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Professora Victória

No documento Marta do Carmo Silva (páginas 143-146)

Termo de consentimento livre e esclarecido

Entrevistado 7 Professora Victória

O que é ensinar para você?

É você passar um conteúdo para outra pessoa. Um conhecimento que ela não tem e que você vai passar para ela.

E como é sua prática como professora? Como você ensina?

Minha prática é assim: eu faço um planejamento no inicio do ano, e no caso das turmas de fundamental I eu tenho que casar meu conteúdo com o conteúdo das professoras de sala, para dar um contexto, não ficar uma coisa jogada e dar uma linha para a criança para entender por vários aspectos. No fundamental II eu tento também casar o conteúdo com algumas disciplinas. Como a escola trabalha muito com projeto eu sempre consigo fazer isso com grande facilidade ai eu vou fazer o seguinte: eu sempre trabalho com uma parte teórica antes para depois entrar na prática. Então eu crio Prezi, Power point, imagens mesmo e daí eu faço essa parte mais teórica e depois passo isso para a prática mesmo.

Cabe tecnologia nas suas aulas? Como ela entra na sua sala de aula?

Ô se cabe! Na minha ação normalmente entra quando eu vou passar esses conteúdos porque normalmente, antigamente eu andava sempre com um notebook, sempre, sempre, sempre hoje em dia ficou mais fácil e eu ando com o Ipad. Ou se não estou com o Ipad vou com o celular mesmo. Porque todas as salas têm projetores e caixa de som então facilita. Só não tem o computador, mas ai a gente vem com o nosso, conecta e ai eu passo normalmente o conteúdo para essas crianças a partir da tecnologia. E ai depois assim, sempre está à mão porque sempre tem uma dúvida, sempre tem alguma coisa que uma criança quer saber, uma imagem, tá sempre aqui em mãos. E ai às vezes a gente faz algum outro tipo de atividade que eles vão manipular o computador, ou o tablet. Então nós vamos para a sala de informática fazemos isso lá. Eu ainda não trabalhei trazendo os tablets para os alunos. O Colégio tem os tablets. Mas eu peço para o pessoal do ensino médio porque eu sei que eles têm que trazer, porque é material deles. Então normalmente para não ir para a informática eu sempre em uma aula anterior eu falo “pessoal tragam os tablets porque nós vamos fazer pesquisa e elaboração de conteúdo na próxima aula”.

Você disse que utiliza a tecnologia para si e com os alunos. Tem alguma experiência positiva dos alunos usando a tecnologia?

Eles gostam muito. Primeiro porque quando a gente a gente já muda de lugar. Não é mais a sala deles, não é mais a sala de artes que eles não vão com frequência. Eles gostam bastante. É interessante porque eles fazem o que tem que ser feito, pesquisa, montam o Movie Maker, enfim alguma coisa eles fazem. Ai eles falam assim: “será que a gente pode entrar na internet para ver outra coisa”. Se você terminou, tudo certo. Pode jogar um joguinho. Isso não me incomoda se já cumpriram o que tinham que fazer;

35 É um ambiente mais descontraído, no caso e eu acho legal porque é um outro tipo de funcionamento da sala. É interessante isso. Ver como eles funcionam em outros lugares. É muito positivo.

Tem uma experiência que eu sempre coloco que eu ainda não fiz com eles esse ano, mas no próximo trimestre vai rolar que é elaboração de vídeo. Eu pego o tema do surrealismo com o pessoal do 9º ano aí eu já faço (ano passado foi uma web quest que eu fiz para eles) explicando tudo o que tem que ser feito e eles vão trabalhar manipulando vídeo. Eles fazem um vídeo com eles como atores, ai eles vão para o laboratório de informática editam todo esse material, colocam som, legendas e é uma coisa que eles gostam muito de fazer. Esse é o terceiro ano que estou fazendo isso com eles. Cada grupo faz o seu vídeo e eu vou orientando e eles apresentam os vídeos no projetor.

Você precisa da ajuda de um técnico de informática para isso?

Não, eu dou conta, porque eu sei mexer no Movie Maker. Então eu explico para eles como tem que ser feito e ai a gente vai fazendo juntos. Mas eu dou conta sim, sozinha.

As salas de aula possuem conexão com a internet. Tem alguma experiência que você faz em sala de aula usando dispositivos móveis, sem precisar levá-los ao laboratório de informática?

Tem conexão sim e eu consigo. Normalmente na parte de pesquisa. Porque o tablet ainda não tem bons recursos para construir textos, Power Point. Então é mais a parte de pesquisa mesmo, de pegar e ver tal vídeo. Eu falo para o aluno: “dentro desse assunto o que você achou de interessante?” ai eles pesquisam e a gente conecta com o tablet do aluno, projeta e mais por essa parte de pesquisa e acompanhar alguma coisa todo mundo junto.

Quanto eles estão com os dispositivos conectados em sala acontece de eles entrarem em outros sites.

Eu sempre estou de olho quando tem um aluno com celular para eu saber se eles estão fazendo o que é proposto ou se tá realmente totalmente fora do contexto ai eu chamo atenção e faço voltar para o foco. Mas por exemplo, eu não proíbo o uso do celular na minha sala porque eu sei que se está sentado aqui com o grupo e eles têm que pesquisar, por exemplo, trajes típicos dos países do grupo F da copa. Então eles precisavam desenhar o traje. Já tinham feito a pesquisa só que a pesquisa estava no e- mail de um. Ai já pegaram o celular, pesquisou, já fez. Então tem essa facilidade que eu não preciso descer com os alunos para a informática para eles olharem. O tempo que a gente ganha com isso é muito grande. Até se deslocar, parar, focar perde muito tempo. Se ele está aqui com o celular e eu estou de olho. Tá, vai lá, entra no seu e-mail. “Posso jogar no Google alguma coisa?”. Pode! Então eles fazem isso com o celular também e não só com o tablet.

36 Muito! Sem esses dispositivos eu ia gastar muito tempo com o que o aluno precisa porque eu que teria que ir atrás disso, meu aluno precisaria sair ir para outra sala, ir para outro lugar. Tem uma agilidade muito grande. Eu não consigo me imaginar dando aula sem internet, sem tablet, sem celular. Eu não imagino. Tanto que se acontece de um dia (antes do tablet) porque agora eu coloco na bolsa e venho. Tinha dias que eu não trazia o notebook e ai eu falava: ai meu Deus e agora, eu estou precisando disso, daquilo e era bem complicado. Hoje em dia tá bem mais fácil.

Você é uma usuária de tecnologias. Você acha que se não tivesse essa facilidade conseguiria trazer isso para a sua prática?

Não. Com certeza seria muito difícil e passar isso para os alunos.

Não tem empatia. Se tem uso no dia a dia esquece porque você irá levar para todos os lugares. Outro dia na pós-graduação professor falou o que eu não sei, Google na hora! Ele fala a tem museu x em tal lugar eu já estou com o site aberto vendo o que é, sabe. Se tem acesso à internet, nossa, fica tudo mais fácil!

Já aconteceu de alunos conectados confrontarem sua informação?

Já! Já aconteceu várias vezes. Até porque eu posso ter pego em um site e ele foi lá no Wikipédia e achou aquilo. Ai eu tenho que explicar: calma ai que não é bem isso. O que está escrito ai. Já aconteceu várias vezes do aluno vir com outra informação que eu não sabia.

Te incomoda?

De forma nenhuma, porque eu não sou a detentora de toda informação ainda mais em questão de tecnologia eles já estão à frente da gente, já tem uma facilidade muito maior para lidar com isso. Então eles vão buscar a informação, eles são muito rápidos e eu acho que está certo. A informação não está só nos livros, está em todo lugar.

E você acha que isso traz para você uma nova competência?

É muito diferente eu acho, porque eu tenho que passar algum tipo de pesquisa para eles. Eu antes vou jogar aquilo no Google e ver o que aparece e aí eu muitas vezes eu falo: “pessoal, vocês vão procurar em tal, tal, tal site. Se você me trouxer um outro site, uma informação diferente, legal!” Coloca a fonte porque eu preciso saber de onde isso está vindo. É muito diferente da minha época que não tinha isso em sala de aula e a gente ficava muito engessada, porque a gente dependia muito da informação que o professor estava trazendo naquele momento, era aquela informação e acabou. Era estanque. A gente tinha que ir para casa, para poder conectar em casa para ver tem isso, tem aquilo e muitas vezes a gente, eu pelo menos, tinha preguiça. Eu não chegava em casa e ia procurar. Se eu já estou com interesse no assunto, já tá na hora eu já vejo, já confronto o professor. É muito mais rápido e muito mais rico.

37 Eu acho que a única coisa negativa é quando você está falando com o aluno e ele está ali fazendo alguma coisa que não absolutamente nada com o que você está falando. Mas também é assim: se você está atento, você consegue saber se o aluno esta fazendo aquilo que foi pedido ou algo totalmente nada a ver. Sem contar que existe o momento. Se eu estou explicando, eu falo: pessoal, espera, deixa eu falar, depois a gente pega, vê o momento para isso porque tem que ter isso senão virá bagunça. Aí o aluno as vezes está lá fazendo qualquer outra coisa que não tem nada a ver.

Você é quase uma nativa digital.

Eu sei que o primeiro computador chegou em casa em 1997 eu estava na 6ª série. Eu lembro que meu primeiro trabalho digitado impresso em casa foi nesse período. Eu tinha contato com a tecnologia desde muito pequena. Eu estudava no Colégio Sagrado Coração de Jesus e lá já tinha aula de informática desde a 3ª série, então era aquela coisa de ficar jogando Pacman, mas já tava ali em contato com a tecnologia. Isso facilitou muito, até mesmo a possibilidade de a minha família ter em casa um computador, de ter o primeiro login do UOL, internet discada, Mandic.

Eu não tenho quase nada de teoria em papel. Tá tudo no meu Dropbox. Minhas aulas estão todas lá. Eu não compartilho com eles, mas se pedem alguma coisa específica não há problema.

Eles te pedem para filmar a aula, fotografar a lousa?

Eu uso pouco a lousa, então isso é uma questão. Por que com o computador esquece. Eu viro e falo assim: “Mas você é professora e não se suja de giz”. Eu nem sei quase o que é lousa. Só quando é uma coisa muito específica que eu não consigo mostrar para eles pelo computador ai eu uso, mas é muito pouco.

Filmar eles não pedem, mas se pedissem não há o menor problema, só depois passar os direitos autorais está tudo certo (risos).

No documento Marta do Carmo Silva (páginas 143-146)