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PRÁTICAS INSTITUÍDAS

7 O CONHECIMENTO DOS GRUPOS

Talvez não seja por acaso que, no final do século XIX, uma epistemologia histórica e social que fosse além da tradição filosófica clássica já começava a se delinear. Hans-Jörg Rheinberger foi quem mais contribuiu para demonstrar, em várias publicações, como essa epistemo- logia relativiza a noção de uma ciência unificada e universal, centrada na física. O ideal (único) de uma teoria do conhecimento guiada por leis matemáticas gerais provenientes das ciências naturais torna-se plural, e é substituído pela ideia de uma multiplicidade de práticas de produção de conhecimento, “estilo de pensamento”, e hábitos de percepção distintos no tempo e no espaço. Ludwig Fleck dá voz a essa transição da teoria do conhecimento à epistemologia ao, entre outras coisas, embasar desde o princípio a epistemologia em uma estrutura sociocultural que transcende a relação elementar sujeito-objeto. “Seja em qual local ou em qual mo-

mento comecemos, estaremos sempre já no meio das coisas”48. E, para Fleck, o fato de estarmos “no meio das coisas” significa, antes de tudo, que nenhum cientista pode mais ser entendido como um sujeito autoral soberano, e sim apenas como entremeado desde o princípio em diversas

coletividades de pensamento. Tudo isso dá a entender que nunca pode-

mos nos livrar do fato do sujeito depender da experiência, das conven- ções, e das condições práticas de trabalho de uma comunidade de cientis- tas específica; como, por exemplo, as de um determinado laboratório químico.

Assim como com a ciência, a cultura jurídica burguesa-liberal do final do século XIX foi também expandida e transformada por um “estilo de pensamento” orientado para a coletividade. Os diversos “inte- resses” provenientes da sociedade e o entendimento de que haveria uma “finalidade do Direito” (Der Zweck im Recht, citando o título do livro de Rudolf von Jhering) começaram avançar em detrimento da concepção anteriormente predominante acerca do direito, de maneira geral, e do conhecimento prático comum. A cultura jurídica gradualmente abriu-se para as novas condições institucionais e para as experiências práticas delas provenientes. Na década de 1930, devido às demandas que uma nova mídia – o rádio – gerou em relação à capacidade de atingir seus ouvintes, Walter Benjamin falou sobre o “agrupamento” (Gruppierung) como uma característica decisiva da nova situação epistemológica49. Com

48 RHEINBERGER, Epistemology, f. 29, p. 28.

49 BENJAMIN, Walter. Theater und Rundfunk. Zur gegenseitigen Kontrolle ihrer

essa formulação, pode-se dizer que a nova epistemologia é definida pela experiência do agrupamento: o conhecimento (implícito) prático é agora filtrado por uma infinidade de padrões de grupo, estruturados ainda mais do que antes “de acordo com a camada social, com as áreas de interesse,

e com o ambiente”50. Em oposição ao sujeito soberano respeitável da cultura burguesa-liberal, que se liberta das amarras da tradição e exerce sua autonomia recentemente adquirida, o sujeito dos agrupamentos vive “sobretudo em suas relações”51. O empregado, com sua orientação social

extrovertida, é um sujeito paradigmático dos agrupamentos52.

A epistemologia dos agrupamentos é ligada a um mundo social composto de coletividades. Aqui, a unidade e o caráter comum do direito e do conhecimento prático têm seu sentido extremamente relativizados, e são confrontados com a crescente relevância de uma pluralidade de estru- turas de grupo, que passam a determinar também o conhecimento prático. Da mesma maneira, o significado do termo direito “positivo” passa a depender de forças, grupos, organizações, e ambientes comunitários que operam em uma esfera social – assim como sempre ocorreu com direito comercial. Essa mudança que ocorreu no direito, de maneira geral, assim como no mundo científico, é motivada, em primeiro lugar, pela relevân- cia crescente de indústrias de produção em massa e de uma crescente burocracia estatal. Esses dois fatores levaram a uma demanda cada vez maior pelo conhecimento qualificado, exigindo frequentemente a colabo- ração de especialistas: pode-se pensar, por exemplo, no aumento dos padrões autoimpostos pelas indústrias técnicas e nas expectativas de gru- po lá existentes53. Coletividades de conhecimento que englobem, diga- mos, engenheiros elétricos, influenciam cada vez mais as normas e as convenções, o sentido dos textos jurídicos e, desse modo, influenciam a compreensão que a cultura jurídica tem de si mesma. O conhecimento das normas técnicas, nesse caso, toma novos contornos. Além do conheci- mento partilhado que, em princípio, está disponível para todos, emerge um conhecimento subordinado a grupos específicos – frequentemente em

Suhrkamp, 2002. p. 396 ff., 398; Ver WEBER, Samuel. Theatricality as Medium. New York: Fordham University Press, 2004. p. 110 ff.

50 BENJAMIN, Theater und Rundfunk. In: id., Medienästhetische Schriften, f. 47, p.

398.

51 LETHEN, Helmut. Cool conduct: the culture of distance in Weimar Germany. Trad.

Don Reneau. California: Berkeley, 2002. p. 189

52 RECKWITZ, Das hybride Subjekt, f. 39, p. 409.

53 Ver LADEUR, Die Netzwerke des Rechts. In: Netzwerke in der funktional differ-

renzierten Gesellschaft, f. 39, p. 143 ff., 147 ff; ver também id., Kommunikation über Risiken im Rechtssystem. In: Ökologische Aufklärung, f. 5, p. 131 ff.

cartéis – que também pode ser empregado estrategicamente a serviço de interesses particulares54.

O que o crescimento da epistemologia de grupo significa para a cultura jurídica pode ser extraído das mudanças na hermenêutica jurídica: em vez de uma submissão “passiva” dos indivíduos às leis, encontramos agora a noção de “Operação do Direito” (Rechtsarbeit) realizada pelo intérprete55, que é amarrado a circunstâncias da sociedade industrial – o conceito da concretização do direito por meio da produção de “concor- dância prática”. A interpretação jurídica agora alude necessariamente a uma autointerpretação, a uma pluralidade de interesses reais, autoenten- dimentos, e visões de mundo em diversas esferas de significação – a in- dústria, a impressa, o artista, as partes de um acordo, a escola, a ciência etc. Essas esferas de significação estruturam previamente o espaço das possíveis interpretações relevantes e, desse modo, trazem o novo proble- ma do possível conflito entre diversos autoentendimentos. Isso leva a um estado das coisas no qual a compreensão da lei não mais depende das implicações de um ambiente inerentemente comum: a interpretação das leis passa a inspirar-se em uma “sociedade de intérpretes aberta”, permi- tindo uma maior flexibilidade no processo de interpretação e substituindo a concepção de uma unidade do direito – e da premissa de um conheci- mento prático estável e acessível – pela ideia de um consenso ou de uma conciliação entre diferentes configurações de interesses e valores.

A novidade da epistemologia de grupo – novamente, dessa vez com uma formulação um pouco diferente – é que o direito não pode mais se referir a valores compartilhados ou a um conhecimento prático co- muns. Torna-se, em vez disso, cada vez mais dependente de dinâmicas de grupo, desconectadas de expectativas, normas, e leis que abranjam a to- dos. O direito “positivo” do Estado torna-se dependente de uma estrutu- ração de grupo anterior. Regras específicas para doença, idade, e demis- são são suplementadas por um sistema de seguridade social complexo; a experiência individual é substituída pelo conhecimento estatístico; os direitos autorais perdem espaço para o uso coletivo; a cultura literária e teatral burguesa é substituída, inclusive em termos de apoio e financia- mento públicos, por empresas de comunicação concebidas de acordo com a necessidade dos grupos. Seja em qual local ou em qual momento o in- divíduo entre em ação, ele sempre estará desde o início, no meio das coi-

54 Ver VEC, Milos. Recht und Normierung in der Industriellen Revolution. Neue

Strukturen der Normsetzung in Völkerrecht, staatlicher Gesetzgebung und gesell- schaftlicher Selbstnormierung. Frankfurt am Main: Klostermann, 2006, p. 165 ff.

sas, intrincado em um mundo de coletividades, conectado a uma rede de “atribuições” e de possibilidades interconectadas que, por sua vez, aponta para um mundo de significações práticas moldado pelo conhecimento especializado de grupo e sua familiaridade pré-proposicional.

8 CONHECIMENTO EM REDE

A evolução mais recente na cultura jurídica e científica da mo- dernidade pode ser descrita como uma transição de um paradigma de grupo plural para um paradigma em rede. Os novos modelos e estruturas da epistemologia em rede não são, entretanto, facilmente compreendidos e descritos. O que parece decisivo é, por um lado, o enfraquecimento do efeito “pré-estruturador” de grupos e organizações sobre a autointerpreta- ção de esferas de significação social e de suas respectivas ordens norma- tivas: em vez de ambientes comunitários (empresas, associações, partidos etc.) ancorados de forma relativamente estável, encontramos um tipo de liquidação permanente no qual os processos de produção de conhecimen- to tornam-se fluidos e dinâmicos. Por outro lado, o conhecimento reunido e articulado pelos grupos é complementado por novas formas de conhe- cimento especializado, provenientes de novas comunidades epistêmicas. A diferenciação do conhecimento profissional em indústrias de alta tecno- logia, por exemplo (tecnologia de computação, nanotecnologia, biotecno- logia, entre outros), traz consigo um relaxamento das fronteiras tradicionais das organizações: a empresa, ou mesmo áreas específicas dentro de uma empresa, abre-se para projetos compartilhados, para que possa estabelecer conexões temporárias em rede com outras empresas ou com outras áreas. O conhecimento prático torna-se portanto subordinado a projetos e manifesta- -se tal qual um “enxame”. Como, por exemplo, no desenvolvimento expe- rimental de um novo software ou de um novo hardware na indústria de computadores do Vale do Silício, onde qualquer resultado pode apenas ser estruturado juridicamente após sua concretização56.

Isso significa que a curadoria do conhecimento prático passa a ser feita em comunidades microepistêmicas, tais como a dos agentes par- ticipantes do mercado financeiro. Essas entidades não podem, entretanto, ser pensadas como entidades organizadas com pontos de controle hierár-

56 Ver LADEUR, Karl-Heinz; VESTING, Thomas. Geistiges Eigentum im Netzwerk –

Anforderungen und Entwicklungslinien. In: EIFERT, Martin; HOFFMANN-RIEM, Wolfgang (Ed.). Geistiges Eigentum und Innovation. Innovation und Recht I. Berlin: Duncker & Humblot, 2008. p. 123 ff.

quico. São, em vez disso, constituídas internamente a partir de diversos ambientes comunitários com experiências práticas distintas, às vezes não interpenetráveis entre si (como gerenciamento de risco, controle, alta gerência etc.)57. A experiência altamente especializada, frequentemente incompreensível para outras partes da estrutura organizacional – tal como experiências com modelagem matemática (realizada por computadores) de instrumentos financeiros de alto risco – eclipsa o conhecimento recipro- camente observável de toda a organização, e até mesmo a noção de expe- riência comum compartilhada. O quadro torna-se ainda menos claro quan- do se considera que a extrema fragmentação do conhecimento prático nas redes dinâmicas de cooperação é confrontado, na esfera pública, com um conhecimento experimental comum que é, agora, fortemente determinado pelos roteiros personalizados das mídias eletrônicas (tais como a “ganância dos banqueiros”). A última parte desse quadro é o “sujeito com estilo de

vida pós-moderno”58, que personaliza seu individualismo59, que passa a falar apenas por si mesmo e que ganha pelo menos uma parte da sua iden- tidade “compartilhando” a experiência de eventos midiáticos com outros e trocando experiências “extremamente pessoais” nas “mídias sociais”60. Assim, nos casos mais extremos, a vida dos indivíduos desloca-se entre experiências locais de uma dimensão do mundo radicalmente particular e os roteiros globais, universais do mundo midiático.

Uma reação disseminada resultante da mudança para um conhe- cimento em rede consiste, aparentemente, em uma interpretação da com- plexidade de uma produção de conhecimento com base em projetos como uma volta do individual, e uma declaração do direito como um meio de expressão do eu: o sujeito exige reconhecimento da sua autenticidade e da possibilidade de autodeterminação; e a legislação política, a prática inter- pretativas dos tribunais, a doutrina das universidades são ajustadas a essa estrutura de aspirações do indivíduo personalizado. O que havia sido um conjunto de direitos sociais ligados a aspirações definidas e moldados para uma pluralidade de grupos torna-se agora um novo sistema de segu- ros para a necessidade de cada indivíduo; os currículos escolares ampla- mente disseminados abrem espaço para uma “oficina de aprendizado”

57 Ver LADEUR, Karl-Heinz. The Financial Market Crises. A Case of Network Failure.

In: KJAER, Poul F. (Ed.). The Financial Crisis in Constitutional Perspective. The

Dark Side of Functional Differentiation. Oxford: OUP, 2011. p. 63 ff., 81 ff.

58 RECKWITZ, Das Hybride Subjekt, f. 39, p. 441, f. 1.

59 Ver, em geral, EHRENBERG, Alain. Das Unbehagen in der Gesellschaft (La Société

du Malaise). Berlin: Suhrkamp, 2011.

60 KAUFMANN, Jean-Claude. Wenn ICH ein anderer ist (Quand Je est un autre).

individualizada; e um direito a downloads ilimitado assume o lugar dos direitos autorais.

Ainda que isso pareça retórico ou hiperbólico, um breve estudo sobre o desenvolvimento das leis de proteção da informação e sobre os direitos de personalidade na Alemanha, por exemplo, aponta claramente nessa direção: aqui, o domínio das concepções normativas de autonomia se estende pela legislação e por processos de garantia de direitos, concep- ções que deixam de oferecer um ponto de referência para o conceito de um conhecimento comum. Em vez do Outro da cultura, surge um Eu que deve agora ser um “Eu escolhido” ou, de todo modo, pelo menos o “co-

formador” de sua própria personalidade61. O Eu torna-se a base de sua própria identidade com amplo direito à autêntica “autoapresentação”62.

Com o advento das redes temporárias de cooperação e com o aumento do individualismo personalizado, parece afrouxar também a conexão entre o direito “positivo” e a prática instituída das formas de vida compartilhadas, com seus hábitos e compulsões. Se a cultura jurídica da fase dos “grupos plurais” ainda almejava a institucionalização de sis- temas nos quais o conhecimento comum pudesse ser gerado – pode-se pensar aqui na criação de sistemas de seguridade pública, no apoio estatal para o desenvolvimento de padrões técnicos para usinagem ou construção civil, ou para a constituição de emissoras públicas de radiodifusão –; o Estado atual parece cada vez mais perder de vista a necessidade de um equilíbrio entre, por um lado, as estruturas jurídicas criadas pela legisla- ção, pelo Judiciário, e pela Administração e, por outro, do conhecimento prático compartilhado por toda a sociedade. A crise do conhecimento comum resultante da fragmentação dos núcleos de significação factuais e normativos na nova epistemologia em rede não pode, entretanto, ser solu- cionada por uma simples volta ao indivíduo e a seus direitos de autoapre- sentação. Ela exige a elaboração de um direito das redes que aceite a na- tureza da experiência nas novas redes de produção de conhecimento com base em projetos e atribua-lhe uma estrutura jurídica apropriada.

9 REFERÊNCIAS

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