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3 METODOLOGIA

3.2 OBJETO DE ANÁLISE: COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA DO

O Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú (COBH/Pajeú), está inserido no Sistema Estadual Integrado de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SIGRH/PE) com atuação na área de drenagem da bacia do Rio Pajeú que abrange 26 municípios do Estado de Pernambuco. Nessa área estão localizados cinco dos oito Conselhos Gestores de Açudes (CONSUs) do Estado.

Em se tratando da composição do Comitê do Rio Pajeú, e em consonância com a Resolução nº 3 de 2000 do CRH que trata da homologação e estatuto do COBH/Pajeú, e a Lei estadual nº 12.984/05, a estrutura tripartite do colegiado objetiva à gestão participativa, contempla representantes do poder público, incluindo a União, o Estado e os municípios; representantes de entidades civis, englobando universidades, institutos de ensino superior e entidades de pesquisa e desenvolvimento tecnológicos e organizações sociais e não- governamentais com atuação em recursos hídricos; e usuários de recursos hídricos.

O Comitê é constituído por 25 membros titulares e 25 membros suplentes, preferencialmente, da mesma instituição e mesmo segmento, sendo que na atual gestão (2016- 2019) o colegiado dispõe de 33 membros. Das vagas reservadas para constituir o Comitê, parte destina-se aos representantes do poder público representando 20% (vinte por cento) e no máximo, a 40% (quarenta por cento) do total de membros; outra parte para a sociedade civil correspondendo a no mínimo 20% (vinte por cento) e no máximo, a 40% (quarenta por cento) do total de membros; e o restante para os usuários correspondendo a 40% (quarenta por cento) dos membros.

A legislação define que o Comitê deve garantir duas vagas de representantes, podendo ser: a) dos órgãos gestores nacionais das comunidades indígenas e de quilombolas, como parte da representação da União; b) das comunidades indígenas ali residentes; e ou c) das comunidades de remanescentes de quilombos ali residentes, tendo em vista que o território abrange terras indígenas e de remanescentes de quilombos.

O COBH/Pajeú dispõe de uma Plenária, uma Diretoria constituída por um presidente, um vice-presidente e um Secretário Executivo, eleitos por maioria absoluta de seus membros, para um mandato de 3 (três) anos, permitida a recondução para o mesmo cargo por apenas mais um mandato, além de Câmara Técnica para examinar matérias específicas com o teor técnico- científico, jurídico ou institucional a fim de subsidiar o Plenário na tomada de decisões.

A composição dos membros do Comitê é realizada mediante processo eleitoral conduzido em assembleia. A indicação dos postulantes as vagas como representantes titulares e suplentes dos Poderes Públicos federal, estadual e municipal, da Sociedade Civil e dos

Usuários, dar-se-á pelo titular de cada órgão representado no prazo estabelecido pela comissão eleitoral.

O Conselho Gestor do Açude Serrinha (CONSU/Serrinha), é um colegiado componente do SIGRH/PE, com prazo de duração indeterminado e atuação na área de influência à montante e à jusante do reservatório Serrinha, nos municípios de Serra Talhada e Floresta.

Em se tratando da composição do CONSU/Serrinha é constituído por 18 membros titulares, a estrutura tripartite do colegiado contempla seis membros representantes do poder público da União e/ou Estado com interesse em participar da gestão das águas do Açude Serrinha e dos Municípios inseridos no território de influência do açude; seis membros de entidades civis; e seis membros de usuários de água, indicados pelas respectivas organizações. Cada membro titular pode ter um suplente, dessa forma a gestão do atual mandato (2017-2018) dispõe de 26 membros.

O CONSU/Serrinha dispõe de uma Assembleia Geral,e uma Coordenadoria composta de um Coordenador, um Coordenador Adjunto e um Secretário, todos eleitos em Assembleia Geral ordinária para um mandato de 3 anos, sendo permitida uma única reeleição para o mesmo cargo.

O processo eleitoral para renovação da Coordenadoria e das entidades membros do CONSU/Serrinha ocorre através de uma Comissão Eleitoral formada por 3 membros, um de cada segmento, eleita pelo plenário do CONSU, com o objetivo de conduzir todo o processo eleitoral.

A composição dos membros do CONSU/Serrinha é realizada mediante processo eleitoral conduzido em assembleia. A indicação dos postulantes as vagas como representantes titulares e suplentes dos Poderes Públicos federal, estadual e municipal, ocorre pelo titular de cada órgão representado, no prazo estabelecido pela comissão eleitoral. Já as organizações civis e os usuários se habilitam a participar de processo eleitoral, onde se inscrevem, de acordo com prazos e locais definidos pela Comissão Eleitoral, sendo que, as organizações civis devem estar legalmente constituídas.

O Conselho Gestor do Açude Barra do Juá (CONSU/Barra do Juá), é um colegiado componente do SIGRH/PE, com prazo de duração indeterminado e atuação na área de influência à montante e à jusante do reservatório Barra do Juá, no município de Floresta.

Quanto a composição, o CONSU/Barra do Juá é constituído por 16 membros titulares, a estrutura tripartite do colegiado contempla cinco membros representantes do poder público da União e/ou Estado que tenham interesse em participar da gestão das águas do Açude Barra do Juá e dos Municípios inseridos no território de influência do açude; cinco membros de

entidades civis; e seis membros de usuários de água, indicados por suas respectivas organizações e grupos formais. Cada membro titular pode ter um suplente, a gestão do atual mandato (2017-2018) dispõe de 16 membros.

O CONSU/Barra do Juá dispõe de uma Assembleia Geral, instância máxima de deliberação do Conselho, e uma Coordenadoria, composta por um Coordenador, um Coordenador Adjunto e um Secretário, todos eleitos em Assembleia Geral ordinária para um mandato de 3 anos, sendo permitida uma única reeleição para o mesmo cargo.

O processo eleitoral para renovação da Coordenadoria e das entidades membros do CONSU/Barra do Juá ocorre através de uma Comissão Eleitoral formada por três membros, um de cada segmento, eleita pelo plenário do CONSU, com o objetivo de conduzir todo o processo eleitoral.

A composição dos membros do CONSU/Barra do Juá é realizada mediante processo eleitoral conduzido em assembleia. A indicação dos postulantes as vagas como representantes titulares e suplentes dos Poderes Públicos federal, estadual e municipal, ocorre pelo titular de cada órgão representado, no prazo estabelecido pela comissão eleitoral. Já as organizações civis e os usuários se habilitam a participar de processo eleitoral, onde se inscrevem, de acordo com prazos e locais definidos pela Comissão Eleitoral, sendo que, as organizações civis devem estar legalmente constituídas.

O Conselho Gestor do Açude Rosário (CONSU/Rosário), é um colegiado componente do SIGRH/PE, com prazo de duração indeterminado e atuação na área de influência à montante e à jusante do reservatório Rosário nos municípios de Iguaraci, Ingazeira e Tuparetama.

Quanto a composição, o CONSU/Rosário é constituído por 15 membros titulares, a estrutura tripartite do colegiado contempla 40% dos seus membros representantes do poder público da União, do Estado, que tenham interesse em participar da gestão e dos Municípios, inseridos no território de influência do açude; 20% de entidades civis; e 40% de usuários de água, indicados por suas respectivas organizações. Sendo que os representantes das entidades civis, devidamente legalizadas, são indicados por: organizações comunitárias; Instituições técnicas de ensino, pesquisa e extensão; organização de produtores; organizações cooperativas; e igrejas. A gestão atual (2015-2018) está composta por 15 membros.

O CONSU/Rosário dispõe de uma Assembleia Geral, instância máxima de deliberação do Conselho, e uma Coordenadoria, composta por um Coordenador, um Coordenador Adjunto e um Secretário, todos eleitos em Assembleia Geral ordinária para um mandato de 3 anos, sendo permitida uma única reeleição para o mesmo cargo.

O processo eleitoral para renovação da Coordenadoria e das entidades membros do CONSU/Rosário ocorre através de uma Comissão Eleitoral formada por três membros, um de cada segmento, eleita pelo plenário do CONSU, com o objetivo de conduzir todo o processo eleitoral, e a cada três anos.

O Conselho Gestor do Açude Brotas (CONSU/Brotas), é um colegiado componente do SIGRH/PE, com prazo de duração indeterminado e atuação na área de influência à montante e à jusante do reservatório Brotas nos municípios de Afogados da Ingazeira e Tabira.

Quanto a composição, o CONSU/Brotas é constituído por 15 membros titulares e 15 membros suplentes, a estrutura tripartite do colegiado contempla 40% dos seus membros representantes do poder público da União, do Estado, que tenham interesse em participar da gestão e dos Municípios, inseridos no território de influência do açude; 20% de entidades civis; e 40% de usuários de água, indicados por suas respectivas organizações. A gestão do atual mandato (2015-2018) dispõe de 10 membros.

O CONSU/Brotas dispõe de uma Assembleia Geral, instância máxima de deliberação do Conselho, e uma Coordenadoria, composta por um Coordenador, um Coordenador Adjunto e um Secretário, todos eleitos em Assembleia Geral ordinária para um mandato de 3 anos, sendo permitida uma única reeleição para o mesmo cargo.

O processo eleitoral para renovação da Coordenadoria e das entidades membros do CONSU/Brotas ocorre através de uma Comissão Eleitoral formada por três membros, um de cada segmento, eleita pelo plenário do CONSU, com o objetivo de conduzir todo o processo eleitoral.

3.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Os procedimentos metodológicos estabelecidos nesta pesquisa, consistiram em duas principais etapas de investigação:

A primeira etapa procedeu-se com a coleta de dados secundários onde a pesquisa recorreu a estratégias de levantamento de informações, por meio da pesquisa bibliográfica e da pesquisa documental.

A segunda etapa foi responsável pela coleta de dados primários, os quais foram obtidos durante a realização de Oficinas, questionários e participação em reuniões e eventos.

A pesquisa bibliográfica foi extraída de teses, dissertações, artigos científicos, livros e

sites de entidades governamentais. Realizou-se nesse momento uma verificação do estado da

Já a pesquisa documental, ocorreu através da verificação das Atas de reuniões do Comitê de bacia e dos Conselhos Gestores de Açudes; consulta à legislação, decretos e resoluções, e consulta as publicações: Águas do Pajeú (PERNAMBUCO, 2010), que trata do processo de estruturação do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú e Conselhos Gestores de Açudes de Barra de Juá, Serrinha, Jazigo, Cachoeira II, Brotas e Rosário e Estudos sobre a participação e adequação de organismos de bacias do Semiárido em relação a seu modelo de gestão, inclusive no que diz respeito à transposição, (PERNAMBUCO, 2014), esses documentos foram fornecidos pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), órgão executor da Política Estadual de Recursos Hídricos de Pernambuco.

O horizonte temporal para análise das Atas correspondeu ao período entre 2008 (ano de reestruturação do Conselho Gestor de Açude Rosário) e 2009 (ano de reestruturação do Comitê, e demais Conselhos: Brotas, Barra do Juá e Serrinha) a 2018. Este procedimento foi utilizado como critério de análise dos mecanismos de participação e efetividade na gestão dos recursos hídricos na bacia do Rio Pajeú.

Nesse ponto, foram analisadas 86 Atas obtidas por meio de levantamento junto a Gerência de Apoio a Organismos de Bacia (Gaob), da Apac. Destaca-se, que um total de 11 documentos não foram localizados, entretanto, não comprometeu os resultados da pesquisa, pela baixa representatividade em relação ao universo analisado.

A etapa relativa à realização de Oficinas, objetivou trabalhar as ferramentas selecionadas do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), e a aplicação de questionários.

O DRP é uma ferramenta que vem despertando o interesse de Organizações não- Governamentais (ONGs), universidades e centros de pesquisa, que atuam em diversos processos de reflexão coletiva (FARIA; FERREIRA NETO, 2006). Quando dirigida à gestão de recursos hídricos, o DRP pode ser utilizado para identificar e analisar os principais conflitos e potencialidades presentes na bacia hidrográfica em estudo, como também, pode orientar à tomada de decisão a partir da reflexão dos membros.

O DRP tem por base a construção de diagramas. Os gráficos buscam representar de maneira integrada quatro dimensões: espaço, tempo, fluxos e relações, permitindo, desse modo, agrupar dados e informações, que direcionem para determinados problemas que devem ser priorizados, assim como, investigar possíveis soluções em um determinado grupo ou organização.

Para gestão das águas, essa ferramenta pode contribuir com a visualização dos problemas e a comunicação entre os vários sujeitos que integram os Comitês, Conselhos e demais órgãos do Sistema de gestão.

Dentre as ferramentas empregadas no DRP, utilizou-se para fins desta pesquisa, o Mapeamento Participativo com base cartográfica e o Diagrama de Venn.

O Mapeamento participativo, com base cartográfica (Figura 10), é uma técnica que tem um custo relativamente baixo e uma rápida resposta, além de fornecer ao grupo de trabalho uma representação com precisão razoável e com muita informação do conhecimento territorial. O mapa resultante desse processo pode ser utilizado tanto para determinar dados quantitativos como distâncias e direções, como qualitativos (SILVA; VERBICARO, 2016).

Figura 10 – Mapeamento Participativo com base cartográfica

Fonte: SILVA; VERBICARO (2016).

Neste procedimento, o grupo, objeto de pesquisa, recebe um mapa base, contendo algumas informações georreferenciadas como sede municipal e rede hidrográfica, por exemplo. Sobre ele os participantes plotam a localização da área de estudo, mapeando as informações que desejam representar. A utilização dessa técnica possibilita visualizar informações, identificar e compreender relações, e, construir panoramas e cenários.

Quanto ao Diagrama de Venn, ferramenta da matemática de conjuntos que foi adaptada para representar a relação entre diferentes grupos, é construída a partir de círculos que se circunscrevem (Figura 11). O Diagrama usa pedaços de papel para ilustrar, por exemplo, os vários grupos políticos, econômicos, culturais, que estão presentes no âmbito da bacia hidrográfica. Quando da aplicação da técnica, o facilitador deve apresentar o tema central a fim de que haja um processo de discussão, antes do início da construção do gráfico (ANA, 2013).

Figura 11 – Diagrama de Venn

Fonte: ANA (2013).

Os envolvidos recortam círculos que vão representar, com diferentes tamanhos, a importância e as ligações que os atores sociais ou instituições, que estão presentes, exercem na bacia. Os círculos são dispostos em torno do tema central, de maneira a demonstrar em termos de parceria, àqueles que estão próximos; ou que estão em posição antagônica, àqueles distantes entre si; e, conexões, àqueles que se sobrepõem. Ao final, o Diagrama de Venn poderá ilustrar as relações sociais da bacia hidrográfica (ANA, 2013).

A participação como observador não-participante, visando entender de que maneira as discussões se estabelecem, em termo de gestão da água, e quais os assuntos estavam na pauta no debate, ocorre a partir das reuniões realizadas pelo COBH-Pajeú entre 2017 e 2018; reunião para Capacitação em gestão participativa, direcionada aos membros do Conselho Gestor do Açude Venturosa, sendo realizada em 23 de novembro de 2017, ministrada por dois professores da Universidade Federal Rural de Pernambuco; presença na XLI Reunião Ordinária do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CRH), realizada em 20 de março de 2018, no Auditório do Departamento de Estadas de Rodagem de Pernambuco; Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as secas, realizando em 13 de novembro de 2017, e III Workshop - Modelos de Gestão para o Saneamento Rural em Pernambuco, por ocasião da reunião do CRH, realizada em 19 de setembro de 2018.

As etapas metodológicas foram sintetizadas na Figura 12 para melhor entendimento do direcionamento desta pesquisa.

Figura 12 – Etapas metodológicas

Fonte: A Autora (2018).

3.4 DESCRIÇÃO DA II ETAPA − COLETA DE DADOS (OFICINAS E QUESTIONÁRIOS)