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Objectivo político: «Pleno res- res-peito pelos interesses

No documento ISSN UNIÃO EUROPEIA. Relatório Financeiro (páginas 38-42)

económi-cos dos consumidores da UE»

Em 2 de Outubro de 2001, a Comissão adop-tou um livro verde sobre a protecção dos

consumidores na União Europeia. Este

do-cumento destina-se a lançar uma ampla con-sulta sobre a futura direcção da defesa dos consumidores, sublinhando ao mesmo tempo que é essencial para o desenvolvimento de um

mercado interno a funcionar em pleno orienta-do para os consumiorienta-dores, um grau mais eleva-do de harmonização das regras que discipli-nam as práticas comerciais entre empresas e consumidores. Por exemplo, a Comissão fi-nanciou estudos que comparam preços de uma ampla gama de produtos de consumo nos di-ferentes países, utilizando técnicas de leitura de códigos de barras: estas comparações mos-tram que existe ainda uma variação de preços significativa entre Estados-Membros para muitos produtos de consumo corrente, tais como, água mineral, café, farinha ou açúcar. Em 2001, a Comissão publicou um documen-to «Consumidores na Europa — Facdocumen-tos e dados». Este documento concentra pela pri-meira vez num só volume os dados disponí-veis mais importantes provenientes de fontes diferentes sobre questões relacionadas com a defesa dos consumidores na UE.

A Comissão tem vindo a acompanhar durante vários anos os pagamentos transfronteiras através de estudos específicos. O último estu-do de 2001 mostra que não se registaram pro-gressos neste campo e contribuiu para que a Comissão decidisse apresentar uma proposta de Regulamento, que foi adoptada no final do ano.

A despesa afectada a este objectivo polí-tico elevou-se a cerca de 6,4 milhões de euros em 2001.

Domínio de acção n.° 1 no âmbito deste objectivo político: desenvol-ver um mercado interno no sector dos serviços financeiros mais acessível ao consumidor

O sector dos serviços financeiros sofreu nos últimos anos uma evolução muito rápida. Esta evolução caracteriza-se por um aumento cres-cente do seu peso na globalidade da econo-mia, uma escolha mais ampla e um aumento da complexidade dos serviços oferecidos aos

consumidores, um crescimento rápido dos ser-viços prestados por via electrónica e um cres-cimento das operações transfronteiras. A con-corrência deste sector mantém-se no entanto insuficiente principalmente devido à comple-xidade dos instrumentos e à informação insu-ficiente disponível, bem como a diferenças significativas entre Estados-Membros em re-lação a factores sociais, culturais, jurídicos e institucionais.

Em 13 de Dezembro de 2001, o Conselho e o Parlamento Europeu adoptaram um regula-mento sobre os pagaregula-mentos transfronteiras em euros, para baixar os custos dos pagamentos entre países para o mesmo nível do que os pa-gamentos internos.

Exemplo de projecto

Para garantir que as necessidades e opi-niões dos consumidores possam ser tidas em conta no projecto de proposta relativo a uma directiva em matéria de crédito ao consumo, foram organizadas pela Comis-são em 2001 consultas das organizações de consumidores e de outras partes inte-ressadas.

Domínio de acção n.° 2 no âmbito deste objectivo político: uma

moeda única para os consumidores

A preparação para a introdução das notas e moedas em euros constituiu uma fonte de preocupação quer para as empresas quer para os consumidores. Embora caiba especialmen-te aos Estados-Membros a responsabilidade de garantir uma transição suave para o euro, a Comissão também contribuiu de forma signi-ficativa para a protecção dos interesses dos consumidores durante o período de transição para a introdução das notas e moedas em euros. Foram propostos vários documentos le-gislativos com uma componente de defesa do consumidor muito forte para garantir a

conti-nuidade dos contratos, as regras de arredonda-mento, a segurança das notas e das moedas, a definição das características das moedas, bem como recomendações da Comissão para a de-finição da dupla afixação de preços, as condi-ções para as operacondi-ções bancárias e a criação de observatórios locais sobre o euro, etc. Durante o ano de 2001, o acompanhamento em curso (desde 1998) específico de todas estas disposições foi prosseguido e os resulta-dos foram discutiresulta-dos com as organizações de consumidores e as outras partes interessadas. Foi atingido um acordo entre as organizações de consumidores e o sector da distribuição para garantir a estabilidade dos preços durante o período de Setembro 2001-2002. O acompa-nhamento dos preços foi também organizado em cooperação com os Estados-Membros.

A despesa para as actividades relaciona-das com o euro em 2001 (excluindo as acções «Euro fácil»), tais como os inqué-ritos Eurobarómetro, a percepção dos preços em euros e estudos relativos às necessidades em termos de informação do consumidor elevaram-se a cerca de 1,6 milhões de euros em 2001.

Domínio de acção n.° 3 no âmbito deste objectivo político: Manter um quadro regulamentar actualizado

Na sequência de estudos aprofundados que foram realizados em anos anteriores, a Comis-são concluiu que as regras em matéria de de-fesa dos consumidores não são completamen-te adequadas para o desafio colocado por um mercado em rápida evolução. Além disso, existem muitas regras nacionais e uma abun-dante jurisprudência nacional no domínio da defesa dos consumidores. Esta situação cria uma incerteza jurídica significativa para os consumidores que desejam utilizar as oportu-nidades para obterem melhores condições co-merciais transfronteiras. Reduz igualmente a

eficiência do mercado interno em termos de obtenção de melhor preço, escolha, qualidade e serviço.

Para resolver estas questões o principal

ob-jectivo da Comissão consiste em simplificar o quadro legislativo, sempre que possível.

Assim, as acções relativas à revisão do actual quadro legislativo, tais como as directivas re-lativas à publicidade enganosa e à venda porta a porta, são consideradas como parte integran-te do seguimento do livro verde sobre a defesa dos consumidores na União Europeia. Em 2001, foram organizadas audições públicas com as partes interessadas sobre o livro verde.

Domínio de acção n.° 4 no âmbito deste objectivo político: uma me-lhor aplicação e acompanhamento da legislação em vigor

O processo legislativo da UE caracteriza-se pela participação de vários tipos de institui-ções a nível regional, nacional e internacional. Esta situação cria numerosas oportunidades para diferentes interpretações dos requisitos legais e dos diferentes níveis de aplicação na prática.

Contra este contexto, a Comissão introduziu uma série de acções destinadas a melhorar o

processo de aplicação e de acompanhamen-to. A Comissão empreendeu diálogos

infor-mais com os Estados-Membros, antes da transposição, como meio para melhorar a im-plementação nacional da legislação. Foram realizados encontros sistemáticos com os Esta-dos-Membros relativamente a directivas impor-tantes antes do prazo para a transposição para o ordenamento nacional. Realizaram-se reuniões semelhantes após a transposição, a fim de anali-sar os eventuais problemas surgidos.

Além disso, em 2001, a Comissão concluiu contratos para actualizar a base de dados eu-ropeia de jurisprudência em matéria de cláu-sulas contratuais abusivas. A base de dados CLAB («cláusulas contratuais abusivas»),

que pode ser consultada gratuitamente no ser-vidor da Comissão, contém actualmente 9 085 ficheiros.

A legislação relativa aos serviços financeiros de pequenas operações é igualmente acompa-nhada de forma regular através de estudos anuais e encontros entre associações de con-sumidores no quadro de vários grupos de tra-balho (por exemplo, serviços financeiros e ConsumerDebNet).

Todavia, a responsabilidade de acompanhamen-to e aplicação cabe em larga medida às auacompanhamen-torida- autorida-des de supervisão de cada Estado-Membro. A Comissão encorajou os membros europeus da Rede de Supervisão do Mercado Internacional (IMSN) a melhorarem as condições para a co-operação e intercâmbio de informação entre membros numa base informal.

Numa comunicação adoptada em 11 de Julho sobre o Direito Europeu dos Contratos, a Comissão pediu às instituições comunitárias e às partes interessadas a sua contribuição em relação aos problemas potenciais decorrentes da diversidade dos direitos nacionais dos con-tratos, tanto para o mercado interno, como para a aplicação uniforme da legislação comu-nitária. No caso da existência de tais proble-mas, a Comissão propôs várias opções para debate com vista à adopção de uma aborda-gem diferente da actual abordaaborda-gem de harmo-nização do tipo «manta de retalhos».

Quando surgem litígios transfronteiras, nem sempre é prático nem rentável para os consumi-dores e para as empresas utilizar as vias de re-curso tradicionais. Os litígios de consumo ca-racterizam-se frequentemente pelo facto de os produtos e serviços envolvidos terem em geral um baixo valor económico, especialmente quando comparados com os elevados custos de resolução dos litígios através dos tribunais. A Comissão lançou diversas iniciativas destinadas a promover meios simples, poucos onerosos e eficazes para solucionar litígios transfronteiras, como os sistemas alternativos de resolução de litígios (ADR).

Para coordenar os procedimentos de resolução extrajudicial em toda a Europa, foi lançada em 16 de Outubro de 2001, a Rede Europeia Extrajudicial (EEJ-Net), por um período expe-rimental de um ano. A EEJ-Net proporciona uma estrutura de comunicação e de apoio através dos pontos de contacto nacionais (ou «centros de coordenação») criados por cada Estado-Membro. Os centros de coordenação prestam informações e assistência na apresen-tação de queixas junto de organismos adequa-dos de resolução extrajudicial de litígios. A EEJ-Net é completada pela FIN-NET, a rede extrajudicial europeia para as queixas trans-fronteiras relacionadas com os serviços finan-ceiros, lançada em Fevereiro de 2001.

A despesa afectada às acções no sector dos serviços financeiros elevou-se a cerca de 0,4 milhões de euros, e a recolha de dados relativos às cláusulas contratuais abusivas (CLAB) elevou-se a cerca de 0,4 milhões de euros em 2001.

Domínio da acção n.° 5 no âmbito do objectivo político: serviços de interesse geral

Em 2001, foi lançado um inquérito qualitativo a «grupos-alvo» sobre o comportamento do con-sumidor em relação aos serviços de interesse geral. O objectivo do estudo consistiu em anali-sar a forma como os consumidores avaliam o funcionamento dos serviços de interesse geral com especial referência à percepção do consu-midor ao longo do tempo dos serviços em ter-mos de qualidade e preço e à componente de satisfação.

Os serviços objecto de inquérito foram a electri-cidade, o gás, a rede fixa de telefones, os telefo-nes móveis, os caminhos-de-ferro intercidades, os transportes urbanos, o fornecimento de água, o transporte aéreo e o transporte marítimo.

Domínio da acção n.° 6 no âmbito deste objectivo político: uma me-lhor integração dos interesses económicos do consumidor nou-tras políticas da UE

Os consumidores agem num contexto de Mer-cado submetido às forças sociais, económicas, jurídicas, políticas e institucionais. Consequen-temente, a política dos consumidores não pode-ria desenvolver-se de forma isolada; esta deve promover os interesses dos consumidores num contexto em que estão em jogo outros interes-ses. Por esta razão, a política dos consumidores é cada vez mais entendida como devendo ga-rantir a integração dos interesses dos consumi-dores em todos os outros domínios políticos re-levantes. Este facto aplicase particularmente a nível comunitário e, no período 1999-2001, os esforços realizados neste domínio produziram resultados encorajadores.

Exemplo de projecto

Política de transportes, incluindo os trans-portes aéreos

Na sequência da comunicação de 21 de Junho de 2000 sobre a protecção dos passa-geiros dos transportes aéreos na União Euro-peia, foram tomadas várias medidas no qua-dro da política de transportes aéreos para protecção dos passageiros. Os principais ae-roportos e companhias aéreas adoptaram em Maio de 2001 um texto de compromissos voluntários destinados a melhorar a qualida-de dos seus serviços. A Comissão apresentou uma proposta de Regulamento em matéria de indemnização e assistência aos passagei-ros em caso de recusa de embarque e de can-celamento ou atraso considerável dos voos. A Comissão pretende fazer com que os direi-tos actuais dos passageiros ao abrigo da le-gislação comunitária e internacional sejam

mais conhecidos e mais bem compreendidos pelo público — cada aeroporto da UE foi convidado a expor o leque de obrigações que as companhias aéreas têm em relação aos seus clientes.

No documento ISSN UNIÃO EUROPEIA. Relatório Financeiro (páginas 38-42)