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A pesquisa científica não pode prescindir dos cuidados sistemáticos de uma metodologia para que sua validade possa ser aceita de forma inconteste pela sociedade em geral. Neste caso, é necessário explorar qual é o escopo dado a estas questões na área da pesquisa científica.

Na opinião de Chizzotti (2006), com preocupação centrada no estudo das ciências humanas e sociais, pesquisa científica pode ser caracterizada como “esforço sistemático de – usando critérios claros, explícitos e estruturados, com teoria, método e linguagem adequada – explicar ou compreender os dados encontrados e eventualmente, orientar a natureza ou as atividades humanas”. O autor lembra que, a pesquisa pressupõe teorias ou visões do mundo, em diferentes áreas do conhecimento. As teorias, ao auxiliarem a atividade investigativa levam aos paradigmas, tradições, modelos, programas ou posturas de quem faz a pesquisa.

Para Demo (2002), ao argumentar sobre o desafio essencial representado pela pesquisa científica, como princípio de instrumentação teórico-metodológica para construir conhecimento, lembra que, as suas razões estão fundadas no questionamento sistemático crítico e criativo, na intervenção competente na realidade ou no diálogo crítico e permanente com a realidade, no sentido teórico e prático, o que o leva a definir pesquisa científica como “o questionamento sistemático crítico e criativo, mais intervenção inovadora”.

De forma mais direta, Kerlinger (1980), afirma que a pesquisa científica é a explicação sistemática de fenômenos naturais e suas inter-relações.

Por sua vez, Richardson (1999), com enfoque nos métodos das pesquisas científicas de caráter social, ao abordar a epistemologia do trabalho científico lembra que, “a estratégia utilizada em qualquer pesquisa científica fundamenta-se em uma rede de pressupostos ontológicos e de natureza humana, que definem o ponto de vista que o pesquisador tem do mundo que o rodeia”. Lembra ainda que, estes pressupostos proporcionam as bases do trabalho da pesquisa científica e são baseados nas perspectivas do pesquisador com relação ao homem, à sociedade e ao mundo em geral. Estas perspectivas permitem ao pesquisador se orientar com relação à escolha de métodos e técnicas a serem utilizadas nas pesquisas científicas.

Quanto à natureza da pesquisa científica, que envolve o presente trabalho, se optou pela pesquisa qualitativa, própria para a análise profunda de fenômenos para entender melhor a sua singularidade ou subjetividade e que, a seguir, passa a ser conceituada na opinião de alguns autores que nem sempre têm opiniões convergentes a respeito da sua validade científica.

Primeiramente, Godoy (1995) adverte que é importante citar que a pesquisa qualitativa, genericamente utilizada para caracterizar pesquisas da área das ciências sociais, também é identificada por expressões sinônimas como “pesquisa de campo”, normalmente utilizada na área da antropologia e sociologia, ou ainda, como “pesquisa naturalista”, normalmente utilizada para a observação de indivíduos no seu habitat. Ainda, Sampaio (2001) adverte que, algumas vezes pode também ser denominada de “pesquisa soft” porque suas variáveis não podem ser mensuradas em nível intervalar ou de razão.

A pesquisa social é marcada por estudos que valorizam o uso de métodos quantitativos para descrever fenômenos. Porém, nos últimos 30 anos a pesquisa qualitativa tem se firmado cada vez mais como uma promissora forma de investigação científica. Inicialmente aplicada na área da Antropologia e Sociologia, também ganhou espaço em áreas como a Psicologia, a Educação e a Administração de empresas (NEVES, 1996).

De acordo com Neves (1996, p.1):

Enquanto estudos quantitativos geralmente procuram seguir com rigor um plano previamente estabelecido (baseado em hipóteses claramente indicadas e variáveis que são objeto de definição operacional), a pesquisa qualitativa costuma ser direcionada, ao longo de seu desenvolvimento; além disso, não busca enumerar ou medir eventos e, geralmente, não emprega instrumental estatístico para análise de dados; seu foco de interesse é amplo e parte de uma perspectiva diferenciada da adotada pelos métodos quantitativos.

Para a interpretação de fenômenos estudados por meio da pesquisa qualitativa, é necessário obter dados descritivos. Para tal, é utilizado o contato estreito e interativo do pesquisador com o fenômeno objeto do estudo, que assim procura entender o mesmo a partir da perspectiva dos envolvidos na situação em estudo (NEVES, 1996). Lembra o mesmo autor que, neste contexto, a expressão “pesquisa qualitativa” pode assumir diferentes significados no campo das ciências sociais e a define como “um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que

visam a descrever e a decodificar os componentes de um sistema complexo de significados”.

O mesmo autor conclui que a pesquisa qualitativa, em contraposição, mas não de forma excludente à pesquisa qualitativa, em função da forma e a ênfase como os dados são tratados, “detecta a presença ou não de algum fenômeno, sem se importar com a sua magnitude ou intensidade”, mas sim, com procedimentos de cunho racional e intuitivo para a melhor compreensão dos mesmos. O que faz ver a pesquisa qualitativa como uma alternativa interessante numa investigação científica, pois serve para firmar conceitos e objetivos e sugerir variáveis a serem estudadas com maior profundidade.

Para Richardson (1999), ao analisar de forma crítica e resistente a validade da pesquisa qualitativa, afirma que a mesma tem sido vista com desconfiança por investigadores das ciências exatas e da natureza e sugere que a mesma está se transformando em um instrumento de subordinação ao discurso de lideranças. Afirma ainda que sua legitimidade foi adquirida ao preço da incorporação de critérios positivistas de sua validade e generalização. Reconhece que, a partir da década de noventa, a pesquisa qualitativa tem aumentado sua credibilidade nas ciências sociais, o que é legitimado pela falsa crença de que os critérios positivistas de validade conferem autenticidade aos resultados da pesquisa, que é imediatamente visualizada por uma terceira pessoa. O autor define a pesquisa qualitativa como “a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características ou comportamentos”. Lembra ainda que (p.102):

O objetivo fundamental da pesquisa qualitativa não reside na produção de opiniões representativas e objetivamente mensuráveis de um grupo; está no aprofundamento da compreensão de um fenômeno social por meio de entrevistas em profundidade e análises qualitativas da consciência articulada dos autores envolvidos no fenômeno.

A exemplo de Neves, (1996), ao contrapor o posicionamento de Richardson, 1999, Chizzotti (2006) lembra o crescimento da consciência e do compromisso dos pesquisadores com o fato de que a pesquisa é uma prática reconhecida como necessária na construção da vida social, e que, a pesquisa qualitativa, ao aceitar novas vias investigativas, não se furta ao rigor e à objetividade, mas reconhece que a experiência humana não pode ser confinada aos métodos de estudo de

fenômenos naturais para analisá-las e descrevê-las. O autor, ao reconhecer como notável o número de cursos, textos, artigos e pesquisas que se fundamentam em pressupostos qualitativos, afirma que (p. 28):

A pesquisa qualitativa recobre, hoje, um campo transdisciplinar, envolvendo as ciências humanas e sociais, assumindo tradições ou multiparadigmas de análise, derivadas do positivismo, da fenomenologia da hermenêutica, do marxismo, da teoria crítica e do construtivismo, adotando multimétodos de investigação para o estudo de um fenômeno situado no local em que ocorre, e, enfim procura tanto encontrar o sentido desse fenômeno quanto interpretar os significados que as pessoas dão a ele.

Afinal, o termo qualitativo em pesquisa científica representa intensa partilha com pessoas, fatos e locais, que se constituem nos objetos das pesquisas, para extrair dos fenômenos pesquisados, por meio de métodos como entrevistas, observações participantes, histórias de vida, testemunho, análise do discurso, estudo de caso, aquilo que permite ao pesquisador, com uma boa interpretação, perspicácia, zelo e competência científica, obter os significados do objeto de pesquisa, reconhece o mesmo autor.

Para melhor entendimento e aplicação de metodologias vinculadas a uma pesquisa qualitativa, é necessária a definição de quais são suas principais características.

Para Godoy (1995), que adverte para o fato de que a pesquisa qualitativa “parte de questões ou focos de interesses amplos, que vão se definindo a medida que o estudo se desenvolve”, a mesma está baseada na “obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos, pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos participantes da situação em estudo” e há um conjunto de características essenciais capazes de identificar uma pesquisa desse tipo:

1. “A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta de dados e

o pesquisador como instrumento” – a preocupação fundamental é o estudo

e a análise do mundo empírico em seu ambiente natural, com a valorização do contato direto do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo pesquisada.

2. “A pesquisa qualitativa é descritiva” – a palavra escrita ocupa lugar de destaque na obtenção de dados e na sua disseminação.

3. “O significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida é a preocupação

essencial do investigador” – compreensão dos fenômenos a partir da

perspectiva dos participantes.

4. “Pesquisadores utilizam o enfoque indutivo na análise de seus dados” – como não há o estabelecimento de hipótese, a priori, não existe preocupação em buscar dados ou evidências que corroborem ou neguem as suposições.

Por sua vez, Ely et al., (1996), ao definirem a pesquisa por uma perspectiva que não permite que a mesma possa ser considerada relativista, mas sim fenomenológica e interpretacionista, como a de Cicourel, consideram pouco compreensivo definir o termo “pesquisa qualitativa” e sugerem analisar as características comuns de seus métodos (apud SAMPAIO, 2001).

As referidas autoras consideram que existem as seguintes características comuns a todas as espécies de pesquisas qualitativas (p. 22):

• Os eventos só podem ser entendidos adequadamente se eles são vistos no contexto. Por isso, o pesquisador qualitativo imerge-se no

setting.

• Os contextos de questionamento não são planejados, eles são naturais. Nada é predefinido ou suposto.

• Os pesquisadores qualitativos querem que aqueles que são estudados falem por si mesmos, para que forneçam suas perspectivas em palavras e outras ações. Conseqüentemente, a pesquisa qualitativa é um processo interativo no qual as pessoas estudadas ensinam ao pesquisador sobre suas vidas.

• Os pesquisadores qualitativos presenciam a experiência como um todo, não como variáveis separadas. O objetivo da pesquisa qualitativa é compreender a experiência de forma global (... to understand

experience as unified.).

• Os métodos qualitativos são apropriados às afirmações acima. Não há um método geral.

• Para muitos pesquisadores qualitativos, o processo em seu curso fornece uma avaliação do que foi estudado.

Em seus estudos Santos (2004) observa que o foco na individualidade dos participantes favorece um ambiente profícuo para a pesquisa qualitativa, pois esta oferece uma abordagem consistente para o trabalho dos pesquisadores no conhecimento dos fenômenos que estão sendo investigados. Considera que tal fato ocorre em função das características de uma pesquisa qualitativa, as quais estabelece da seguinte forma (p.134):

− A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento fundamental.

− A pesquisa qualitativa é descritiva.

− O significado que as pessoas dão às coisas e à vida é a preocupação essencial do investigador.

− Os pesquisadores utilizam o enfoque indutivo na análise de seus dados. − Os pesquisadores qualitativos estão preocupados com o processo e não

simplesmente com os resultados e o produto.

Como pode ser apurado, existe concordância unânime dos autores com relação às seguintes características das pesquisas qualitativas: que estão voltadas ao ambiente natural do contexto em que ocorrem; que são um método descritivo; e que o investigador deve estar preocupado em investigar os significados que as pessoas dão para as coisas e sua própria vida.

Como concordância parcial sobre as características de pesquisas qualitativas, deve ser observada aquela relacionada ao fato de que, o pesquisador deve ter sua preocupação centrada no processo da pesquisa e não simplesmente no produto da pesquisa, o que garantirá maior fidedignidade aos resultados obtidos.

Como o presente trabalho foi desenvolvido na forma de estudo de caso, o que remete a natureza da pesquisa a uma abordagem exploratória cabe, então, investigar melhor o que exatamente representa uma pesquisa exploratória.

Afirma Martins (2006) que, o estudo de caso é em essência “um estudo exploratório, que poderá constituir-se em um embrião de uma pesquisa científica de maior fôlego”.

Para Gil (1991, apud SILVA e MENEZES, 2000), que tem uma visão mais amplificada sobre a pesquisa exploratória, a mesma, geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica ou estudo de caso e visa proporcionar maior familiaridade com o problema estudado. Tem por objetivo tornar o problema estudado explícito, ou ainda, serve para construir hipóteses a respeito do mesmo. Envolve, além de levantamentos bibliográficos, a realização de entrevistas com pessoas com vivências práticas relacionadas ao problema que está sendo estudado, bem como, a análise de exemplos que permitam a sua melhor compreensão.

Por sua vez, Collins e Hussey (2005), enfatizam o ineditismo usual do objeto da pesquisa exploratória, ao afirmarem que, a mesma é “realizada sobre um problema ou questão de pesquisa quando há poucos ou nenhum estudo anterior em que possamos buscar informações sobre a questão ou o problema”. Portanto, ela procura obter padrões, idéias ou hipóteses, em vez de testar ou confirmar uma

hipótese previamente estabelecida com relação a uma evidência empírica baseada em dados de observações ou experiências. Os autores denominam as descobertas de pesquisa exploratória de insights, o que consideram o seu foco e que permitem maior familiaridade com o assunto pesquisado, para assim permitir investigações mais profundas num estágio posterior. Lembram que, para obter dados qualitativos ou quantitativos, as técnicas típicas utilizadas nesta modalidade de pesquisa, são os estudos de caso, observação e a análise histórica, embora reconheçam também que: estas técnicas costumam ser flexíveis por terem poucas limitações quanto à natureza das atividades desenvolvidas e o tipo de dados obtidos. Concluem afirmando que, nas pesquisas exploratórias são avaliadas as teorias e conceitos que podem ser aplicados ao problema e que raramente fornecem respostas conclusivas para os problemas e questões analisadas.

Ao analisar a natureza das pesquisas qualitativas, SANTOS (2004) cita alguns autores que consideram a pesquisa exploratória como apropriada para atender principalmente aos fins das pesquisas qualitativas. Menciona Matar (1997) que “considera a pesquisa exploratória como adequada para o levantamento de experiências, estudo de caso e observações informais, com a utilização de fontes primárias e secundárias”. Menciona ainda Calder (1977) que conclui que as mesmas servem mais diretamente aos propósitos das pesquisas qualitativas e que, além do seu caráter exploratório, são descritivas, indutivas e envolvem técnicas como a análise de dados secundários, estudos de caso, entrevistas individuais, discussões em grupo, entre outras.

A presente pesquisa foi baseada num estudo de caso, para a análise profunda e detalhada de um único indivíduo, que de forma objetiva procura responder sobre o “como” e o “porquê” dos fenômenos ocorridos com o mesmo no contexto da vida real das suas adaptações estratégicas, analisando as várias dimensões em que o fenômeno se apresentou e o contexto em que se situaram.

Tal opção leva à necessidade do entendimento claro do que é um estudo de caso, por meio da investigação das suas definições e características, no intuito de validar o mesmo como metodologia de pesquisa científica para a geração de novas hipóteses e constructos, uma vez que existem ainda fortes contradições a respeito de sua validade científica, pois não atenderia às exigências mínimas do planejamento científico para comparações.

científica dos estudos de caso baseados num único indivíduo, afirma que a utilização de estudos de caso é válida apenas se os mesmos forem usados para obter medidas de variáveis e recomenda muito cuidado com as conclusões obtidas pelas pesquisas que usam um indivíduo apenas. E conclui que: “não se pode estabelecer as relações de uma teoria com dados de um único indivíduo”.

Em contraposição, vem o argumento de autores como Babbie (2005), que afirma que, na utilização de estudos de caso em pesquisas de caráter social, ocorre a preocupação com a busca de uma descrição mais abrangente possível de uma comunidade, para determinar as várias inter-relações lógicas de seus componentes. O autor ainda acrescenta que o estudo de caso está baseado na coleta e no exame do máximo de dados sobre o tema da pesquisa e é visto como uma descrição e explicação abrangentes dos muitos componentes de uma determinada situação social. Quanto aos objetivos científicos, que diferem de outros métodos, que geralmente visam o entendimento generalizado, o estudo de caso visa o entendimento abrangente de um só caso, com a maximização do número de variáveis consideradas e, ainda, com a procura de conhecimento aplicável além do caso estudado.

Ao reconhecer que é crescente a condução de pesquisas científicas por meio de avaliações qualitativas, Martins (2006) reconhece que os estudos de caso pedem avaliações qualitativas, por terem como objetivo o estudo de uma unidade social, de forma a penetrar na sua realidade, o que não é conseguido plenamente por uma avaliação quantitativa. Ele define estudo de caso como (p.xi):

[...] uma investigação empírica que pesquisa fenômenos dentro de seu contexto real (pesquisa naturalística), onde o pesquisador não tem controle sobre eventos e variáveis, buscando apreender a totalidade de uma situação e, criativamente, descrever, compreender e interpretar a complexidade de um caso concreto.

Reconhece ainda que, nos fenômenos de elevada complexidade e de difícil quantificação, as abordagens qualitativas, por meio de estudos de caso, são adequadas, tanto no que diz respeito ao seu tratamento contextual, como no que diz respeito a sua operacionalização. Para o autor, o estudo de caso exige atenção e habilidades especiais do pesquisador, pois, os procedimentos não têm rotinas pré- estabelecidas. Este fato exige maior controle sobre vieses potenciais que surgem durante o desenvolvimento do estudo, controle este que elimina limitações como a

contaminação dos estudos pelas “respostas do pesquisador”, bem como, o uso do estudo para a comprovação de posições pré-concebidas.

Sob o parecer de Yin (2006), ao reconhecer que os estudos de casos têm lugar de destaque na pesquisa científica de avaliação, estes podem ser conduzidos e escritos por muitos motivos diferentes. Seja para a simples apresentação de um caso individual ou para chegar a generalizações amplas, baseadas em diversos estudos de casos. Reconhece cinco aplicações que destaca: para explicar – supostos vínculos casuais em intervenções da vida real; para descrever – intervenções e os contextos da vida real em que elas ocorrem; para ilustrar – tópicos dentro de uma avaliação de forma descritiva; para explorar – situações onde as intervenções não apresentam um conjunto simples e claro de resultados; e para uma

meta-avaliação – o estudo de um estudo de avaliação. O autor critica a falta de êxito

das ciências sociais em reconhecer o estudo de caso como uma estratégia formal de pesquisa, seja por considerarem o estudo de caso como um estágio exploratório de algum outro tipo de estratégia de pesquisa, seja por confundirem os estudos de caso com estudos etnográficos, observações dos participantes ou as técnicas de coleta de dados. A definição de estudo de caso proposta pelo autor divide-a em duas partes: uma com relação ao seu escopo, outra com relação à coleta de dados e às estratégias para a sua análise. Com relação ao escopo, define o estudo de caso como uma investigação empírica, de um fenômeno contemporâneo, no seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos. Com relação à coleta de dados e às estratégias para a sua análise, define o estudo de caso como uma investigação que enfrenta uma situação tecnicamente única, com mais variáveis de interesse do que pontos de dados, que se baseia em várias fontes de evidências, com a necessidade da convergência dos dados e que se beneficia da convergência prévia de proposições teóricas para conduzir a coleta e a análise de dados.

Diante das conceituações investigadas sobre “estudo de caso”, o presente trabalho, desenvolvido como uma pesquisa qualitativa e exploratória para a obtenção de informações, com suporte na fundamentação teórica feita anteriormente, foi baseado numa análise fenomenológica histórica dos processos de