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O Procedimento de Análise de Rede

5.1 ETAPAS DOS PROCEDIMENTOS

5.1.2 O Procedimento de Análise de Rede

A definição do modelo de redes estruturou-se com base na formação das redes interinstitucionais e no processo de Análise de Redes Sociais (ARS). Trata-se da área da tecnologia da informação e das ciências sociais que trata do processo de analisar redes, social, transporte ou tecnológica, com base na teoria de redes (ALEJANDRO et al., 2006; GARROSSINI, 2010). Utilizou-se da análise de redes sociais para analisar a rede de uma instituição de ensino a fim de se verificar a adequação do modelo de rede proposto com o existente na Instituição, tendo como referencia os trabalhos de ALEJANDRO et al. (2006); GARROSSINI (2010).

Nesta tese utilizou-se o software livre UCINET v.6.4.1, para Windows na versão gratuita disponibilizado pela empresa americana Analytic Technologies. Juntamente com o

software utilizado para a análise dos dados, foi necessária uma ferramenta que, integrada a

este sistema, gerou as imagens das redes formadas, o NetDraw v. 2.0. 5.1.1.2 Indicadores de Análise de Redes

Para uma análise mais detalhada das características da rede e de cada um dos seus componentes, é preciso recorrer à análise dos indicadores de rede. Estes indicadores podem ser calculados de forma individual (para cada nó) ou de forma conjunta (para toda a rede). A análise dos dados tem por objetivo identificar características importantes, tanto na rede como em nível organizacional. Quadro 5.3.

Índice de densidade: a densidade é um meio básico de medição do nível global de rede de integração entre as organizações. Seu cálculo é feito a partir da divisão do número de relações existentes entre as possíveis e da multiplicação por 100 [D = RE / RP x 100]. O total das relações possíveis é obtido multiplicando-se o número total de nós pelo número total de

nós menos 1 [RP = NTN x (NTN - 1)]. O cálculo da densidade da rede permite definir se a rede é de alta ou de baixa conectividade (ALEJANDRO et al., 2006).

Quadro 5.3: Indicadores de redes sociais

Indicador Ator Rede

completa

Descrição

Densidade Sim Sim Mostra o valor em porcentagem da densidade da rede, isto, é mostra a alta ou baixa conectividade da rede. Densidade é uma medida expressa em porcentagem do quociente entre o número de relações existentes com as relações possíveis. Centralidade Sim Não O grau de centralidade consiste no número de atores

com os quais um ator está diretamente relacionado. Centralização Não Sim Trata-se de uma condição especial na qual um ator

exerce um papel claramente central ao estar altamente conectado à rede.

Intermediação Sim Sim Trata-se da possibilidade que um ator tem para intermediar as comunicações entre pares de nós. Estes nós são também conhecidos como “atores- ponte”

Proximidade Sim Sim Trata-se da capacidade de um ator para alcançar todos os nós da Rede.

Fonte: Alejandro et al. (2006); Garrossini (2010)

No caso de rede de laboratórios on-line, deve-se analisar a questão que envolve a gestão da rede. É importante, portanto, analisar o nível de integração de laboratórios na rede. Integração e coesão da rede geralmente são medidas usando-se a densidade.

Índices de centralidade é comumente usada para identificar os líderes da rede. Alta centralidade pode estar associada a poder e influência. O grau de centralidade corresponde ao número de atores ao qual um ator está diretamente ligado. Divide-se em grau de entrada e grau de saída, dependendo da direção dos fluxos. Grau de saída é a soma das interações que os atores mantêm com os outros. Grau de entrada é a soma das interações que os outros atores têm com um ator. O grau de centralidade revela o papel de cada ator na rede, compreendendo suas relações com os outros atores. Apresenta de forma clara o número de interações entre as partes.

Índice de centralização é uma condição especial que mostra como um ator exerce um papel claramente central por estar ligado a todos os nós, os quais necessitam passar pelo nó central para se ligarem aos outros. Altas centralidades de rede são associadas a reputações de poder e à influência sobre os atores da rede ou de setores de grande influência (HAGEN et al., 1997). Isso tem particular relevância para um estudo interorganizacional de coordenação e

A centralidade descreve a medida como a coesão é organizada em torno de determinados pontos focais. Centralidade e densidade são medidas complementares. A centralidade é a medida mais comum para medir a extensão em que uma organização pode ser integrada em uma rede. Por isso, compara-se a um tipo de rede estrela.

Grau de Intermediação: a importância de um ator recai sobre sua intermediação. Este termo expressa o controle da comunicação e interpreta-se como a possibilidade que um nó tem de intermediar a comunicação entre pares de nós. A medida de intermediação de um nó é obtida contando-se as vezes que este aparece nos caminhos (geodésicos) que ligam todos os pares de nós da rede.

A estes atores denominam-se atores ponte. Para ter um grau de intermediação numa rede, um nó deve ter pelo menos um grau de entrada e um de saída e estar nos caminhos geodésicos entre os pares de nós que se deseja ligar (ALEJANDRO et al., 2006).

Grau de proximidade: a capacidade de um nó se ligar a todos os atores de uma rede. Seu valor é calculado contando-se todas as distâncias geodésicas de um ator para se ligar aos restantes. Convém referir que este método (cálculo manual) só dá resultado com matrizes simétricas, em que as relações entre os atores se dão de maneira bidirecional (ALEJANDRO et al., 2006). Os resultados gerados pela análise de rede podem ser de diversos tipos, a depender do resultado que se espera.

No próximo Capitulo, apresenta-se o processo de construção da proposta de uma arquitetura em rede de compartilhamento de laboratórios on-line, a partir da sua especificação.

6 ESPECIFICAÇÃO DE UMA ARQUITETURA EM REDE DE

COMPARTILHAMENTO DE LABORATÓRIOS ON-LINE

A abordagem para se estruturar uma rede de compartilhamento de laboratórios on-line foi, inicialmente, a de construir uma arquitetura com a finalidade de permitir o compartilhamento dos laboratórios on-line vinculados. Este capítulo apresenta a formalização do procedimento de construção de uma Arquitetura em Rede de Compartilhamento de Laboratórios on-line

O procedimento de se criar uma arquitetura está relacionando à construção de um sistema simbólico de como uma organização quer usá-lo, e não sobre “o que” e “como” a organização deve disponibilizar a informação. A determinação ou seleção de uma arquitetura para ser implementada baseia-se na identificação dos seus componentes para fornecer uma visão geral na incorporação de suas informações.

O processo de construção de uma rede de laboratórios envolve uma cadeia de fatores que o compõem. Entre as propostas de implementação de laboratórios aplicados ao ensino e pesquisa analisados, há trabalhos cujo foco é tecnológico, os quais dedicam esforços em disponibilizar os recursos para uso e para o acesso a distância, a fim de tornarem o ambiente com características o mais próximas possível de um laboratório convencional. Porém, da maneira como são estruturados esses ambientes em redes ainda não foi percebida tal concepção.

A Arqutitetura em Rede de Compartilhamento de Laboratórios On-line é estruturada tendo em vista a sua aplicação na construção de redes de laboratórios on-line.