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O primeiro correlato a partir da relação triádica de representação

Capítulo 3: O conceito de representação: a relação triádica

3.1 O primeiro correlato a partir da relação triádica de representação

O conceito peirceano de representação é amplo: ele abarca, de uma única vez, uma classe geral de processos triádicos de ação lógica, a partir da caracterização de elementos que estão dispostos nessa tríade, independentemente, em um primeiro momento, de uma caracterização ontológica desses elementos.

Comecemos com a definição de relação de representação de Peirce (CP 2.242, 1903, grifos do autor):

Um Representamen [ou signo149 ] é o Primeiro Correlato de uma relação

triádica, sendo o Segundo Correlato denominado seu Objeto, e o possível Terceiro Correlato sendo denominado seu Interpretante, por cuja relação triádica determina-se que o possível Interpretante é o Primeiro Correlato da mesma relação triádica com respeito ao mesmo Objeto e para um possível Interpretante150151.

Essa definição é particularmente interessante em relação às outras encontradas no decorrer dos escritos de Peirce, por se tratar de uma das definições mais abstratas, abarcando, em suas minúcias e de uma só vez, uma classe mais geral de elementos e características da relação triádica. O que se está definindo é a relação de representação ela mesma. Composta quase sempre pelos três elementos – representamen, objeto e possível interpretante – essa

149 Devido à grande diversidade na literatura semiótica, convém já explicitar algumas relações entres os conceitos.

Utilizamos os termos signo e representamen como o primeiro correlato da relação triádica de representação, embora consideremos o primeiro termo como sendo aquele que possui interpretante mental e, portanto, terá caráter de terceiridade, conforme veremos. Nesse sentido, representamen é mais geral porque a ele incluem-se classes de signos degeneradas como ícones e índices. Ao termo representação reservamos a ideia de um processo triádico, uma ação lógica cujo primeiro correlato é o signo. No caso do representamen, embora usualmente a relação seja dita ser de representação, a ela preferimos a denominação de presentificação, quando for um índice e de apresentação quando for um ícone.

150 A Representamen is the First Correlate of a triadic relation, the Second Correlate being termed its Object, and

the possible Third Correlate being termed its Interpretant, by which triadic relation the possible Interpretant is determined to be the First Correlate of the same triadic relation to the same Object, and for some possible Interpretant.

definição nos permite visualizar o aspecto lógico-diagramático subjacente aos processos de representação, considerados como relações triádicas genuínas, quando os três elementos da relação fazem parte do processo representativo. “Visualizar o aspecto lógico-diagramático” significa que podemos perceber a forma da relação triádica independente de um conteúdo que dela seja uma instanciação, isto é, qualquer que seja a representação genuína particular, a relação triádica manterá como estrutura essa forma lógica que lhe é própria. O adjetivo genuína refere-se àqueles elementos que mantêm a integridade de suas relações. Portanto, uma relação de representação será genuína quando os três elementos dessa relação estão desempenhando o papel lógico que lhes é pertinente.

De acordo com Peirce (CP 2.273, 1901, tradução e itálicos nossos), o termo representar significa “Estar em lugar de, isto é, estar numa tal relação para com um outro que, para certos propósitos, é considerado por alguma mente como se fosse esse outro”152153.Isso significa que,

embora muitas vezes tratados como sinônimos, os termos signo e representação são distintos. Ao signo, como primeiro, caberá o papel lógico de estar no lugar de um segundo, seu objeto, para um possível terceiro, seu interpretante. Peirce reserva ao termo representação umafunção, a saber, a de estar em relação com o outro, e o que a desempenha é o signo ou representamen: portanto, o termo representar refere-se à ação do signo em si e não ao signo ele mesmo.

A definição de signo ou representamen apresentada por Peirce em CP (2.228, 1897) é explícita com relação à sua ação de representação e, nela, não se confunde a função lógica do signo com a sua natureza ontológica. A partir da definição, podemos entender melhor a caracterização do papel lógico desempenhado por qualquer um dos correlatos da relação representativa. O signo é, como já o sabemos, o que representa algo para uma mente. Esse “algo” Peirce denomina o objeto do signo, que jamais é representado em totum. O signo refere-se a seu objeto separando as formas deste objeto de acordo com sua própria natureza, ou seja, de sua potencialidade de representar este ou aquele aspecto particular. O interpretante, por sua vez, é outro signo, determinado pela relação entre signo e objeto, que é, também, uma relação de determinação, de modo tal que o interpretante é, em si, outro signo. Vejamos essas relações de acordo com as palavras do próprio autor:

Um signo, ou representamen, é aquilo que, sob certo aspecto ou modo, representa algo para alguém. Dirige-se a alguém, isto é, cria, na mente dessa pessoa, um signo equivalente, ou talvez um signo mais desenvolvido. Ao signo assim criado denomino interpretante do primeiro signo. O signo representa alguma coisa, seu objeto. Representa esse objeto não em todos os

152 To stand for, that is, to be in such a relation to another that for certain purposes it is treated by some mind as if

it were that other.

seus aspectos, mas com referência a um tipo de ideia que eu, por vezes, denominei fundamento do representamen154 155 (CP, 2.228, 1897, grifos do

autor).

Neste momento em que já há uma caracterização do papel desempenhado por qualquer correlato da relação representativa, convém retomar a discussão da definição geral de representação. Primeiro, é necessário enfatizar que não é à toa que Peirce denomina o signo de primeiro, o objeto de segundo e o interpretante de terceiro correlato. Isso quer dizer que existe uma relação ordinal entre eles. Se nos detivermos em um processo representativo particular no tempo, um objeto determina um signo e essa primeira determinação determinará o interpretante, em uma relação triádica genuína. Essa determinação, embora aconteça de fato, faria do signo um segundo de um primeiro, seu objeto. Evidentemente, não é essa relação de ordem a que Peirce se referia quando pensava sobre a posição de cada um dos correlatos. Trata-se de uma causação lógica, como aquela apresentada no Capítulo 1, quando das considerações dos aspectos cosmológicos da filosofia de Peirce. Como podemos verificar, embora nestes casos não estejamos diante de uma relação triádica genuína, há signos sem objetos e sem interpretantes, mas jamais objetos sem signos e, menos ainda, interpretantes sem objetos e sem signos. Aborda-se uma causação com necessidade lógica, uma implicação lógica e, portanto, o que se deve considerar é a função lógica desempenhada pelos correlatos da tríade, fato que será a partir de agora pressuposto para consideração dos aspectos lógicos dos processos representativos. Oportunamente, trataremos do signo genuíno: o signo simbólico. Sendo relação triádica genuína, não haverá possibilidade de que a determinação do signo pelo objeto seja dissociável à determinação do interpretante, devido à natureza deste signo. Tal caracterização serve para nos alertar sobre a relação lógica a que Peirce se refere, não sendo, portanto, mera relação de ordem temporal: ela é a genuína relação triádica em si mesma.

No entanto, um parêntese a respeito das distinções entre os termos representação e mediação faz-se fundamental. Uma discussão mais aprofundada dessa distinção pode ser encontrada no Capítulo 6 do livro Comunicação e Semiótica (Santaella e Nöth, 2004, p. 189- 224). Nos capítulos anteriores, apenas lançamos o termo determinação como explicitação de como a potência se atualiza, sem nos determos precisamente neste termo. Segundo os autores,

154 A sign, or representamen, is something which stands to somebody for something in some respect or capacity.

It addresses somebody, that is, creates in the mind of that person an equivalent sign, or perhaps a more developed sign. That sign which it creates I call the interpretant of the first sign. The sign stands for something, its object. It stands for that object, not in all respects, but in reference to a sort of idea, which I have sometimes called the ground of the representamen.

uma definição da relação triádica genérica e abstrata nos traz à tona a função mediadora do primeiro correlato entre o objeto e o interpretante, bem como a função de determinação do representamen ou signo pelo objeto e do interpretante pelo signo. Usando Parmentier (1985, p. 27-29), os autores afirmam que a relação sígnica, ora em discussão, “se articula pelo cruzamento de um vetor de representação, que aponta do signo e do interpretante para o objeto e um vetor de determinação que aponta do objeto para o signo e deste para o interpretante”. Ora, de sua parte mediadora, a função do signo é de uma “dupla-face”, ativa e passiva. Sua parte ativa corresponde à representação do objeto para o interpretante, determinando-o ativamente; sua parte passiva corresponde à sua própria determinação por meio do objeto. Nesse sentido, ao termo mediação reserva-se um papel mais geral do que ao de representação, na medida em que este último é apenas uma face – ativa – para determinação do objeto.

Outro traço característico a respeito de que a definição da relação representativa de Peirce acima apresentada é de fato uma das mais gerais, é a distinção que Peirce faz entre Signo e Representamen. Diz Peirce (CP, 2.242, 1903, grifos do autor): “Um Signo é um representamen do qual algum interpretante é a cognição de [uma mente]. Os signos são os únicos representamens que têm sido mais estudados156157. Ou ainda: “Um Signo é um Representamen

com um interpretante mental”158159(CP, 2.274, 1903). A definição acima é tão geral quanto se

possa imaginar, uma vez que usa, para caracterização do primeiro correlato, o termo representamen, indicando com isso o seu grau de generalidade. O signo é mais particular do que o representamen, porque seu interpretante é sempre interpretante mental160.

Embora Peirce estivesse preocupado com a relação triádica genuína, o alto grau de generalidade da definição também expressa a possibilidade de que interpretantes não sejam

156 A Sign is a representamen of which some interpretant is a cognition of a mind. Signs are the only

representamens that have been much studied.

157 Tradução de Coelho Neto (2015, p. 51).

158 A Sign is a Representamen with a mental Interpretant. 159 Tradução de Coelho Neto (2015, p. 63).

160 Na continuidade do texto ora considerado, a saber CP (2.274, grifos do autor), Peirce diz: Possibly there may

be Representamens that are not Signs. Thus, if a sunflower, in turning towards the sun, becomes by that very act fully capable, without further condition, of reproducing a sunflower which turns in precisely corresponding ways toward the sun, and of doing so with the same reproductive power, the sunflower would become a Representamen of the sun. But thought is the chief, if not the only, mode of representation. Notemos que, no texto considerado, então, Peirce faz uma distinção entre pensamento, representado, como veremos, pelo símbolo, signo triádico, e aqueles signos degenerados, não triádicos, utilizando para eles o termo representamen. O signo genuíno teria então um interpretante mental, isto é, seu interpretante seria um pensamento. No entanto, na parte metafisica deste texto (de acordo com o que já dissemos no Capítulo 1 a respeito da realidade da terceiridade), consideramos neste trabalho um monismo ideal, embora tal afirmação necessite emendas e só o decorrer deste texto poderia torná-la compreensível. O que é importante adiantar, já neste momento, é que há signos (representamens) cuja natureza é não triádica, pois neles falta ou o objeto ou o interpretante. No entanto, ao serem considerados por um interpretante (e, consequentemente, o serão por meio de um objeto), tais representamens entram na cadeia semiótica continua triádica fazendo parte do fluxo representativo.

gerados a partir da relação de representação, o que faria desta uma relação degenerada. A palavra possível no contexto em que Peirce refere-se ao possível interpretante indica a veracidade de tal afirmação. Há uma modalização do interpretante a partir de sua possibilidade e não de sua necessidade. A definição, assim, abarca também os processos de representação degenerados, onde há “quebra” do processo representativo ad infinitum.

A relação de representação é lógica. No parágrafo acima, há uma indicação do processo representativo como sendo possível a sua tendência ao infinito, de acordo com a concepção de verdade definida no Capítulo 1. Portanto, a relação lógica de representação é um processo que pode tender a nunca ser completado, como um limite matemático no infinito, indicando-nos que podemos nos aproximar do objeto tanto quanto quisermos, mas o seu efetivo alcance poderá residir sempre no futuro, e, independentemente de qualquer aproximação que fizermos em sua direção, haverá sempre um intervalo infinito, contínuo, que nos indicará a impossibilidade de sua completa representação. Essa tendência ao futuro é uma consequência e, ao mesmo tempo, uma causa daquilo mencionado anteriormente: só representamos o objeto em algum aspecto dele.

No fim da definição, Peirce indica que através dessa relação triádica, o possível interpretante, já determinado pela determinação do signo pelo objeto, assumirá o papel lógico de primeiro correlato da mesma relação triádica para com o mesmo objeto e para um possível outro interpretante. Há uma tendência de que o interpretante gere outro interpretante, quando aquele assume o papel lógico de signo deste último; as sucessivas representações pertencentes a essa convergência são representações do mesmo objeto considerado no “início” do processo. Isso quer dizer que a representação de um objeto é um fluxo contínuo de geração de outros interpretantes a partir de um signo determinado por aquele objeto.

Uma definição de signo que evidencia com ainda mais clareza esse processo ad infinitum refere-se ao signo como qualquer coisa que esteja relacionada a uma segunda coisa, seu objeto, com respeito a uma sua qualidade, de modo a emergir uma terceira coisa com relação ao mesmo objeto e isso de maneira a trazer uma quarta para uma relação com aquele mesmo objeto, infindavelmente. O ponto esclarecedor para prosseguimento deste texto é quando Peirce continua: “Se a série é interrompida, o Signo, por enquanto, não corresponde ao caráter significante perfeito”161162 (CP, 2.92, 1902). Havendo ruptura desta sequência lógica

ordenada, a relação representativa se degenera, uma vez que o fluxo semiótico contínuo perde sua integridade triádica: primeiro, deixa de gerar, por si mesma, objetivamente, o seu terceiro

161 If the series is broken off, the Sign, in so far, falls short of the perfect significant character. 162 Tradução de Coelho Neto (2015, p. 28).

correlato; segundo, porque, não havendo terceiro correlato, não há determinação deste último como primeiro da próxima série contínua a esta. De fato, Peirce (CP, 2.303, 1901) enfatiza que as consciências inteligentes devem ser parte de uma série; caso tenha a série de interpretantes sucessivos um fim, ou a ideia interpretante tenha sido determinada em uma consciência individual, ela não determinará qualquer signo subsequente, tornando-se aniquilada, uma vez que perde todo o seu efeito significante.

É imprescindível notar que o interpretante não precisa ser atualizado para que o signo cumpra seu caráter significante. O interpretante é mero potencial, um ser in futuro: “Não é necessário que o Interpretante deva realmente existir. É suficiente um ser in futuro”163164 (CP,

2.92, 1902).

Se há, por um lado, um processo de representação tendendo infinitamente para o interpretante, que numa próxima relação contínua será o primeiro correlato para o mesmo objeto e para outro possível interpretante, como vimos, a pergunta natural a se fazer neste momento é: existe também um fluxo infinito para o passado, isto é, existe um objeto originário do processo semiótico? Diz Peirce (CP, 1.339, sem data, tradução nossa):

O objeto de representação não pode ser nada além de uma representação da qual a primeira representação é o interpretante. Mas uma série sem fim de representações, cada uma representando a que está atrás de si mesma, pode ser concebida como tendo um objeto absoluto em seu limite. O significado [aquilo que o signo transmite do objeto] de uma representação não pode ser nada além de uma representação. De fato, ele não é nada além do que a representação ela mesma concebida como despida de vestimenta irrelevante. Mas essa vestimenta não pode ser nunca despida; ela é somente mudada para alguma coisa mais límpida [diaphanous]. Há então uma regressão infinita aqui. Finalmente, o interpretante não é nada além de outra representação para o qual a tocha da verdade é levada adiante; e como representação, ele tem seu interpretante novamente, outra série infinita165.

A relação triádica genuína, ora em discussão, refere-se ao processo de representação considerado como um fluxo contínuo que provém de um passado infinito e tende para o futuro infinito e, importante ressaltar já neste momento, tal futuro é indeterminado devido à ação do acaso. Pode-se perceber ainda que é inequívoco dizer que a ação que é própria do signo genuíno é a de crescimento indefinido, portanto de alteração de complexidade.

163 It is not necessary that the Interpretant should actually exist. A being in futuro will suffice. 164 Tradução de Coelho Neto (2015, p. 28).

165 The object of representation can be nothing but a representation of which the first representation is the

interpretant. But an endless series of representations, each representing the one behind it, may be conceived to have an absolute object at its limit. The meaning of a representation can be nothing but a representation. In fact, it is nothing but the representation itself conceived as stripped of irrelevant clothing. But this clothing never can be completely stripped off; it is only changed for something more diaphanous. So there is an infinite regression here. Finally, the interpretant is nothing but another representation to which the torch of truth is handed along; and as representation, it has its interpretant again. So, another infinite series.

Na segunda definição apresentada (CP, 2.228, 1897), mais especificamente a de signo ou representamen, Peirce indica que o signo, ao representar o seu objeto, não o representa em todos os seus aspectos, mas com relação à referência a um tipo de ideia que ele então denominou fundamento do representamen, como já vimos. O fundamento do signo é um dos temas mais fascinantes da semiótica, uma vez que apresenta implicações sobre umas das principais ideias da filosofia de Peirce, em particular, e da História da Filosofia, em geral: a noção de forma.

Em primeiro lugar, deve-se notar que, seja ao signo ou mesmo aos outros correlatos, o que é atribuída é uma função, um papel lógico. Em um processo representativo, o que importa, antes de sua natureza ontológica, é a atuação do correlato e sua influência no interior da cadeia semiótica, ora como signo, ora como determinador de um signo, ora como aquilo que é criado “na mente” por força de um signo. Ransdell (1966, p. 26) enfatiza que na definição de relação triádica, na verdade o que se está definindo é uma relação de representação. Nessa relação, devemos olhar para cada um dos correlatos verificando o grau de importância que esses têm na definição, já que há uma grande variedade de definições da relação triádica. Se o signo é enfatizado, a relação é dita ser de representação; caso seja enfatizado o seu objeto, a relação é de objetificação; caso, por fim, seja o interpretante o foco em uma definição, a relação triádica será vista como uma caracterização da relação de interpretação.

Qualquer coisa pode funcionar como signo, isto é, ter a ação lógica de ser mediador entre um objeto que se apresenta e um interpretante “criado” a partir dessa primeira relação. A pergunta é: como pode fazer isso? Embora a resposta não seja simples e tenha muitos outros elementos envolvidos, Ransdell nos apresenta uma explicação a respeito do fundamento do signo, aquilo que lhe dá a capacidade para funcionar como tal. De natureza lógica da possibilidade, ele só funcionará como signo na medida em que for interpretado como tal e, para sê-lo, deve estar incorporado em um objeto existente, tornando-se parte deste mundo e, assim o sendo, será qualidade, ou característica, de um objeto. Logo, é em relação a esta qualidade que está incorporada no objeto que o signo estará apto a representá-lo e, portanto, a qualidade é a referência ao fundamento do signo, aquilo que lhe dá capacidade de representação. Somente funcionando como signo quando for assim interpretada, a qualidade, como signo, mantém-se aberta e em função dessa representação mesma, tornando evidente a sua modalidade lógica: potencialidade sígnica. Sendo potencialidade sígnica, ela não é um signo atual, um signo de fato. De importância vital para o desenvolvimento deste trabalho, deixamos para posterior discussão a esclarecedora consideração de Ransdell. A discussão de forma na filosofia, sendo