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Capítulo III – Efeitos da adição de nutrientes na concentração de nutrientes, fenóis totais e

2. Material e método

3.2. Nutrientes minerais foliares

Como o observado para fenóis totais e taninos, o grupo das espécies brevidecíduas apresentou maiores concentrações de N, P, K e Mg foliar em relação ao grupo das espécies sempre verdes. Entretanto, as concentrações de Ca e S foram maiores no grupo das sempre verdes e as concentrações de Fe não apresentaram diferenças significativas entre grupos fenológicos. Os valores de concentração dos nutrientes minerais foliares das seis espécies em cada estádio fenológico para cada tratamento foram apresentadas no anexo 8.

a) Nitrogênio

A concentração de N foliar variou entre 10,1 mg.g-1 e 25,1 mg.g-1 nas espécies brevidecíduas e entre 6,8 mg.g-1 e 14,9 mg.g-1 nas espécies sempre verdes. Entre as espécies brevidecíduas, D.

miscolobium apresentou maior conteúdo de N foliar, e entre as espécies sempre verdes, R. montana

apresentou a menor concentração de N foliar.

Não foi observado modificação nas concentrações de N foliar nos indivíduos crescendo nos tratamentos fertilizados em relação a aqueles nas parcelas controle.

Considerando as diferenças entre estádios fenológicos, as espécies B. salicifolius (nas parcelas do tratamento NP) e O. hexasperma (nas parcelas do tratamento controle) apresentaram maior concentração de N em folhas maduras (Figura 3).

b) Fósforo

A concentração de P foliar variou entre 0,46 mg.g-1 e 1,6 mg.g-1 no grupo das brevidecíduas e entre 0,29 mg.g-1 e 1,01 mg.g-1 no grupo das sempre verdes. Dentre as espécies brevidecíduas, C.

brasiliense apresentou maiores concentrações de P foliar, seguida de B. salicifolius e D. miscolobium. Dentre as espécies sempre verdes, como observado para N, R. montana apresentou a

menor concentração de P foliar.

No tratamento NP, os indivíduos da espécie B. salicifolius apresentaram maior concentração de P em folhas jovens (+115%) e maduras (+83%) em relação aos indivíduos localizados tratamento controle. Nas demais espécies não foram observadas diferenças em relação ao controle.

Com relação a diferenças de concentração de P entre estádios fenológicos, foram observadas maiores concentrações de P em folhas maduras nas espécies C. brasiliense (nas parcelas do tratamento controle) e D. miscolobium (nas parcelas do tratamento NP) e em todas as espécies sempre verdes localizadas nas parcelas do tratamento P. O. hexasperma também apresentou maior concentração de P em folhas maduras nos indivíduos localizados nas parcelas do tratamento N, e S.

c) Potássio

As concentrações de K foliar variaram entre 2,8 mg.g-1 e 7,7 mg.g-1 nas espécies do grupo das brevidecíduas e entre 1,9 mg.g-1 e 8,6 mg.g-1 nas sempre verdes. Entre as espécies brevidecíduas, como o observado para a concentração de P, D. miscolobium apresentou a menor concentração de K foliar. Entre as espécies sempre verdes, a menor concentração de K foi encontrada em S. ferrugineus. Somente O. hexasperma apresentou resposta ao efeito de tratamentos. Os indivíduos localizados nas parcelas do tratamento NP apresentaram menores concentrações de K em relação aos indivíduos nas parcelas controle tanto em folhas jovens (-59%) como em folhas maduras (-50%).

Os indivíduos das espécies C. brasiliense (nas parcelas do tratamento controle), O.

hexasperma (nas parcelas do tratamento N), R. montana (nas parcelas do tratamento P) e S. ferrugineus (nas parcelas do tratamentos N e P) apresentaram maior concentração de K em folhas

jovens, enquanto que D. miscolobium apresentou maior concentração em folhas maduras em indivíduos localizados nas parcelas do tratamento controle (Figura 5).

d) Cálcio

A concentração de Ca variou entre 1,0 mg.g-1 e 19,5 mg.g-1 no grupo das brevidecíduas e entre 2,5 mg.g-1 e 21,7 mg.g-1 no grupo das sempre verdes. Entre as brevidecíduas, B. salicifolius apresentou a maior concentração de Ca foliar, seguido de C. brasiliense. Como o observado para P e K, D. miscolobium apresentou a menor concentração de Ca foliar e, dentre as espécies sempre verdes, como o observado para N e P, R. montana também apresentou a menor concentração de Ca.

Todas as espécies analisadas apresentaram diferenças significativas na concentração de Ca entre os tratamentos de fertilização e o controle. D. miscolobium apresentou maiores concentrações de Ca nos indivíduos localizados nas parcelas dos tratamentos P e NP, e menores concentrações de Ca foram observados em indivíduos localizados nas parcelas do tratamento N, em folhas jovens e maduras. As espécies O. hexasperma e S. ferrugineus apresentaram maiores concentrações de Ca em folhas maduras nos indivíduos localizados nas parcelas dos tratamentos P e NP, enquanto que B.

salicifolius e R. montana apresentaram maior concentração de Ca em folhas maduras nos indivíduos

das parcelas do tratamento NP. Em C. brasiliense, a fertilização com P e NP aumentou as concentrações de Ca em relação ao controle, entretanto este efeito só foi observado em folhas jovens. As concentrações de Ca aumentaram, respectivamente entre 1,4 e 6,5 vezes em folhas jovens de D.

miscolobium e B. salicifolius nos indivíduos localizados nas parcelas do tratamento NP em relação a

aqueles localizados no tratamento controle.

Com relação às diferenças entre estádios fenológicos, maiores concentrações de Ca foram observadas em folhas maduras nas espécies C. brasiliense e B. salicifolius (nos indivíduos das parcelas do tratamento controle), O. hexasperma (nos tratamentos controle e P) e em S. ferrugineus no tratamento N. Por outro lado, a espécie D. miscolobium apresentou maior concentração de Ca em folhas jovens nos indivíduos localizados nas parcelas do tratamento NP (Figura 6).

e) Magnésio

As concentrações de Mg foliar variaram entre 1,0 mg.g-1 e 2,7 mg.g-1 nas espécies brevidecíduas e entre 0,6 mg.g-1 e 2,4 mg.g-1 nas espécies sempre verdes. Entre as espécies brevidecíduas, como o observado para P, K e Ca, D. miscolobium apresentou a menor concentração de Mg, e entre as sempre verdes, S. ferrugineus apresentou maior conteúdo de Mg foliar.

Os indivíduos de B. salicifolius nas parcelas do tratamento P (folhas jovens), D. miscolobium no tratamento N e O. hexasperma nos tratamentos P e NP apresentaram menores concentrações de Mg em folhas jovens e maduras quando comparadas com os indivíduos localizados nas parcelas do tratamento controle. A diminuição na concentração de Mg variou, respectivamente, entre 25% e 58% em folhas maduras de D. miscolobium nas parcelas do tratamento N e em folhas maduras de O.

hexasperma no tratamento NP.

Considerando as diferenças entre estádios fenológicos, maiores concentrações de Mg foram observadas em folhas maduras nos indivíduos de C. brasiliense (nas parcelas do tratamento controle) e em S. ferrugineus (no tratamento NP) (Figura 7).

f) Enxofre

As concentrações de S variaram entre 0,25 mg.g-1 e 1,65 mg.g-1 nas espécies brevidecíduas e entre 0,33 mg.g-1 e 2,73 mg.g-1 nas espécies sempre verdes. Dentre as espécies brevidecíduas, com o observado para a concentração de N, D. miscolobium apresentou a maior concentração de S, e entre as sempre verdes, como o observado para a concentração de Mg, S. ferrugineus apresentou maior conteúdo de S.

Os indivíduos das espécies C. brasiliense, B. salicifolius, R. montana e S. ferrugineus apresentaram maiores concentrações de S em folhas jovens e maduras nas parcelas de todos os tratamentos de fertilização em relação ao observado nas parcelas controle. Em O. hexasperma, observou-se maior concentração de S nos indivíduos das parcelas dos tratamentos P e NP, e D.

miscolobium apresentou maior concentração nos indivíduos das parcelas do tratamento NP (em

folhas jovens e maduras). O menor aumento observado (28%) ocorreu em folhas jovens de D.

miscolobium nas parcelas do tratamento NP, sendo que o maior aumento (6,5 vezes em relação ao

controle) foi observado em folhas maduras de S. ferrugineus localizadas nas parcelas do tratamento P.

Somente em C. brasiliense houve diferença entre estádios fenológicos, sendo que a maior concentração de S foi observada em folhas maduras nos indivíduos do tratamento controle (Figura 8).

As concentrações de Fe variaram entre 16 mg.kg-1 e 271,2 mg.kg-1 nas espécies brevidecíduas e entre 11,8 mg.kg-1 e 157,7 mg.kg-1 nas espécies sempre verdes. Entre as espécies brevidecíduas, B.

salicifolius não diferiu das espécies C. brasiliense e D. miscolobium, entretanto, C. brasiliense

apresentou maior conteúdo de Fe foliar que D. miscolobium. Entre as espécies sempre verdes, S.

ferrugineus apresentou maior concentração de Fe foliar, seguida de R. montana e O. hexasperma.

Os indivíduos localizados nas parcelas fertilizadas não apresentaram diferenças nas concentrações de Fe foliar em relação aos indivíduos do tratamento controle.

Com relação a diferenças de concentração de Fe entre estádio fenológicos, maiores concentrações foram encontradas em folhas maduras de O. hexasperma em todos os tratamentos. Os indivíduos das espécies C. brasiliense e B. salicifolius (nas parcelas do tratamento controle) e S.

ferrugineus (nos tratamentos N e NP) também apresentaram maior concentração de Fe em folhas

Figura 3. Conteúdo de N foliar (mg.g-1) em folhas jovens (J) e maduras (M) nas espécies brevidecíduas e sempre verdes sob quatro tratamentos de fertilização (C – controle; N – nitrogênio, NP – nitrogênio + fósforo; P – fósforo). Letras diferentes indicam diferenças no conteúdo entre estádio fenológico (Bonferroni, p<0,05). * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Dunnett, * p<0,05).

Figura 4. Conteúdo de P foliar (mg.g-1) em folhas jovens (J) e maduras (M) nas espécies brevidecíduas e sempre verdes sob quatro tratamentos de fertilização (C – controle; N – nitrogênio, NP – nitrogênio + fósforo; P – fósforo). Letras diferentes indicam diferenças no conteúdo entre estádio fenológico (Bonferroni, p<0,05). * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Dunnett, * p<0,05).

Figura 5. Conteúdo de K foliar (mg.g-1) em folhas jovens (J) e maduras (M) nas espécies brevidecíduas e sempre verdes sob quatro tratamentos (C – controle; N – nitrogênio, NP – nitrogênio + fósforo; P – fósforo). Letras diferentes indicam diferenças no conteúdo entre estádio fenológico (Bonferroni, p<0,05). * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Dunnett, * p<0,05).

Figura 6. Conteúdo de Ca foliar (mg.g-1) em folhas jovens (J) e maduras (M) nas espécies brevidecíduas e sempre verdes sob quatro tratamentos de fertilização (C – controle; N – nitrogênio, NP – nitrogênio + fósforo; P – fósforo). Letras diferentes indicam diferenças no conteúdo entre estádio fenológico (Bonferroni, p<0,05). * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Dunnett, * p<0,05).

Figura 7. Conteúdo de Mg foliar (mg.g-1) em folhas jovens (J) e maduras (M) nas espécies brevidecíduas e sempre verdes sob quatro tratamentos de fertilização (C – controle; N – nitrogênio, NP – nitrogênio + fósforo; P – fósforo). Letras diferentes indicam diferenças no conteúdo entre estádio fenológico (Bonferroni, p<0,05). * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Dunnett, * p<0,05).

Figura 8. Conteúdo de S foliar (mg.g-1) em folhas jovens (J) e maduras (M) nas espécies e sempre verdes sob quatro tratamentos (C – controle; N – nitrogênio, NP – nitrogênio + fósforo; P – fósforo). Letras diferentes indicam diferenças no conteúdo entre estádio fenológico (Bonferroni, p<0,05). * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Dunnett, * p<0,05).

Figura 9. Conteúdo de Fe foliar (mg.kg-1) em folhas jovens (J) e maduras (M) nas espécies brevidecíduas e sempre verdes sob quatro tratamentos (C – controle; N – nitrogênio, NP – nitrogênio + fósforo; P – fósforo). Letras diferentes indicam diferenças no conteúdo entre estádio fenológico (Bonferroni, p<0,05).