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Minas Gerais nos Setecentos e nos Oitocentos Colonial e Joanino

No documento GEOMORFOTOPÔNIMOS HISTÓRICOS (páginas 50-55)

Fonte: Adaptado de Santos, Seabra e Costa. (2016)

Durante o período Colonial foi necessário, também, o estabelecimento de vilas, as- sim como a demarcação de seus respectivos termos38 “consubstanciando arraiais e freguesias

em vastas porções territoriais, submetidos a aparatos regulatórios da vida cotidiana urbana e rural” (MORAES, 2007, p.78).

O estabelecimento e manutenção das vilas incluía além dos interesses econômicos: “o elemento humano para o exercício das funções públicas e um nível de cultura suficiente para a formação do espírito comunitário”, afirma Joaquim Ribeiro Costa (1993, p.16), “com base nos princípios morais que deviam informar a vida social do Brasil desde o início de sua coloni- zação”. Contudo, devido à ausência dessas e outras condições, de ordem política, apenas 15 vilas e 1 cidade (Mariana) foram criadas durante o período Colonial setecentista na Capitania

denominados donatários e capitães-governadores das Capitanias. (SANTOS, FARIA, COSTA, 2017. Disponível em <http://www.repositoriotoponimia.com.br/creditos>. Acesso em: jul. 2018).

37 Para compreender a correspondência entre o território que as Comarcas compreendiam e o atual território mi-

neiro, é necessário explicitarmos as divisões regionais do estado de Minas Gerais. Para isso, explicamos sobre o assunto e apresentamos a correspondência mencionada no subtópico intitulado “As Comarcas e o atual território mineiro” deste capítulo.

38 Termo era o espaço territorial de jurisdição de uma vila ou cidade. (CÓDICE COSTA MATOSO, 1999, p.124,

de Minas Gerais. A vila de Baependi e São Carlos do Jacuí foram criadas em 1814, ou seja, transcorreu-se o período de treze anos sem criação de novas vilas na Capitania mineira. A cri- ação dessas últimas vilas citadas corresponde ao período Colonial, todavia, diferenciado do período anterior devido a presença da Corte no Brasil (1808). Os intervalos entre as criações das vilas são evidenciados por meio do seguinte gráfico:

Gráfico 1 – Cidade e Vilas de Minas Gerais: o ritmo de criação

Fonte: Santos, Seabra e Costa. (2016)

Mariana, além de ser a primeira vila a ser criada, foi a única a receber o título de cidade durante todo o período Colonial (23/04/1745). De acordo com Joaquim Ribeiro Costa (1993, p.54), o que justifica os foros de cidade a Mariana foi a criação da Diocese, cuja sede, não podia ser em uma vila.

Figura 4– Vista de Mariana no período Joanino: Aquarela esboçada por J. E. Pohl39 e completada e

corrigida por Thomas Ender40, ambos participantes da Missão Austríaca41.

Fonte: Costa et al. (2004, p.96)

Traços do relevo compõem o cenário das atividades de extração, tendo em vista que metais eram encontrados em rios e ribeirões e nas encostas como informam Romeiro e Botelho (2004, p.237) e, inclusive por isso, muitos povoados surgiam nesses locais.

39 Johann Emanuel Pohl era naturalista austríaco, formado em medicina e botânico. Escreveu a obra “Viagem no

Interior do Brasil. Empreendida nos Anos de 1817 a 1821 e Publicada por Ordem de Sua Majestade o Imperador da Áustria Francisco Primeiro” durante a expedição científica ao Brasil, em 1817. Maiores informações em: POHL, Johann Baptist Emanuel. Viagem no interior do Brasil: empreendida nos anos de 1817 a 1821 e publicada por ordem de sua majestade o imperador da Áustria Francisco Primeiro. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1951.

40 Thomas Ender (1793-1875) foi um pintor também austríaco. Durante os dez meses em que esteve no Brasil

Ender enveredou-se pelas paisagens brasileiras, retratando por meio de suas pinturas panoramas do litoral e cenas urbanas. Maiores informações sobre Thomas Ender e suas obras são apresentadas no site Enciclopédia Itaú Cul-

tural. Disponível em < http://enciclopedia.itaucultural.org.br/> Acesso em: 3 de nov. 2018.

41 A Missão correspondeu a de Pohl, Ender e outros estudiosos ao Brasil motivada pelo casamento da arquiduquesa

Leopoldina (1797-1826) da Áustria com o Príncipe Regente Pedro de Alcântara (1798-1834), para que registras- sem informações sobre o Brasil.

Figura 5– Lavras de ouro e diamante em Minas Gerais nos séculos XVIII e XIX: a imagem evidencia a presença de traços do relevo como integrantes desse cenário.

Fonte: Costa et al. (2004, p.101)

A imagem apresentada, a seguir, evidencia mondéos, ou tanques de decantação, construídos nas encostas, utilizados na concentração do ouro:

Figura 6– Mondéos ou tanques de decantação: essa atividade corresponde à técnica de extração do ouro e diamantes nos séculos XVIII e XIX.

Fonte: Costa et al. (2004, p.106)

2.1.1 As Comarcas e o atual território mineiro

Para compreender a relação entre o território que as Comarcas compreendiam e o atual território mineiro é necessário explicitarmos a atual divisão regional do estado de Minas Gerais. Porém, como a atual divisão foi publicada recentemente, em 2017, achamos pertinente apresentar, também, a divisão anterior, publicada em 1990:

• As mesorregiões e as microrregiões de Minas Gerais

Em 1989 foi aprovada, pela Presidência do IBGE (resolução PR-51 de 31/07/89), publicada em 1990, a Divisão Regional do Brasil em mesorregiões e microrregiões42. Desse modo, conforme estabelecido pelo IBGE, o território de Minas Gerais estava dividido regional- mente em 12 mesorregiões e 66 microrregiões:

42 FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Divisão regional do

Brasil em mesorregiões e microrregiões geográficas. Rio de Janeiro, 1990. v. 1. Disponível em: <https://biblio-

teca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/DRB/Divisao%20regional_v01.pdf>. Acesso em: 3 nov. 2018.

✓ Mesorregiões: Campo das Vertentes, Central Mineira, Jequitinhonha, Metropolitana de Belo Horizonte, Noroeste de Minas, Norte de Minas, Oeste de Minas, Sul/Sudoeste de Minas, Triângulo Mineiro/ Alto Parana- íba, Vale do Mucuri, Vale do Rio Doce, Zona da Mata.

✓ Microrregiões: Barbacena, Lavras, São João Del Rei, Bom Despacho, Curvelo, Três Marias, Almenara, Araçuaí, Capelinha, Diamantina, Pedra Azul, Belo Horizonte, Conceição do Mato Dentro, Conselheiro Lafaiete, Itabira, Itaguara, Ouro Preto, Pará de Minas, Sete Lagoas, Paracatu, Unaí, Bocaiúva, Grão Mogol, Janaúba, Januária, Montes Claros, Pirapora, Sali- nas, Campo Belo, Divinópolis, Formiga, Oliveira, Piumhi, Alfenas, An- drelândia, Itajubá, Passos, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí, São Lourenço, São Sebastião do Paraíso, Varginha, Araxá, Fru- tal, Ituiutaba, Patos de Minas, Patrocínio, Uberaba, Uberlândia, Nanuque, Teófilo Otoni, Aimorés, Caratinga, Governador Valadares, Guanhães, Ipatinga, Mantena, Peçanha, Cataguases, Juiz de Fora, Manhuaçu, Mu- riaé, Ponte Nova, Ubá, Viçosa.

No documento GEOMORFOTOPÔNIMOS HISTÓRICOS (páginas 50-55)