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Capítulo I Características químicas do solo e fitossociologia de um cerrado sentido

3. Resultados

3.1. Propriedades químicas do solo

Com exceção do solo das parcelas do tratamento Ca, os valores de pH em água e CaCl2

aumentaram com a profundidade em todos os tratamentos (Figura 3). O pH do solo nas parcelas do tratamento controle aumentou de 4,36 (pH em água 0-10 cm) e 3,73 (pH em CaCl2 0-10 cm) para

4,66 (pH em água 40-50 cm) e 4,14 (pH em CaCl2 40-50 cm). No tratamento N o pH passou de 3,86

(0-10) para 4,50 (40-50) (pH em água) e 3,56 (0-10) para 4,01 (40-50) (pH em CaCl2). No solo das

parcelas do tratamento P, o pH variou entre 4,15 em 0-10 cm para 4,57 em 40-50 cm (pH em água) e entre 3,81 (0-10 cm) e 4,17 em 40-50cm (pH em CaCl2). No solo das parcelas do tratamento NP, o

pH em água passou de 3,82 em 0-10 cm para 4,23 em 40-50 cm. O pH em CaCl2 variou entre 3,56

(em 0-10cm) e 3,90 (em 40-50 cm) nas parcelas do tratamento NP. Houve redução dos valores de pH em água e CaCl2 com o aumento da profundidade no tratamento Ca. Os valores variaram de 5,34 (0-

10 cm) para 4,90 (40-50 cm) para pH em água e 5,42 (0-10 cm) para 4,41 (40-50 cm) para pH em CaCl2 (Figura 1). O solo das parcelas dos tratamentos N, P e NP apresentaram valores de pH

significativamente menores que o observado nas parcelas do tratamento controle nos primeiros 30 cm de profundidade. O solo das parcelas do tratamento Ca apresentou valores significativamente maiores de pH que o observado no solo das parcelas do tratamento controle em todas as profundidades. As propriedades químicas do solo nos cinco tratamentos em cinco profundidades e as diferenças com relação ao tratamento controle estão apresentadas no Anexo 1.

Figura 1. Valores de pH do solo (em água e CaCl2) até 50 cm de profundidade em um cerrado

sentido restrito submetido a tratamentos de fertilização. Barras horizontais representam o desvio padrão da média. * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Teste t de Student; p<0,05).

O conteúdo de carbono orgânico diminuiu de acordo com o aumento na profundidade do perfil de solo em todos tratamentos. No solo das parcelas do tratamento controle houve redução de 44,1 g.kg-1 (0-10) para 18,8 g.kg-1 (40-50), no tratamento N, este valor passou de 49,6 g.kg-1 em 0- 10 cm para 18,9 g.kg-1 em 40-50 cm. Houve redução significativa no conteúdo de carbono orgânico no solo das parcelas do tratamento Ca de 0-10 (38,7 g.kg-1) para 30,4 g.kg-1 em 10-20 cm. Os demais tratamentos não apresentaram diferenças significativas na concentração de carbono em relação ao tratamento controle (Figura 2).

Figura 2. Conteúdo de carbono orgânico do solo (g.kg-1) até 50 cm de profundidade em um cerrado sentido restrito submetido a tratamentos de fertilização. Barras horizontais representam o desvio padrão da média. * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Teste t de Student; p<0,05).

As concentrações de N total do solo também apresentaram tendências de decréscimo conforme o aumento da profundidade do perfil. As concentrações de N total variaram entre 1,3 g.kg-1 (0-10 cm) e 1,5 g.kg-1(40-50 cm) no solo das parcelas do tratamento controle e entre 1,9 g.kg-1 (0-10 cm) e 1,2 g.kg-1(40-50 cm) no solo das parcelas tratamento N. No solo das parcelas do tratamento Ca, as concentrações de N total passaram de 1,4 g.kg-1 (0-10 cm) para 1,2 g.kg-1(40-50 cm), e no tratamento P, a concentração de N variou entre 1,4 g.kg-1 (em 0-10 cm) e 1,0 g.kg-1 em 40-50 cm de profundidade. No solo das parcelas do tratamento NP a concentração de N total variou entre 1,6 g.kg-

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(0-10 cm) e 0,8 g.kg-1 (40-50 cm). As concentrações de N total não se diferenciaram entre os tratamentos de fertilização e o controle (Figura 3).

Figura 3. Concentrações de N total no solo (g.kg-1) até 50 cm de profundidade em um cerrado sentido restrito submetido a tratamentos de fertilização. Barras horizontais representam o desvio padrão da média. * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Teste t de Student; p<0,05).

A concentração de N-NH4 no solo (Figura 4) nos primeiros 10 cm de profundidade não se

diferenciou entre os tratamentos de fertilização e o controle. A concentração de N inorgânico (N- NH4+ + N-NO3-) foi significativamente maior no solo das parcelas do tratamento NP, sendo que as

concentrações de N-NO-3 foram maiores nas parcelas dos tratamentos N e NP em relação ao

observado no solo das parcelas do tratamento controle (Figura 4). Entre tratamentos, a porcentagem do conteúdo de N inorgânico em relação ao conteúdo de N total no solo foi maior no tratamento NP e menor no tratamento controle.

Figura 4. Concentrações de N total, N inorgânico, N-NO3, N- NH4 (mg.kg-1) no solo entre 0-10 cm

em um cerrado sentido restrito submetido a tratamentos de fertilização. * indica diferenças dos tratamentos de fertilização em relação ao tratamento controle (Teste t de Student, p < 0,05).

Os teores de P disponível no solo também diminuíram com o aumento da profundidade em todos os tratamentos. As concentrações de P disponível variaram entre 1,6 mg.kg-1 (0-10 cm) e 0,85 mg.kg-1(40-50 cm) no solo das parcelas do tratamento controle e entre 2,1 mg.kg-1 (0-10 cm) e 0,82 mg.kg-1 (40-50 cm) no solo das parcelas do tratamento N. No tratamento Ca, a concentração de P disponível do solo passou de 1,8 mg.kg-1 em 0-10 cm para 0,85 mg.kg-1 em 40-50 cm. No solo das parcelas do tratamento P, a concentração de P disponível variou entre 36,9 mg.kg-1 nos primeiros 10 cm para 1,65 mg.kg-1 em 40-50 cm de profundidade. No solo das parcelas do tratamento NP observou-se valores entre 40,45 mg.kg-1 em 0-10 cm e 2,32 mg.kg-1 em 40-50 cm de profundidade. As concentrações de P disponível no solo foram significativamente superiores das parcelas dos tratamentos P e NP em todas as profundidades em relação ao observado nas parcelas do controle. Os

demais tratamentos não apresentaram diferenças na concentração de P em relação ao tratamento controle (Figura 5).

Figura 5. Concentrações de P disponível no solo (mg.kg-1) até 50 cm de profundidade em um cerrado sentido restrito submetido a tratamentos de fertilização. Barras horizontais representam o desvio padrão da média. * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Teste t de Student; p<0,05). Os gráficos referentes aos tratamentos P e NP estão em escala diferente dos demais devido à elevada concentração de P disponível nestes tratamentos.

A concentração de K disponível no solo também diminuiu com o aumento da profundidade do perfil. O solo das parcelas do tratamento controle apresentou concentrações de K disponível variando entre 42,7 mg.kg-1 em 0-10 cm e 13,7 mg.kg-1 em 40-50 cm. No solo das parcelas do tratamento N, a concentração de K disponível variou entre 47,2 mg.kg-1 em 0-10 cm e 11,2 mg.kg-1 em 40-50 cm. No solo das parcelas do tratamento Ca, a concentração de K disponível variou entre 28,2 mg.kg-1 (0-10 cm) e 11,2 mg.kg-1 (40-50 cm), e entre 48,7 mg.kg-1 (0-10 cm) e 11,5 mg.kg-1(40- 50 cm) no solo das parcelas do tratamento P. No tratamento NP, a concentração de K disponível no solo passou de 41,7 mg.kg-1 em 0-10 cm para 13,7 mg.kg-1 em 40-50 cm de profundidade. Somente no tratamento Ca observou-se diminuição significativas na concentração de K disponível (nos primeiros 10 cm) em relação ao tratamento controle. Nos demais tratamentos não foram observadas diferenças significativas em relação ao tratamento controle (Figura 6).

Figura 6. Concentrações de K disponível no solo (mg.kg-1) até 50 cm de profundidade em um cerrado sentido restrito submetido a tratamentos de fertilização. Barras horizontais representam o desvio padrão da média. * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Teste t de Student; p<0,05).

O conteúdo de Ca disponível no solo também diminuiu com a profundidade em todos os tratamentos. A concentração de Ca disponível no solo das parcelas do tratamento controle variou de 16,0 mg.kg-1 em 0-10 cm para 9,5 mg.kg-1 em 40-50 cm. Nas parcelas do tratamento N, a concentração de Ca disponível no solo passou de 22,0 mg.kg-1 em 0-10 cm para 8,0 mg.kg-1 em 40-50 cm de profundidade. Nas parcelas do tratamento Ca, os valores de concentração de Ca disponível variaram entre 839,6 mg.kg-1 em 0-10 cm e 104,2 mg.kg-1 em 40-50 cm. No tratamento P, a concentração de Ca disponível do solo apresentou valores entre 203,9 mg.kg-1 em 0-10 cm e 24,0 mg.kg-1 em 40- 50 cm. No tratamento NP, a concentração de Ca disponível variou entre 52,6 mg.kg-1 em 0-10 cm e 22,0 mg.kg-1 em 40-50 cm. No tratamento Ca, as concentrações de Ca disponível foram superiores em relação ao observado no tratamento controle em todas as profundidades, e no tratamento P, estas diferenças foram significativas até 30 cm de profundidade (Figura 7).

Figura 7. Concentrações de Ca disponível no solo (mg.kg-1) até 50 cm de profundidade em um cerrado sentido restrito submetido a tratamentos de fertilização. Barras horizontais representam o desvio padrão da média. * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Teste t de Student; p<0,05). A escala gráfica referente ao tratamento Ca diferencia-se das demais devido às altas concentrações de Ca neste tratamento.

As concentrações de Mg disponível no solo também diminuíram com o aumento da profundidade em todos tratamentos. A concentração de Mg no solo variou entre 78,9 mg.kg-1 (0-10 cm) e 1,2 mg.kg-1 (40-50 cm) nas parcelas do tratamento controle; entre 8,5 mg.kg-1 (0-10 cm) e 0,6 mg.kg-1 (40-50 cm) nas parcelas do tratamento N, entre 358,7 mg.kg-1 (0-10 cm) e 40,7 mg.kg-1 (40- 50 cm) nas parcelas do tratamento Ca. No solo ds parcelas do tratamento P, a concentração de Mg disponível passou de 13,0 mg.kg-1 em 0-10 cm para 0,6 mg.kg-1 em 40-50 cm, e nas parcelas do tratamento NP, a concentração de Mg disponível no solo variou entre 7,5 mg.kg-1 em 0-10 cm e 1,8 mg.kg-1 em 40-50 cm. Nas parcelas do tratamento Ca, as concentrações de Mg disponível no solo foram maiores em relação às concentrações encontradas no tratamento controle em todas as profundidades. Os demais tratamentos não apresentaram diferenças na concentração de Mg disponível no solo em relação ao tratamento controle (Figura 8).

Figura 8. Concentrações de Mg disponível no solo (mg.kg-1) até 50 cm de profundidade em um cerrado sentido restrito submetido a tratamentos de fertilização. Barras horizontais representam o desvio padrão da média. * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Teste t de Student; p<0,05). A escala gráfica referente ao tratamento Ca diferencia-se das demais devido às altas concentrações de Mg neste tratamento.

As concentrações de Al disponível no solo diminuíram com o aumento da profundidade em todos os tratamentos. No solo das parcelas do tratamento controle, as concentrações de Al variaram entre 82,2 mg.kg-1 (0-10 cm) e 2,2 mg.kg-1 (40-50 cm). No tratamento N, as concentrações de Al disponível no solo passaram de 147,2 mg.kg-1 (0-10 cm) para 11,0 mg.kg-1 (40-50 cm). A concentração de Al disponível variou entre 2,2 mg.kg-1 (0-10 cm) e 0 mg.kg-1 (40-50 cm) no solo das parcelas do tratamento Ca, entre 56,4 mg.kg-1 (0-10 cm) e 4,49 mg.kg-1 (40-50 cm) no solo das parcelas do tratamento P, e entre 140,6 mg.kg-1 (0-10 cm) e 45,6 mg.kg-1 (40-50 cm) no tratamento NP. Os tratamentos N e NP apresentaram concentrações de Al disponível no solo significativamente superiores em relação às encontradas no tratamento controle, sendo em todas as profundidades no tratamento NP e até 30 cm no tratamento N. As parcelas do tratamento Ca apresentaram menores concentração de Al disponível no solo em relação ao observado nas parcelas controle em todas as profundidades (Figura 9).

Figura 9. Concentrações de Al disponível no solo (mg.kg-1) até 50 cm de profundidade em um cerrado sentido restrito submetido a tratamentos de fertilização. Barras horizontais representam o desvio padrão da média. * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Teste t de Student; p<0,05).

As concentrações de Fe disponível no solo diminuíram com a profundidade em todos os tratamentos. As concentrações de Fe variaram entre 117,9 mg.kg-1 (0-10 cm) e 36,9 mg.kg-1 (40-50 cm) no solo das parcelas do tratamento controle, entre 109,8 mg.kg-1 (0-10 cm) e 29,9 mg.kg-1 (40-50 cm) no solo das parcelas do tratamento N; entre 102,4 mg.kg-1 (0-10 cm) e 24,7 mg.kg-1 (40-50 cm) no solo das parcelas do tratamento Ca. A concentração de Fe disponível no solo das parcelas dos tratamento P e NP variaram entre 103,6 mg.kg-1 (0-10 cm) e 35,3 mg.kg-1 (40-50 cm) e entre 108,6 mg.kg-1 (0-10 cm) e 39,1 mg.kg-1 (40-50 cm). As concentrações de Fe disponível no solo foram significativamente maiores nas parcelas dos tratamentos Ca (40-50 cm), P (30-40 cm) e NP (20-30 cm) em relação ao observado nas parcelas controle (Figura 10).

Figura 10. Concentrações de Fe disponível no solo (mg.kg-1) até 50 cm de profundidade em um cerrado sentido restrito submetido a tratamentos de fertilização. Barras horizontais representam o desvio padrão da média. * indica diferenças significativas com o tratamento controle (Teste t de Student; p<0,05).