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Rede de Valor: uma Opção de Organização

2.1 REDES ORGANIZACIONAIS

2.1.3 Rede de Valor: uma Opção de Organização

As estruturas em rede de valor (RV) compreendem o conjunto de empresas parceiras que mantêm processos integrados em rede, de forma colaborativa ou não, que não mais operam em cadeia sequencial, mas que, em tempo real, maximizam a eficiência e potencializam o valor agregado de cada uma das partes envolvidas, oferecendo a melhor relação de valor, preço e serviço (STABELL et al., 1998; ZALLA, 2003; MOLINARO et al., 2011).O que está de acordo com a proposta de criação de redes para o compartilhamento dos laboratórios on-line.

Stabell et al. (1998) defendem que a rede de valor facilita o relacionamento entre seus clientes por meio de uma mediação tecnológica. Entende-se que a tecnologia de mediação facilita as relações de troca entre os clientes geograficamente distribuídos no espaço e no tempo. Cada unidade de valor será agregada às unidades que com ela se relacionam para a criação de valor, constituindo o “modelo da rede de valor”, ou “modelo de negócio em rede”, conceito empresarial que surgiu na década de 1990. Baseia-se nas competências essenciais das organizações, conforme modelo proposto por Hamel et al. (1990). Balceiro et al. (2002) defendem que uma rede de valor compõe-se de fornecedores, distribuidores, provedores de serviços e clientes, que conduzem as transações e comunicações comerciais por meio das tecnologias de comunicação e informação (TCI) para produzir valor para os consumidores finais e os membros da rede.

Na formação da rede de compartilhamento de laboratórios on-line tal característica é nata, uma vez que as instituições educacionais são as produtoras, distribuidoras, provedores de serviços e consumidoras mediadas por tecnologia, tornando o modelo em rede aplicável nesta estrutura.

Na configuração em rede de valor, obtém-se uma estrutura de redes de negócio interligadas, o que proporciona à empresa a possibilidade de participar não apenas do seu capital, mas também daquele que será disponibilizado pelos seus parceiros e clientes. Os modelos baseados em rede de valor utilizam o portal como estratégia de acesso geralmente utilizam modelos de negócios de economia de rede ou de empresa virtual.

Na economia de rede permite às empresas agregar sites para formar comunidade de usuários que queiram compartilhar suas experiências. Na organização virtual as redes promovem a integração. Consiste no conjunto de organizações (legalmente) independentes que compartilham recursos e habilidades para alcançar uma missão ou objetivo, mas que não estão somente limitadas a uma aliança que visa à obtenção de lucro. Provêem ao mercado um conjunto de serviços e funcionalidades, como se todas elas juntas representassem uma única organização (CAMARINHA-MATOS, et al., 2005; 2006; 2008).

Piscopo (2012) relata que na adoção da rede de valor, tem várias formas de implementá-la, cita alguns modelos que deve ser escolhido de acordo com sua aplicação. O autor traz uma abordagem genérica em que cita que se deve atentar para a formulação e “implementação efetivas de estratégias corporativas e de negócios em que o foco na estratégia”, fundamentado na amarração das partes envolvidas, como clientes, fornecedores, concorrente onde os parceiros tornam a oferta da empresa atrativa por meio da associação de produtos ou serviços”. Além disso, o autor complementa que “a formulação da estratégia com sua execução por meio da definição dos processos, das métricas e das adaptações necessárias, resultando nas atividades da empresa”.

Assim como bem advoga Piscoto (2012) referente à adoção abordagem de rede de valor a “inovação não se baseia na renovação da linha de produtos, mas no desenvolvimento de produtos com a participação dos clientes, o que gera um aprendizado mútuo fundamentado nas pessoas e nos sistemas e que é difícil de ser copiado pelos concorrentes”.

Neste de tipo de estrutura em rede, as unidades de valor são inter-relacionadas. A junção de sucessivas redes formará redes mais complexas, que podem sair fortalecidas, mas é preciso estar atento às oportunidades e ameaças ao negócio. As ligações propostas para a rede de valor visam estabelecer níveis organizacionais e têm por finalidade gerar valor para ambos os intervenientes, com inovações e estratégias em conjunto, potenciadas por um nível de cooperação e coordenação entre parceiros.

No caso dos ambientes de redes de laboratórios on-line, a adesão de instituições com laboratórios já estruturados à rede, em geral, terá um ganho na oferta de um novo serviço e recursos ou no aumento da oferta de serviços e recursos já existentes.

No entendimento de Molinaro et al. (2011 pág. 34) a rede de valor atua por meio das trocas, compreendendo três atividades primárias :

▪ Promoção de rede de relacionamentos e o gerenciamento de contrato – atividades relacionadas à rede de relacionamentos e à gestão de contratos.

▪ Provisionamento de serviço – inclui atividade associada à manutenção, estabelecimento e relacionamento entre clientes.

▪ Operação de infraestrutura – inclui atividade ligada à manutenção e execução da infraestrutura física e de informação. Mantém tecnologia de mediação para atender às demandas dos clientes. Nas atividades primárias, a operação de infraetrutura inclui atividades associadas ao projeto e à construção e execução de infraestrutura de rede.

Na visão de Molinaro et al. (2011) as atividades relacionadas à rede de relacionamentos são firmados via contratos.“. clientes e a organização responsável pela rede estabelecem obrigações mútuas” entre os clientes e o fornecedores do serviço.

Um serviço novo tem um valor relativamente alto para seus primeiros clientes, visto que os custos são tipicamente mais elevados na fase da introdução, porém com o aumento da demanda pelo serviço os valores tendem a diminuir. O valor é derivado do serviço, da capacidade de serviço e da oportunidade do serviço (MOLINARO et al., 2011 pág. 34).

Na formação de redes de laboratórios on-line, tais serviços são ofertados pelas instituições mantenedoras dos laboratórios para seus usuários. Acarreta que o desenvolvimento de um laboratório on-line, a principio, tem seus custos elevados, mas no decorrer do tempo com o compartilhamento dos seus recursos os custos de investimento vão se diluindo em função da demanda do serviço disponibilizado, da participação numa rede em que a instituição mantenedora do laboratório on-line, utiliza-se dos laboratórios on-line disponibilizados na rede.

O valor recebido no relacionamento entre os clientes e os fornecedores da rede de valor é diferente do tipo de valor no relacionamento entre os clientes e os fornecedores da cadeia de valor. Os clientes da rede de valor recebem o serviço de infraestrutura dos fornecedores, enquanto os clientes da cadeia de valor só recebem pelo produto que compram (MOLINARO et al., 2011 pág. 35 ).

Na rede de laboratório on-line os usuários têm acesso a todos os serviços disponibilizados pela rede, características pertinentes à rede de valor. Já no provisionamento de serviço, inclui alterações nos procedimentos e nas relações entre empresa e cliente enquanto que na infraestrutura é atividade ligada a estruturação física.

No provisionamento de serviço o desenvolvimento inclui modificações no contrato do cliente, modificações nos procedimentos e na elaboração de formulários e nas relações entre empresas e clientes. Na operação de infraestrutura o seu desenvolvimento inclui as atividades associadas ao projeto, à construção e à execução da infraestrutura em rede (MOLINARO et al., 2011 pág. 35).

os objetivos explícitos, de modo que possa haver uma gestão satisfatória dos participantes de uma rede.