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CAPÍTULO III – A UNILA ENTRE OS MODELOS TRADICIONAIS E AS

3.1 O HISTÓRICO E O PERFIL INSTITUCIONAL

3.1.2 O Instituto Mercosul de Estudos Avançados (Imea): a proposta de criação da

Em meados da década de 1960, foi realizada uma reunião organizada pela União de Universidades da América Latina (Udual), que já apresentava uma proposta de criação de universidade latino-americana intuindo a internacionalização das universidades. Seria uma pretensão de uma proposta de integração pela via acadêmica. Porém, foram engavetadas e retomadas após a Declaração de Bolonha, no ano de 2006, num fórum de educação superior do Mercosul, que debatia a proposta da integração acadêmica, de modo solidário, entre os países da América Latina.

No ano de 2006, houve um Fórum de Educação Superior do Mercosul que centralizou as discussões sobre a proposta acadêmica de integração latino-americana, ao reunir ministros da educação de distintos países da América do Sul. A proposta de viabilizar um projeto regional de ensino superior na região do Mercosul aparenta um comprometimento de realização da integração acadêmica pela promoção solidária de cooperação entre os países envolvidos.

Diante da recusa da constituição de uma universidade multicampi, o Instituto Mercosul de Estudos Avançados (Imea) surge como proposta de apoio ao avanço da integração via acadêmica na América Latina.

Os primeiros passos para a fundação de uma universidade latino-americana foi a criação do Imea, proposta pelo governo brasileiro. Sua fundação foi consentida pelos ministros da educação, representantes de diversos países latino-americanos, como alternativa à universidade do Mercosul.

O Imea foi planejado como unidade de altos estudos, vocacionado à inserção internacional latino-americana, criado na fase de estruturação, sendo percussor da Unila. O Instituto foi instalado temporariamente no Parque Tecnológico de Itaipu (PTI) em Foz do Iguaçu. Sua inauguração contou com o apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR), considerada tutora da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). O presidente da Comissão de Implantação da Unila, Hélgio Trindade, aponta os seguintes objetivos do Imea:

1. promover, por sua vocação nacional e internacional, através de parcerias com universidades da região, a formação de professores e estudantes, em cursos de pós-graduação e pesquisas de ponta, visando contribuir para a sua qualificação em termos acadêmicos, científicos e profissionais para atender as demandas de suas respectivas regiões; 2. desenvolver seu trabalho acadêmico- científico em cooperação com centros de ensino e pesquisa nacionais e

internacionais, com a vocação de formar, desde a graduação, quadros acadêmicos, científicos e lideranças para construção da integração latino- americana; 3. oferecer, além de sua vocação para o intercâmbio e cooperação com instituições nacionais, latino-americanas e internacionais, cursos regulares, seminários especializados, conferências sobre temas inovadores em cooperação com instituições universitárias brasileiras e dos países latino- americanos, com o objetivo de estimular a mobilidade de professores e estudantes; 4. interagir com o centro de documentação da Biblioteca de referência latinoamericana da Unila e na difusão das suas atividades e produção científica no âmbito latino-americano e internacional gerando uma sinergia permanente entre ambos; 5. contribuir por suas atividades de ensino, pesquisa e extensão para fazer avançar o Espaço Regional de Educação Superior do Mercosul, nos termos das recomendações do FORUM Educação Superior do Mercosul e da XXXI RME (Belo Horizonte, 23/11/06). (CI- UNILA, 2009, p. 144).

O Conselho Consultivo Latino-Americano do Imea foi empossado em 19 de agosto de 2009, reunindo especialistas de diferentes países latino-americanos. O Conselho do Instituto foi constituído por membros escolhidos pela primazia do desempenho das produções e atuações nas áreas dos saberes, para contribuição de desenvolvimento da Unila, composto pelos seguintes especialistas:

Ana Lucia Gazzola, e ex-Diretora do IESALC/UNESCO, Venezuela e ex- Reitora da Universidade Federal de Minas Gerais; Axel Didriksson, Secretário de Educação do Governo da Cidade do México, Coordenador Geral da Rede de Macrouniversidades Públicas da América Latina e Caribe e ex-diretor do CESU/UNAM (México); Carlos Roberto Antunes dos Santos, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em História e ex-Reitor da UFPR; Carlos Tunnermann, em ex-Ministro de Educação da Nicarágua; Domingo Rivarola, Diretor da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, (FLACSO), Sede Acadêmica Paraguai; Eduardo Francisco José Asueta, Reitor da Universidade Nacional de Entre Rios e Presidente da AUGM (Argentina); Enrique Ayala Mora, Reitor da Universidade Andina Simón Bolívar, Equador; Freddy Castillo Castellanos, Reitor da Universidade Nacional Experimental de Yaracuy (Venezuela); Gabriel Macaya Trejos, ex-Reitor da Universidade da Costa Rica e Membro da Academia Nacional de Ciências; Gerónimo de Sierra, Professor Titular de Sociologia da Universidade de la Republica (Udelar), Uruguai; Gustavo Rodríguez Ostria, Universidade Maior de San Simón e Oficial Superior de Cultura de Cochabamba (Bolívia); Hélgio Trindade, Presidente da CI-Unila, membro da Academia Brasileira de Ciências, do Conselho Nacional de Educação e ex-Reitor da UFRGS (Brasil); Hernan Thomas, Universidade Nacional de Quilmes (Argentina); Iván Rodríguez Chávez, Presidente da Assembléia Nacional de Reitores (Peru); Jorge Habib Hanna el Khouri, presidente da Universidade Coorporativa e Superintendente de Engenharia da Itaipu Binacional; José Renato Carvalho, Diretor do Instituto Internacional da UNESCO para a Educação Superior na América Latina e Caribe - IESALC (Venezuela); Juan Carlos Sotuyo, Diretor Superintendente do PTI; Leonardo Barchini da Rosa, Chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais do Ministério de Educação (Brasil); Luiz Carlos González, Diretor do Programa Política e Gestão Universitária do Centro Interuniversitário de Desenvolvimento (CINDA, Chile); Luiz Enrique Orozco, Universidade dos Andes (Colômbia); Márcia Rivera, Diretora

Executiva do Instituto Latinoamericano de Educación para el Desarrollo (ILAEDES- Puerto Rico); Maria Tarcisa Silva Bega, Diretora do Setor de Ciências Humanas da UFPR; Sergio Scheer, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós- Graduação da UFPR (Brasil); Virgilio Álvarez Aragón, Diretor da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), Sede Acadêmica Guatemala. (CI-UNILA, 2009, p. 115).

Os membros do Conselho Consultivo Latino-Americano (Consultin) elaboraram as propostas de ensino, pesquisa e extensão da Unila, juntamente com o Colégio de Cátedras Latino-Americanas (Catelam) e Coordenação Científica Colegiada.

Atualmente o Imea-Unila é um elemento auxiliar da Reitoria de estímulo ao processo de integração regional via acadêmica, exercendo atividades nos campos das ciências naturais, das engenharias, das humanidades, das letras, das artes, das ciências sociais e aplicadas.

A partir de julho de 2007, o Imea-Unila possui sua instalação na unidade administrativa da Universidade (Vila A). Sua estrutura tem o objetivo de dinamizar as atividades dos quatro Institutos Latino-Americanos, da Pró-Reitoria de Pesquisa da Pós-Graduação, e das Relações Institucionais e Internacionais, coordenado pelo professor doutor Lucas Ribeiro Mesquita.

O Instituto possui grande importância para a Universidade, atuando na interação com outras unidades que compõem a Reitoria, constituindo o Centro de Documentação da Biblioteca Latino-Americana, que difunde materiais das atividades e das produções científicas do Instituto, apoiando a constituição da Editora da Unila como abrangendo as relevantes produções intelectuais educacionais da sociedade latino-americana dirigidas à comunidade universitária.