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O panorama econômico da Ditadura Argentina

2.1 No llores Argentina

2.1.1 O panorama econômico da Ditadura Argentina

A primeiras ações da Junta Militar diziam respeito às questões econômicas. Era necessário implantar um programa que reabilitasse a economia e promovesse o seu desenvolvimento.

O programa econômico do governo tinha como principais objetivos: reduzir a inflação que, entre 1975 e 1976, havia passado de 500%; aumentar os tributos; baixar o gasto público, principalmente com o social e a educação; promover as exportações e restabelecer o nível de reservas monetárias fazendo, para isso, uso do crédito internacional. Também se propôs o aumento da produtividade nos serviços públicos e de possíveis privatizações. O programa foi finalizado com a adição de medidas repressivas como a proibição das greves, controle dos salários e o corte na ajuda às províncias.

Durante esse primeiro ano da ditadura, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) foi dissolvida e os trabalhadores perderam os direitos conquistados em outros regimes políticos. Começava, pois, uma guerra surda contra a subversão, que se estendeu sobre os líderes sindicais e operários. Também emitiram-se decretos proibindo a atividade política e foram destituídos de seu cargos membros da Suprema Corte de Justiça. A censura chegou aos meios de comunicação e numerosos organismos passaram a ser conduzidos pelos militares, inclusive as empresas estatais:

La llegada de la dictadura significó un brusco cambio en las condiciones de trabajo: entre las primeras medidas adoptadas por la Junta Militar, se contaron la suspensión de las actividades gremiales de los trabajadores, a través de la intervención militar de la CGT, de las confederaciones y asociaciones más importantes, de la suspensión de los fueros sindicales, del congelamiento de fondos, de la intervención de las Obras Sociales, de la prohibición de actuar para todo el espectro de agrupaciones gremiales. Esto estuvo acompañado por la modificación de la legislación concerniente a los contratos de trabajo que dejaba un margen amplísimo para los despidos arbitrarios. (VAZQUEZ, 1985, p. 59)

Em julho de 1977, os protestos dos empresários representados pela Confederação Geral das Empresas (CGE) foram respondidos com o fechamento desta instituição. Para amenizar os conflitos, o presidente Videla nomeou ministro da economia o Dr. José Alfredo Martínez de Hoz, advogado conhecido por sua longa atuação no Estado e, também, em empresas privadas. O ministro tinha como meta principal abrir o país à concorrência internacional, mas tal processo foi acompanhando por um enfraquecimento do setor sindical.

Houve um aumento acentuado da inflação, uma grave desindustrialização do país e a proliferação de zonas carentes nas grandes cidades.

Procurando suavizar essa situação recessiva, o país recebeu do Fundo Monetário Internacional (F.M.I) aproximadamente 1,3 bilhões de dólares em créditos de vários tipos, com o propósito declarado de pagar a dívida interna. Com isso, a inflação baixou em 1977, para 150% e, por causa de uma boa combinação de aumentos da produção agropecuária e uma certa abertura do Mercado Comum Europeu, as exportações aumentaram esse ano quase 100%.

Neste mesmo ano, o governo iniciou uma "reforma financeira" que eliminou as restrições do Banco Central sobre as taxas de juros e as limitações que impediam o endividamento no exterior das empresas tanto públicas como privadas. Desta maneira, muitas empresas aproveitaram a alta liquidez nos mercados internacionais, para contrair inúmeros empréstimos. No entanto, o desenvolvimento do setor privado não respondeu às expectativas e desceu a níveis inferiores aos de 1971.

Embora os índices inflacionários tivessem baixado consideravelmente em relação aos números apresentados no início de 1976, ainda assim representavam uma ameaça à Reorganización Nacional. Para amenizar isso, o governo propôs novas medidas. A idéia central residia no fato de que, para que as empresas soubessem como se portar em relação à inflação, se elaboraria um plano de desvalorizações decrescentes, que seriam antecipadas em um esquema temporal conhecido como "La Tablita". As desvalorizações iriam se escalonando desde 5% ao mês, em janeiro de 1979, até 3% no fim daquele mesmo ano.

Esta nueva fase implica la subvaluación del dólar y la reducción de aranceles, lo que trae como consecuencia la importación indiscriminada; la célebre “tablita” representaba entonces una devaluación permanente del peso con respecto del dólar, lo que favorecía tomar créditos en el exterior – donde las tasas de interés eran mucho más bajas que en el país – y al ser cada vez más reducida la magnitud en que variaba el precio del tipo de cambio, hacía más conveniente endeudarse en el extranjero. Obviamente, eso sólo podían hacerlo las grandes empresas, que contaban con activos atrayentes como garantía de las operaciones con la banca acreedora.

Paralelamente à “Tablita”, os direitos aduaneiros foram rebaixados e se dispôs que preços e salários do setor público seguissem uma pauta de aumentos de 4% ao mês, o mesmo índice das taxas de créditos internos. As altas taxas de juros atraíram os capitais estrangeiros, pois faziam com que seus investidores obtivessem, em pouco tempo, altíssimos rendimentos em moeda estrangeira.

No final de 1979, foram feitas novas importações que competiram com a produção interna, uma vez que os preços no mercado interno continuavam aumentando. Com o peso supervalorizado, tudo o que se importava ficava barato e o que se exportava era caro nos mercados competitivos do exterior. As viagens ao estrangeiro se tornaram acessíveis para a classe média Argentina, que voltava ao país, depois das férias, carregada de artigos de consumo que adquiria a preços irrisórios. Era a época da "plata dulce".

A crise industrial chegou ao país, em 1980, com uma série de quebras e o fechamento de vários estabelecimentos. O aumento do petróleo, no mercado internacional, em 1979/80 agravou a situação. A inflação mundial cresceu, os países importadores sentiram as conseqüências desse aumento e o país do tango entrou em processo de recessão. O comércio internacional se contraiu, baixaram os preços dos produtos básicos e aumentaram consideravelmente as taxas de juros.