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CAPÍTULO III: ESTUDO EMPÍRICO: VIABILIDADE DA IMPLEMENTAÇÃO

1. Metodologia

1.3 Observação

Um dos métodos utlizados foi a observação, na medida em que as técnicas de observação são uma forma de levantamento naturalista e que permitem a investigação de fenómenos nos seus contextos de ocorrência natural. A observação participante implica a inserção do investigador na população ou na sua organização ou comunidade, para registar comportamentos, interações ou acontecimentos. Este envolve-se nas atividades que está a estudar, mas tem como prioridade primária a observação. A participação é uma forma de se aproximar da ação e de se sensibilizar em relação ao que as coisas significam para os atores. Como participante, o avaliador

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está em posição de obter pontos de vista adicionais através da experiência direta dos fenómenos.

De acordo com Costa F. (1986:138): “pode dizer-se que a pesquisa de terreno é, em boa medida, a arte de obter respostas sem fazer perguntas. As respostas obtêm- se no fluxo da conversa informal e da observação direta (…) mais ainda. Por vezes, algumas das informações mais significativas não são as que o investigador obtém através das perguntas que faz mas das perguntas que lhe fazem a ele.”

Seguindo esta ideia, desenvolvemos a nossa investigação e o trabalho de observação nos estabelecimentos de ensino que fazem parte da investigação entre o mês de julho de 2015, através de conversas informais, com os diversos elementos da Escola e a partir da observação direta, fomos registando, fotograficamente e com a respetiva autorização, os aspetos mais relevantes para a investigação. Neste sentido, a observação direta é “aquela em que o próprio investigador procede diretamente à recolha de informações, sem se dirigir aos sujeitos interessados” (Quivy e Campenhoudt, 1998: 196).

Como estávamos a recolher dados de um público específico tornou-se uma técnica importante, pois havia a necessidade de registar em imagem, “no momento em que ocorrem, in loco, no contexto da ação” (Rocha, 2007: 328).

Sendo assim, pensamos ter reunido um conjunto de condições que nos permitirão proceder a uma análise de conteúdo mais rigorosa e precisa.

A recolha de dados foi realizada pelo investigador em três contextos diferentes, três escolas distintas Escola, entre o mês de julho e outubro de 2015.

Raymond Quivy e Luc Van Campenhoudt, são de opinião de que a observação nestes estudos, é sempre fundamental, por englobar uma gama de operações fundamentadas na análise e nos princípios e posteriormente, submetida aos testes confrontados com dados observáveis (QUIVY & CAMPENHOUDT, 2008:155). Neste sentido, a observação estará na fase intermediária de todo o processo investigativo, dando possibilidade à “construção dos conceitos, das hipóteses e da análise dos dados utilizados com o intuito de a testar.

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Para este trabalho utilizamos a “observação direta” ou seja, “Observação participante”, que consiste na recolha direta de dados da parte do investigador, sem que o mesmo se dirija aos interessados (QUIVY & CAMPENHOUDT, 2008:164; SOUSA & BAPTISTA, 201:88). Mas sempre com o consentimento dos observados, dando a possibilidade de interagir mais com o meio.

Para este tipo de trabalho exigiu-se a “seleção do público – alvo” sobre o qual assenta toda a investigação empírica. Desta feita, trabalhamos em três escolas: uma escola em meio urbano - Escola Primária Nº 55 - Lubango; uma em meio suburbana - escola 14 de Abril, Nº 3018 – Dombe Grande e a última em meio rural na povoação da Boa Lembrança Nº BG 3021 - Dombe Grande57.

Inicialmente, fazemos a elaboração dos inquéritos para o pré-teste, aplicado na Escola Primária Nº 55, sita no município de Lubango, Província da Huíla. Durante a aplicação do pré-teste verificamos que as dificuldades encontradas pelos alunos, pelos professores, os diretores, os pais ou pelos encarregados de educação e pela comunidade local (administração do bairro Comercial) não estavam relacionadas com questões técnicas do mesmo, mas sim, com a falta de hábito.

O pré-teste58 foi realizado entre os dias 24-26 de Junho de 2015. Seguiu-se a análise do mesmo. Escola Primária Nº 55: por ser uma escola urbana, os alunos interagem mais entre si e com os professores; mas também há maior probabilidade de dispersão fruto da distração; são mais comunicativos e pouco atentos.

Depois de analisado o pré-teste, deslocamo-nos à província de Benguela, especificamente, à comuna do Dombe Grande, para a aplicação do inquérito nas escolas já referidas. Este trabalho teve a duração de dois dias (15 e 16 de Julho de 2015)59. Do diálogo mantido com o administrador do Dombe Grande e com o chefe dos Recursos Humanos da Repartição da Educação respetivamente, apurou-se que as “Escolas 14 de Abril Nº 3018” e “Boa Lembrança Nº BG 3021” – do Dombe Grande,

57 A primeira escola é da província da Huíla e as duas últimas da província de Benguela. 58

Esta metodologia foi administrada por meio da observação participante e presencial através de inquérito por questionário.

59 O primeiro dia serviu para os contatos preliminares e o segundo para a aplicação dos inquéritos e diálogo com os

professores, os alunos, os diretores, o chefe dos Recursos humanos da Repartição comunal da Educação e o encontro com o administrador comunal do Dombe Grande (Trabalhamos das 8H00 – 17H00 (16 de Julho de 2015). Houve espaço para dialogar e aplicar o inquérito aos administradores do Bairro Comercial (Lubango) e da comuna do Dombe Grande e funcionários das respetivas administrações.

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foram selecionadas pela Repartição comunal da educação no sentido de servirem de “experiência piloto”, conforme vem exposto na Lei 13/001 de 31 de Dezembro, para a: “inserção das línguas nativas no sistema de ensino” [INIDE, 2001: 1].

O ideal do Ministério da Educação passou simplesmente, por boa intenção. Porque na realidade constatou-se que o projeto não teve “pernas para andar”. Já passaram três anos e até há data as aulas de línguas nativas, no caso Umbundu, ainda não tiveram início. Em 2010 os discursos à volta do tema multiplicaram-se e de igual modo as tentativas de formações.

A escola 14 de Abril Nº 3018: está na sede comunal do Dombe Grande e pode estar num equilíbrio entre a primeira escola e a terceira escola. Isto é, associa os comportamentos e as atitudes dos dois lados. Quanto à escola da Boa Lembrança BG Nº3021: está inserida no meio rural, os alunos são pacatos, pouco interativos a não ser que alguém puxe por eles. Em contrapartida, são atentos e rapidamente percebem o que se lhes pedem.

Quanto aos pais ou encarregados de educação, professores e outros intervenientes sociais e educacionais representados, todos mostraram-se recetivos e com espírito de colaboração no sentido de melhorar alguns aspetos negativos que enfermam a escola angolana, tais como: a falta de condições de trabalho para a prática docente e discente (ausência de escolas de construção definitiva, modernas e equipadas nas aldeias, etc..) e também a falta de condições humanas (habitação digna, transportes escolares, cantinas escolas e outros); formação permanente e aumentos salariais. Este público-alvo espera que com este e outros trabalhos, que envolvam a participação dos atores educacionais e sociais, ter uma escola mais interativa com o meio e que, contribua para o desenvolvimento local, sobretudo, no combate à pobreza.

A dificuldade ou a falta de hábito no preenchimento, ficou confirmada no momento da aplicação dos inquéritos nas escolas pré definidas, na Comuna do Dombe Grande. Não havendo gravidade, não se alterou o esquema inicial. O questionário para os alunos basicamente teve 13 perguntas abertas e 5 fechadas. E para os professores, os diretores, a comissão de pais ou encarregados de educação e a comunidade local, foram elaboradas 21 perguntas abertas e 13 fechadas.

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Para os professores, os diretores, a comissão de pais ou encarregados de educação e a comunidade local, foram elaboradas 21 perguntas abertas e 13 fechadas. Depois de analisarmos o pré-teste, deslocamo-nos à província de Benguela, especificamente, à comuna do Dombe Grande, para a aplicação do inquérito nas escolas já referidas. Este trabalho teve a duração de dois dias (15 e 16 de Julho de 2015). Do diálogo mantido com o administrador do Dombe Grande e com o chefe dos Recursos Humanos da Repartição da Educação respetivamente, apurou-se que as “Escolas 14 de Abril Nº 3018” e “Boa Lembrança Nº BG 3021 ” – do Dombe Grande, foram selecionadas pela Repartição comunal da educação para servirem de “experiência piloto” nesta comuna e conforme vem exposto na Lei 13/001 de 31 de Dezembro, para a: “inserção das línguas nativas no sistema de ensino” [INIDE, 2001: 1].