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5. Considerações finais

3.3. O Curso propriamente dito

O curso de formação teve os seguintes objetivos principais:

• Capacitar os professores a utilizar as planilhas de cálculo de computador como ferramenta no processo ensino-aprendizagem com ênfase na construção do conhecimento pelos alunos. • Promover a reflexão sobre a própria aprendizagem, as práticas pedagógicas e as

possibilidades de aprimoramento.

Como formadora dos professores e pesquisadora, minhas metas durante o curso foram: • Possibilitar aos professores a interação com os pares, com autonomia e cooperação;

• Propiciar aos professores o desenvolvimento de habilidades, talentos e competências adequadas ao contexto atual, considerando que suas atividades profissionais devem acompanhar as rápidas transformações por que passa a sociedade;

• Levar ao entendimento de que o uso das planilhas de cálculo facilita a investigação e exploração, auxiliando na aprendizagem dos conceitos;

• Favorecer a compreensão de que o uso das planilhas de cálculo oferece aos alunos um conjunto mais rico de experiências algébricas e prioriza a compreensão dos conceitos, ao invés da aquisição memorística de tradicionais soluções algorítmicas.

• Conscientizar sobre a possibilidade de desenvolver prática pedagógica com o uso do computador que estimule os alunos a: pesquisar, observar, levantar hipóteses e testá-las, tirar conclusões, estabelecer relações com os objetos do conhecimento; confrontar suas idéias com as dos colegas, analisá-las e superar seus conflitos cognitivos.

3.3.1. Opção metodológica do curso

Considerando esses objetivos, os tipos de conhecimento a serem abordados no curso, ou seja, os conhecimentos matemáticos, pedagógicos e computacionais e mais as possibilidades de intercâmbio oferecidas pelo ambiente VirtualCurso favoráveis a um compartilhamento de informações, planejou-se a metodologia de curso, conforme segue.

Exploração Inicial do ambiente de Ensino a Distância: seria um aquecimento ou warm- up antes do curso propriamente dito. Durante uma semana todos os participantes fariam parte de

um grupão denominado GERAL. Seriam estimulados a utilizar o Ajuda do VirtualCurso para ler sobre o funcionamento de cada ferramenta do ambiente e fazer experiências de uso compartilhando mensagens e informações com os demais integrantes do grupo. Seriam incentivados a ler o material escrito do Módulo Zero, que dá uma visão teórica sobre o uso pedagógico das planilhas de cálculo de computador e descreve a metodologia do curso. Além disso, poderiam aprender a fazer Download de um arquivo, pois o Tutorial sobre Planilhas já estaria à disposição no link Arquivos para download na Vitrine do grupo coordenadoria. Poderiam também utilizar o Fórum para responder a uma pesquisa sobre o dia da semana e horário, no qual teriam disponibilidade para participar do Chat.

O conhecimento do funcionamento do ambiente, antes de iniciar as atividades dos Módulos, seria muito importante, pois possibilitaria que os participantes focassem nas atividades do curso propriamente dito sem se preocupar em como fazer o intercâmbio com os demais participantes e com a coordenação e em como acessar os materiais que fossem sendo depositados, pois já teriam manipulado suficientemente o ambiente. Também teriam a oportunidade de saber mais detalhadamente sobre os tipos de atividade que teriam que realizar durante o curso e de que forma seriam avaliados.

Divisão dos participantes em grupos: seriam constituídos nesta fase, idealmente, grupos

de 6 elementos cada um, utilizando o critério “horário compatível para Chat”. Por intermédio do

Chat pretendia-se estabelecer discussões sobre artigos lidos e sobre outros assuntos relacionados

ao curso. Os indicadores de compatibilidade de horário a serem utilizados seriam a pesquisa no

Fórum na qual os participantes colocariam os horários disponíveis para o Chat e as respostas a

questões contidas no questionário de inscrição sobre a disponibilidade do participante para realizar o curso. O número de elementos estipulados para cada grupo estava baseado em experiências anteriores no LTIA, que sinalizavam que o Chat do VirtualCurso seria uma ferramenta propícia para discussões quando o número de elementos fosse no máximo em torno de 6. Além disso, a decisão pela formação de grupos foi baseada também na possibilidade de discussões das

atividades/projeto dos seus elementos por intermédio do Fórum além de outras ferramentas como Chat, Fale com o grupo etc. Supunha-se que os elementos se ajudariam mutuamente e se

comprometeriam a colocar bons projetos na vitrine do grupo.

Resolução das atividades em planilha propostas nos Módulos: as atividades em planilha

propostas nos Módulos deveriam ser executadas individualmente, mas poderia haver interação entre os elementos do grupo para discutir a resolução das questões. Os participantes poderiam desenvolver essas atividades dentro do seu próprio ritmo, porém, teriam prazos para fazer Upload do arquivo pelo Fale com coord. Os prazos seriam diferentes para cada Módulo, pois dependiam do nível de dificuldade das atividades propostas em cada um deles. Seriam flexíveis na medida em que se percebesse que a maioria dos professores estava em atraso devido a dificuldades que estivessem surgindo na resolução das atividades. A comunicação entre o coordenador e os participantes poderia revelar toda ordem de dificuldades e o tempo poderia ser monitorado a partir

daí. As datas de início e término dos Módulos constariam na página do VirtualCurso, no próprio quadro de onde poderiam acessar e imprimir os Módulos.

Os participantes dos grupos utilizariam as ferramentas do VirtualCurso para atividades de intercâmbio entre si e com o coordenador do curso. Além disso, poderiam contar com o Tutorial sobre a Planilha. Durante a execução das atividades, os alunos seriam incentivados a estabelecer comunicação com o coordenador para esclarecer dúvidas tanto sobre matemática como sobre comandos do aplicativo Planilha de Cálculo e os procedimentos pedagógicos para aplicar as atividades em sala de aula com os alunos.

Após executar as atividades, o professor-aluno deveria anexá-las ao ambiente, fazendo

Upload do arquivo por intermédio do Fale com coord para que fossem avaliadas pelo

coordenador. O arquivo das atividades seria acessado pelo coordenador pela ferramenta Ler e-mail e, por meio de Download seria salvo em um diretório previamente criado em seu computador quando as planilhas do arquivo do aluno poderiam ser corrigidas. Quando todos os participantes do curso tivessem vencido esta etapa, o coordenador do curso colocaria o arquivo com o gabarito das atividades resolvidas e seus respectivos comentários na área de Arquivos para Download na

Vitrine do grupo coordenadoria para que todos os participantes transferissem o arquivo para seus

micro-computadores e pudessem consultá-las, comparar com a sua resolução e ainda levantar questões e fazer correções, se necessário.

Discussão de questões pedagógicas no Fórum: esta discussão fazia parte das

atividades/tarefa constantes em cada Módulo. Os participantes discutiriam sobre questões decorrentes das atividades de matemática em planilhas propostas nos Módulos após vencer a etapa de execução e de entrega dessas atividades. As questões pedagógicas, além de estarem formuladas no final do Módulo, seriam colocadas no Fórum pelo coordenador do curso, na forma de tópicos a serem discutidos. Os sub-tópicos seriam as respostas e discussões dos participantes numa atividade assíncrona que seria realizada nos horários de disponibilidade de cada um. Através do Fórum, questões sobre o papel do professor e como explorar melhor os conteúdos matemáticos com os alunos por intermédio das atividades realizadas no computador poderiam ser discutidas e esclarecidas. O Fórum também poderia ser palco de discussão sobre qualquer questão que o participante quisesse colocar, além das previstas nos Módulos.

Desenvolvimento de atividade/projeto pelo participante do curso: esta atividade

também seria uma atividade/tarefa, por Módulo, a ser desenvolvida pelos participantes. O objetivo da atividade/projeto seria desenvolver, nos participantes, habilidades para criarem e testarem suas próprias atividades. Para isso, os participantes poderiam planejar a atividade trocando idéias com os demais elementos do grupo e com o coordenador. Também seriam orientados pelo coordenador, através de arquivo para Download disponibilizado no ambiente. A atividade/projeto deveria ser relacionada com o assunto do Módulo e ter seu planejamento e execução em planilhas de um mesmo arquivo. Numa das planilhas do arquivo deveriam colocar o planejamento da atividade: o enunciado, conteúdo matemático a ser desenvolvido, os objetivos e séries a que se destina. Em outra planilha do arquivo deveriam desenvolver a atividade proposta. O arquivo deveria ser

anexado pelo próprio participante na Vitrine de seu grupo, na área de Atividades do Grupo. Os autores poderiam ser identificados ou não (essa informação seria facultativa ao participante), mas o coordenador do curso poderia acessar essa informação através da Agenda. Elas estariam automaticamente disponíveis para Download para todos os participantes do curso que quisessem visualizar a Vitrine do grupo. Os participantes poderiam visitar as Vitrines de todos os grupos, fazer Download dos arquivos que lá se encontrassem, verificar seu conteúdo, refletir sobre ele e colocar sugestões dando um click no botão Incluir na coluna de sugestões. O coordenador também poderia tecer comentários a respeito das atividades/projeto disponibilizadas pelos participantes incluindo na coluna de sugestões. Esses comentários poderiam ser lidos por todos através do link

Ver na coluna sugestões. O autor também poderia deixar seus comentários sobre a própria

atividade realizada e os demais poderiam acessá- los através do link Ver na coluna de comentários do autor. Tanto para desenvolver a primeira, como a segunda parte do Módulo, haveria a indicação de bibliografia e/ou sites da Internet sobre conteúdos matemáticos, pedagógicos ou computacionais que pudessem auxiliar o aluno a enriquecer o seu trabalho. Estas indicações estariam disponíveis ao final de cada Módulo. Uma das grandes vantagens da criação e execução das atividades/projeto era o fato do professor-aluno estar exercitando a criação de seus próprios materiais em planilha. Além disso, poderia dispor de um banco de dados de atividades dessa natureza para utilizar futuramente com seus alunos. Ao avaliá-las, o coordenador poderia saber se o participante estava compreendendo o tipo de atividade que deveria ser criada, ou seja, interpretando corretamente a forma como as atividades propostas nos Módulos haviam sido formuladas (permitindo participação criativa do aluno, exploração, investigação e simulação).

Discussão de textos pedagógicos por intermédio do Chat: essas discussões foram

planejadas para serem realizadas pelos grupos com a participação do coordenador e seriam intercaladas com as atividades dos Módulos. O participante faria Download dos textos propostos, realizando em seguida a leitura e a reflexão sobre eles. Discutiria com os elementos de seu grupo em horário estipulado para o Chat. Os artigos seriam disponibilizados para Download com bastante antecedência na Vitrine do grupo coordenadoria ou estariam à disposição para Download em site educacional na Internet. Deveriam versar sobre o construtivismo e o uso do computador de maneira construtivista, porque forneceriam o embasamento teórico para o tipo de uso do computador que se pretendia viabilizar no curso e que se pretendia que o professor utilizasse posteriormente com seus alunos. Os artigos, relacionados a seguir, poderiam levar os professores- alunos a articular três diferentes abordagens: o que é o construtivismo e seus fundamentos, como se processa a capacitação de professores baseada no construtivismo e o uso do computador de forma a permitir a construção de conhecimentos pelos alunos:

O tira-teima do Construtivismo – artigo da revista Nova Escola, março/95, páginas de 8 a

13. Disponibilizado para Download na Vitrine do grupo coordenadoria.

O Construtivismo e a Capacitação de professores – Fábia Magali Santos Vieira – NTE

O uso inteligente do Computador na Educação – José Armando Valente – NIED –

Unicamp. Texto publicado em “Pátio” – revista pedagógica, Editora Artes Médicas Sul, Ano 1, No. 1, páginas 19 a 21. Disponibilizado no site do Proinfo/MEC.

Troca de informações com outros participantes: além das discussões em grupo, todos os

participantes do curso poderiam compartilhar informações entre si. Através da Vitrine, poderiam visualizar as atividades/projeto dos integrantes dos demais grupos e, inclusive, trocar informações e sugestões enriquecedoras. Poderiam obter os arquivos das atividades/projeto que achassem interessantes para serem utilizadas em futura aplicação com seus alunos em laboratório de informática, poderiam acessar mais informações sobre os integrantes dos outros grupos através do

Conheça o Grupo, trocar idéias através do Fale com o Grupo, discutir questões do curso, fazer Download de arquivos disponibilizados pelos outros participantes e pelo coordenador e acessar Links Interessantes disponibilizados no ambiente. Poderiam também colaborar com os demais

participantes do curso em relação à bibliografia, comunicando-se via Quadro de Avisos e anexando à área de Upload/Download arquivos que fossem relacionados com os assuntos estudados. Poderiam colocar na Vitrine links que conduzissem a assuntos relacionados aos conteúdos estudados. Através do uso das ferramentas do VirtualCurso, os participantes poderiam efetuar uma comunicação intensa com o professor coordenador do curso, seus colegas de grupo, demais participantes do curso e com a equipe que apoiaria tecnicamente o ambiente.

Avaliação: o estímulo à experimentação, o erro e o recomeço permitiriam um feedback dos

aprendizes que é muito importante nesse processo. Conseqüentemente a avaliação das atividades se processaria de uma forma contínua durante o curso. Também seriam avaliadas as participações individuais nas discussões no Fórum e as propostas individuais de atividade/projeto em planilha colocadas na Vitrine do grupo. O objetivo seria a familiarização do coordenador com cada aluno através de diversas atividades. Captar as dificuldades ou confusões dos alunos iria exigir interação constante, mecanismos de contínuo retorno dos alunos. Na execução dos 4 Módulos seriam computadas 12 notas de avaliação no total.

4. Considerações finais

Levando-se em conta que:

• esta pesquisa é uma inovação no âmbito da formação de professores de Matemática a distância, por avaliar a possibilidade de se ministrar um curso a distância sobre o uso pedagógico de uma ferramenta computacional - que poderá ser aprendida durante o processo - a professores da rede pública, que em sua maioria não têm experiência com ferramentas de informática;

• se pretende utilizar uma metodologia que, conquanto utilize um material instrucional no início de cada Módulo, favorece ações de criatividade e interatividade no ambiente computacional, de estímulo ao teste de hipóteses, às explorações, permitindo aos

professores-alunos refletir sobre as ações e os conceitos que utilizaram para uma correção construtiva de erros, de depuração de idéias, conceitos e estratégias tendo no coordenador do curso um orientador e facilitador da aprendizagem;

• se pretende propiciar aos professores uma visão construtivista de ensino e aprendizagem baseada no favorecimento da interatividade, da autonomia de formular questões, de buscar informações contextualizadas, da comprovação experimental e da análise crítica, numa linha educacional preceituada por conceituados educadores;

• as políticas públicas estaduais e federais estão investindo na informatização das escolas públicas, estamos vivendo grandes avanços nos meios de comunicação e da informática e a escola e os professores precisam atualizar fontes de informações e desenvolver novos talentos e competências;

• essa oportunidade de formação ocorre mantendo os professores em sala de aula, dando-lhes a oportunidade de buscar seu desenvolvimento profissional em serviço, o que é ainda melhor, os conhecimentos adquiridos podem ser aplicados em classe, havendo então um enriquecimento mútuo dos professores e dos alunos;

• os professores poderão aplicar os conhecimentos adquiridos com assessoria, o que lhes dá mais segurança visto que o coordenador do curso pode discutir com eles as dúvidas que tiverem na implementação da proposta apresentada;

as expectativas com a pesquisa são de que ela possa contribuir para o avanço do conhecimento nessa área de formação de professores a distância, que está apenas começando no Brasil, no sentido de indicar: os tipos de estratégias, assuntos e alternativas metodológicas que podem ser propostas aos professores de forma a contribuir efetivamente no processo de ensino e aprendizagem de matemática; que opções metodológicas devem ser desenvolvidas para que os professores possam adquirir sólidos conhecimentos de informática na educação e de matemática; em quais condições de exercício profissional do professor o curso pode ser desenvolvido para que haja bom aproveitamento pela maioria dos que estão dele participando; que condições de estrutura são requeridas, ou seja, o que o Estado precisa propiciar, para que, não só os que têm condições tecnológicas e interesse possam participar de cursos assim, mas todos possam ser beneficiados; enfim, quais caminhos devem ser percorridos ou como proceder para que os professores tenham estímulo para utilizar a informática como mais uma opção metodológica no seu dia-a-dia com os alunos a partir de sua própria realidade.

O DESENVOLVIMENTO DO CURSO