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5 DESPERTANDO O DESIGNER PARA A MUDANÇA

5.4 Modelagem do material proposto

5.4.1 Roteiro e Plano de Ação

Este foi o momento de se escolher os sub-temas e detalhá-los. Elaborar um plano para a orientação, que deve conter os dados necessários do projeto, tela a tela. É uma espécie de rascunho do trabalho final, um layout do processo. Nessa fase ao serem escolhidos os sub- temas buscou-se dilatar os limites do conhecimento específico de um designer, e estender a informação ao âmbito do desenvolvimento sustentável.

Nessa concepção, determinou-se que, através da orientação de uma pessoa mais experiente, que estaria representada na figura do professor, o conteúdo selecionado e introduzido no site (ferramenta educacional) poderia ter abrangência em todos os períodos do

curso (do 1o. ao 8o. período da graduação), pois as potencialidades dos indivíduos estariam sendo levadas em consideração sob a supervisão orientadora do professor.

Para a produção da ferramenta educacional foi utilizado um suporte de informação digital, tipo CD-ROM (dispositivo informacional), embora ela tenha sido planejada para funcionar em rede (dispositivo comunicacional). Optou-se por aquela forma de produção, em função da facilidade e da viabilidade, já que seria pouco viável a montagem de um “endereço” para a colocação da ferramenta, em rede, apenas no momento da aplicação da pesquisa.

5.4.2 Pesquisa de conteúdos para a ferramenta educacional

Nesta fase, buscou-se uma nova coleta de dados, análise e organização das informações em forma de imagens e textos. Esta é uma fase mais trabalhosa, e requereu intuição e sensibilidade para a realização das pesquisas que serviram de base para a seleção dos tipos de imagens, vídeos, cores, fundos, etc. utilizados na estruturação do site.

Como ficou constatado, poucos são os materiais didáticos próprios para auxiliar o professor dos cursos de Desenho Industrial na tarefa de colocar o estudante de design em contato com a questão da sustentabilidade no desenvolvimento de produtos, ou seja, que apresentam assuntos ambientais de forma mais direcionada, indicando o contexto atual da problemática nos setores produtivo, econômico, social e cultural. Por isso, a ferramenta educacional “12 Princípios para o Design Sustentável”, apresenta um conjunto de temas e conteúdos que têm como proposta inicial, informar o aprendiz sobre tais questões.

Numa primeira etapa ele se propõe fornecer uma introdução sobre as causas da degradação ambiental, reunindo bases informativas multidisciplinares nos níveis que afetam a sustentabilidade planetária, porém, atuando de forma breve (Questões Ambientais). Em seguida, discute-se sobre o atual modelo de consumo da sociedade capitalista materialista, incluindo aí, o paradigma da troca constante de produtos, como forma de garantir prestígio pessoal e manter o status do indivíduo bem sucedido e atualizado (Consumo e Desperdício).

Na etapa seguinte, fala-se de atitudes positivas que a sociedade e as instituições vêm promovendo de forma interdisciplinar e transdisciplinar, para reduzir ou eliminar os impactos ambientais. Discorre sobre as mais importantes contribuições humanas para a sustentabilidade ambiental (Desenvolvimento Sustentável). E, por fim, trata de assuntos ligados diretamente às atividades do designer, mas que são influenciados direta ou indiretamente pela ciência e tecnologia ambiental (Design e Meio Ambiente).

Para complementar cada um desses temas, é fornecido um número significativo de indicações bibliográficas e infográficas (sites da internet para consultas), para que o estudante possa dar seguimento em suas pesquisas, caso demonstre interesse nos assuntos.

Nesta seqüência, que pode ou não ser seguida pelo estudante (pois está baseado na não-linearidade), o produto educacional oferece os 12 princípios para a criação de produtos sustentáveis. E, para cada um destes princípios são apresentados exemplos de soluções já disponíveis no mercado, que pretendem mostrar-se compatíveis com o atual modelo econômico da sociedade globalizada, apesar de modificarem muitas de suas linhas diretivas (baseadas na sustentabilidade).

Utilizar imagens de produtos planejados para o mercado consumidor pareceu um recurso adequado, na medida em que se reconhecem os valores por hora em evidência, como o materialismo, lucratividade e êxito pessoal. Definiu-se este recurso para criar uma “aproximação” dos resultados práticos (os produtos “verdes”) com a política vigente. Mas, o objetivo dos produtos selecionados para esta ferramenta experimental, pela sua realidade construtiva e econômica, foi mostrar ao designer resultados projetuais práticos, baseados na sustentabilidade ambiental.

Trata-se de propostas reais, que não se perdem em teorias ambientalistas sonhadoras e utópicas. Além disto, o outro objetivo de mostrar os produtos é o simples fato de as imagens conquistarem o espírito do estudante de design, conforme foi analisado anteriormente (“Bibliografia para o Design sustentável” e “As relações ensino – aprendizagem no contexto da informática”).

Para complementar o conteúdo de “Os 12 Princípios do Design Sustentável” foram adicionados mais três itens considerados didáticos. O primeiro, denominado “Notícias”, além do “Check-list” e do “Glossário”, para facilitar o trabalho do aprendiz, dando maior autonomia quando da utilização dos “12 Princípios do Design Sustentável”. Tais itens devem permitir mais fáceis e práticas as assimilações dos conhecimentos. Ao oferecer estes subsídios, o aprendiz poderá aplicar os conceitos de sustentabilidade em seus projetos, mesmo que, com pouca bagagem científica recebida anteriormente.

Assim, o “Check-list” deverá facilitar a conferência dos pontos positivos e negativos alcançados por determinado produto, em seu nível de sustentabilidade. Além disso, se poderá fazer uma avaliação sobre produtos já existentes, ou, estar vinculado às premissas de um novo

produto. O “Glossário”, por sua vez, deverá contar com vários termos técnicos utilizados nas áreas do design e do desenvolvimento sustentável, sendo que sua consulta deverá ser realizada por meio de rolagem do texto ou por pesquisa direta.

A idéia do check-list não é uma novidade, muitos livros possuem modelos interessantes de checagem de itens importantes que devem ser considerados na execução de um novo produto, processo ou sistema. Um bom exemplo de check-list está presente no livro

Design for Environment, de Graedel & Allenby (1996). No caso do check-list que está

proposto para os “12 Princípios do Design Sustentável”, trata-se de uma adaptação do livro desses pesquisadores, para os produtos de desenho industrial especificamente.

5.4.3 Registro e apresentação da ferramenta educacional

Em seguida foi feito o registro das informações. Esta é a etapa mais "técnica", com atividades de digitação de textos, digitalização de imagens e toda a organização das telas do projeto. É a etapa de transferir dados para o computador, quando foram utilizados os softwares Dream Weaver e Flash.

Após o registro trabalhou-se com a apresentação, fase esta que está relacionada com a organização do layout de apresentação daferramenta educacional. É a parte mais artística, e o que importa nessa fase é o equilíbrio estético, fazendo-se bom uso da coerência, da composição, equilíbrio e bom gosto na criação das telas (disposição de imagens e textos), ou seja, da apresentação das informações. Esta fase exige cuidados redobrados para não comprometer o resultado final da ferramenta, uma vez que qualquer falha poderá prejudicar ou até inviabilizar o entendimento por parte do usuário do material.

Todos estes passos acima descritos são indispensáveis para a elaboração de uma boa aplicação hipertextual. Porém a ordem ou disposição dos passos não foi, necessariamente, seguida nesta seqüência, tendo variado conforme a situação ou a necessidade do construtor.