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O modelo de pesquisa, apresentado no capítulo 1, tem o objetivo de identificar como o uso dos recursos da tecnologia da informação e comunicação pode contribuir para a aprendizagem dos discentes de Contabilidade baianos, sendo esta, verificada a partir do nível percebido pelo discente em relação a aprendizagem em uma determinada disciplina do curso. O modelo pode ser visto na Figura 4, possui cinco variáveis e apresenta, nas setas, as hipóteses da presente pesquisa, devidamente caracterizadas em seção posterior deste capítulo.

Figura 4 - Modelo Operacional de Pesquisa

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Fonte: Elaborado pela autora (2015)

EA=Estilos de Aprendizagem PI= Percepção de Integração APL= Grau de Aplicabilidade Prática dos Conteúdos Disciplinares

A proposta do modelo está ancorada na perspectiva de que além dos recursos de TIC, pelo menos as três variáveis (estilos de aprendizagem, percepção de integração e grau de aplicação dos conteúdos disciplinares) podem explicar o nível percebido de aprendizagem discente.

Os estilos de aprendizagem, conforme Felder e Silverman (1988), descrevem as preferências de aprendizagem discentes, havendo dentre estes, aqueles que são mais propensos a sentirem-se estimulados a apreender um determinado conhecimento, quando há a influência do apelo visual, sensorial ou verbal, que podem também ser traduzidos com o apoio de ferramentas da TIC. Busca-se então, confirmar se de fato, tais ferramentas podem contribuir para a percepção de aprendizagem discente.

A ideia de percepção quanto a integração com as tecnologias, partiu da constatação de que, para que um dado recurso da TIC possa contribuir para a aprendizagem, ele deve ser

1.Uso dos recursos

da TIC 2.Nível Percebido de Aprendizagem 3.EA Ha Hb Hc Hd 5.APL 4..PI

1.Uso dos recursos

da TIC 2.Nível Percebido de Aprendizagem 3.EA Ha Hb Hc Hd 5.APL 4..PI

capaz, pelo menos de: (a) contribuir para dar significado ao conhecimento adquirido pelo aluno; (b) permitir que o aluno compreenda o conteúdo abordado e estabeleça conexões e, ; (c) ao mesmo tempo o aluno deve ser capaz de utilizar o recurso de forma satisfatória, sem tal ferramenta constituir-se um limitador para sua aprendizagem, exigindo-se uma certa familiaridade com o respectivo recurso.

Quanto à primeira perspectiva, contribuir para dar significado ao conhecimento adquirido pelo aluno, é uma das questões que se relacionam com as Teorias Cognitivas de Bruner e da Carga Cognitiva, que mencionam a importância da compreensão do conteúdo pelo discente e da forma com a qual este deve ser disponibilizado para possibilitar ao aluno apreendê-lo de forma adequada. Assim, mesmo que ambas teorias apresentem visões diferenciadas sobre o aspecto da aprendizagem, caminham para uma visão de significância do conhecimento na qual a forma de exposição do conteúdo é uma questão explorada.

Ora, para se compreender algo que é repassado, duas figuras essenciais são incialmente reportadas: o meio e a linguagem utilizada. O meio envolve as técnicas utilizadas para apresentar o conteúdo e a linguagem é forma com a qual esse conteúdo é transmitido ao aluno. No tocante ao modelo, pretende-se, por meio da percepção de integração, verificar de que modo estes aspectos podem influenciar ou não o discente à aprendizagem, a partir da evidenciação de como este percebe essa adequação de conteúdo ao recurso da TIC utilizado pelo docente nas disciplinas.

De acordo com Sweller (2003), uma preocupação necessária do docente deverá ser com a otimização do conteúdo abordado ao aluno, no qual deve haver uma preparação que consiga deixar mais claro os aspectos relevantes e excluir-se aquelas informações que, em primeiro momento, possam ser desnecessárias e pelo excesso contribuam negativamente para que o discente consiga perceber o significado do conhecimento adquirido. Nesse tocante, como a perspectiva tratada na pesquisa abrange a questão do aluno, para que ocorra a aprendizagem quando há a influência do recursos da TIC, espera-se que haja um adequado planejamento entre conteúdo e recurso.

Bruner (2001) argumenta a necessidade de haver uma motivação, estrutura, sequência e feedback para que ocorra de fato a aprendizagem. A perspectiva relacionada à estrutura e sequência lógica é explorada neste item, englobando a compreensão do aluno de que o conteúdo foi progressivamente construído de forma que ele conseguiu perceber tal perspectiva, não sentindo os chamados pontos “soltos” entre os conteúdos abordados pelo docente durante sua explanação, havendo uma sequência lógica e uma otimização da sua forma de apresentação por

meio do recurso tecnológico. A motivação é visualizada pela percepção de integração do indivíduo ao recurso, pois pressupõe-se que, quando essa não existe, não há condições que permitam ao aluno estar motivado para a aprendizagem. O feedback, no contexto do estudo, está visualizado na possibilidade que o recurso dá ao aluno de atualizar-se e reforçar o conhecimento adquirido.

A segunda perspectiva, permitir que o aluno compreenda o conteúdo abordado e estabeleça conexões, se pauta nos aspectos apontados por Ausubel (2006) que enfatiza que a aprendizagem é decorrente de um conhecimento anterior do aluno. Nesta opção, visualiza-se a capacidade que os recursos tecnológicos possuem de possibilitar a consolidação dos conhecimentos adquiridos pelo aluno no momento em que atuam, também, como ferramenta de operacionalização desses conhecimentos, realizando operações, filtrando dados para posterior aplicação e estabelecimento de soluções de problemas, permitindo o mesmo a criar novas soluções, etc.

Quanto à terceira perspectiva, ser capaz de utilizar o recurso de forma satisfatória, sem tal ferramenta constituir-se um limitador para sua aprendizagem, exigindo-se uma certa familiaridade do aluno com o respectivo recurso. O que se busca nesse tocante não é evidenciar se o aluno realizou algum treinamento anterior ao recurso (mesmo que em alguns casos seja algo necessário, mas não é objetivo da pesquisa tal constatação), e sim identificar se o aluno percebe o recurso como algo facilitador para a sua aprendizagem, compreende sua utilização como um processo natural, estando familiarizado ao seu uso. Tal atributo está atrelado à perspectiva proposta pela Teoria Ubíqua de Weiser (1991) que trata sobre o uso das novas tecnologias na aprendizagem e visualizam sua inserção como algo inerente as próprias necessidades do indivíduo no seu dia-a-dia.

Por outro lado, a adesão e familiaridade do aluno a estas tecnologias serão também analisadas sob a perspectiva da teoria cognitiva de Piaget (2001), vinculada à percepção da busca dos discentes por mecanismos que possibilitem maior autonomia e métodos mais ativos de aprendizagem.

O grau de aplicabilidade dos conteúdos disciplinares envolve a percepção de integração do recurso tecnológico à aprendizagem a partir da visão de utilidade de tais ferramentas, da qual espera-se que contribuam de forma satisfatória, por meio de seus aplicativos e programas, na execução de tarefas mais complexas (cálculos, soluções de problemas que envolvam aplicações estatísticas, etc.), sugerindo que, quanto mais aplicada seja a abordagem de uma disciplina, melhor será a relação desta com o uso de tecnologias e o nível percebido de aprendizagem.