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AS MODALIDADES DE GESTÃO NOB-SUS 01/

No documento AMPLAMENTE: SOCIEDADE EM (DES)CONSTRUÇÃO (páginas 149-151)

Municípios - Gestão Incipiente: Cabe ao gestor programar e autorizar a utilização da AIH e dos procedimentos ambulatoriais; controlar e avaliar os serviços ambulatoriais e hospitalares públicos e privados; incorporar ações básicas de saúde, nutrição, educação, vigilância epidemiológica e sanitária e desenvolver ações de vigilância, assistência e reabilitação de saúde do trabalhador. Gestão Parcial: Cabe ao gestor, além de realizar o proposto na forma incipiente, gerenciar as unidades ambulatórias pública do município. Gestão Semiplena: É a forma mais avançada de gestão, cabendo ao município a gestão de toda a rede de saúde municipal.

Estados - Gestão Parcial: Conferiu menor grau de autonomia gerencial Gestão Semiplena: O Estado passa a assumir totalmente a gestão dos serviços de saúde presentes no seu território que não estejam sob a responsabilidade municipal.

Principais características da NOB-SUS 01/93: criou a transferência financeira regular e automática (fundo a fundo) do teto global da assistência para municípios em gestão semiplena, facilitando o processo de transferência de recursos do SUS da União para os demais entes federativos; descentralizou a gestão das ações e serviços de saúde para os municípios, possibilitando a habilitação para o recebimento dos recursos fundo a fundo; criou as Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e as Comissões Intergestores Tripartite (CIT); definiu o papel dos estados de forma frágil, mas esses, ainda assim, passaram a assumir o papel de gestores do sistema estadual de saúde e desencadeou um amplo processo de municipalização da gestão como habilitação dos municípios nas condições de gestão criadas (incipiente, parcial e semiplena).

A Norma Operacional Básica do SUS 01/96 (NOB-SUS 01/96) foi efetivada pelo fortalecimento das diretrizes e princípios do SUS, com ênfase à municipalização, financiamento e mecanismos de gestão do SUS. Definiu o papel e responsabilidade de cada esfera de governo na construção do SUS.

Dentre seus objetivos estabelecidos, destaca-se a caracterização da responsabilidade sanitária de cada gestor, diretamente, ou garantindo a referência, explicitando um novo pacto federativo à saúde. Dessa forma, as ações de saúde deveriam ser oferecidas à população, levando-se em consideração as atribuições de cada ente federativo.

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Os municípios não eram os únicos entes responsáveis pela execução dos serviços de saúde à população. Preconizava a promoção da reorganização do modelo de atenção, adotando-se como estratégia principal a ampliação de cobertura do PSF e Pacs. O conceito original do PAB foi modificado em 1997. O Piso Assistencial Básico passou a ser chamado de Piso da Atenção Básica, ampliando sua abrangência. Atualmente, o PAB é a principal fonte de recursos da Atenção Básica, sendo transferido aos municípios, via fundo a fundo de forma regular e automática. É composta pela parte fixa (cálculo per capita) e a parte variável (destinada ao financiamento da ESF, NASF, ACS, dentre outros). A NOB-SUS 01/96 também estabelecia alguns requisitos para que os municípios pudessem ser habilitados em gestão Plena da Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde. Dentre as principais responsabilidades dos municípios que aderiram à Gestão Plena da atenção Básica eram:

Execução e gerenciamento dos serviços de assistência ambulatorial básica, relacionados aos procedimentos cobertos pelo PAB; operação do SAI/SUS quanto a serviços cobertos pelo PAB, conforme normas do Ministério da Saúde, e alimentação, junto à Secretaria Estadual de Saúde, dos bancos de dados de interesse nacional; execução das ações básicas de vigilância sanitária e epidemiológica e de controle de doenças; elaboração da sua PPI, em conjunto com os outros municípios envolvidos na organização da rede de serviços regionalizada e hierarquizada, sempre em relação gestor/gestor e mediada pelo estado; autorização das internações hospitalares e dos procedimentos de alto custo e alta complexidade (salvo decisão contrária da CIB); realização das atividades de cadastramento, controle, auditoria, acompanhamento e avaliação de todos os prestadores da assistência básica; elaboração de programação municipal dos serviços básicos, inclusive domiciliares e comunitários, e da proposta de referência ambulatorial especializada e hospitalar para seus munícipes, com incorporação negociada à programação estadual; reorganização das unidades sob gestão pública (estatais, conveniadas e contratadas), introduzindo a prática do cadastramento nacional dos usuários do SUS, com vistas à vinculação de clientela e à sistematização da oferta dos serviços; manutenção do cadastro atualizado das unidades assistenciais sob sua gestão, segundo norma do Ministério da Saúde e elaboração do relatório anual de gestão e aprovação pelo Conselho Municipal de Saúde.

Entretanto, a Gestão Plena da Atenção Básica impôs autonomia gerencial para os municípios administrarem os serviços básicos de ambulatório, vigilância sanitária e epidemiológica, bem como participar do planejamento, controle, avaliação e programação do sistema municipal de saúde. As principais responsabilidades dos municípios que aderiram à Gestão Plena do Sistema Municipal, segundo a NOB-SUS

150 01/96 eram:

Execução e gerenciamento de toda a rede de unidades prestadoras de serviços ambulatoriais e hospitalares do município, inclusive as de referência; execução das ações de vigilância sanitária, de epidemiologia e controle de doenças; elaboração da sua PPI, em conjunto com os outros municípios envolvidos na organização da rede regionalizada e hierarquizada de saúde, com as definições das referências intermunicipais, mediada pelo estado, garantindo os mecanismos e instrumentos necessários; elaboração de toda a programação municipal, contendo, inclusive, a referência ambulatorial especializada e hospitalar, com incorporação negociada à programação estadual; realização das atividades de cadastramento, controle, auditoria, acompanhamento e avaliação de todos os prestadores localizados no seu território; operação dos sistemas de informação ambulatorial e hospitalar e realização do pagamento de todos os prestadores; Reorganização das unidades sob gestão pública (estatais, conveniadas e contratadas), introduzindo a prática do cadastramento nacional dos usuários do SUS, com vistas à vinculação da clientela e sistematização da oferta dos serviços; garantia da prestação de serviços em seu território, inclusive os serviços de referência aos não residentes, no caso de referência interna ou externa ao município, dos demais serviços prestados aos seus munícipes, conforme a PPI, mediado pela relação gestor/ gestor com a Secretaria Estadual de Saúde e as demais Secretarias Municipais de Saúde; normalização e operação de centrais de controle de procedimentos ambulatoriais e hospitalares relativos à assistência aos seus munícipes e à referência intermunicipal; contratação, controle, auditoria e pagamento aos prestadores de serviços ambulatoriais e hospitalares, cobertos pelo Teto Financeiro Global do Município (TFGM) e administração da oferta de procedimentos ambulatoriais de alto custo; procedimentos hospitalares de alta complexidade conforme a PPI e segundo normas federais e estaduais; operação do SIH e do SIA/SUS, conforme normas do Ministério da Saúde, e alimentação junto às Secretarias Estaduais de Saúde, dos bancos de dados de interesse nacional; manutenção do cadastro atualizado de unidades assistenciais sob sua gestão, segundo normas do Ministério da Saúde; avaliação permanente do impacto das ações do Sistema sobre as condições de saúde dos seus munícipes e sobre o meio ambiente; execução das ações básicas, de média e alta complexidade em vigilância sanitária, bem como, opcionalmente, as ações do Programa Desconcentrado de Ações de Vigilância Sanitária (PDAVS) e execução de ações de epidemiologia, de controle de doenças e de ocorrências mórbidas, decorrentes de causas externas, como acidentes, violências e outras incluídas nos Tetos Financeiros de Epidemiologia e Controle de Doença (TFECD).

No documento AMPLAMENTE: SOCIEDADE EM (DES)CONSTRUÇÃO (páginas 149-151)