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Mobilidade urbana: macro e micro acessibilidade no Recife e nas suas áreas de morros

4. DESCRIÇÃO DA REGIÃO E DA ÁREA DE ESTUDO

4.3 Mobilidade urbana: macro e micro acessibilidade no Recife e nas suas áreas de morros

Item Bairro

Densidade demográfica

hab/ha

Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual da População (2000/2010)

1 Alto José do Pinho 298,40 -0,08%

2 Morro da Conceição 265,24 0,04 %

3 Alto Santa Terezinha 245,74 -0,16 %

4 Água Fria 225,38 -0,11%

5 Alto José Bonifácio 219,26 0,07 %

6 Bomba do Hemetério 195,67 -0,20% 7 Vasco da Gama 193,38 0,53% 8 Nova Descoberta 189,91 -0,13% 9 Alto do Mandu 184,89 -0,89 % 10 Linha do Tiro 181,20 0,64% 11 Beberibe 180,79 1,26% 12 Macaxeira 162,20 0,52 % 13 Porto da Madeira 161,35 0,09% 14 Brejo da Guabiraba 155,50 0,32% 15 Casa Amarela 155,09 1,34% 16 Córrego do Jenipapo 150,74 0,72% 17 Brejo de Beberibe 129,86 3,62% 18 Dois Unidos 105,51 1,91% Fonte: IBGE, 2010

4.3 Mobilidade urbana: macro e micro acessibilidade no Recife e nas suas áreas de morros

Em termos de macroacessibilidade, a cidade do Recife oferece ao cidadão um sistema de transporte público composto predominantemente pelos modos ônibus e metrô. Afora esses principais modos, a cidade possui o serviço de táxis com uma frota de 6.125 veículos operando em regime de regulação pública (RECIFE, 2014).

O Serviço de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife é composto pelos seguintes sistemas, segundo os órgãos gestores:

 Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP), gerido pelo Grande Recife Consórcio de Transporte;

 Sistema de Transporte Complementar de Passageiros do Recife (STCP), gerido pela Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) da Prefeitura do Recife; e

 Sistema de Transporte de Passageiros Sobre Trilhos da Região Metropolitana do Recife (STPST-RMR), administrado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos - CBTU, através da Superintendência de Trens Urbanos do Recife – METROREC.

Em 2014 entraram em funcionamento dois corredores do Bus Rapid Transit (BRT), ainda inconclusos, ligando três municípios da RMR (Paulista, Olinda e Camaragibe) ao centro do Recife. Segundo o Grande Recife Consórcio de Transportes (2016), o corredor Norte/Sul, que liga Paulista passando por Olinda, ao centro do Recife, atenderá cerca de 155 mil pessoas diariamente em sete linhas e vinte e seis estações. Já o corredor Leste/Oeste faz a ligação do município de Camaragibe ao centro do Recife e irá operar com oito linhas e vinte e seis estações. Ademais, o sistema sofre críticas desde o início da sua operação, sobretudo pela ausência de faixa segregada em alguns trechos dos corredores que, além disso, foi aberto para operação com suas obras ainda não concluídas (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 2015).

Esse dois sistemas atravessam áreas da região metropolitana majoritariamente planas, não atendendo diretamente às áreas de morros do Recife, no norte ou no sul. Os Corredores da Av. Norte e da BR-101 que em princípio atenderiam as demandas troncais dessas áreas não foram ainda contemlados com sistemas de transportes de massa, permanecendo com precários sistemas por ônibus operando em tráfego misto.

4.3.1 O Sistema de Transporte Público de Passageiros – STPP (Grande Recife Consórcio de Transportes)

O Grande Recife Consórcio de Transporte foi criado em 2008 e tem como principal característica justamente sua formatação como consórcio, ou seja, os municípios da Região Metropolitana do Recife devem participar como sócios na gestão do transporte metropolitano. O Grande Recife veio substituir a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – EMTU - empresa estadual com a participação dos municípios efetivada por meio de convênios. O serviço era prestado à população, pelas operadoras, por meio de permissões, relação esta que se mostrava ser bastante precária entre o Estado e as operadoras, sem os devidos instrumentos

de cobrança que garantissem o nível mínimo de qualidade do serviço ofertado. Com a criação do Consórcio, esperava-se permitir um trabalho coordenado e permanente de planejamento estratégico e gestão eficiente do transporte público entre o Estado e os Municípios da RMR (CAVADINHA, 2005). Apesar dos avanços na formatação da gestão do transporte metropolitano, apenas Recife e Olinda aprovaram em suas câmaras municipais a adesão ao Consórcio.

Entre as principais funções do Grande Recife, destacam-se (GRANDE RECIFE, 2015):

 Planejar e gerir o STPP/RMR assegurando a qualidade e a universalidade dos serviços;

 Contratar os serviços de transportes, através de licitação pública;  Regulamentar as atividades concedidas;

 Fiscalizar e atualizar os contratos de concessão.

Segundo Cavadinha (2005) o STPP atual é composto de dois sistemas distintos que se complementam: o sistema convencional e o SEI. O sistema convencional constitui, hoje, a maior parte do STPP/RMR e, quando da implementação do SEI em sua totalidade, deverá ser caracterizado pelo transporte de baixa e média capacidade. Ele é constituído por linhas de ônibus do tipo convencional que, em sua maioria, permitem a ligação dos usuários de bairros específicos ao centro expandido do Recife ou de um bairro a outro. Compõe ainda o STPP as duas linhas do metrô, operadas pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos- Superintendência de Trens Urbanos do Recife. O SEI é voltado para transporte de massa e apresenta uma configuração espacial constituída por eixos radiais e perimetrais. No cruzamento desses eixos, ficam situados os Terminais de Integração que permitem a troca de linha sem a obrigatoriedade de pagar nova tarifa, apesar de não existir Terminal de Integração em alguns dos cruzamentos de eixos (Figura 4.3).

O Sistema Estrutural Integrado (SEI) se configura como uma rede de transporte público composta por linhas de ônibus e metrô. É gerido pelo Grande Recife Consórcio de Transporte e possui 24 terminais integrados em 10 dos 14 municípios da RMR, inclusive com o STPST (metrô). Ao todo são 185 linhas de ônibus, das quais 123 são Alimentadoras, 3 Perimetrais,

24 Troncais, 18 Interterminais, 6 Transversais e 11 Circulares. Integradas a essa rede existem 2 linhas de metrô, a Centro e a Sul (GRANDE RECIFE, 2016).

Figura 4.3: Mapa do SEI e áreas de morro do Recife

Fonte: Adaptado de Grande Recife Consórcio de Transporte (2015).

4.3.2 Sistema de Transporte Complementar de Passageiros do Recife (STCP)

A Lei Municipal do Recife Nº 16.837/2003 dispõe sobre o regime jurídico do Sistema de Transporte Municipal do Recife (STM/Recife) englobando o Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP), o Sistema de Transporte de Cargas (STC), além dos modos de transporte hidroviário, por fretamento, escolar, tipo funeral, de turismo, por bicicleta e por veículos de tração animal. A mesma lei proibiu a circulação de veículos clandestinos, para fins de transporte de passageiros, a partir de janeiro de 2003 e determinou que no mesmo ano fossem deflagrados os processos licitatórios para emissão de 160 permissões para exploração das linhas de transporte complementar com prazo de validade até 2021.

O sistema de transporte complementar do Recife surge em novembro de 2003, num momento em que a presença do transporte clandestino de passageiros se apresentava como ameaça ao

ÁREAS DE MORRO DO