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O papel estratégico da Diretoria de Tecnologia na disseminação das TIC na

4 A FORMULAÇÃO E A IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA PROFESSOR.COM

4.2. O papel estratégico da Diretoria de Tecnologia na disseminação das TIC na

Com a instituição da Diretoria Geral de Tecnologia na Educação - DGTEC, a Secretaria de Educação deu mais um passo para a consolidação das TIC na rede municipal de ensino. Essa diretoria passou a desempenhar um papel estratégico na formulação e execução da política de formação continuada dos professores, tendo em vista que estava articulada às demais diretorias da Secretaria de Educação no que tange ao desenvolvimento das ações que utilizavam as tecnologias na Educação.

Assim, por meio de suas gerências e das Unidades de Tecnologia na Educação e Cidadania – UTEC realizava o trabalho de incentivo, orientação e acompanhamento quanto à integração das diversas tecnologias nos processos educacionais, nos aspectos pedagógicos (Gerência de Ações Pedagógicas – GAP), nas questões relacionadas à infraestrutura (Gerência de Infraestrutura e Suporte Tecnológico – GIST), bem como no desenvolvimento de programas e projetos integrados aos diversos multimeios e voltados para a aprendizagem e a formação de leitores (Gerência de Biblioteca e Formação de Leitores).

A Diretoria Geral de Tecnologia na Educação – DGTEC passou a funcionar, a partir de julho de 2005, com a estrutura organizacional apresentada na figura 1.

A Gerência de Ações Pedagógicas – GAP participava do planejamento, acompanhamento e avaliação do processo de incorporação do uso das tecnologias nos processos educacionais, incentivando o desenvolvimento de atividades nas escolas com utilização das TIC, promovendo a pesquisa, experimentação e exploração desses recursos, bem como a produção autoral de educadores e estudantes da rede.

A GAP era responsável pela formação continuada de professores e demais profissionais da educação, voltada para as Tecnologias na Educação, planejando e executando, de forma articulada com as gerências da Diretoria de Ensino, as atividades

por meio da equipe técnica de multiplicadores ou articulando parcerias com instituições formadoras, nas modalidades presenciais e a distância. Por meio de suas duas gerências de serviço (GSF e GSPD), além da formação continuada, era responsável pelo desenvolvimento, atualização e socialização do portal da DGTEC; produção de materiais didáticos voltados para o apoio ao ensino e para viabilização das produções das atividades pedagógicas advindas das unidades educacionais da Rede Municipal de Ensino visando a difusão e socialização.

Figura 1 – Organograma da Diretoria Geral de Tecnologia na Educação e Cidadania em 2005.

A Gerência de Infraestrutura e Suporte Tecnológico – GIST, além de cuidar acompanhar o desenvolvimento das atividades relacionadas à infraestrutura tecnológica como preparação dos espaços e a instalação dos laboratórios de informática, das antenas parabólicas para a recepção do Canal TV Escola e a conectividade nas Unidades Educacionais, participava do planejamento das ações que seriam implantadas e

implementadas na RMER focalizando as necessidades de adequações físicas e materiais relacionadas à infraestrutura e suporte técnico necessários ao desenvolvimento das ações tecnológicas.

Cabia ainda à GIST, participar e realizar encontros com as várias instâncias da Secretaria para viabilizar a renovação e a ampliação do parque tecnológico, bem como as que diziam respeito às políticas de construção, reforma e ampliação dos espaços pedagógicos visando à inclusão das TIC. Por meio da gerência de Serviço de Mediateca, competia à GIST, “apoiar e orientar a utilização de "mediateca virtual" e a construção de acervos nas diversas mídias - biblioteca, softeca, áudio/videoteca, além de estimular e orientar a aquisição de acervos junto às escolas”32

. Nesse sentido eram realizadas a captação de programas educativos, a catalogação e disponibilização de acervos de vídeos, e incentivada a participação dos professores nos programas da TV Escola/Salto para o Futuro e em projetos utilizando as diversas linguagens, bem como produzir, editar vídeos didáticos em conjunto com os professores articulando essa ação com as UTEC.

De acordo com o documento "Orientações sobre a gestão dos espaços

tecnológicos das escolas da Rede Municipal de Ensino do Recife", cabia à Gerência de

Biblioteca e Formação de Leitores – GBFL realizar a formação continuada de grupos de mediadores de leitura, promovendo oficinas literárias e de produção de jornais, contação de histórias, música, recitais, apoiar sistematicamente as bibliotecas e salas de leitura, incentivar a criação de cantinhos de leitura e produção textuais, divulgar e promover a participação dos estudantes e professores em eventos e concursos voltados para leitura e produção textual, criar mecanismos de constituição, ampliação e diversificação dos gêneros dos acervos das escolas, além de fazer a analise e produção de resenhas e pareceres de obras de literatura infantil/juvenil.

A GBFL foi responsável pela criação do Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores contemplando o desenvolvimento diversas ações como a distribuição anual de livros para as bibliotecas, professores e estudantes, a criação de uma linha editorial com publicações institucionais e produções dos estudantes e

32

Extraído do documento Orientações sobre a gestão dos espaços tecnológicos das escolas da Rede Municipal de Ensino do Recife em 2006, ano seguinte à criação da Diretoria de Tecnologia na Educação - DITE.

professores, promoção anual do Festival de Leitura e Escrita da Rede Municipal entre outras33.

A Gerência de Serviços de Projetos de Tecnologia na Educação responsabilizava-se pelo incentivo, orientação, apoio e acompanhamento de projetos com a utilização das TIC com vistas à ampliação das possibilidades de aprendizagens, articulando os diversos setores para o desenvolvimento dos mesmos, como o projeto Recife.com.jovem vinculado às Escolas Itinerantes de Informática e o projeto Telemática e Literatura na Formação de Leitores envolvendo professores e estudantes da Educação Infantil e primeiros anos do Ensino Fundamental de diversas escolas, tendo como objetivo estimular a leitura e a escrita por meio de correspondência via internet entre turmas de escolas da própria rede e de outros países, como França e Portugal.

Esse contexto, considerando o conjunto de ações desenvolvidas na SEE, no âmbito da política de Tecnologia na Educação com foco na integração das tecnologias nos processos educacionais com vistas à promoção do acesso dos professores a recursos tecnológicos e à inovação da sua prática pedagógica, propiciou a estruturação do Programa Professor.com conforme descreveremos a seguir.

4.3 - O desenvolvimento do Programa Professor.com na RMER: alcance e limitações

Decorridas quase duas décadas das iniciativas destinadas à disseminação do uso das tecnologias na educação, ainda havia professores que não utilizavam as TIC nem para se comunicar com seus pares e com os diversos setores da secretaria de educação, nem para pesquisar materiais didáticos para planejar suas aulas e muito menos para integrá-las à sua prática pedagógica. Entendiam os dirigentes que diversos fatores poderiam ter concorrido para configuração dessa realidade.

Constatavam o fato de que a política implementada pela secretaria de educação até então implantada não havia garantido o acesso do conjunto de professores aos computadores, uma vez que ficavam restritos ao espaço do laboratório de informática. O professor que desejasse utilizar esses computadores poderia ter acesso uma vez por semana ou quinzenalmente e com os estudantes, condição que pressupõe o

33

Disponível em <http://www2.recife.pe.gov.br/projetos-e-acoes/projetos/programa-manuel-bandeira-de- formacao-de-leitores>. Acessado em 11/07/2013.

conhecimento dos recursos, a compreensão de suas possibilidades pedagógicas e a elaboração do planejamento da aula nesse espaço.

Ressaltavam que apesar do conjunto de ações desenvolvidas no sentido de consolidar a universalização do uso das tecnologias na rede municipal de ensino, alguns fatores dificultaram a consolidação da incorporação dessas tecnologias no cotidiano escolar.

No desenvolvimento desta pesquisa, identificamos três fatores:

(i) a dificuldade encontrada pela Secretaria de Educação de oferecer formação continuada com uma carga horária condizente com a complexidade da temática;

(ii) a impossibilidade de garantir a participação do conjunto de professores nas formações sem comprometer o cumprimento da legislação no sentido de garantir os 200 dias letivos e as 800 horas de trabalho pedagógico previstos na LDB nº 9394/1996;

(iii) e, a disponibilização de laboratórios de informática equipado com apenas 10 computadores, insuficientes para acomodar o número de estudantes alocados nas turmas do Ensino Fundamental dificultando a presença do professor nesse espaço.

Nesse contexto, universalizar o acesso dos professores ao computador e à internet e criar as condições de apropriação do uso desses equipamentos com vistas a ampliar as possibilidades de formação, pesquisa, interação, planejamento didático e uso pedagógico no processo educativo configurou-se como a justificativa para a criação de uma proposta de caráter inovador: o Programa Professor.com.

O Programa Professor.com emergia com o propósito de viabilizar o acesso as TIC, formação continuada dos educadores, desenvolvimento de projetos com o uso das tecnologias na RMER, favorecendo a democratização das informações para a comunidade escolar em geral (PR, 2009).

Em sua justificativa, enfatizava-se a necessidade de garantir o acesso dos professores ao computador e à internet:

As ações de formação para professores, voltadas para o uso das TIC na escola desenvolvidas na RMER demonstraram a necessidade de garantir o acesso dos professores ao computador e à internet não só na escola, quando utilizado nos momentos de planejamento e nas aulas, como também durante atividades a distância realizadas em ambientes virtuais de aprendizagem (PR, 2009).

Além dessas justificativas oficiais para implantação do Programa, há que se considerar o contexto nacional no que concerne à ação do governo federal neste campo. O Ministério da Educação lançou, nessa ocasião, o Programa Computador Portátil para

Professor, cujo objetivo era “Criar condições para facilitar a aquisição de computadores portáteis para professores da rede pública e privada da educação básica, profissional e superior, credenciadas junto ao Ministério da Educação - MEC, a baixo custo e condições diferenciadas de empréstimo”34

.

Com essa iniciativa, o governo federal contribuía com outros projetos que visavam universalizar o uso de computadores e internet nas escolas públicas, a exemplo do projeto Um Computador por Aluno - UCA, o Programa Nacional de Tecnologia Educacional – ProInfo, e o Programa Banda Larga nas Escola.

Tal estratégia do governo, contudo, estava circunscrita à tentativa de facilitar o financiamento para aquisição de computadores. Constata-se que não garantiu a universalização do acesso dos professores aos notebooks, mas deu visibilidade à temática influenciando de certa forma a agenda de discussão no campo educacional.

Nesse contexto, admite-se que a política do governo federal influenciou a implantação do Programa Professor Conectado em dezembro de 2008, na rede estadual de ensino do estado de Pernambuco. O Governo Estadual tomou a iniciativa de garantir o acesso dos professores da rede estadual a computadores portáteis. Em consequência dessa ação, parte do conjunto de professores pertencentes à Rede Municipal de Ensino do Recife, que também possuía vínculo com a rede estadual, foi contemplada com o recebimento do notebook fornecido pelo Governo do Estado.

Os demais docentes, caso desejassem utilizar computadores deveriam fazer investimentos financeiros pessoais para adquiri-los ou utilizar os equipamentos dos laboratórios de informática das escolas nas condições descritas acima ou nos intervalos dos turnos. Na impossibilidade dessas alternativas alguns professores permaneciam distantes do acesso a essa tecnologia, opção que o colocava a margem da possibilidade de apropriação e uso dessas tecnologias em diversas atividades, tanto nas questões pessoais quanto no campo profissional.

O fato é que, a partir da implantação do Programa Professor Conectado em dezembro de 2008 pelo governo de Pernambuco, começou a aparecer nas pautas de reivindicações da categoria dos professores da rede municipal, a solicitação de cessão de notebooks para os educadores.

Em março de 2009 o SIMPERE apresenta o documento Proposta de Pauta de

Reivindicação para fins do Protocolo 2009-2010 incluindo a Cláusula 49ª “A SEEL

estabelecerá convênios com o governo federal de modo a garantir a entrega de notbooks para todos os professores do GOM, conforme foi aprovado pela Câmara dos Vereadores”, colocando assim o pleito para recebimento de tecnologias digitais na agenda da educação municipal.

Foi nesse contexto que ocorreu a tomada de decisão de implantar o Programa

Professor.com integrando-o a política de valorização do magistério da RMER. É

importante destacar que, naquele momento havia outras reivindicações em discussão nas mesas de negociação, como a implantação do Piso Salarial Nacional do Magistério, o acréscimo de carga horária para professores e a elevação do percentual de aulas atividades. No entanto, a influência da cessão de notebooks para professores da rede estadual mobilizou a categoria no sentido de pressionar a secretaria de educação para implantação de programa contemplando a cessão de computadores portáteis para os educadores.

Pressionado pelas ações do Sindicato, o então Secretário de Educação Cláudio Duarte (2009-2011) solicitou à Diretora de Tecnologia na Educação35 a elaboração de um projeto que contemplasse a cessão de notebooks para professores. A Diretora de Tecnologia, considerando as diretrizes da nova gestão, convocou a equipe técnica para discutir o desenho do projeto, seus fundamentos, metodologia, abrangência, recursos. Elaborado o projeto básico, a proposta foi apresentada ao secretario de educação, já na perspectiva de constituição de um programa orgânico da Secretaria de Educação englobando várias ações.

O projeto em pauta, além de garantir o acesso dos professores a notebooks, diferenciava-se do Professor Conectado, em vários aspectos: facilitava o acesso à internet banda larga móvel; favorecia a ampliação das possibilidades de formação utilizando as TIC nas modalidades presenciais e a distância; facilitava a pesquisa, o planejamento e a preparação das aulas.

Tais aspectos integravam a justificativa do projeto como pode ser observado:

Tendo como pressuposto que as tecnologias de informação e comunicação permeiam todas as áreas de conhecimento e devem estar a serviço de uma educação popular e democrática, o Projeto “Professor.com” viabilizará acesso as TIC, formação continuada dos educadores, desenvolvimento de projetos com o uso das tecnologias na RMER, favorecendo a democratização das informações para a comunidade escolar em geral.

As ações de formação para professores, voltadas para o uso das TIC na escola desenvolvidas na RMER demonstraram a necessidade de garantir o acesso dos professores ao computador e à internet não só na escola, quando utilizado nos momentos de planejamento e nas aulas, como também durante atividades a distância realizadas em ambientes virtuais de aprendizagem (PR, 2009).

A diretoria, além de assumir o planejamento, a implantação, a execução e o acompanhamento do Programa Professor.com, era responsável pelo planejamento e execução da Política de Tecnologia na Educação da Rede Municipal de Ensino do Recife.

Nesse contexto, o Programa Professor.com abrangeu um conjunto de ações que se somaram às anteriores, desenvolvidas no âmbito da Secretaria, com a intenção de ampliar o acesso dos educadores às tecnologias da informação e comunicação por meio da concessão de notebooks, facilitação do acesso ao serviço de conexão à internet móvel, desenvolvimento de um portal na internet dedicado aos professores e promoção de formação continuada voltada para o uso pedagógico dessas tecnologias.

De acordo com o documento referência o Programa Professor.com apresenta dois objetivos gerais:

-Construir e implantar um programa de formação continuada para os educadores da Rede Municipal de Ensino do Recife (RMER) por meio da utilização e integração de tecnologias da informação e comunicação, possibilitando ao educando uma formação que contemple o uso destas tecnologias, na perspectiva da melhoria da qualidade de ensino.

-Facilitar o fluxo de informações internas da RMER e fomentar a integração entre os diversos atores que formam a educação no Recife (PR, 2009).

Assim, em 2009, a Prefeitura do Recife por meio da Lei Nº 17.556 /2009 (DOM - 11 de julho de 2009) instituiu abono, de natureza indenizatória, destinado à aquisição de computadores, a ser concedido aos professores que integram o Grupo Ocupacional Magistério - GOM para apoiar o uso de novas tecnologias de comunicação e informação nos processos educacionais no município. A Lei também instituiu abono de natureza indenizatória para subsidiar a contratação de assinatura mensal de serviços de conexão à internet móvel, visando proporcionar o acesso dos professores à internet, devendo utilizá-lo preferencialmente em suas atividades profissionais.

Vinculado à Lei 17.556/99, o Programa Professor.com36 é anunciado como “uma das iniciativas previstas pelo "Pacto pela Valorização da Educação", assinado com o

36

Em 12/12/2009 foi publicada a primeira portaria concedendo o notebook a 1001 professores regentes. A partir dessa portaria o programa passou a ser grafado com a inclusão do símbolo @, Professor@.com.

Sindicato dos Professores da Rede Municipal - SIMPERE”. O pacto foi elaborado durante as reuniões da mesa de negociação com o Sindicato dos Professores do Recife (SIMPERE), por ocasião da campanha salarial 2009, contendo 20 itens entre os quais destacamos a antecipação, para julho, do pagamento do Piso Salarial Nacional do Magistério, com reajuste médio de 21% nos vencimentos e a implantação de um

programa voltado para oferecer aos professores novas tecnologias de informação que contemplem: cessão de notebook para uso nas atividades pedagógicas; ajuda de custo para garantia de conexão a internet, por meio de banda larga e disponibilidade de portal na web para auxiliar os docentes nas atividades cotidianas de planejamento pedagógico (PR, 2009).

De fato, ainda em 2009, foi lançado o projeto que orientou a implantação do Programa Professor.com por meio do qual objetivava:

Construir e implantar um programa de formação continuada para os educadores da Rede Municipal de Ensino do Recife (RMER) por meio da utilização e integração de tecnologias da informação e comunicação, possibilitando ao educando uma formação que contemple o uso destas tecnologias, na perspectiva da melhoria da qualidade de ensino. Facilitar o fluxo de informações internas da RMER e fomentar a integração entre os diversos atores que formam a educação no Recife (PR, 2009).

O documento evidencia a centralidade da formação continuada para a integração das tecnologias nos processos educacionais tanto no que se refere à prática pedagógica com vistas à melhoria da qualidade do ensino quanto no incremento da comunicação interna da rede.

Após abordar as questões que influenciaram a tomada de decisão e a formulação do Programa Professor.com, trataremos a seguir de sua implementação de acordo com os quatro eixos que o constituem: a cessão de notebooks, a disponibilização de internet banda larga móvel, o Portal Educar37 e a formação continuada.

4.4 - As condições materiais de implementação do Programa Professor.com

A implementação do Programa se efetivou em torno de três eixos que direcionaram as ações da Secretaria de Educação: os equipamentos, o Portal Educar e a formação continuada prevista no âmbito do programa.

O Programa ancorava-se, principalmente, no acesso aos computadores e à internet, fato que impulsionou a primeira iniciativa no sentido da elaboração dos termos

de referência para licitação dos equipamentos. Essa ação demandou a articulação de diversos setores uma vez que, esses termos deveriam conter o máximo de detalhes possíveis quanto aos produtos a serem adquiridos, contemplando intrinsecamente aspectos técnicos e pedagógicos. Por exemplo, prever a definição do sistema operacional e dos programas que deveriam compor os notebooks, a partir dos quais seriam promovidas formações, orientando e incentivando o seu uso com vistas ao apoio no desenvolvimento das atividades pedagógicas.

Além das definições em torno dos equipamentos, foram definidas ações relativas ao Portal Educar e à formação continuada prevista no âmbito do programa, conforme descrito a seguir.

4.4.1 – Os notebooks conectados à internet como recurso pedagógico: a disputa pelo domínio e conteúdo

No âmbito da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, a DGTEC conduziu a articulação entre os diversos setores envolvidos no desenvolvimento do Programa. O processo licitatório para a aquisição dos equipamentos e a contratação dos serviços de conectividade foi realizado em parceria com a Empresa Municipal de Informática – EMPREL, que elaborou os Termos de Referência para a licitação dos notebooks e para a contração da internet, a partir das demandas apontadas pela equipe da DGTEC, de modo a atender às necessidades pedagógicas do Programa.

Os notebooks foram adquiridos pelo valor unitário de R$ 1.580,00 (um mil quinhentos e oitenta reais), de acordo com a ata de registro de preços nº 01/01 do processo licitatório nº 012/2009 realizado pela Empresa Municipal de Informática – EMPREL. Os requisitos técnicos estabelecidos pela EMPREL foram definidos em conjunto com a equipe técnica da DGTEC. Os sistemas operacionais, Windows (software pago) e Linux (software livre) bem como o conteúdo pedagógico, visava atender as demandas cotidianas dos processos informatizados e, em especial, facilitar a apropriação pelos professores dos recursos existentes nos laboratórios de informática da rede, em consonância com a política de software livre vigente na esfera federal, por meio do ProInfo que fornecia os computadores a serem instalados nas escolas.

Apreende-se pelos depoimentos dos técnicos que a intenção da Diretoria era disseminar a cultura do uso de software livre não somente pelo fato dos computadores

fornecidos pelo ProInfo para a montagem dos laboratórios de informática das escolas,