needs and the added value that it can bring to organizations, this is still lacking and is still at a very early stage. Most of the organizations studied still sees information systems as an expense rather than as a tool that will enable increased competitiveness and value of the company. It is expected that this paradigm change in the coming years with the admission of professionals with more training for operational management positions.

KEYWORDS

(8)

vi

ÍNDICE

1.

Introdução ... 12

1.1.

Enquadramento ... 12

1.2.

Motivação ... 13

1.3.

Objetivos do estudo ... 14

1.4.

Organização do documento ... 14

2.

Revisão da Literatura

Sector Vitivinícola ... 16

2.1.

Enquadramento ... 16

2.2.

Caracterização do Sector Vitivinícola ... 16

2.3.

Sector em Portugal ... 18

2.3.1.

Regiões vitivinícolas ... 19

2.4.

Sector na Europa e no Mundo ... 25

3.

Revisão da Literatura

Enquadramento com os Sistemas de Informação ... 28

3.1.

Sistemas de Informação ... 28

3.2.

Sistemas de Informação no Sector Vitivinícola ... 30

3.2.1.

Software

de gestão ... 31

3.2.2.

E-commerce

... 32

3.2.3.

Outros

software

s ... 34

3.3.

Alinhamento dos Sistemas de Informação com o Negócio ... 35

3.3.1.

Modelo Alinhamento Estratégico de Henderson e Venkatraman ... 35

3.3.2.

Modelo de Alinhamento Estratégico Jerry Luftman ... 37

3.3.3.

Modelo de Alinhamento Estratégico Chan, Y. E

et al

. ... 45

4.

Metodologia ... 49

4.1.

Tipo de estudo realizado ... 49

4.2.

População e amostra ... 49

4.3.

Instrumentos de recolha de dados ... 50

4.4.

Tratamento de dados em IBM SPSS Statistics ... 52

5.

Resultados e Discussão ... 54

5.1.

Características da Amostra ... 54

5.2.

Discussão de resultados ... 56

5.2.1.

Critérios do Modelo de Luftman: Comunicação ... 58

5.2.1.

Critérios do Modelo de Luftman: Medidas de Valor e Competência ... 60

5.2.2.

Critérios do Modelo de Luftman: Governança ... 64

(9)

vii

5.2.4.

Critérios do Modelo de Luftman: Âmbito e Arquitetura ... 69

5.2.5.

Critérios do Modelo de Luftman: Competências ... 72

6.

Conclusões ... 76

6.1.

Síntese do trabalho realizado ... 76

6.2.

Limitações do trabalho ... 77

6.3.

Trabalho futuro ... 78

Referências ... 79

Anexo I

Questionário

Alinhamento do negócio com os Sistemas de Informação ... A

Anexo II

E-mail Tipo I

Produtores/Engarrafadores ... Q

(10)

viii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1

Distribuição geográfica das regiões vitivinícolas, Fonte: Infovini, 2014 ... 19

Figura 3.1

Adaptação das Funções de um SI, Laudon & Laudon (2004) ... 29

Figura 3.2

Perspetiva Empresarial dos SI, Laudon & Laudon (2004) ... 30

Figura 3.3

Adaptação do modelo de Alinhamento Estratégico Henderson, Venkatraman

(1993) ... 37

Figura 3.4

Adaptação do modelo avaliação da maturidade do alinhamento do IT com o

negócio (Luftman, 2000). ... 38

Figura 3.5

Seis atributos da Comunicação, Luftman (2000) ... 39

Figura 3.6

Sete atributos da Comunicação, Luftman (2000) ... 40

Figura 3.7

Sete atributos da Governança, Luftman (2000) ... 41

Figura 3.8

Seis atributos da parceria, Luftman (2000) ... 42

Figura 3.9

Quatro atributos do âmbito e arquiteturas, Luftman (2000) ... 43

Figura 3.10

Quatro atributos das competências, Luftman (2000) ... 44

(11)

ix

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 2.1 - Evolução da produção Total por Região, valores em volume (hl) Fonte: IVV, IP . 17

Tabela 2.2 - Evolução da produção Mundial de Vinho - 2008 a 2012, Fonte: OIV ... 18

Tabela 2.3

Tabela adaptada, Área vitivinícola dos 10 maiores produtores Europeus - de

2010 a 2013, Fonte: OIV (Report May 2014) ... 26

Tabela 2.4

Tabela adaptada, exportações Portuguesas para e U.E. e extra U.E., fonte IVV,

IP. ... 27

Tabela 3.1

Where to Buy Wine Online: The Top Eight Wine Ecommerce Sites for Unique and

Interesting Wines

, Fonte: Forbes

Online

2011 ... 34

Tabela 3.2

Tabela adaptada Chan, Y.E.,

et al

(1997) ... 47

Tabela 4.1

Distribuição de Produtores Vitivinícolas por Região, fonte: Infovini e Wines of

Portugal, adaptado7 ... 50

Tabela 5.1

Região Vitivinícola a que pertence a atividade? ... 54

Tabela 5.2

Cargo que ocupado na organização. ... 55

Tabela 5.3

Cargo que ocupa na organização

“Outro”.

... 55

Tabela 5.4 - % de funcionários existentes nas organizações. ... 56

Tabela 5.5 - % de funcionários de TI existentes nas organizações. ... 56

Tabela 5.6

Nível de inserção dos Sistemas de Informação na atividade. ... 57

Tabela 5.7

Aplicações de Sistemas de Informação utilizadas na empresa ... 72

(12)

x

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 5.1 - Distribuição gráfica do cargo ocupado dentro da organização. ... 55

Gráfico 5.2 - Questão 3.1

Qual o nível de conhecimento sobre a área de negócio da sua

organização, possui o pessoal da área de Tecnologias de Informação?... 58

Gráfico 5.3

Questão 3.2 - Qual o nível de conhecimento sobre a área de Tecnologias de

Informação pelo pessoal da área de negócios? ... 59

Gráfico 5.4

Questão 3.3 - Qual o nível de proximidade do pessoal de Sistemas de

Informação e do pessoal do Negócio? ... 60

Gráfico 5.5

Questão 3.4 - As medidas de valor das Tecnologias de Informação, são

caracterizadas por: ... 61

Gráfico 5.6 - Questão 3.5 - As medidas de valor do negócio, são caracterizadas por: ... 61

Gráfico 5.7 - Questão 3.6 - As medidas conjuntas (ligação entre as duas questões anteriores),

são caracterizadas por: ... 62

Gráfico 5.8 - Questão 3.7 - Nível de instrumentos utilizados na medição do serviço prestado

pelas TI ao negócio. ... 63

Gráfico 5.9 - Questão 3.8 - Periodicidade e presença de avaliações e ou revisões formais dos

investimentos nas TI:... 63

Gráfico 5.10 - Questão 3.9 - O planeamento estratégico de negócios (PEN), é caraterizado

por: ... 64

Gráfico 5.11 - Questão 3.10 - A formalização do Planeamento estratégicos de Sistemas de

Informação (PESI) é caraterizado por: ... 65

Gráfico 5.12 - Questão 3.11 - A gestão dos investimentos em TI, na sua organização tem

como base: ... 66

Gráfico 5.13 - Questão 4.1 - Na sua organização como caracteriza a perceção do valor das TI

pelas áreas de negócio: ... 67

Gráfico 5.14 - Questão 4.2 - Na sua organização como carateriza o papel das TI no

envolvimento no planeamento estratégico de negócios: ... 67

Gráfico 5.15 - Questão 4.3 - Como caracteriza na sua organização o relacionamento entre as

áreas de negócio e TI: ... 68

Gráfico 5.16 - Questão 4.4 - Na sua organização como caracteriza o apoio e patrocínio de

ações das TI pela área de negócio: ... 69

Gráfico 5.17 - Questão 4.5 - Na sua organização como caracteriza o papel das TI no âmbito

dos processos de negócio: ... 70

Gráfico 5.18 - Questão 4.7 - Como se processa a integração da arquitetura de TI ao nível das

(13)

xi

Gráfico 5.19 - Questão 4.8 - Na sua organização como classifica a nível interempresarial, a

integração da arquitetura das TI com as áreas de negócio: ... 71

Gráfico 5.20 - Questão 4.10 - Na sua organização como caracterizaria a orientação da

infraestrutura das TI: ... 71

Gráfico 5.21 - Questão 5.1 - Na sua organização as iniciativas de inovação e o

empreendedorismo são caracterizadas por: ... 73

Gráfico 5.22 - Questão 5.2 - Na sua organização como é caracterizado o centro de tomada de

decisões-chave sobre as TI: ... 73

Gráfico 5.23 - Questão 5.3 - Na sua organização como caracteriza a gestão de TI: ... 74

Gráfico 5.24 - Questão 5.4 - Caso exista na sua organização como caracteriza a disposição do

pessoal de TI para as mudanças: ... 74

Gráfico 5.25 - Questão 5.5 - Na sua organização como caracteriza os processos de formação

(14)

xii

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AE Alinhamento Estratégico CEO Chief Executive Officer CFO Chief Financial Officer CIO Chief Information Officer

IVV Instituto da Vinha e do Vinho, I.P. NDVI Normalised Difference Vegetation Index OIV International Organization of Vine and Wine PME Pequenas e Médias Empresas

PME Pequena e Médias Empresas ROI Return of Investment SI Sistemas de Informação SLA Service Level Agreements

STROBE Strategic Orientation of Business Enterprises TI Tecnologias de Informação

(15)

12

1.

INTRODUÇÃO

A crescente necessidade de sobrevivência e/ou crescimento das organizações empresariais, independente do sector em estudo, obriga a uma restruturação das definições de estratégias de negócio por parte da gestão empresarial. Com esta necessidade da utilização dos Sistemas de Informação (SI), como um recurso estratégico fundamental, sabendo que estes são capazes de fornecer informações essenciais a uma boa gestão (Porter, Millar,1985). Os SI permitem criar ferramentas para tomadas de decisão mais competentes levando assim à criação de vantagens competitivas seja na redução de custos seja na diferenciação dos produtos e dos serviços que são prestados pela organização. Estas vantagens permitem ainda, na grande maioria das vezes, a criação de novas oportunidades e áreas de negócio (Santos 2015). O alinhamento dos SI com as áreas de negócio das organizações foi classificado como uma das principais preocupações da gestão das organizações durante a última década (Malta & Sousa 2011).

Os gestores, apesar de conhecerem o seu potencial têm muitas vezes dificuldades em perceber como maximizar a rentabilidade do investimento em SI de modo a que a organização obtenha vantagens competitivas. A capacidade de promover este alinhamento parece depender de vários fatores entre os quais a qualidade do seu planeamento, desenvolvimento e exploração de SI e da qualidade da sua gestão (Handerson & Venkatraman, 1993).

Este trabalho tem como foco a avaliação do nível de rentabilidade e utilidade dos SI no sector vitivinícola. Este sector foi selecionado devido às suas características tipicamente tradicionais em termos de Tecnologias de Informação (TI). Neste sector a utilização dos SI é maioritariamente, se não exclusivamente, baseada na utilização das TI para o controlo de custos e receitas através da utilização de um Software de Gestão, sendo que o mais amplamente utilizado por grande parte do sector é o INOGEST. De acordo com Pires (Pires 2008) a utilização das TI encontra-se numa fase emergente, sendo que o sucesso da sua implementação no setor vitivinícola para Pires (Pires 2008) é maior do que na Agricultura de Precisão. Isto deve-se para Pires, às características específicas do sector das vinhas que possuiu uma elevada heterogeneidade.

1.1.

E

NQUADRAMENTO

O tecido empresarial português é constituído maioritariamente por pequenas e médias empresas (PME’s), encontra-se distribuído por vários sectores de atividades (INE, 2013). Esta realidade não é diferente no sector vitivinícola nacional no qual temos maioritariamente PME’s mas também grandes empresas como Porto Calem (Região Demarcada do Douro) e a Herdade do Esporão (Região do Alentejo).

(16)

13 Deste modo, este estudo tem por principal objetivo avaliar qual o alinhamento dos SI com as empresas deste sector focando-se nas pequenas e médias empresas.

Nos últimos anos a agricultura tem sofrido a nível mundial uma profunda revolução ao nível tecnológico, quer através da utilização de sistemas de recolha e de integração, quer no tratamento da informação. Estes procedimentos quando utilizados em conjunto com os equipamentos agrícolas permitem obter uma agricultura de maior precisão (Proffit et al 2006). Isto permite a diminuição dos custos ambientais e de produção, levando consequentemente a um aumento da qualidade e quantidade das produções vitivinícolas (Proffit et al 2006). Este aumento permite o melhoramento das condições de trabalho de uma atividade que é na grande maioria dos casos uma atividade manual e de “sol-a-sol”, em todas as fases que constituem o ciclo de produção (plantações, fertilizações, mobilizações de solo, sementeiras e colheita) (Proffit et al 2006).

O sector vitivinícola, enquanto atividade agrícola, vem assistindo nas últimas décadas à introdução de tecnologias que permitem uma monitorização de todo o ciclo da videira desde a poda, no final de uma campanha de vindimas, até ao início de uma nova campanha. Este tipo de monitorização permite seguir o vigor, rendimento e qualidade de toda a área de videiras, acompanhando o ciclo vegetativo, permitindo ao vitivinicultor um acompanhamento mais eficaz e detalhado da vinha e das uvas.

A deteção remota é uma das tecnologias de monotorização atualmente utilizada na viticultura de precisão. A viticultura de precisão baseia-se na deteção e registo da radiação refletida a partir de um alvo localizado no solo que no caso das vinhas pode incluir a vegetação da videira, o solo e eventual vegetação do enrelvamento da entrelinha. Esta monitorização pode ser feita através de imagens obtidas por aeronaves não tripuladas (drones) que voam a baixas altitudes,

ou a partir de satélites. A quantidade de radiação que é obtida do alvo no solo é descrita através de um índice espectral de reflectância (Proffit et al 2006).

Um dos índices muito utilizado na viticultura de precisão é o Normalised Difference Vegetation Index (NDVI) para detetar áreas de vinha que se encontram infestadas por filoxera (Johnson et al 1996). O NDVI possibilita também determinar a variabilidade espacial do vigor da vinha o

que consequentemente permite prever a qualidade e rendimento (Hall et al 2002). Os mapas

obtidos através da monitorização dos alvos no solo podem constituir uma ferramenta muito importante para a gestão eficaz da vinha. Deste modo o vitivinicultor pode recorrer ao uso de fertilizantes, de fitofármacos ou simplesmente aos seus recursos hídricos apenas nos locais em défice conseguindo com isso não só uma maior rentabilidade dos seus recursos como também diminuir o impacto ambiental da sua exploração vitivinícola.

1.2.

M

OTIVAÇÃO

(17)

14 identificar quais os modelos de SI implementados e assim definir os modelos de SI mais adequados a implementar neste sector.

Assim o estudo tem por objetivo contribuir para a compreensão sobre a forma como um modelo de SI aplicado às empresas dos sectores Vitivinícola poderá trazer mais-valias e levar a um aumento de produtividade e melhoria da qualidade dos seus produtos.

1.3.

O

BJETIVOS DO ESTUDO

Com esta dissertação propõe-se ver respondida a seguinte questão de investigação:

 Qual o nível de alinhamento dos sistemas de informação com o negócio existente nas pequenas e médias empresas do setor Vitivinícola?

Como passos intermédios para alcançar este objetivo estabelecido, pretende-se obter respostas concretas a questões como:

 Os Sistema de Informação estão ajustados ao negócio das organizações em estudo?  Os Sistema de Informação são flexíveis e adaptáveis a eventuais mudanças na

organização?

 Que tipos de ajustamentos são necessários ao nível de recursos humanos ou ao nível tecnológico?

 Qual o grau de consciencialização e preocupação dos gestores relativamente à questão do alinhamento IT /Business?

1.4.

O

RGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO

A tese está organizada em seis capítulos, desempenhando cada um deles um papel específico na estrutura do trabalho de investigação.

Capítulo 1 – Capítulo introdutório, onde é efetuado o enquadramento teórico e apresentado o problema em estudo bem como a sua importância no contexto atual das organizações. É ainda definida a questão de investigação, quais os objetivos que a presente dissertação se propõe atingir e apresentada a estrutura deste documento.

Capítulo 2 – Neste capítulo analisa-se o setor em estudo, o Setor Vitivinícola. É efetuada uma definição do setor e a sua caracterização em Portugal, na Europa e no mundo.

(18)

15 alinhamento dos SI com o negócio e os modelos que se podem adequar, de modo a se conseguir um alinhamento entre os sistemas de informação e o negócio.

Capítulo 4 – Os procedimentos metodológicos para a realização da presente dissertação são apresentados este capítulo. É apresentado o tipo de estudo, a população e amostra, o instrumento de recolha de dados e o tratamento de dados.

Capítulo 5 – Neste capítulo é efetuada a apresentação e análise dos dados recolhidos. É efetuada uma análise da amostra, bem como uma discussão dos resultados obtidos.

(19)

16

2.

REVISÃO DA LITERATURA

SECTOR VITIVINÍCOLA

Neste capítulo fazemos o enquadramento do sector vitivinícola Português e Mundial, através da apresentação de dados estáticos das instituições de referência deste sector. Estes dados indicam a evolução e o nível de área dedicada à vinha.

2.1.

E

NQUADRAMENTO

A entrada do Sistemas de Informação no sector agrícola começou no início da década de 90 do século XX na primeira conferência internacional sobre o conceito de agricultura de precisão realizada nos Estados Unidos (Ortega-Esser, 2002). Após esta conferência foram criados e desenvolveram-se novos métodos de gestão empregando as novas tecnologias (Bramley, 2000). Estes métodos têm sido recentemente aplicados também no setor vitivinícola, sendo a Austrália um dos principais impulsionadores da utilização da vitivinicultora de precisão. O aparecimento dos monitores de rendimento de uvas em 1999 associados a sistemas de posicionamento global (GPS) e a sistemas de informação geográfica (SIG), permitem aos vitivinicultores facilmente quantificar a variabilidade espacial dos rendimentos existentes numa vinha (Ortega-Esser, 2002).

A utilização da agricultura de precisão tem-se mostrado ser particularmente útil devido à enorme variabilidade dos solos que as empresas do sector vitivinícola detêm globalmente. Estes originam muitos e diferentes terroir, com comportamentos heterogéneos e distintos mas

que tornam bastante difícil o seu mapeamento e quantificação (Proffit et al, 2006).

Atualmente o vinho é um produto com um elevado valor quer em Portugal quer no Mundo, tendo presença em diversos mercados internacionais. Considerando a grande competitividade do mercado global, torna-se imprescindível adquirir todo o conhecimento de modo a controlar as variáveis presentes na produção de vinho e com isto garantir a qualidade e consistência do produto. Este tipo de controlo é possível com o aparecimento da viticultura de precisão que teve muito boa aceitação a nível mundial principalmente em países como a Austrália, Brasil, Chile, França e Estados Unidos da América. Em Portugal a viticultura de precisão começou a ser utilizada na primeira década do século XXI (Pires, 2008). Para este autor, a introdução e implementação da viticultura de precisão está a ter um sucesso superior ao da Agricultura de Precisão. Esse sucesso é principalmente devido às características específicas do sector da vinha, constituído de parcelas de minifúndio e com um elevado grau de heterogeneidade (Pires, 2008).

2.2.

C

ARACTERIZAÇÃO DO

S

ECTOR

V

ITIVINÍCOLA

(20)

17 Sector vitivinícola português:

(*) Dados em 01-04-2014

Região Vitivinícola 2009/10 % 2010/11 % 2011/12 % 2012/13 (*) % 2013/14 (*) %

Minho 866.985 15 912.176 13 823.341 15 653.013 10 796.554 13

T. Montes 110.614 2 119.367 2 102.005 2 108.495 2 96.252 2

Douro 1.351.949 23 1.660.408 23 1.329.423 24 1.339.057 21 1.516.941 25

Beiras 784.144 13 939.161 13 816.852 15 919.341 15 843.139 14

Beira Atlântico 246.705 4 297.704 4 292.596 5 283.501 4 254.181 4

Terras do Dão 297.483 5 355.687 5 293.537 5 354.130 6 304.342 5

Terras da Beira 192.084 3 224.735 3 184.759 3 216.869 3 219.964 4

Terras de Cister 47.872 1 61.036 1 45.959 1 64.841 1 64.652 1

Tejo 544.935 9 630.548 9 382.276 7 640.381 10 500.486 8

Lisboa 962.323 16 1.204.098 17 826.666 15 1.096.394 17 890.426 14

P. Setúbal 379.371 6 431.696 6 308.857 5 516.099 8 407.943 7

Alentejo 810.338 14 1.189.719 17 969.832 17 969.357 15 1.124.735 18

Algarve 23.650 0,4 19.190 0,3 13.150 0,2 12.338 0,2 11.676 0,2

Sub-total continente 5.834.310 99 7.106.363 99 5.572.402 99 6.254.475 99 6.188.152 99

Madeira 45.449 77 36.782 88 38.769 78 48.543 91 43.860 87

Açores 13.754 23 4.783 12 11.192 22 4.979 9 6.427 13

Sub-total ilhas 59.203 1 41.564 1 49.961 1 53.522 1 50.287 1

Total Geral 5.893.513 100 7.147.927 100 5.622.363 100 6.307.997 100 6.238.439 100

Tabela 2.1 - Evolução da produção Total por Região, valores em volume (hl) Fonte: IVV, IP Na tabela 2.1, observa-se a evolução da produção total de vinho (valores em hl). A nível nacional estes valores, como mostra a tabela, sofrem alterações de acordo com as condições climáticas de cada ano, sendo que o ano mais fraco em produção de vinho foi o ano vitivinícola de 2011/12, dados obtidos no Instituto da Vinha e do Vinho, IP.

(21)

18 1.000 hl

País / Ano 2008 2009 2010 2011 2012 * 2012-2008

França 42.654 46.269 44.322 50.757 41.422 -3,0%

Itália 46.970 47.314 48.525 42.772 40.060 -17,2%

Espanha 35.913 36.093 35.353 33.397 30.392 -18,2%

Estados Unidos 19.340 21.965 20.887 19.187 20.510 5,7%

China 12.600 12.800 13.000 13.200 14.880 15,3%

Austrália 12.448 11.784 11.420 11.180 12.660 1,7%

Chile 8.683 10.093 8.844 10.464 12.554 30,8%

Argentina 14.676 12.135 16.250 15.473 11.778 -24,6%

África do sul 10.165 9.986 9.327 9.324 10.037 -1,3%

Alemanha 9.991 9.228 6.906 9.132 9.012 -10,9%

Portugal 5.689 5.868 7.133 5.610 6.141 7,4%

Roménia 5.159 6.703 3.287 4.058 3.311 -55,8%

Grécia 3.869 3.366 2.950 2.750 3.150 -22,8%

Brasil 3.683 2.720 2.459 3.394 2.917 -26,3%

Outros 37.160 35.676 33.337 36.302 33.176 -12,0%

Total 269.000 272.000 264.000 267.000 252.000 -6,7%

Tabela 2.2 - Evolução da produção Mundial de Vinho - 2008 a 2012, Fonte: OIV

Como se pode verificar, a evolução da produção mundial de vinho sofreu grandes variações. Portugal, de acordo com a OIV foi dos poucos países que teve uma evolução positiva na sua produção, sendo o terceiro país com maior variação positiva nos cinco anos do estudo.

2.3.

S

ECTOR EM

P

ORTUGAL

A vitivinicultura é uma atividade com raízes históricas em Portugal e com um importante contributo na atividade económica e social nacional. O cultivo da vinha é uma atividade com raízes temporais profundas o que consequentemente leva a um elevado grau de envelhecimento das videiras. Em Portugal, 68% das explorações têm plantações com mais de 30 anos e 44% com mais de 70 anos (Henriques et al, 2009). Estes números expressam a

(22)

19 A maioria das explorações vitícola tem uma estrutura fundiária de pequena dimensão com um elevado número de parcelas por exploração (Henriques et al, 2009). Em quase todo o território dominam as muito pequenas e pequenas explorações de acordo estratos de dimensão económica (muito pequenas, pequenas, médias e grandes1), sendo que as grandes explorações

representam quase um quarto da área total (cerca de 42 000 ha) (Henriques et al, 2009). O sector vitivinícola nacional tem um tecido produtivo muito envelhecido, com uma predominância de produtores com idades superiores aos 50 anos, sendo que do total da área explorada neste sector, só 4% é feita por vitivinicultores com menos de 35 anos. Dos que tem mais de 50 anos, cerca de 1/4 destes não possui qualquer tipo de instrução e mais de metade não vai além do ensino básico (Henriques et al, 2009). O peso dos que possuem ensino

superior completo é o dobro dos que têm o ensino médio. De todo o país é no Alentejo que os produtores apresentam níveis mais elevados de instrução (Henriques et al, 2009).

2.3.1.

Regiões vitivinícolas

Portugal encontra-se dividido em treze regiões vitivinícolas, agrupadas da seguinte maneira: região dos Vinhos verdes, região de Trás-os-Montes, região do Douro, região da Bairrada, região do Dão, região da Beira Interior e de Távora-Varosa e Lafões, região de Lisboa, região do Ribatejo, região da Península de Setúbal, região do Alentejo, região do Algarve, região da Madeira e a região dos Açores. A figura 2.1 ilustra a distribuição geográfica de cada uma destas regiões no território português.

Figura 2.1 – Distribuição geográfica das regiões vitivinícolas, Fonte: Infovini, 2014

(23)

20 Região Vitivinícola do Vinhos Verdes

Nesta região predomina a vegetação verde e exuberante pois esta é uma região com um elevado grau de humidade. O vinho aqui produzido é acidulado, leve, com um teor médio de álcool e que possui ótimas capacidades digestivas. Esta é a maior das regiões vitivinícolas e que coincide com a região não vinícola designada Entre Douro e Minho.

As castas que predominam nesta região são a Alvarinho, Loureiro, Trajadura, Avesso, Arinto (que nesta região tem a designação de Pedernã) e Azal.

Região Vitivinícola de Trás-os-Montes

É uma região montanhosa e de solos graníticos caracterizada por possuir um clima quente e seco no Verão e frio com temperaturas por vezes negativas no Inverno. Sendo esta região vitivinícola dividida em três sub-regiões com característica similares, estas regiões são: Chaves, caracterizada por a vinha estar implantada nas encostas dos vales da região, por onde correm os efluentes do rio Tâmega, Valpaços, é uma região com vastos recursos hídricos e que é um extenso planalto e por fim o Planalto Mirandês, o qual é influenciado pelo rio Douro.

As castas implantadas, comuns às sub-regiões, são a Trincheira, a Bastardo, Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca. Já nas castas de branco a que têm maior expressão nesta região são a Síria, Fernão Pires, Gouveio, Malvasia Fina, Rabigato e Viosinho.

Os vinhos tintos são frutados e levemente adstringentes. Já os vinhos brancos são suaves e com um aroma floral.

Região Vitivinícola do Douro

É a região vitivinícola demarcada mais antiga do mundo. Foi criada no século XVIII pelo então primeiro-ministro português Marques do Pombal. Esta região tem cerca de 250 000 hectares dos quais apenas 40 000 hectares são a área de implantação vitivinícola. Foi reconhecida pela UNESCO como património da Humanidade em 2001. Os solos desta região são solos têm na sua constituição o Xisto grauváquico sendo que em algumas zonas também existam solos graníticos. São solos duros e de difícil trabalho, sendo que nesta região é ainda agravado pela inclinação dos terrenos mas, mesmo assim, este tipo de solos torna-se benéfico para a longevidade das vinhas e permite mostos mais concentrados em açúcar e cor.

(24)

21 mas que não possuem os muros de xisto de suporte às terras, na plantação ao alto, é tida em conta a drenagem dos terrenos e também o espaço necessário à mecanização da vinha e movimentação das máquinas.

Esta região encontra-se dividida em três sub-regiões: Baixo Corgo, Alto Corgo e Douro Superior, cada uma com as suas características específicas e densidade de produtores e área vitivinícola peculiares. Na sub-região do Baixo Corgo a área ocupada pela vinha é de cerca 14 000 hectares mas tem cerca de 16 000 produtores. No lado oposto temos a sub-região do Douro Superior, por ser uma região mais desértica o número de produtores é bastante mais baixo em relação à área vitivinícola, sendo cerca de 7 900 produtores para uma área de vinha de 9 000 hectares.

As castas que predominam nesta região não são castas de elevada produção, mas têm uma história secular, sendo que de acordo com os historiadores, algumas proveem do século XII na denominada Idade Média. Na segunda metade do século passado iniciou-se um estudo e análise das melhores castas para a produção do Vinho do Douro e Porto, as castas são: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barrouca, Aragonez ou como é conhecida na região Duriense por Tinta Roriz e a Tinto Cão, sendo estas as mais utilizadas pelos produtores. Existem ainda outras castas com bastante expressão nesta região, como por exemplo as castas Trincadeira e Souzão. Nos vinhos brancos as castas utilizadas são Malvasia Fina, Gouveio, Rabigato e Viosinho. Na produção do vinho Moscatel, é usado na região Duriense a casta Moscatel Galego.

Região Vitivinícola da Bairrada

Esta região é muito rica na produção de vinhos, sejam brancos ou tintos, utilizando para tal as castas tradicionais, como por exemplo a Baga ou outras mais internacionais como a Cabernet Sauvignon. As explorações vinícolas da Bairrada são de pequena dimensão sendo que a área vitivinícola desta região não chega ao 10 000 hectares.

A casta de tinto dominante na região é a Baga, que é normalmente plantada nos solos argilosos, sendo que os vinhos produzidos com esta casta são vinhos carregados e ricos em ácidos, mas equilibrados e com bastante longevidade. A introdução de castas internacionais como a Cabernet Sauvignon, a Syrah e Pinot Noir tem uma implantação mais recente, mas partilham os terrenos com outras castas nacionais como a Touriga Nacional ou a Tinta Roriz.

Região Vitivinícola do Dão

(25)

22 As castas implantadas na Região Vitivinícola do Dão são, nos tintos a Touriga Nacional, a Alfrocheiro, Jaen e a Tinta Roriz. Nos Brancos as castas dominantes são a Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina e Verdelho. Os vinhos brancos da região são vinhos frutados, aromáticos e bem equilibrados. Os tintos caracterizam-se por serem encorpados, aromáticos e por ganhar um elevado grau de complexidade com o envelhecimento em garrafa.

Região Vitivinícola da Beira Interior, Távora-Varosa e Lafões

Esta região do interior do país possui solos de origem granítica e xistosa, devido ao relevo acidentado e montanhoso que lhe é característico. As castas que predominam nesta região da Beira Interior são, nos tintos a Tinta Roriz, Bastardo, Marufo, Rufete e a Touriga Nacional, sendo os tintos da região frutados e encorpados. Nos brancos a predominância é das castas Síria, Malvasia Fina, Arinto e Rabo de Ovelha, que são vinhos frescos e aromáticos.

As castas que predominam em Lafões são nos tintos Amaral e Jaen, sendo que este vinho é caracterizado pela sua luminosidade. Nos vinhos brancos as castas são Arinto, Cercial e Rabo de Ovelha. Na sub-região do Távora-Varosa, as castas dominantes são para os tintos, Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Barrouca e Pinot Noir, sendo estes vinhos suaves. Nos brancos as castas dominantes são Malvasia Fina, Cerceal, Gouveio e Chardonnay, sendo estes vinhos frescos. Nesta pequena sub-região predominam os vinhos espumantes.

Região Vitivinícola de Lisboa

A região produz uma grande variedade de vinhos, o que só é possível pela diversidade de relevos que existem e pelos microclimas concentradas em pequenas zonas. O clima que subsiste nesta região é um clima temperado de verões frescos e invernos suaves.

É constituída por nove denominações de Origem que são: Colares, Carcavelos e Bucelas, Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Lourinhã e Óbidos e as Encostas d’Aire.

Região Vitivinícola do Ribatejo

(26)

23 Região Vitivinícola de Setúbal

A Península de Setúbal apresenta dois tipos de paisagens. Uma caracteriza-se pelo seu relevo mais acentuado com vinhas plantadas em solos argilo-calcários, entre os 100 e os 500 metros, aproveitando as encostas da Serra da Arrábida que as protegem do oceano Atlântico. A outra zona, que representa cerca de 80% do total da região, abrange terras planas ou com suaves ondulações, raramente ultrapassando os 150 m de altura. Estes terrenos são compostos por solos de areia, o que os torna bastante pobres mas perfeitamente adaptados à produção de uvas de grande qualidade.

A Península de Setúbal compreende duas Denominações de Origem (Palmela e Setúbal) e a designação de vinhos regionais Península de Setúbal. A maior parte dos vinhos da região utilizam a casta Castelão na sua composição. Esta é a casta tradicional da zona e a legislação para a produção de vinhos DO obriga à utilização de uma percentagem elevada de Castelão. Por exemplo o DO de Palmela tem de ser constituído por 66,7% desta casta. Por vezes, a Castelão é misturada com a casta Alfrocheiro ou Trincadeira.

As castas brancas dominantes na região são a Fernão Pires, a Arinto e, naturalmente a Moscatel de Setúbal, que é utilizada em vinhos brancos e também nos vinhos generosos da Denominação de Origem de Setúbal. As características mais marcantes dos novos vinhos da Península de Setúbal são os aromas florais nos brancos e os sabores suaves a especiarias e frutos silvestres nos tintos.

O vinho generoso de Setúbal elaborado a partir das castas Moscatel e Moscatel Roxo, é um dos mais antigos e famosos vinhos mundiais. O Moscatel de Setúbal é um vinho generoso de excelente qualidade, em especial quando envelhecido durante largos anos em barricas de carvalho. Trata-se de um vinho de aroma muito intenso, a flores de laranjeira, com sabor meloso e cheio, que evolui com a idade para notas de frutos secos, passas e café.

Produzidos em pequena quantidade, os vinhos licorosos elaborados a partir da casta Moscatel Roxo têm características semelhantes ao Moscatel de Setúbal, no entanto são mais finos e apresentam aromas e sabores muito complexos de laranja amarga, passas de uva, figos e avelãs.

Região Vitivinícola do Alentejo

É uma região quente e seca que beneficiou de inúmeros investimentos no sector vitivinícola o que se traduziu na produção de alguns dos melhores vinhos portugueses e consequentemente, no reconhecimento internacional dos vinhos alentejanos. É uma zona muito soalheira permitindo a perfeita maturação das uvas e onde as temperaturas são muito elevadas no Verão, tornando-se indispensável regar a vinha.

(27)

24 ou em grandes planícies e em solos muito heterogéneos de argila, granito, calcário ou xisto. Apesar disso, a pouca fertilidade dos solos é um elemento comum a todos os solos.

Grande parte dos 22 000 hectares de vinha alentejana concentram-se nas oito sub-regiões da Denominação de Origem alentejana: Reguengos, Borba, Redondo, Vidigueira, Évora, Granja-Amareleja, Portalegre e Moura. Na sub-região de Portalegre as vinhas são plantadas nas encostas graníticas da Serra de São Mamede, sofrendo a influência de um microclima (temperaturas são mais baixas devido à altitude). No centro do Alentejo situam-se as sub-regiões de Borba, Reguengos, Redondo e Évora que produzem vinhos bastantes similares. No sul alentejano (mais quente e seco) localizam-se as sub-regiões de Moura, Vidigueira e Granja-Amareleja.

No Alentejo há inúmeras castas plantadas, contudo umas são mais relevantes que outras (seja pela qualidade ou pela área plantada). As castas brancas mais importantes na região são a Roupeiro, a Antão Vaz e a Arinto. Em relação às castas tintas, salienta-se a importância da casta Trincadeira, Aragonez, Castelão e Alicante Bouschet (uma variedade francesa que se adaptou ao clima alentejano).

Os vinhos brancos DOC alentejanos são geralmente suaves, ligeiramente ácidos e apresentam aromas a frutos tropicais. Os tintos são encorpados, ricos em taninos e com aromas a frutos silvestres e vermelhos. Além da produção nas sub-regiões DOC, o Alentejo apresenta uma elevada produção e variedade de vinho regional. Os produtores optam, muitas vezes, por esta designação oficial que permite a inclusão de outras castas para além das previstas na legislação de vinhos DOC. Assim, é possível encontrar vinhos regionais produzidos com Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Syrah ou Chardonnay.

Região Vitivinícola do Algarve

É uma região com um clima muito específico devido à proximidade do mar, contudo também sofre a influência da montanha (serras Espinhaço de Cão, Caldeirão e Monchique). As serras são muito importantes na agricultura algarvia, pois protegem as explorações dos ventos provenientes do norte. Deste modo, o clima é quente e seco com reduzidas amplitudes térmicas e com uma média de 3000 horas de sol por ano.

(28)

25 na replantação das vinhas e demonstrou total adaptabilidade ao clima da região, por isso tem sido muito plantada pelos viticultores. Os vinhos algarvios são suaves e bastante frutados.

Região Vitivinícola da Madeira

A ilha da Madeira tem um clima tipicamente mediterrânico: temperaturas amenas durante todo o ano e baixas amplitudes térmicas, embora a humidade atmosférica seja sempre elevada. Os solos são de origem vulcânica e pouco férteis. O relevo da ilha é muito irregular, por isso as vinhas são plantadas nas encostas de origem vulcânica. A Denominação de Origem Madeira é constituída por cerca de 450 hectares de vinha, onde são plantadas castas tintas e brancas. A casta Tinta Mole é a mais plantada na região, contudo também existem castas mais raras como a Sercial, a Boal, a Malvasia e Verdelho.

Os melhores vinhos da Madeira são aqueles que provêm das vinhas plantadas nas zonas de menor altitude. A casta Malvasia foi aquela que desde tempos seculares se destacou na produção do vinho generoso da Madeira. Além da casta Malvasia utilizam-se, na produção do vinho da Madeira, as castas Sercial, Boal e Verdelho que conferem quatro níveis de doçura ao vinho (doce, meio doce, meio seco e seco).

Região Vitivinícola dos Açores

As temperaturas são amenas durante todo o ano, apesar do elevado nível de precipitação e humidade atmosférica. Deste modo, as vinhas têm de ser plantadas em locais onde fiquem naturalmente abrigadas ou em locais protegidos artificialmente. Os currais são muros de pedras onde se plantam as vinhas que desta forma ficam protegidas do vento e do ar salgado do mar.

As Denominações de Origem Graciosa, Biscoitos (na ilha Terceira) e Pico foram criadas em 1994. Na Graciosa produz-se vinho branco a partir das castas Verdelho, Arinto, Terrantez, Boal e Fernão Pires. Na ilha Terceira, na região de Biscoitos, as castas Verdelho, Arinto e Terrantez são utilizadas para elaborar vinho generoso. As mesmas castas são plantadas no Pico onde se produz o generoso da ilha do Pico, considerado o melhor vinho produzido na região.

2.4.

S

ECTOR NA

E

UROPA E NO

M

UNDO

(29)

26 valor de produção global da União Europeia. Deste modo, Portugal encontra-se na décima primeira posição dos 15 maiores produtores mundiais de vinho como se mostra na Tabela 2.2. Segundos os dados estatísticos da International Organization of Vine and Wine (OIV), a área vitivinícola dos 10 maiores produtores europeus tem-se mostrado constante nos últimos anos, com uma tendência decrescente na maioria dos países como se ilustra na Tabela 2.3.

Milhares de Hectares 2010 2011 2012 Estimativa para 2013

Áustria 46 47 44 44

Alemanha 102 102 102 102

Bulgária 83 81 78 78

Espanha 1.032 1.082 1.018 1.023

França 806 818 800 794

Grécia 110 112 110 110

Hungria 65 68 64 63

Itália 776 795 759 752

Portugal 240 244 236 229

Roménia 204 204 205 205

Total EU-28 3.554 3.654 3.500 3.481

Tabela 2.3 – Tabela adaptada, Área vitivinícola dos 10 maiores produtores Europeus - de 2010 a 2013, Fonte: OIV (Report May 2014)

Nos últimos anos o sector do vinho sofreu profundas alterações a nível mundial, quer devido à entrada de novos países produtores, quer às alterações dos padrões de consumo. Portugal não ficou imune a estas alterações o que levou à atual estagnação do valor gerado pelas exportações de vinhos nacionais (OIV - Report May 2014).

(30)

27

Exportações dentro U.E.

+ extra U.E.

HL Taxa de

Variação jan-dez 2014/2013 2010 2011 2012 2013 2014 HL

Vinho com DO 417.001 439.401 439.350 462.474 501.602 8,5% Vinho com IG 336.822 396.538 404.536 389.716 394.538 1,2% Vinho 1.182.885 1.418.352 1.690.556 1.395.181 1.204.974 -13,6% Vinho Licoroso 700.206 771.562 768.293 734.953 720.772 -1,9%

Porto 663.100 726.662 728.415 696.590 682.795 -2,0%

Madeira 23.165 27.783 26.123 25.366 23.395 -7,8%

Outros 13.942 17.117 13.754 12.998 14.582 12,2%

Vinhos Espumantes e Espumosos

15.546 42.446 28.103 26.960 18.087 -32,9%

Outros Vinhos e Mostos

13.993 10.312 54.876 13.944 12.617 -9,5%

Total 2.666.454 3.078.610 3.385.714 3.023.228 2.852.590 -5,6%

(31)

28

3.

REVISÃO DA LITERATURA

ENQUADRAMENTO COM OS SISTEMAS DE

INFORMAÇÃO

Pretende-se neste capítulo fazer um enquadramento dos sistemas de informação com o negócio e identificar uma estratégia aplicacional realista e inovadora para um sector ainda muito tradicional no que toca ao uso dos sistemas de informação como é o sector vitivinícola português.

3.1.

S

ISTEMAS DE

I

NFORMAÇÃO

Os Sistemas de Informação reúnem, guardam, processam e facultam informação relevante, de modo a torná-la acessível e útil para aqueles que a desejam utilizar (Buckingham, et al. 1987).

Poderão também ser vistos como subsistemas do sistema organizacional global, compreendendo a conceção do modo como é realizada a comunicação da informação e de que formas são executadas as ações de disseminação e transmissão da mesma (Falkenberg, et al. 1996).

Os SI são constituídos por um leque abrangente de componentes que estão inter-relacionados e que são usados no processamento, armazenamento e distribuição de informações relevantes para a tomada de decisão das organizações assim como na sua coordenação e controlo. Além disso, os SI auxiliam na gestão e na análise de problemas, na visualização de processos e assuntos complexos e facilitam a criação de novos e inovadores produtos.

(32)

29 Figura 3.1 – Adaptação das Funções de um SI, Laudon & Laudon (2004)

Segundo Laudon & Laudon (2004) existem fatores ambientais que podem afetar a organização e os SI que nela existem, tais como as agências de regulamentação do setor onde a organização opera, os clientes, os concorrentes ou até mesmo os acionistas. Os SI como meio de transmissão da informação podem ser informatizados ou manuais. Os SI informatizados, são dependentes das tecnologias e dos seus avanços tanto a nível de hardware como de

software, sendo o último o meio de processamento e difusão da informação.

As principais dificuldades que os CIO encontram atualmente nas organizações é a falta de investimento devido aos baixos orçamentos para a área das SI. No entanto, os gestores da área de negócios apresentam projetos de grandes dimensões para implementar na estratégia de negócios das organizações (Pereira et all, 2012). Para os autores, existem diferenças substanciais de opinião entre os gestores e os CIO nas organizações, relacionadas com a importância dos SI e dos investimentos prioritários necessários para que estes possam fornecer um melhor suporte às decisões do negócio.

(33)

30 Figura 3.2 – Perspetiva Empresarial dos SI, Laudon & Laudon (2004)

Para existir um bom entendimento dos SI sobre o modo de utilização destes, é necessário saber como utilizar a organização, a administração e as TI que estão na base dos SI. Todos os sistemas existentes na empresa podem ser descritos como soluções organizacionais e até mesmo administrativas ou ambas. Estes sistemas podem ser essenciais a ajudar as organizações a enfrentar as mudanças que ocorrem nos ambientes nos quais a empresa atua, quer a nível local, nacional ou mundial. Fornecem às organizações ferramentas analíticas que ajudam na gestão das mesmas numa escala global (Laudon & Laudon, 2004).

Segundo os autores, os SI são as bases de novos e inovadores produtos e serviços que são baseados nas economias do conhecimento, ajudando as organizações na forma de gerir o conhecimento adquirido. Além disso, os SI facilitam a gestão na organização reduzindo o número de níveis organizacionais da empresa, permitindo aos gestores uma melhor forma de supervisionar um número maior de colaboradores, fornecendo ao mesmo tempo uma forma de os colaboradores terem uma maior capacidade tomar decisões.

3.2.

S

ISTEMAS DE

I

NFORMAÇÃO NO

S

ECTOR

V

ITIVINÍCOLA

(34)

31

3.2.1.

Software

de gestão

Existem atualmente no mercado vários sistemas de software de gestão no mercado com

aplicação ao sector vitivinícola.

O Wine Management Systems, que é uma solução de software dedicado exclusivamente à indústria vitivinícola. Este software tem abrange múltiplos campos da gestão, como a utilização de CRM (Customer Relationship Management), o controlo na gestão de vinhas ou adegas, utilização de software de irrigação, controlo de produção (lotes, stocks),

funcionalidades de gestão comercial (compras e vendas), as funcionalidades de gestão para provadores de vinho, clubes de associados do vinho, comércio eletrónico (e-commerce) e no

planeamento e controlo financeiro.

O JD Edwards Products da Oracle Corporation, mais especificamente o JD Edwards EnterpriseOne é um produto desenvolvido pela Oracle principalmente direcionado para o mercado alimentar e de bebidas e, por isso, pode ser utilizado como suporte ao setor vitivinícola. Este software possui uma solução integrada em ambiente web, utilizando uma

base de dados centralizada que permite um elevado desempenho às necessidades dos clientes. Deste modo, permite aos produtores do setor vitivinícola fazerem uma gestão controlada de todos os atributos que estão envolvidos na sua atividade, como por exemplo gestão do inventário, o processo de engarrafamento e gestão de contratos.

Outro software de gestão que também pode ser utilizado é o VinoTEC que é um software

integrado desenvolvido sobre a plataforma ERP da Microsoft Corporation, o Microsoft Dynamics Nav. Este software permite tanto a gestão de todos os processos de produção como da parte administrativa, da área de negócio, incluindo também uma parte para o e-commerce. Atualmente existe uma versão para pequenas e médias empresas vitivinícolas o VinoTEC Small Suite que serve de suporte à gestão financeira, gestão de vendas e de compras, gestão dos

stocks e gestão de produção e da rastreabilidade.

Já a nível nacional o software de Gestão que é mais amplamente utilizado é o ENOGESTÃO® - Solução Integrada de gestão de Adegas, da FZ AGRO.GESTÃO - Software, consultoria e

formação. Este é um software apesar de ter sido desenvolvido para produtores/engarrafadores de pequena e média dimensão pode também ser utilizado pelas grandes empresas do sector. O desenvolvimento desta aplicação teve o intuito de dar apoio aos mais variados âmbitos: gestão económica, técnica e administrativa da vinha e da adega. Este software permite ao seu utilizador aceder às seguintes funcionalidades:

 Recepção de uvas com possível ligação a balanças digitais;  Lançamento simplificado de operações enológicas complexas;  Lotes - edição e gestão integral;

 Registo de análises foliares, uvas, vinhos e ficha de prova - listagens e gráficos;  Rastreabilidade/traceabilidade - incluindo todos os fatores de produção de

(35)

32  Gestão de stocks;

 Janela de representação gráfica dos depósitos que permite rápida consulta e edição de toda a informação relacionada;

 Ensaios de Loteamentos;

 Avisos de capacidade de depósito, mistura de categorias e rutura de stock;  Apoio na elaboração dos relatórios do Ponto Verde;

 Listagens totalmente parametrizáveis (exportáveis para Excel e Access).

Também se encontra neste software funcionalidades das seguintes aplicações:  AGROGESTÃO® - Produção, Comercial e Salários;

 ENOVINDIMA - Recepção de uvas;

 ENOCONTAS - Contas correntes segundo o IVV;  AGROEAN - Emissão de Etiquetas Logísticas (EAN 128).

O ENOGESTÃO® é uma ferramenta para implementação de sistemas de gestão de segurança alimentar quer sejam de AUTOCONTROLO, HACCP, ou outros processos de certificação de qualidade. Permite a recolha, organização e sistematização de informação referente ao processo de produção, de acordo com o que for pré-determinado, facilitando a análise dessa informação e consequente apuramento de conclusões. Este software pode ainda ser integrado

com as outras aplicações:

AGROPDA - Recolha e controlo da informação de campo;

INTEGRADOR ERP - Integração com qualquer tipo de ERP - Ex: Primavera (certificado), ArtSoft, Eticadata, SAGE, PHC.

3.2.2.

E-commerce

A definição para e-commerce mais comum é a compra e venda de produtos e/ou serviços, utilizando para o efeito as redes eletrónica de dados como a Internet. Estas transações podem ser realizadas quer entre empresas, quer entre os consumidores finais e as empresas que fornecem os produtos e/ou serviços, quer ainda entre o setor publico e o setor privado (Gonçalves et al, 2008).

(36)

33 Os avanços tecnológicos ocorridos nos últimos anos proporcionaram o aparecimento de um ambiente no qual as organizações se viram forçadas a encontrar soluções para conseguirem competir mais eficazmente nos seus mercados de atuação. A utilização da internet como meio de divulgação e de obtenção de oportunidades de negócio tornou-se na forma mais fácil de entrada em novos mercados e possibilitou a aproximação a novos clientes. Facilitou, também, a obtenção de relações com novos fornecedores e possibilitou a obtenção de novas parcerias e realização de novas alianças, com a exploração de novos produtos e serviços. Todos estes benefícios sem os problemas das limitações geográficas e temporais, alterando a forma convencional de como eram realizados os negócios (Gonçalves et al, 2008).

Apesar de todos estes benefícios e problemas, é necessário avaliar os níveis de maturidade no uso dos SI nas organizações. Estes estudos são uteis na obtenção do posicionamento atual e futuro sobre o nível de maturidade da organização na área de comércio eletrónico (e-business) (Morais et al, 2007). De acordo com Morais et al (2007), a compreensão pela organização da forma como a sua área de comércio eletrónico está a evoluir, permite a que as estas possam desenvolver e planear mais eficazmente as suas estratégias para os SI.

A utilização do e-commerce não é uma exceção à realidade atual, porque apesar do muito

mediatismo inicial e os lucros rápidos obtidos por muitas organizações .com, os resultados

desses investimentos em e-commerce nem sempre obtiveram os valores pretendidos, revelando-se em muitos casos dececionantes (Gonçalves et al, 2008).

O e-commerce é uma área para a qual muitas das empresas do setor vitivinícola ainda não se dedicam. Apesar de a grande maioria dos produtores já possuírem site na internet, poucas são as que possuem uma área do seu site dedicado exclusivamente à venda de vinho e / ou produtos vitivinícolas. No entanto, a Adega Mayor – região do Alentejo é exemplo do contrário

(http://www.adegamayor.pt) pois tem uma área dedicada à venda online dos seus produtos,

vinhos e azeite, com várias hipóteses de compra. Na região do Douro é comum os produtores terem sites bastante apelativos, sendo que quase todos têm como base do site a língua Inglesa. Porém, à semelhança das restantes regiões, são poucos os produtores que utilizam as potencialidades dos seus endereços na internet para o e-commerce. Destaca-se a Niepoort

Vinhos, com o endereço http://www.niepoort-vinhos.com/pt/index.html que também uma loja online.

Por sua vez, existem alguns distribuidores de bebidas com sites online para a comercialização também de vinho. A Garrafeira Nacional que no endereço http://www.garrafeiranacional.com

vende na sua maioria vinhos nacionais e outras bebidas alcoólicas é um bom exemplo de e-commerce. Um outro bom exemplo de e-commerce é a Portugal Nectar no endereço

http://www.portugalnectar.com promove o vinho nacional além-fronteiras. Esta empresa foi

fundada por um português embora esteja sediada na Holanda.

(37)

34

Eight Wine Ecommerce Sites for Unique and Interesting Wines”, alguns dos melhores sites para compra de vinho online são as que estão descritas na tabela 3.1.

Empresas Internacionais E-commerce

Crushpad Wines http://thewinefoundry.com/

Wine.com http://www.wine.com/

Tasting Room https://www.tastingroom.com/wines Accidental Wine Company http://accidentalwine.com/

Plonk Wine Merchants http://www.plonkwinemerchants.com/ Wine Monger http://www.winemonger.com/

Chambers Street Wines https://chambersstwines.com/

Tabela 3.1 – Where to Buy Wine Online: The Top Eight Wine Ecommerce Sites for Unique and Interesting Wines, Fonte: Forbes Online 2011

3.2.3.

Outros

software

s

Outros sistemas como o Agrifootprint® (http://www.agri-footprint.com) baseados em

Sistemas de Informação Geográfica (GIS), permitem às empresas gerir os terrenos através de um sistema de gestão rico em recursos aplicável a cada parcela de terreno disponível e também às suas culturas. O funcionamento do sistema baseia-se no upload de uma

representação geográfica da parcela do terreno em questão, sendo em seguida colocado no programa a cultura que aquela parcela contém. Com isto o sistema consegue manter registo dos gastos e do consumo de recursos, assim como dos produtos resultantes da referida parcela do terreno, por um período de tempo definido. Os relatórios podem ser gerados em diversos formatos, facilitando assim o controlo e a gestão dos custos de produção. Representações gráficas dos dados obtidos das culturas podem ser usados nos relatórios para que o utilizador possa ter uma melhor visualização da informação para uma determinada cultura.

Agrifootprint® (http://www.agri-footprint.com) contém na sua base de dados

aproximadamente:  30 culturas;

 100 produtos (intermediário) de transformação;  80 compostos para alimentação animal;

 35 produtos alimentares;  4 sistemas de produção animal;

(38)

35 Agrifootprint® pode ser utilizado para:

 Definir nutrição sustentável;  Numa análise de hot-spot;

 Numa declaração do produto ambiental (EPD)  A triagem Produto Pegada Ambiental (PEF)

 Um produto (comparativo) de Avaliação do Ciclo de Vida (LCA);

O desenvolvimento deste tipo de software baseou-se em metodologias Agile, tais como SCRUM e a Prototipagem Evolutiva.

3.3.

A

LINHAMENTO DOS

S

ISTEMAS DE

I

NFORMAÇÃO COM O

N

EGÓCIO

São muitos os gestores empresariais que durante as últimas décadas procuram corresponder os investimentos em tecnologia com as reais necessidades das suas empresas, de modo a que estes investimentos tragam, além de uma racionalização dos custos em investimento com tecnologias. As tecnologias como fonte de mais-valias e inovação ao negócio, através da utilização das TI (Porter, Millar, 1985; Ives et al, 1993; Henderson, Venkatraman, 1993; King, 1995; Maes et al, 2000). Para ir de encontro a esta necessidade tem sido proposto e implementado o conceito de alinhamento entre as necessidades e objetivos do negócio com as TI. Este alinhamento é designado por muitos autores e investigadores de Alinhamento Estratégico entre Negócio e Tecnologias de Informação.

Os sistemas de informação e as tecnologias de informação têm sido usados como um meio de influência para certo tipo de negócios, como forma de otimizar a fusão de empresas, na reestruturação de indústrias e como forma de facilitação da competitividade global.

Existem já definidos diversos modelos que podem se adequar ao sector em vitivinícola em estudo.

3.3.1.

Modelo Alinhamento Estratégico de Henderson e Venkatraman

Imagem

Tabela 2.1 - Evolução da produção Total por Região, valores em volume (hl) Fonte: IVV, IP  Na  tabela  2.1,  observa-se  a  evolução  da  produção  total  de  vinho  (valores  em  hl)
Figura 2.1  –  Distribuição geográfica das regiões vitivinícolas, Fonte: Infovini, 2014
Tabela 2.3  –  Tabela adaptada, Área vitivinícola dos 10 maiores produtores Europeus - de 2010  a 2013, Fonte: OIV (Report May 2014)
Tabela 2.4  –  Tabela adaptada, exportações Portuguesas para e U.E. e extra U.E., fonte IVV, IP
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Referências

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