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OBRIGAÇÕES DE FAZER. OBRIGAÇÕES DE NÃO-FAZER. # Prestação de fato (envolve um fato) <> prestação de coisa (envolve uma coisa) # Prestação de fato positivo <> prestação de fato negativo (obrigação de não-fazer)

# O interesse do credor está no fato, na atividade do devedor, não na coisa somente

# Envolve um trabalho, seja físico, seja intelectual: ex.: Pintar um quadro; Consertar um automóvel; Escrever um livro, um parecer; Construir algo; Realizar uma performance.

# Como se vê, algumas obrigações de fazer se esgotam na própria ativida- de, sem que nenhuma coisa seja dela criada. Mas outras envolvem também uma coisa.

# Não confundir com obrigação de dar (interesse só na coisa, não importa como será obtida)

# Na obrigação de fazer o interesse pode estar em uma coisa mas também na atividade através da qual se obterá tal coisa (pintar o quadro). Para diferen- ciá-las, Washington de Barros Monteiro, lembra que na obrigação de dar, o devedor não tem que fazê-la antes de entregá-la, enquanto que na obrigação de fazer, o devedor tem que primeiro confeccionar a coisa: diz-se que o dar, nesse caso, é consequência do fazer.

# Antigamente: diferenciação com base no critério da execução específica # Conceito: Silvio Rodrigues é “aquela que tem por conteúdo um ato a ser praticado pelo devedor, donde resulte benefício patrimonial para o credor”; Car- valho Santos: “é a que consiste na prestação de fato, tendo por objeto um ou mais atos do devedor”.

# Classificação:

— simples e complexas (um ou mais atos)

— fungíveis e infungíveis (caráter personalíssimo/intuitu personae): (i) só ao devedor imposta (convenção: expressa ou tácita?); ou (ii) realizável somente pela devedor

— de meio e de resultado:

* ou em determinado resultado de uma atividade (conserto de carro) * Regra: — obrigações de meio (exs. Professor particular, advogado, médico)

— dever de diligência, de melhores esforços na atividade

— descumprimento só com negligência, imprudência, imperícia (culpa)

— ônus da prova do descumprimento (culpa): do credor * Exceção: — resultado (legalização de empresa, cirurgia(?))

— dever de alcançar o resultado

— descumprimento: resultado não alcançado

— ônus da prova: resultado não atingido por fato alheio: do de- vedor

# Riscos e Responsabilidade:

— Impossibilidade da prestação de fazer sem culpa (art. 248, 1ª parte — resolução)

— Impossibilidade por culpa (art. 248, 2ª parte — responsabilização perdas e danos)

— Responsabilidade em caso de recusa de cumprimento de prestação infungível (art. 247)

* Sempre perdas e danos?

* Conflito: liberdade do devedor x interesse do credor

* Evolução da técnica de satisfação do credor (dribla a necessidade de atividade do devedor)

* Execução específica das obrigações de fazer (declarações de vonta- de)

* Reforço: multa + astreinte (arts. 461 e 644 do Código de Processo Civil)

— Se fungível: perdas e danos ou realização por terceira pessoa (art. 249, CC + 633 do CPC)

OBRIGAÇÕES DE NÃO-FAZER:

# Aqui o devedor obriga-se a uma abstenção.

# O cumprimento se dá não através de uma ação, mas através de uma omissão.

# Exemplos: (i) não construir em determinado espaço; (ii) não demolir uma construção; (iii) não estabelecer comércio de determinada natureza; (iv) tolerar o uso de determinada coisa por outrem; (v) consentir a vistoria (loca- ções residenciais).

# Trata-se de prestação de fato negativa, onde se incluem: — Abstenção; e — Tolerância (pati). # O risco aqui está na impossibilidade de abstenção, que resolve a obriga- ção (art.250).

# A realização da atitude é o próprio descumprimento e o credor pode en- tão exigir que o devedor desfaça o que fez sob pena de que alguém o desfaça às suas custas mais perdas e danos (art.251 + arts. 642/ 643, CPC).

# Se não for possível desfazer, a obrigação resolve-se em perdas e danos (art. 251, p. único).

OBJETIVOS:

Identificar a lógica do tratamento das obrigações de fazer e diferenciá-lo de outros tipos de obrigações; identificar obrigações de fazer personalíssimas e suas peculiaridades, em especial diante do princípio da dignidade da pessoa humana, tendo em vista as regras de execução; a execução específica de certas obrigações de fazer (o compromisso de compra e venda, acordos de acionistas e o código de defesa do consumidor; o dever de transparência.

INSTRUÇÕES:

1) Ler LOBO (2013), Capítulo VIII; 2) Ler acórdão e votos do julgamen- to do REsp 703.244/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi para discussão em sala; 3) Resolver a seguinte questão: Hans contrata Pierre para que este último elabore um projeto de decoração de sua casa recém-adquirida. Pierre entrega o projeto na data combinada mas Hans não o aprova, pretendendo exigir perdas e danos de Pierre pelo descumprimento da obrigação. (i) classifique a obrigação nascida do contrato; (ii) Hans pode ter razão? (iii) em que con- dições? 4) Procure identificar situações que fazem nascer obrigações de não- -fazer; 5) Reflita sobre os seguintes considerandos do Decreto-Lei nº 58/37 e o regime de execução das obrigações de fazer personalíssimas:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNI-

DOS DO BRASIL, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição:

Considerando o crescente desenvolvimento da loteação de terrenos para venda mediante o pagamento do preço em prestações;

Considerando que as transações assim realizadas não transferem o domínio ao comprador, uma vez que o art. 1.088 do Código Civil per- mite a qualquer das partes arrepender-se antes de assinada a escritura da compra e venda;

Considerando que êsse dispositivo deixa pràticamente sem amparo numerosos compradores de lotes, que têm assim por exclusiva garantia a seriedade, a boa fé e a solvabilidade das emprêsas vendedoras ;

Considerando que, para segurança das transações realizadas me- diante contrato de compromisso de compra e venda de lotes, cumpre acautelar o compromissário contra futuras alienações ou onerações dos lotes comprometidos;

Considerando ainda que a loteação e venda de terrenos urbanos e rurais se opera frequentemente sem que aos compradores seja possível a verificação dos títulos de propriedade dos vendedores (...)”.

AULA 9: OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS E OBRIGAÇÕES

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