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5. SISTEMAS ÚNICOS DE CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO DA INDÚSTRIA

5.4 O SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS EUROPEUS EUROPEAN

O sistema European Product Information Co-operation (EPIC) surgiu da necessidade de cooperação entre países europeus para o desenvolvimento de uma base de dados comum contendo informações de produtos para a construção. Em 1999, o sistema se encontrava em sua segunda versão. As informações sobre o EPIC estão disponíveis na internet no endereço <http://www.epicproducts.org/>.

No desenvolvimento do European Product Information Co-operation Group (EPIC) estão envolvidas as organizações: CSTB em Sophia Antipolis; WTCB/CSTC - Brussels; BPS Centret - Hörsholm; Danish Building Centre - Hörsholm; Heinze GmbH - Celle; Institut de Tecnologia de la Construcció de Catalunya (ITEC) - Barcelona; NBS Services - Newcastle upon Tyne; Nederlandse Bouwdokumentatie (NCA) - Deventer; Norwegian Building Centre - Oslo; Rakennustieto - Helsinki; RIBA Information Services - London; Schweizer Baudokumentation - Blauen; STABU - Ede; Swedish Building Centre - Solna.

O objetivo do EPIC é criar um conjunto de grupos de produtos da construção, incluindo uma notação, na qual todos os produtos do mercado tenham uma codificação que possa ser utilizada como referência na Indústria Européia de Construção, pois, até então, não existia nenhuma metodologia unificada de classificação de produtos, globalmente aceita na Europa. O EPIC definiu então uma base comum para trocar informações de produtos para a construção no continente europeu.

Na gênese desta proposta de classificação estava a necessidade sentida por um vasto conjunto de instituições, de desenvolver e operar uma base de dados comum de produtos para a construção, que permitisse, além das vantagens óbvias da uniformização na linguagem, criar uma ferramenta que contribuísse para o esforço internacional que tem sido empreendido na transferência eletrônica de dados.

O EPIC apresenta dois conceitos chaves, que são:

a) Produto para a construção: significa qualquer produto que seja incorporado

de uma maneira permanente nas construções, incluindo ambas, edificações e obras de engenharia civil. O EPIC expandiu seu escopo incluindo o ítem mobília

a fim de atender às necessidades de seus membros, que solicitam informações sobre mobília como parte de seu serviço.

b) Grupo de produto para a construção: um conjunto de produtos para a

construção que compartilham atributos comuns (características) relevantes para seleção e especificação. Um grupo de produto é diferenciado de outro por meio de descritivo, relacionados a atributos de desempenho ou outros atributos. Um grupo de produtos representa um conjunto particular de produtos que partilham determinadas características ou que têm em comum propriedades que permitem a sua especificação conjunta.

O sistema de notação ou codificação de produtos é usado para definição de especificações de produtos; definição de exigências sobre produtos; elaboração de lista de quantidades; rotinas administrativas que envolvem a designação de produtos (cotações, dentre outras). Esse sistema é utilizado para classificar informação sobre desenhos de produtos, informação técnica, listas de preços ou para a definição de atributos característicos de produtos para efeitos de certificação.

Segundo a ISO TR 14177/94, a proposta para uma classificação internacional de produtos para a construção tem grande importância devido ao aumento dos negócios internacionais neste sentido e à grande variedade de classificação de elementos e seções de trabalho usados para organizar e codificar informação de produto. Além das propostas do EPIC, não há na prática nenhuma classificação de produto como tal. Espera-se que os vários sócios do EPIC introduzam essa nova classificação em seus respectivos países.

Monteiro (1998) destaca que o sistema de classificação EPIC está estruturado para Electronic Document Interchange (EDI), por tratar-se de um sistema de classificação rígido, no qual o produto só pode ter uma posição (isto é, só é olhado numa perspectiva) e apresenta uma listagem exaustiva dos produtos com suas notações. A EAN - organização mundial responsável pelos códigos de barra, que edita um sistema utilizando o protocolo do EDIFACT- o EANCOM, adotará a classificação de produtos para a construção proposta pelo EPIC. Se considerarmos que esta organização está representada em oitenta e oito países e que o seu sistema é utilizado hoje por mais de seiscentas e setenta mil empresas, podemos, com alguma segurança, prever uma forte penetração da classificação EPIC na indústria da construção civil.

A metodologia proposta pelo EPIC (1999) baseia-se em trabalhos anteriores realizados pelo RIBA Companies Ltd e pelo Swedish Building Centre. Sua estrutura é composta por duas facetas: Função e Material, o que permite caracterizar adequadamente todos os grupos de produtos. Nesse contexto, Função significa o desempenho que o produto deverá cumprir dentro do resultado final da construção e

Material significa a matéria principal que compõe o produto.

A classificação de cada uma das facetas é desenvolvida de forma hierárquica. A classificação é rígida, pois cada produto é localizado num grupo, de forma a adequar-se às bases de dados e à transferência eletrônica de dados. Porém, novos produtos surgem no mercado, enquanto outros são retirados. A estrutura de classificação deve ser flexível para permitir isto. A proposta EPIC (1999) exibe para a faceta Função as seguintes classes: A. Ground Treatment and retention; B. Construction works products; C. Structural and space division; D. Access, barriers, circulation; E. Covering, cladding, lining; F. General purpose: Construction fabric; G. Supply and distribution of liquids and gases; H. Sanitary, laundry, cleaning; J. Waste handling; K. Electric power and lighting; L. Climate control (HVAC); M. Information and communication; P. General purpose: Services; Q. Fixtures and furnishings.

Cada país, na Europa, usa suas classificações de elementos ou atividades da construção como princípio de divisão para classificar e codificar os produtos para a construção.

Monteiro (1999) afirma que a complexidade do modelo EPIC pode constituir-se num elemento de resistência à sua aceitação pelo mercado. Todavia, cada país pode usar sua própria classificação de elementos ou de atividades para codificar seus produtos para a construção, desde que esteja atento para a manutenção da equivalência dos conceitos, por meio da criação de um dicionário que permita o relacionamento, entre a tabela de função EPIC e a tabela proposta por cada país. Foi o que Portugal fez no âmbito do Projeto CIC-NET.

5.5 PROJETO CIC-NET – CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS PARA A