SETOR RESIDENCIAL
Figura 6.14: Consumo de GLP no aquecimento de
6.3 Projeções de consumo de energia
6.3.3 O consumo municipal de energia em
A evolução do consumo de energia por fonte nos dois cenários é mostrada no Gráfico 6.10, para ambos os cenários. Através desses gráficos é possível constatar o maior crescimento do uso de eletricidade no Cenário BH-2030, principalmente nos anos de 2020 e 2030. No Cenário MG-2030, esse aumento foi, em parte, compensado pelo crescimento do uso da energia solar para aquecimento de água, que permitiu verificar uma tendência a certa estabilização do consumo de eletricidade em 125 tep.
Gráfico 6.10: Evolução do consumo de energia por fonte, em ambos os cenários Fonte: Elaboração própria
A evolução da participação de cada fonte de energia, no consumo total do município, ao longo do período de estudo é mostrada no Gráfico 6.11, para o Cenário MG 2030, e no Gráfico 6.12, para o Cenário BH-2030.
Gráfico 6.11: Participação de cada fonte de energia no consumo total, no Cenário MG-2030
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 6.12: Participação de cada fonte de energia no consumo total, no Cenário BH-2030
Fonte: Elaboração própria
Quando se compara esses valores aos obtidos nos Plano Nacional de Energia – PNE 2030 (BRASIL, 2007b) e do Planejamento Energético Integrado do Estado de Minas Gerais – PEI 2030 (CEMIG, 2008), discutidos no item 2.4, é possível observar comportamentos semelhantes. Nesses estudos e nos cenários elaborados, o consumo de GLP tende a sofrer uma leva queda, apesar do crescimento do número de domicílios. No caso do uso da energia solar, o Cenário BH-2030 apresenta um comportamento mais próximo ao encontrado ao PEI 2030. A taxa de crescimento do uso do aquecimento solar adotada no PNE 2030 parece ser muito elevada para o município de Belo Horizonte. Isso impactou o consumo total de energia elétrica do cenário BH-2030, fazendo com que ele se diferenciasse, nessa questão, das tendências projetadas para Minas Gerais e para o Brasil.
0 50 100 150 200 250 300 MG BH MG BH MG BH MG BH 2000 2000 2010 2010 2020 2020 2030 2030 mi l te p Solar GLP Eletricidade Fonte 0% 20% 40% 60% 80% 100% 2000 2010 2020 2030 Eletricidade Solar GLP 0% 20% 40% 60% 80% 100% 2000 2010 2020 2030 Eletricidade Solar GLP
Com relação ao consumo per capita, a Tabela 6.2 mostra uma comparação entre indicadores de consumo final energético, do setor residencial, gerados no PNE-2030 e nos cenários elaborados para Belo Horizonte.
Tabela 6.2: Comparação dos indicadores de consumo final energético do setor residencial
Fonte: Elaboração própria a partir de BRASIL (2007b, p. 381)
Nas projeções do PNE-2030, o consumo per capita de combustíveis para cocção sofre queda enquanto que o consumo de energia elétrica passa por acentuado crescimento. Isso causa um crescimento do consumo de energia total ao longo do horizonte de estudo.
Nos cenários feitos para Belo Horizonte, o consumo per capita para cocção é proporcionalmente menor, e passa por leve crescimento. O menor consumo se deve ao uso exclusivo do GLP para cocção em Belo Horizonte. Como esse combustível é mais eficiente que a lenha, ainda muito utilizada no Brasil, o consumo per capita se torna menor. Além disso, a progressiva substituição da lenha por energéticos mais eficientes prevista no PEN- 2030 leva à redução do consumo para cocção, fato que provavelmente não ocorrerá no município.
O consumo de eletricidade per capita também deve crescer em ambos os cenários elaborados para o município, sendo mais acentuada no Cenário BH-2030, mas não tão elevado quanto o crescimento previsto no PNE-2030. Isso fará com que o consumo per capita nacional, que atualmente é menor que o do município, se torne maior que o projetado nos cenários, a partir de 2020. O elevado consumo de eletricidade, no PNE-2030, se origina do crescimento da posse de eletrodomésticos, incentivado pelo crescimento econômico projetado por este estudo.
Os cenários desenvolvidos para Belo Horizonte adotam metodologia e parâmetros diferentes do PNE-2030 no cálculo do consumo de energia elétrica, mas é possível fazer algumas análises da origem dessa diferenciação. Primeiramente, o uso do sistema solar para aquecimento de água do município tem importante participação no consumo total dos dois cenários, o que não ocorrerá nas previsões para o Brasil. Em segundo lugar, os cenários locais adotam medidas para se evitar o aumento excessivo da posse de alguns eletrodomésticos, nas
Projeção 2005 2010 2020 2030 2000 2010 2020 2030 2000 2010 2020 2030
PNE-2030 0,118 0,122 0,137 0,175 0,079 0,075 0,066 0,067 0,449 0,532 0,768 1,188
MG-2030 0,091 0,100 0,111 0,121 0,041 0,042 0,045 0,048 0,592 0,640 0,644 0,705
BH-2030 0,091 0,100 0,111 0,125 0,041 0,042 0,045 0,048 0,592 0,651 0,745 0,867
Consumo de energia per capita (tep/hab)
Consumo para cocção per capita (tep/hab)
Consumo de eletricidade per capita (MWH/hab)
classes de renda mais baixa, o que resulta em taxas de crescimento do consumo mais conservadoras.
A evolução da distribuição do consumo total de energia elétrica no município de Belo Horizonte, por UEH, é exposta na Figura 6.42. Apesar de existirem distinções nas hipóteses de evolução de consumo de apenas dois usos finais, nos cenários criados, o consumo total das unidades tem forte diferenciação. A diferença entre resultados é mais acentuada em UEHs com maior renda familiar média, pois essas unidades fazem maior uso do aquecimento solar e possuem posse mais elevada de ar condicionado, fatos considerados na elaboração dos dois cenários.
Figura 6.42: Evolução do consumo de eletricidade por UEH, em 2030, para as duas projeções. Fonte: Elaboração própria
Por fim, a evolução do consumo médio mensal de eletricidade de uma residência, por UEH, é indicada na Figura 6.43, para ambos os cenários. Nessa figura é notável a grande diferenciação dos consumos médios familiares. No Cenário BH-2030, nota-se que os benefícios do aumento de eficiência energética e conscientização do consumidor, ocorridos no setor residencial após a crise de abastecimento de 2001, são praticamente anulados pelo crescimento da demanda e o consumo médio atinge valores superiores ao ocorrido em 2001.
Figura 6.43: Comparação da evolução do consumo médio mensal de eletricidade por residência, por cenário – Fonte: Elaboração própria