• Nenhum resultado encontrado

Capítulo I – Introdução Geral

I.5. Células solares orgânicas e híbridas

1) Montagem e caracterização da célula solar

A Figura I.1542 mostra o esquema de montagem de uma célula solar com heterojunção dispersa. Como eletrodo para a coleta de buracos, geralmente utiliza-se um substrato de vidro recoberto com óxido condutor transparente de índio e estanho (indium tin oxide, ITO-vidro). Esse tipo de substrato é amplamente empregado em diodos emissores de luz. O ITO é recoberto com uma camada da blenda poli-(3,4-etileno-dioxi)-tiofeno:poliestireno dopado com ácido sulfônico, PEDOT:PSS, que é um material comercial. Essa blenda apresenta características metálicas, e é usada para aumentar a função trabalho do eletrodo, facilitando a injeção de buracos. A função trabalho do ITO é ~4,7111, enquanto a do PEDOT:PSS é ~ 5 eV112. Além disso, o PEDOT:PSS tem como função diminuir a rugosidade do substrato, melhorando o contato elétrico e permitindo que a camada ativa (heterojunção) depositada a seguir seja mais uniforme/homogênea. Ambos os materiais, ITO e PEDOT:PSS, apresentam elevada transmitância na região entre 350 e 900 nm (são considerados opticamente transparentes).

Sobre o substrato de ITO-vidro recoberto com PEDOT:PSS é depositada a camada ativa da célula solar (heterojunção dispersa). A preparação desse tipo de estrutura é relativamente simples, bastando realizar a deposição do filme (por casting ou spin-coating) de uma solução já contendo a mistura dos materiais doador e receptor.

Como eletrodo para coleta de elétrons, utiliza-se metais, como Al ou Ca, evaporados termicamente sobre a camada ativa. Uma pré-camada de LiF (geralmente com espessura inferior a 1 nm) pode ser depositada entre a camada ativa e o contato metálico, para melhorar a injeção de elétrons no eletrodo113.

Figura I.15. Esquema (a) de montagem de uma célula solar de heterojunção dispersa

com MDMO-PPV e PCBM; e níveis de energia no dispositivo contendo MEH-PPV/C60 (b)

em condições de circuito aberto e (c) em curto-circuito (desconsiderando efeitos na interface metal/semicondutor)42.

As células fotovoltaicas geralmente são caracterizadas sob condições de iluminação padrão: 100 mW cm-2 e AM 1.5 (AM = air mass, massa de ar)114. Essa condição corresponde à irradiação solar difusa e direta, no nível do mar, com 48,2° de inclinação, atenuada pela atmosfera. Outras condições padrões também foram convencionadas, embora não sejam rotineiramente empregadas nos testes de células solares, como AM 0 (irradiação solar fora da atmosfera) e AM 1.0 (irradiação direta, perpendicular à superfície da Terra). A Figura I.16a115 ilustra essas condições de irradiação. Na Figura I.16b115 é apresentado o espectro de radiação solar AM 1.5, onde é possível observar que grande parte da irradiação ocorre acima de 800 nm. Como os materiais comumente usados absorvem luz abaixo de 600 nm, boa parte da energia solar é desperdiçada nesses dispositivos.

(a) (b)

É importante observar que enquanto algumas fontes adotam o ângulo de 48,2°115, outras adotam 37°116 como sendo a inclinação padrão para a condição AM 1.5.

Figura I.16. Ilustração das diferentes condições de massa de ar (air mass, AM) e espectro

de irradiação solar na condição AM 1.5 (condição padrão para caracterização de células solares)115.

A Figura I.17a117 mostra uma curva de corrente-potencial (J-V) típica para uma célula solar sob iluminação. O circuito equivalente que melhor descreve esse comportamento (Figura I.17b118) é dado pela Equação de Shokley (Equação I.1), onde I0 é a corrente de saturação (observada no escuro, sob polarização reversa),

q é a carga elementar, m é o fator de idealidade do diodo, k é a constante de Boltzman, T é a temperatura, Rs é a resistência em série, Rsh é a resistência em paralelo, ou Shunt, e Iph é a corrente fotogerada, isto é, a corrente adicional gerada sob iluminação.

(

)

Iph Rsh IRs V IRs V I + − −      −       − = 1 mkT q exp Io (Eq. I.1)

Os parâmetros que caracterizam a célula são os seguintes: ƒ potencial de circuito aberto (Voc);

ƒ eficiência de conversão de energia (η).

Figura I.17. Características (a) J-V de células fotovoltaicas orgânicas sob iluminação. São

definidos o potencial de circuito aberto (Voc), a corrente de curto-circuito (Jsc), a corrente

(Jm) e o potencial (Vm) no ponto potência máxima (Pmax) e o fator de preenchimento

(FF)117; (b) circuito equivalente que descreve as características J-V de uma célula solar, de acordo com a Equação I.1118.

O Voc corresponde à diferença de potencial medida no dispositivo sob iluminação quando a corrente é nula, ou seja, é o valor máximo de potencial gerado pelo sistema. Já Jsc é máxima corrente coleta no sistema, quando o potencial é zero.

A eficiência de conversão de energia das células (η) é calculada através da potência máxima do dispositivo (Pmax), de acordo com a Equação I.2. Pmax, por sua

vez, corresponde a um ponto de inflexão da curva J-V onde o produto dos valores de fotocorrente e potencial (Jm x Vm) tem o valor máximo. Essa eficiência de conversão de energia expressa uma relação ente a potência de irradiação que atinge a célula solar e a potência elétrica gerada.

% 100 max ×       × = Área a Irradiânci P

η

(Eq. I.2)

Outro parâmetro que caracteriza o dispositivo é o fator de preenchimento, (fill factor, FF), que corresponde à relação entre a potência máxima gerada e a

(a) (b)

conforme a Equação I.3. Esse fator expressa a quantidade de energia que pode ser extraída (aproveitamento) do dispositivo. A potência máxima gerada será sempre inferior ao produto Jsc x Voc, justamente porque essas condições de corrente máxima e potencial máximo não podem ser satisfeitas simultaneamente.

Voc

Jsc

Vm

Jm

th

P

P

FF

×

×

=

=

max

(Eq. I.3)

Tanto FF quanto η dependem da forma da curva J-V. Em um dispositivo ideal, onde FF = 1, Pmax seria igual ao produto Voc x Jsc, dado pela área do maior

retângulo na Figura I.17a, e a curva J-V apresentaria uma forma mais retangular. No dispositivo real, FF <1, pois existem perdas causadas por inúmeros fatores, como a recombinação e resistência nos contatos, por exemplo, geralmente expressas por Rsh e Rs, respectivamente. Na Figura I.18119 é apresentado como essas resistências podem afetar a forma das curvas J-V, causando perdas em FF e η.

Figura I.18. Efeito das resistências Rs e Rshna forma da curva J-V119.

Nesse tipo de célula fotovoltaica, a corrente de escuro geralmente é governada por um mecanismo diferente do da fotocorrente. A corrente de escuro é limitada por injeção nos contatos, enquanto a fotocorrente deriva da dissociação dos éxcitons na interface doador-receptor. Em semicondutores orgânicos com baixo grau de defeitos e impurezas, a corrente de escuro é muitas ordens de magnitude inferior à fotocorrente sob polarização direta, e inclusive o formato das

Com resist Com resist Com resist Com resistência ncia ncia ncia

em s em s em s

em série, Rsrie, Rsrie, Rs rie, Rs em paralelo, Rem paralelo, Rshem paralelo, Rem paralelo, RCom resistCom resistCom resistCom resistência ncia ncia ncia shshsh J JJ J JJJ J V V V V VV VV

curvas J-V pode ser diferente110. Além disso, na rede interpenetrante pode haver diferentes caminhos para a passagem de corrente, sendo que a resistência oferecida pelos diferentes caminhos muda drasticamente com a iluminação. Por isso, o caminho de passagem da corrente de escuro pode ser totalmente diferente do da fotocorrente120.

A fotocorrente, por sua vez, é proporcional à quantidade de luz absorvida. Essa corrente é também dependente da morfologia da heterojunção, já que a morfologia pode maximizar a área de contato/interface entre os materiais, maximizando a separação dos éxcitons, além de ser necessária a formação de uma rede de percolação que permita um transporte eficiente dos elétrons e buracos até os eletrodos. Os materiais utilizados como transportadores de elétrons e buracos devem apresentar elevados valore de mobilidade de cargas e elevada pureza, para minimizar as perdas por recombinação das cargas em armadilhas/traps. A corrente também não deve ser limitada por injeção nos contatos, pela escolha de materiais apropriados.

O limite termodinânico para o valor de Voc é dado pela diferença energética entre HOMO do doador de elétrons e LUMO do receptor de elétrons (EHOMO-

ELUMO). Alguns autores observaram uma dependência direta entre Voc e EHOMO-

ELUMO121, inclusive foi proposta a Equação I.4122, onde e é a carga elementar, para

a estimativa de Voc:

Voc = (1/e) (EHOMO(polímero)-ELUMO(PCBM)) – 0,3 V (Eq. I.4)

Gadisa et al.123 observaram uma dependência linear de Voc com o valor de

HOMO do polímero utilizado em células de heterojunção. Por outro lado, Yamanari et al.124 não observaram nenhuma relação direta, muito embora os próprios autores tenham proposto que a presença de muitos defeitos nos polímeros possam ter aumentando a recombinação, reduzindo os valores medidos de Voc.

A dependência de Voc com a função trabalho do contato metálico foi excluída por alguns autores121. Outros mostraram que Voc depende da função trabalho nos casos onde há formação de um contato não-ôhmico (Schottky) com o

al.52 observaram uma dependência linear de Voc com a função trabalho em dispositivos de dupla camada. Também já foi observada a dependência de Voc na função trabalho do PEDOT:PSS, a qual pode ser manipulada pelos diferentes níveis de dopagem desse material126.

2) Desafios

Apesar das células orgânicas em geral apresentarem elevados valores de potencial, a corrente de curto circuito e o fator de preenchimento desses dispositivos ainda é aquém daqueles apresentados pelas células preparadas com componentes inorgânicos. A principal causa atribuída aos baixos valores de fotocorrente consiste na baixa absorção de luz apresentada pelos semicondutores orgânicos. Além disso, a geração e o transporte de cargas nesses materiais são inferiores aos semicondutores inorgânicos pela própria natureza desordenada desses materiais, diminuindo os valores de fotocorrente.

A compreensão dos mecanismos de funcionamento das células fotovoltaicas orgânicas ainda é pobre se comparado às células de semicondutores inorgânicos. Assim, alguns desafios ainda persistem atualmente para melhorar o desempenho das células solares orgânicas e torná-las uma tecnologia mais competitiva:

• Aumentar a absorção de luz;

• Melhorar a eficiência do transporte das cargas geradas até os eletrodos; • Melhorias na estabilidade dos dispositivos;

• Uso de novas arquiteturas, que permitam combinar elevados valores de Jsc, sem perdas em Voc.

Muitos trabalhos consideram atualmente a possibilidade de sintetizar polímeros que apresentem baixo valor de gap e, portanto, uma absorção deslocada para o infravermelho. Contudo, sabe-se também que, ao reduzir o gap, provavelmente os valores de HOMO são deslocados para valores menos negativos, ou seja, enquanto Jsc pode aumentar como o aumento da absorção de luz, Voc pode diminuir devido à mudança no valor de HOMO. Dessa forma a eficiência dos dispositivos continuaria limitada.

Uma abordagem recente consistiu na construção de dispositivos com arquitetura tipo Tandem. Em 2007, o grupo do Prof. Alan Heeger mostrou a preparação de células orgânicas baseadas em PCBM e um derivado de C70, P3HT

e um polímero derivado de PFO com pequena energia de gap, com eficiência recorde de 6,5 %98. Essas células foram preparadas com a arquitetura conhecida como Tandem, onde duas células são colocadas em série, cada qual constituída de um polímero condutor com espectro de absorção distinto, com finalidade de ampliar a captação de luz sem o efeito negativo da perda de Voc, e assim, melhorar a eficiência.

Configurações hipotéticas que permitiriam o aumento da absorção de luz ou da mobilidade de cargas já foram propostas também. Uma possibilidade seria no uso de um tipo de arquitetura esquematizada na Figura I.19a, onde canais dos diferentes materiais são formados em contato íntimo, perpendiculares aos eletrodos. Esse tipo de estrutura é a principal motivação para o emprego de nanords e nanowires de semicondutores e também de nanotubos de carbono127,128 nas células fotovoltaicas. Isso se deve às características de transporte balístico, que poderia ocorrer dentro da estrutura unidimensional, até o eletrodo, minimizando as perdas por recombinação.

Figura I.19. Esquemas de arquiteturas propostas para a obtenção de células fotovoltaicas

orgânicas e híbridas mais eficientes: (a) o uso e nanotubos de carbono alinhados poderia melhorar o transporte de cargas até o eletrodo e (b) o uso de quantum dots com

diferentes tamanhos organizados sobre a superfície de outro material (nanotubos de TiO2)

poderia aumentar a absorção de luz129.

A arquitetura do tipo “rainbow” aparece como uma alternativa promissora para maximizar a quantidade de luz absorvida pela camada ativa129. Por exemplo, utilizando-se quantum dots com diferentes tamanhos, esses materiais poderiam ser depositados em várias camadas, de forma que a luz entra e vai aos poucos sendo absorvida (do menor para o maior comprimento de onda). Essas partículas poderiam ainda ser organizadas sobre fios ou tubos, combinando-se ambos os conceitos: maior absorção de luz e transporte balístico.

Referências

1

H. Shirakawa, E. J. Louis, A. G. MacDiarmid, C. K. Chiang, A. J. Heeger, Synthesis of electrically cnducting organic polymers – halogen derivatives of polyacetylene, (CH)X, J. Chem. Soc. Chem.

Commun. 578 (1977).

2

C. K. Chiang, C. R. Fincher, Y. W. Park, A. J. Heeger, H. Shirakawa, E. J. Louis, S. C. Gau, A. G. MacDiarmid, Electrical-conductivity in doped polyacetylene, Phys. Rev. Lett. 39, 1098 (1977).

3

http://lqa.iqm.unicamp.br/cadernos/caderno3.pdf, acesso em 29/07/09, às 18h45min.

4 R. C. Rocha Filho, Nobel 2000 polímeros condutores: descoberta e aplicações, Química Nova na

Escola 12 (2000).

5

W.P. Su, J. R. Schrieffer, A. J. Heeger, Solitons in polyacetylene, Phys. Rev. Lett. 42,1698 (1979).

6 C. H. Lee, G. Yu, A. J. Heeger, Persistent photoconductivity in poly(p-phenylenevinylene) –

spectral response and slow relaxation, Phys. Rev. B 47, 15543 (1993).

7 R. Kersting, U. Lemmer, M. Deussen, H. J. Bakker, R. F. Mahrt, H. Kurz, V. I. Arkhipov, H.

Bässler, Ultrafast field-induced dissociation of excitons in conjugated polymers, Phys. Rev. Lett. 73, 1440 (1994).

8 U. Rauscher, H. Bässler, D. D. C. Bradley, M. Hennecke, Exciton versus band description of the

absorption and luminescence spectra in poly(para-phenylenevinylene), Phys. Rev. B 42, 9830 (1990).

9

J. Giershner, J. Cornil, H.-J. Egelhaaf, Optical bandgaps of π-conjugated organic materials at the polymer limit: experiment and theory, Adv. Mater. 19, 173 (2007).

10

W. P. Su, J. R. Schrieffer, A. J. Heeger, Soliton excitations in polyacetylene, J. Phys. Rev. B 22, 2099 (1980).

11 C. Winder, To increase the photon harvesting in the photoactive layer of bulk heterojunction

organic solar cells, Tese de Doutorado, Johannes Kepler Universität, Linz (2004).

12

J. Nelson, Organic photovoltaic films, Curr. Opin. Solid State Mat. Sci. 6, 87 (2002).

13

K. M. Coakley, M. D. McGehee, Conjugated polymer photovoltaic cells, Chem. Mater. 16 4533 (2004).

14

J. J. M. Halls, Photoconductive properties of conjugated polymers, Tese de Doutorado, St, John’s College, Cambridge (1997).

15 L. B. Schein, D. Glatz, J. C. Scott, Observation of the transition from adiabatic to nonadiabatic

small polaron hopping in a molecularly doped polymer, Phys. Rev. Lett. 65, 472 (1990).

16

L. Pautmeier, U. Rauscher, H. Bässler, Spectral diffusion in 1D systems – simulation and experimental results for matrix-isolated polydiacetylene and poly-isopropenylnaphtalene, Chem.

Phys. 146, 291 (1990).

17 H. Antoniadis, M. A. Abkowitz, B. R. Hsieh, Carrier deep-trapping mobility-lifetime products in

poly(p-phenylene vinylene), Appl. Phys. Lett. 65, 2030 (1994).

18

H. Meyer, D. Haarer, H. Naarmann, H. H. Hörhold, Trap distribution for charge-carriers in poly(para-phenylene vinylene) (PPV) and its substituted derivative DPOP-PPV, Phys. Rev. B 52,

19 J. Obrzut, M. J. Obrzut, F. E. Karasz, Photoconductivity of poly(para-phenylene vinylene),

Synthetic Met. 29, E103 (1989).

20

Z. Bao, A. Dodabalapur, A. Lovinger, Soluble and processable regioregular poly(3- hexylthiophene) for thin film field-effect transistor applications with high mobility, Appl. Phys. Lett.

69, 4108 (1996).

21 L. Bozano, S. A. Carter, J. C. Scott, G. G. Malliaras, P. J. Brock, Temperature- and field-

dependent electron and hole mobilities in polymer light-emitting diodes, Appl. Phys. Lett. 74, 1132 (1999).

22 R. J. Kline, M. D. McGehee, E. N. Kadnikova, J. Liu, J. M. Fréchet, Controlling the field-effect

mobility of regioregular polythiophene by changing the molecular weight, Adv. Mater. 15, 1519 (2003).

23

H. Sirringhaus, N. Tessler, R. Friend, Integrated optoelectronic devices based on conjugated polymers, Science 280, 1741(1998).

24 A. Babel, S. Jenekhe, Electron transport in thin-film transistors from an n-type conjugated

polymer, Adv. Mater. 14, 371 (2002).

25

S. M. Sze, VLSI Technology, 2° Ed., McGraw-Hill Publishing Co., Nova Iorque (1988).

26 J. Roncali, Synthetic principles for bandgap control in linear pi-conjugated systems, Chem. Rev.

97, 173 (1997).

27 R. K. Tikhoplav, B. C. Hess, Effect of pressure on photoluminescence and optical absorption in

MEH-PPV, Synthetic Met. 101, 236 (1999).

28

S. H. Lim, T. G. Bjorklund, C. J. Bardeen, Temperature-dependent exciton dynamics in poly(p- phenylene vinylene) measured by femtosecond transient spectroscopy, Chem. Phys. Lett. 342, 555 (2001).

29

J. M. Obserski, A. Greiner, H. Bässler, Absorption-spectra of the anions of phenylenevinylene oligomers and polymer, Chem. Phys. Lett. 184, 391 (1991).

30 R. Chang, J. H. Hsu, W. S. Fann, K. K. Liang, C. H. Chang, M. Hayashi, Y. Yu, S. H. Lin, E. C.

Chang, K. R. Chuang, S. A. Chen, Experimental and theoretical investigations of absorption and emission spectra of the light-emitting polymer MEH-PPV in solution, Chem. Phys. Lett. 317, 142 (2000).

31

H. S. Woo, O. Llost, S. Graham, D. D. C. Bradley, R. H. Friend, C. Quattrocchi, J. L. Brédas, R. Schenk, K. Müllen, Optical-spectra and excitations in phenylene vinylene oligomers, Synthetic Met.

59, 13 (1993).

32

B. Valeur, Molecular fluorescence: principles and applications, Wiley-VCH, Weinheim (2002).

33

G. Brocks, A. Tol, Small band gap semiconducting polymers made from dye molecules: Polysquaraines, J. Phys. Chem. 100, 1838 (1996).

34 Y. X. Yao, J. J. S. Lamba, J. M. Tour, Synthesis of highly functionalized pyridines for planar

polymers. Maximized pi-conjugation in electron deficient macromolecules, J. Am. Chem. Soc. 120, 2805 (1998).

35

T. W. Brockman, J. M. Tour, Synthesis and properties of low-bandgap zwitterionic and planar conjugated pyrrole-derived polymeric sensors – reversible optical – absorption maxima from the UV to the near-IR, J. Am. Chem. Soc. 117, 4437 (1995).

36

L. J. Rothberg, Photophysics of phenylenevinylene polymers, Synthetic Met. 80, 41 (1996).

37

H. Bässler, B. Schweitzer, Site-selective fluorescence spectroscopy of conjugated polymers and oligomers, Acc. Chem. Res. 32, 173 (1999).

38 P. F. Barbara, A. J. Gesquiere, S.-J. Park, Y. J. Lee, Single-molecule spectroscopy of conjugated

polymers, Acc. Chem. Res. 38, 602 (2005).

39

G. Yu, J. Gao, J. C. Hummelen, F. Wudl, A. J. Heeger, Polymer photovoltaic cells – enhanced efficiencies via a network of internal donor-acceptor heterojunctions, Science 270, 1789 (1995).

40 S. E. Shaheen, C. J. Brabec, N. S. Saricftci, F. Padinger, T. Fromherz, J. C. Hummelen, 2.5%

efficient organic plastic solar cells, Appl. Phys. Lett. 78, 841 (2001).

41

J. K. J. van Duren, X. Yang, J. Loos, C. W. T. Bulle-Liewma, A. B. Sieval, J. C. Hummelen, R. A. J. Janssen, Relating the morphology of poly(p-phenylene vinylene)/methanofullerene blends to solar-cell performance, Adv. Funct. Mater. 14, 425 (2004).

43 S. Alem, R. de Bettignies, J.-M. Nunzi, M. Cariou, Efficient polymer-based interpenetrated

network photovoltaic cells, Appl. Phys. Lett. 84, 2178 (2004).

44

P. Schilinsky, C. Waldauf, C. J. Brabec, Recombination and loss analysis in polythiophene based bulk heterojunction photodetectors, Appl. Phys. Lett. 81, 3885 (2002).

45 F. Padinger, R. Rittberger, N. S. Sariciftci, Effects of postproduction treatment on plastic solar

cells, Adv. Funct. Mater. 13, 85 (2003).

46

G. Li, V. Shrotriya, J. Huang, Y. Yao, T. Moriarty, K. Emery, Y. Yang, High-efficiency solution processable polymer photovoltaic cells by self-organization of polymer blends, Nat. Mater. 4. 864 (2005).

47

C. J. Brabec, J. R. Durrant, Solution-processed organic solar cells, MRS Bull. 33, 670 (2008).

48

B. R. Saunders, M. L. Turner, Nanoparticles-polymer photovoltaic cells, Adv. Colloid Interfac.

138, 1 (2008).

49

C. H. Woo, B. C. Thompson, B. J. Kim, M. F. Toney, J. M. J. Fréchet, The influence of poly(3- hexylthiophene) regioregularity on fullerene-composite solar cell performance, J. Am. Chem. Soc.

130, 16324 (2008).

50

H. Sirringhaus, R.J. Wilson, R.H. Friend, M. Inbasekaran, W.Wu, E. P. Woo, M. Grell, D.D.C. Bradley, Mobility enhancement in conjugated polymer field-effect transistors through chain alignment in a liquid-crystalline phase, Appl. Phys. Lett. 77, 406 (2000).

51 A. J. Campbell, D. D. C. Bradley, H. Antoniadis, Dispersive electron transport in an

electroluminescent polyfluorene copolymer measured by the current integration time-of-flight method, Appl. Phys. Lett. 79, 2133 (2001).

52 C. M. Ramsdale, J. A. Barker, A. C. Arias, J. D. MacKenzie, R. H. Friend, The origin of the open-

circuit voltage in polyfluorene-based photovoltaic devices, J. Appl. Phys. 92, 4266 (2002).

53

O. Inganäs, M. Sevensson, F. Zhang, A. Gadisa, N. K. Persson, X. Wang, M. R. Andersson, Low bandgap alternating polyfluorene copolymers in plastic photodiodes and solar cells, Appl. Phys. A 79 (2004) 31.

54 Q. Hou, Y. Xu, W. Yang, M. Yang, M. Yuan, J. Peng,Y. Cao, Novel red-emitting fluorene-based

copolymers, J. Mater. Chem. 12, 2887 (2002).

55

Q. M. Zhou, Q. Hou, L. P. Zheng, X. Deng, G. Yu, Y. Cao, Fluorene-based low band-gap copolymers for high performance photovoltaic devices, Appl. Phys. Lett. 84, 1653 (2004).

56 P. Ravirajan, S. A. Haque, J. R. Durrant, D. Poplavskyy, D. D. C. Bradley, J. Nelson, Hybrid

nanocrystalline TiO2 solar cells with a fluorene-thiophene copolymer as a sensitizer and hole conductor , J. Appl. Phys. 95 (2004) 1473.

57

H. M. P. Wong, P. Wang, A. Abrusci, M. Svensson, M. R. Andersson, N. C. Greenham, Donor and acceptor behavior in a polyfluorene for photovoltaics, J. Phys. Chem. C 111, 5244 (2007).

58 A. Gadisa, W. Mammo, L. M. Andersson, S. Admassie, F. Zhang, M. R. Andersson, O. Inganäs,

A new donor-acceptor-donor polyfluorene copolymer with balanced electron and hole mobility, Adv.

Funct. Mater. 17, 3836 (2007).

59

C.-H. Yang, C. J. Bhongal, C.-H. Chou, S.-H. Yang, C.-N. Lo, T.-M. Chen, C.-S. Hu, Synthesis and light emitting properties of sulfide-containing polyfluorenes and their nanocomposites with CdSe nanocrystals: a simple process to suppress keto-defect, Polymer 48, 116 (2007).

60

A. M. Ramos, M. T. Rispens, J. K. J. van Duren, J. C. Hummelen, R. A. J. Janssen, Photoinduced electron transfer and photovoltaic devices of a conjugated polymer with pendant fullerenes, J. Am. Chem. Soc. 123, 6714 (2001).

61 H. W. Kroto, J. R. Heath, S. C. O’Brien, R. F. Curl, R. E. Smalley,C

60 - Buckminsterfullerene,

Nature 318, 162 (1985).

62

N. S. Sariciftci; Role of buckminsterfullerene, C60, in organic photoelectric devices, Prog. Quant.

Electron. 19, 131 (1995).

63 R. C. Haddon, L. E. Brus, H. Raghavachari, Electronic-structure and bonding in icosahedral C 60,

Chem. Phys. Lett. 125, 459 (1986).

64

Q. Xie, E. Pérez-Cordero, L. Echegoyen, Electrochemical detection of C60(6-) and C70(6-) –

enhanced stability of fullerides in solution, J. Am. Chem. Soc. 114, 3978 (1992).

65 C. Waldauf, P. Schilinsky, M. Perisutti, J. Hauch, C. J. Brabec, Solution-processed organic n-type

66 R. Pacios, J. Nelson, D. D. C. Bradley, C. J. Brabec, Composition dependence of electron and

hole transport in polyfluorene: [6,6]-phenyl C-61-butyric acid methyl ester blend films, Appl. Phys.

Lett. 83, 4764 (2003).

67

A. I. Ekimov, Al. L. Efros, A. A. Onushchenko, Quantum size effect in semiconductor microcrystals, Solid State Commun. 56, 921 (1985).

68 R. Rossetti, S. Makahara, L. E. Brus, Quantum size effects in the redox potentials, resonance

Raman-spectra and electronic-spectra of CdS crystallites in aqueous-solution, J. Chem. Phys. 79, 1086 (1983).

69 A. Henglein, Small-particle research – physicochemical properties of extremely small colloidal

metal and semiconductor particles, Chem. Rev. 89, 1861 (1989).

70

M. L. Steigerwald, A. P. Alivisatos, J. M. Gibson, T. D. Harris, R. Kortan, A. J. Muller, A. M. Thayer, T. M. Duncan, D. C. Douglass, L. E. Brus, Surface derivatization and isolation of semiconductor cluster molecules, J. Am. Chem. Soc. 110, 3046 (1988).

71 http://www.britishmuseum.org/explore/highlights/highlight_objects/pe_mla/t/the_lycurgus_cup.asp

x, acesso em 29/07/09, às 15h15min.

72

S. P. Gubin, N. A. Kataeva, G. B. Khomutov, Promising avenues of research in nanoscience: chemistry of semiconductor nanoparticles, Rus. Chem. Bull. 54, 827 (2005).

73

A. P. Alivisatos, Semiconductor clusters, nanocrystals, and quantum dots, Science 271, 933 (1996).

74

L.M. Liz-Marzán, Nanometals: formation and color, Materialstoday 7, 26 (2004).

75

G. D. Scholes, G. Rumbles, Excitons in nanoscale systems, Nat. Mater. 5, 683 (2006).

76 A. D. Yoffe, Low-dimensional systems – Quantum-size effects and electronic properties of

semiconductor microcrystallites (zero-dimensional systems) and some quasi-2-dimensional systems, Adv. Phys. 42, 173 (1993).

77

Y.-W. Jun, J.-S. Choi, J. Cheon, Shape control of semiconductor and metal oxide nanocrystals through nonhydrolytic colloidal routes, Angew. Chem. 45, 3414 (2006).

78 W. U. Huynh, J. J. Dittmer, A. P. Alivisatos, Hybrid nanorod-polymer solar cells, Science 295

(2002) 2425.

79

L. Manna, E. C. Scher, A. P. Alivisatos, Shape control of colloidal semiconductor nanocrystals, J.

Cluster Sci. 13 (2002) 521.

80 A. N. Tiwari, S. Blunier, M. Filmoser, H. Zogg, D. Schmid, H. W. Schock, Characterization of

heteroepitaxial CuIn3Se5 and CuInSe2 layers on Si substrates, Appl. Phys. Lett. 65, 3347 (1994). 81

Y. T. Qian, Solvothermal synthesis of nanocrystalline III-V semiconductors , Adv. Mater. 11, 1101 (1999).

82

C. Czekelius, M. Hilgendorff, L. Spanhel, I. Bedja, M. Lench, G. Müller, U. Bloeck, D. Su, M. Giersig, A simple colloidal route to nanocrystalline ZnO/CuInS2 bilayers, Adv. Mater. 11, 643 (1999). 83 C. B. Murray, D. J. Norris, M. G. Bawendi, Synthesis and characterization of nearly monodisperse

CdE (E = S, Se, Te) semiconductor nanocrystallites, J. Am. Chem. Soc. 115, 8706 (1993).

84

A. J. Nozik, Quantum dot solar cells, Physica E 14, 115 (2002).

Documentos relacionados