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Mobilidade tecnológica e a relação do professor com o saber

No documento Marta do Carmo Silva (páginas 71-84)

[...] o que precisamos reter em nossas mentes é que vivemos em um tempo em que não há lugar para a nostalgia. A velocidade tomou conta do mundo e se há uma área da ação humana que não permite que fiquemos à janela vendo a banda passar, essa área é a da educação (SANTAELLA, 2013, p.126).

É discurso comum e parece um tanto óbvio que, apesar de todo encantamento que as tecnologias proporcionam, o importante é o uso que se faz delas e como elas podem ajudar a melhorar os processos de ensino e

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aprendizagem. Como bem coloca Gabriel (2013, p. 7), tecnologia não é diferencial, mas o modo como a utilizamos sim.

Diante dos inúmeros movimentos que surgiram na informática educacional, os professores têm se posicionado de diferentes formas: da ideia que a tecnologia um dia poderia substitui-lo ao temor de não dominá-la tanto quanto o aluno, o professor tem sido desafiado constantemente e talvez o maior desafio esteja por ser encarado: lidar com as tecnologias móveis, interativas, acessíveis, conectadas com o mundo e que estão cada vez mais presente na sociedade e na vida do cidadão. Não há escapatória e como afirma Santaella (2013, p.20), “os riscos têm que ser assumidos [...] devemos sumariamente evitar o sonambulismo tecnológico cujo lema é deixar passar para ver como é que fica”.

É certo que o mundo encolheu ao mesmo tempo em que a percepção do homem expandiu (DOLORES; ALEGRETTI, 2012). A internet nos permite encontrar respostas imediatas para variados assuntos. Acessar informação de qualquer hora ou lugar está ficando cada vez mais fácil e acessível. Os computadores estão cada vez mais leves, menores, sem fios e mais conectados do que nunca, a exemplo dos

smartphones. 19

Segundo dados do IDC20 Brasil, no terceiro trimestre de 2013, foram comercializados 17,9 milhões de aparelhos celulares no país e, desse total, 10,4 milhões eram smartphones, representando um crescimento de 147% frente ao mesmo período no ano passado e 20% em relação ao segundo trimestre de 2013. Já os aparelhos convencionais tiveram uma queda de 33% em relação a 2012 e de 5% na comparação com o trimestre passado.

Ainda segundo previsões da IDC, a venda de tablets deve superar a de notebooks pela primeira vez, mostrando a importância dos tablets e os smartphones no mercado brasileiro.

19 Smartphone é um telemóvel com funcionalidades avançadas que podem ser estendidas por meio de programas executados por seu sistema operacional. Os sistemas operacionais dos smartphones permitem que desenvolvedores criem milhares de programas adicionais, com diversas utilidades. Geralmente um smartphone possui características mínimas de hardware e software, sendo as principais a capacidade de conexão com redes de dados para acesso à internet, a capacidade de sincronização dos dados do organizador com um computador pessoal. Fonte: Wikipedia.

20 IDC é a empresa líder em inteligência de mercado e consultoria nas indústrias de tecnologia da informação, telecomunicações e mercados de consumo em massa de tecnologia. Analisa e prediz as tendências tecnológicas para que os profissionais, investidores e executivos possam tomar decisões de compra e negócios nestes setores. http://www.idcbrasil.com.br/

71 O mercado brasileiro de PCs encerrou dezembro com queda de 9% em relação ao mesmo período do ano passado, e 18%, se comparado ao mês anterior, segundo relatório mensal de vendas de PCs da IDC (IDC Monthly PC Tracker, 2014, informação eletrônica).

Segundo o IBGE, a população brasileira em 2014 é de 202.607356 milhões de habitantes.

Dados da Anatel indicam que o Brasil começou 2014 com 272,4 milhões de celulares, o que representa 136,99 celulares/100 habitantes21. A Figura 4 nos mostra a tendência do mercado para 2014.

Figura 4: O Mercado em 2014

Fonte: O Estado de São Paulo (Fevereiro, 2014). Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/radar- tecnologico/2014/02/05/2014-o-ano-dos-tablets-e-dos-smartphones/>. Acesso em: 10 mai. 2014.

O panorama acima nos faz pensar o quanto esses dispositivos móveis estão presentes na vida dos cidadãos e, portanto, também nas escolas, nas mãos de alunos e professores. Esses aparelhos agregam funções de voz e dados, compatíveis com os desktops, expressando a convergências das mídias, ou seja, ao mesmo tempo que é telefone, acessa a internet, é máquina fotográfica, filmadora,

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GPS entre tantas outras funções, além de permitirem que a informação esteja disponível na palma da mão, a qualquer hora e lugar.

A banda larga de internet permitiu a importante mudança de “estar conectado” para “ser conectado”. “Estar” conectado significa que você eventualmente entra e sai da internet [...]. ”Ser” conectado significa que parte de você está na rede – você vive em simbiose com ela. (GABRIEL, 2013, p. 15).

E o que fazer para que isso não seja uma ameaça para as aulas centradas na figura do professor, sem que seja preciso lançar mão de uma lei que proíbe usos de celular para, segundo o autor do projeto, “garantir a qualidade do ensino”? Como usar o potencial dessa tecnologia a favor de uma aula melhor?

As tecnologias têm se mostrado capazes de instigar alunos e professores a fazer novas descobertas e ter um novo olhar sobre para os processos de aprendizagem.

Os avanços da tecnologia e a convergências22 das mídias permitiram que os computadores passassem de dispositivos fixos, normalmente comunitários, a dispositivos móveis e pessoais [...] (PEÑA; ALLEGRETTI, 2012, p. 105).

Assim, dois conceitos são fundamentais para se discutir a educação na sociedade contemporânea: mobilidade e ubiquidade23.

A mobilidade é permitida pelo uso dos dispositivos móveis 24 que disponibilizam comunicação e informação em qualquer lugar e a qualquer hora e traz consigo o conceito de ubiquidade, ou seja, estar em todas as partes em qualquer tempo, onipresente.

[...] o desenvolvimento tecnológico me levou à convicção de que a condição contemporânea de nossa existência é ubíqua. Em função da hipermobilidade, tornamo-nos seres ubíquos. Estamos ao mesmo tempo,

22 Convergência ocorre quando tecnologias que eram anteriormente usadas de forma separada (como voz, vídeo, dados etc.) passam a compartilhar o mesmo meio e interagem umas com as outras de forma sinergética, criando novas funcionalidades (GABRIEL, 2013, p. 80).

23 Atributo ou estado de algo ou alguém que se define pelo poder de estar em mais de um lugar ao mesmo tempo.

24 Dispositivos móveis são definidos como qualquer equipamento ou periférico que pode ser transportado com informação que fique acessível em qualquer lugar. Ex:, palms, laptops, ipads, até mesmo os pendrives e, certamente, os celulares multifuncionais. Por meio desses dispositivos, que cabem na palma de nossas mãos, à continuidade do tempo se soma a continuidade do espaço: a informação é acessível de qualquer lugar (SANTAELLA, 2013).

73 em algum lugar e fora dele. Tornamo-nos intermitentemente pessoas presentes-ausentes. Aparelhos móveis nos oferecem a possibilidade de presença perpétua, de perto ou de longe, sempre presença. Somos abordados por qualquer propósito a qualquer hora e podemos estar em contato com outras pessoas quaisquer que sejam suas condições de localização e afazeres no momento, o que nos transmite um sentimento de onipresença. Corpo, mente e vida ubíquas. Sem dúvida isso traz efeitos colaterais, certo estado de frenesi causado pelo pardoxo da presença e ao mesmo tempo de reviravolta constante nas várias condições físicas, psicológicas e computacionais (SANTAELLA, 2013, p. 16).

Segundo Mc Luhan (apud PEÑA; ALEGRETTI, 2012, p. 99), os meios são a extensão de nós mesmos e a extensão de nossos sentidos. Assim, a sociedade como um todo passa a ser um espaço privilegiado de aprendizagem (MORAN, 2007) já que aprender poderá se dar em qualquer lugar e a qualquer hora, independente do espaço físico da escola. Isso requer repensar uma nova dinâmica para a sala de aula.

As tecnologias móveis trazem enormes desafios para os currículos escolares estruturados em disciplinas estanques, em tempos de aula definidos, em registros baseados no lápis e papel, em aulas centradas na figura do professor como “provedores primordiais da educação” (GABRIEL, 2013, p. 4).

[...] a ecologia midiática hipermóvel e ubíqua afeta, sobretudo, a cognição humana. Ao afetar a cognição, produz repercussões cruciais na educação. Novas maneiras de processar a cultura estão intimamente conectadas a novos hábitos mentais que, segundo o pragmatismo, desaguam em novos modos de agir. Os desafios apresentados por essa emergências deveriam colocar sistemas educacionais em estado de prontidão (SANTAELLA, 2013, p. 18-19).

Quando o aluno tem a possibilidade de buscar a informação e o conhecimento em qualquer outra fonte que esteja ao seu alcance, a qualquer momento, inclusive enquanto a aula acontece, a relação com o conhecimento passa a ser outra. Quando o aluno passa a ter acesso a qualquer informação, o professor deixa de exercer a função de filtro de conteúdo (GABRIEL, 2013, p.16). O professor precisa pensar em como as tecnologias poderão ajudar seus alunos a serem pessoas autônomas em uma sociedade digital, buscando novas formas de ensinar a pensar, analisar, criar, associar informações e aplicar; precisa ensinar o aluno a aprender.

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O professor precisa ter ciência que hoje não é mais a única fonte do saber, pois compartilha essas capacidades com hipertextos e com tecnologias que facilitam e permitem o acesso em qualquer hora e em qualquer lugar.

As formas de ensinar não atendem mais as necessidades de uma geração conectada que tem a sua disposição informação e comunicação a qualquer hora e lugar. Essa geração não precisou aprender a dominar as máquinas; nasceu com a TV, computador e comunicação rápida. “Eles já vieram equipados com a tecnologia wireless, conceito de mobilidade e capacidade de convergência”, diz a psicóloga Tânia Casado, coordenadora do Programa de Orientação de Carreiras (Procar) da Universidade de São Paulo. “Usam uma linguagem veloz, fazem tudo ao mesmo tempo e vivem mudando de lugar” (LOIOLA, 2009).

Ao mesmo tempo em que estudam, são capazes de ler notícias na internet, checar a página de relacionamento, escutar música e ainda prestar atenção na conversa ao lado. Para eles, a velocidade é outra. Os resultados precisam ser mais rápidos e os desafios, constantes. Não dá para imaginar, portanto, que na escola o aluno ainda deva apenas escutar uma aula.

O barateamento da tecnologia, a facilidade de acesso a internet, a convergência das mídias, vem transformando a comunicação entre os jovens e a instalação da cultura digital. Estar constantemente conectado na internet é condição natural da maioria de nossos jovens, o mundo virtual é parte integrante da vida deles (PEÑA E ALLEGRETTI, 2012, p. 104).

Considerando a familiaridade que os alunos possuem e a potencialidade de interações que os ambientes virtuais proporcionam, não é possível pensar em um sujeito passivo frente aos objetos de aprendizagem.

Para a geração Z ou nativos digitais25, o mundo sempre foi assim (GABRIEL, 2013, p. 89), tecnológico, rápido, em que uma infinidade de coisas acontece ao mesmo tempo, em que se começa em uma coisa e termina em outra, vida conectada o tempo todo.

No entanto, toda vasta gama de informações disponível nos ambientes virtuais, fácil e rapidamente acessáveis a qualquer hora e lugar, não é garantia de

25 É a definição sociológica para definir geração de pessoas nascidas a partir do início da década de 2000.

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aprendizagem se o aluno não souber buscá-las, selecioná-las, relacioná-las enfim. Gabriel (2013, p.104) afirma:

em um contexto sobrecarregado de informações, a principal habilidade passa a ser como escolher a informação correta em cada situação, como validar, organizar, extrair e solucionar problemas.

Nesse contexto, aprender a aprender é importante e o papel do professor é imprescindível como organizador desse processo, auxiliando os alunos a escolherem os filtros certos para organizar suas experiências e os capacitando para organizar e atribuir significado e sentido à informação tão facilmente adquirida.

Professores e alunos precisam buscar novas formas de pensar e de conduzir o complexo processo de ensino e aprendizagem. A aprendizagem acontece, também, por meio da ajuda entre iguais, principalmente por meio de um processo de prática continuada que normalmente se conhece como aprender fazendo. Os professores deveriam aproveitar a motivação e habilidades que essa geração tem ao usar as tecnologias a favor de uma aprendizagem significativa.

Finalizamos com uma citação de Silva ( 2009, p.34) que sintetiza este capítulo:

Diante no novo contexto sociotécnico, a docência interativa requer a morte do professor narcisicamente investido de poder. Expor sua opção crítica à intervenção, à modificação, requer humildade para aprender com a dinâmica comunicacional das interfaces online e dialogar com o novo espectador. Esse desafio supõe a formação continuada e específica.

76 5 REVELANDO CONCEPÇÕES E CONTEXTOS

[...] chega um momento quem que o acúmulo de pequenos ajustes nas formas culturais para aprender e ensinar não é mais suficiente e é necessário fazer uma verdadeira reestruturação, uma mudança radical das estruturas e hábitos anteriores. Mas também sabemos que essa reestruturação somente será possível quando tivermos construído uma teoria ou modelo alternativo que de alguma maneira integre o que havia antes. É daí que surge a perplexidade atual do nosso sistema educacional, que navega entre a crise constante e a introspecção, cada vez mais consciente de que o que havia antes não vale mais, mas sem saber muito bem o que é o novo, porque conhecemos somente os primeiros brotos, o germe dessas formas de pensar, de comunicar-se: em resumo, de conhecer (MONEREO; POZO, 2010, p. 97).

Buscamos, a partir do relato de professores usuários de tecnologias, investigar se o fato de o professor ser um usuário experiente das tecnologias, garante em sua prática docente uma mediação desses recursos de forma a promover um ambiente rico em colaboração, compartilhamentos e participação ativa do aluno na construção de conhecimentos.

Adotamos a pesquisa exploratória na tentativa de compreender o contexto da situação que pretendemos investigar e, nessa busca, foram adotados dois instrumentos: questionário e pesquisa.

O questionário foi enviado para sessenta professores em exercício em sala de aula, provenientes de escolas particulares e públicas, de qualquer nível de ensino. Dos sessenta sujeitos para os quais o questionário foi enviado, recebemos vinte e quatro devolutivas.

A abordagem do questionário, com seis questões de múltipla escolha, privilegiou informações que pudessem indicar bons usuários de tecnologias o que foi determinante para se chegar à população que seria entrevistada e que pudesse dar contribuições para o problema da pesquisa.

Por se tratar de um questionário anônimo, no final, perguntamos se o entrevistado nos concederia uma entrevista caso fosse necessário, sendo que em caso positivo, deveria identificar-se, deixando telefone ou e-mail para contato.

A primeira questão mostra que 100% dos professores que responderam ao questionário fazem uso da tecnologia com conexão à internet no seu cotidiano.

77 Gráfico 5 - Questão 1 - Tecnologias conectadas a Internet fazem parte do seu cotidiano?

Alternativas Respostas %

1 Sim 24 100%

2 Não 0 0%

Total 24 100%

Fonte: http://www.qualtrics.com/

Todos os professores possuem mais de um dispositivo, sendo que o notebook é o mais utilizado, seguido pelo tablet e pelo celular (smartphone).

Gráfico 6 - Questão 2 - Você possui algum dos dispositivos abaixo? Qual (pode selecionar mais de uma opção): Alternativas Respostas % 1 Smartphone 17 71% 2 Tablet 18 75% 3 Notebook 22 92% 4 Netbook 8 33% 5 Outros (Quais?) 2 8% Outros (Quais?) Consoles PC, iPod, 3DS Fonte: http://www.qualtrics.com/

Os dispositivos apontados no gráfico anterior – smartphone, tablet, notebook, netbook - estão todos conectados à internet.

78 Gráfico 7 - Questão 3 - Quais dispositivos você possui com conexão à internet?

Alternativas Respostas % 1 Computador Desktop 7 29% 2 Notebook 22 92% 3 Netbook 8 33% 4 Tablet 18 75% 5 Celular 20 83% 6 Outros (Quais?) 3 13% Outros (Quais?) consoles TV Televisão Fonte: http://www.qualtrics.com/

96% dos pesquisados utilizam os dispositivos conectados à internet para pesquisar, ler e responder a e-mails, seguido por 88% que utilizam para geolocalização e envio de mensagens instantâneas. As respostas do Gráfico 9 mostram os diversos usos que fazem dos dispositivos, sendo a maioria dependente de conexão.

79 Gráfico 8 - Questão 4 - Você usa dispositivos com tecnologia móvel para (pode selecionar mais de uma opção):

Alternativas Respostas %

1 Pesquisar na internet em buscadores (Google, Bing...)

23 96%

2 Geolocalização (Waze, Google Maps...)

21 88%

3 Acessar redes sociais (Facebook, Orkut, Linkedin, Twitter)

20 83%

4 Receber e enviar mensagem instantânea (SMS, Skype, Google Talk...)

21 88%

5 Ler e responder e-mail 23 96%

6 Compartilhar informações (Google Drive, Dropbox, Onedrive...)

12 50%

7 Jogar 11 46%

8 Baixar música, ouvir musica 14 58%

9 Fotografar 18 75%

10 Outros (Quais?) 4 17%

Outros (Quais?) meteorologia

Agenda de compromissos

Uso o aplicativo Evernote para organizar informações relacionadas a minhas atividades profissionais

Leitura, agenda familiar integrada, planejar aulas, fazer anotações, chamar e pagar taxi, fazer compras, etc.

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Com relação ao uso dos recursos em suas práticas docentes, 100% responderam que sim, sendo que, notebook e tablet são os mais utilizados, 92% e 58% respectivamente.

Gráfico 9 - Questão 5 - Você utiliza algum dos recursos tecnológicos abaixo na sua prática docente? (pode selecionar mais de uma opção)

Alternativas Respostas % 1 Tablet 14 58% 2 Smartphone 8 33% 3 Notebook 22 92% 4 Netbook 5 21% 5 Outros (Quais?) 2 8% 6 Não utilizo 0 0% Outros (Quais?) multimidia

Projetor, lousa interativa

Fonte: http://www.qualtrics.com/

Embora na questão anterior 100% dos sujeitos utilizem tecnologias para auxiliá-lo na sua prática docente, quando o recurso está associado à aplicação junto ao aluno, um sujeito não o utiliza, 54% utiliza o blog, 50% plataformas de ensino virtual e menos da metade dos entrevistado fazem uso de wiki, webquest, entre outros que aparecem nas respostas.

81 Gráfico 10 - Questão 6 - Você utiliza algum dos recursos abaixo com seus alunos? (pode selecionar mais de uma opção):

Alternativas Respostas % 1 Blog 13 54% 2 Wiki 10 42% 3 Webquest 6 25% 4 Plataformas/ambientes virtuais de aprendizagem (Moodle, Blackboord, Tele-educ, E vias, Eproinfo) 12 50% 5 Facebook 3 13% 6 Outros (Quais?) 4 17% 7 Não utilizo 1 4% Outros (Quais?)

busca, compartilhar informação, e-books, videos, programas educacionais e jogos VoiceThread, Skype in the Classroom

youtube Twitter

Fonte: http://www.qualtrics.com/

Buscamos, com o questionário, identificar professores que são usuários de várias tecnologias, selecionando aqueles que usam mais de um dispositivo em tarefas diversificadas. Para tanto, atribuímos um ponto para cada item assinalado, exceto para o item 7 da questão 6 “você utiliza algum dos recursos tecnológicos com seus alunos”. Sujeitos que responderam “não utilizo” foram desconsiderados para a pesquisa.

Das vinte e quatro respostas que obtivemos e considerando o critério acima definido, onze respostas foram consideradas relevantes para a pesquisa. Esses sujeitos foram convidados para a etapa da entrevista, dos quais sete tiveram disponibilidade e com eles foi aprofundado o assunto a partir de um roteiro de entrevista semiestruturada que foi realizada pessoalmente26.

26 Para preservar o anonimato dos sujeitos, foram empregados nomes fictícios, escolhidos aleatoriamente pelo pesquisador.

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Optamos pela entrevista semiestruturada, tendo em vista que uma de suas características é a de que ela fornece dados que “referem-se a informações diretamente construídas no diálogo com o indivíduo entrevistado e tratam da reflexão do próprio sujeito sobre a realidade que vivencia” (MINAYO, 2010, p. 65).

Os diálogos travados durante a pesquisa e transcritos na integra (Apêndice D) buscaram extrair as seguintes unidades de significado que proporcionaram subsídios valiosos para a compreensão do objeto de estudo, sendo que os mais significativos estão destacados nos Quadro 4 e 5.

1. Qual a concepção que o professor tem de ensinar. 2. Como é a sua prática, como ele ensina.

3. As contribuições que as tecnologias trazem para o professor na sua prática educativa.

4. Experiências que consideram positivas com o uso das tecnologias em contextos educacionais.

5. Competências que a tecnologia traz para o papel do professor. 6. A ação do professor facilitada pelo uso das tecnologias.

7. A relação do professor com o conhecimento na sociedade da informação.

No documento Marta do Carmo Silva (páginas 71-84)