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CAPÍTULO 2 – Sete olhares sobre a Supervisão Educacional da ETE Henrique

2.4 O olhar da Direção

Sobre a pergunta de acreditar se o Supervisor Educacional é importante na escola às respostas dos Diretores [Geral e Pedagógico] parecem complementares. Possuem como ponto principal os processos pedagógicos pela qual o supervisor educacional é responsável.

Eu vejo o papel do supervisor na escola como um mediador de relações pedagógicas, que acompanha o processo pedagógico, o dia-a- dia da escola, a relação entre professor e aluno em questões pedagógicas, não disciplinares, mas mais pedagógicas e acho fundamental a presença do supervisor na escola para que essas relações aconteçam (OLIVEIRA, 2016). Sim, eu acho que o pedagógico, de fato, é o coração da escola. Eu acho que toda a escola passa pelo pedagógico, de alguma forma. E aí, assim, eu acho que tem que ter pessoas técnicas. Com formação nisso, com leitura para poder fazer esse trabalho. [...] função de um supervisor pedagógico ou orientador educacional, que são pessoas formadas para isso, com formação técnica nessa função. Uma vez que eu entendo que o pedagógico é o coração da escola. Por que tudo passa pelo pedagógico, as relações humanas, passam pelo pedagógico; o processo ensino-aprendizagem, passa pelo pedagógico, então em eu considero sim, muito importante (RIBEIRO, 2016).

A constituição dessas relações pedagógicas que passam pelo supervisor educacional para formar alunos de modo integral, auxiliar professores, construir relações entre professores e alunos, construir coletivamente a ação supervisora são ações políticas que devem constituir a identidade do Supervisor Educador.

As respostas dos Diretores parecem se coadunar com a visão de Rangel sobre o Supervisor Educador. Deve ser, concordando com Rangel (2008), o que articula e co- ordena (organizações em comum) atividades, relações humanas e pedagógicas, promovendo integrações nessa ação educativa.

Deve ser um que com sua “visão sobre” consegue conjugar elementos e seus elos articuladores: processos e pessoas. Com isso será o que “congrega, reúne, articula, enfim, soma e não divide” (RANGEL, 2008, p. 95. Grifos da autora).Deve ser o que se dedica ao específico de seu trabalho – questões pedagógicas e suas interrelações – enquanto partes de um todo. Que contribui em seu trabalho enquanto continuidade [processo] e não finalidade.

Ao responderem sobre se o Supervisor Educacional da ETE Henrique Lage consegue construir em conjunto resoluções para as dificuldades no dia-a-dia escolar, Oliveira (2016) centrou sua resposta na relação de confiança que o supervisor educacional deve desenvolver com os professores no espaço escolar para que se estabeleçam resoluções conjuntas para questões pedagógicas.

[...] é preciso ter um bom relacionamento com o professor, é preciso criar relações de confiança e isso é um trabalho de conquista, isso é no dia-a-dia, e quando há dificuldades tem que ir falar com o professor, chamar, discutir as relações, o problema que está acontecendo com a turma em relação ao pedagógico, a metodologia, a avaliação e tudo isso se faz com conquista[...] (OLIVEIRA, 2016).

Já na resposta do Diretor Geral sua visão parece que o trabalho do supervisor em conjunto com o Coordenador Adjunto Pedagógico tem contribuído para a resolução de questões pedagógicas, e assim, ele tem se sentido menos sobrecarregado para realizar as atividades que são concernentes à direção escolar.

A gente tem somando toda a escola, quase trezentos professores, então se a gente não contar com o trabalho do setor, eu estou muito satisfeita, com esse grupo, especificamente. Por que eu acho que o setor tinha mais dificuldades, antes de termos nosso Coordenador Adjunto Pedagógico no grupo da Direção, por que eu acabava tendo de fazer toda a parte administrativa, e pedagógica, fora as relações com a própria instituição [FAETEC], que eu sempre tenho que tomar a frente. Agora me sinto menos sobrecarregado, sabe, e eu confio no trabalho do setor, porque eu acho que falamos a mesma língua. Por que, assim, o diretor e a supervisão tem que ter uma visão de querer que o processo funcione, de uma forma inclusiva, de uma forma democrática, aí é importante de você ter um grupo que pense como você, né? Aí você confia na pessoa, e aí delibera (RIBEIRO, 2016).

Na resposta do Coordenador Adjunto Pedagógico se estabelecem as bases para se formar uma relação de confiança que deve ser estimulada entre o supervisor educacional e o professor para que se criem resoluções para as dificuldades diárias que podem ocorrer na escola. Esse ponto é muito importante para que o processo de ensino e de aprendizagem ocorra de modo coerente e orgânico, para que os sujeitos envolvidos tomem responsabilidades sobre os processos educativos que acontecem na escola, para que a organização do trabalho se estabeleça a partir de relações humanas dialógicas de confiabilidade e de participação efetiva (PARO, 2010; LÜCK, et al., 2002).

Ribeiro (2016) revela sua satisfação com o setor de Supervisão Educacional em conjunto com a atuação do Coordenador Adjunto Pedagógico na escola para resolução de dificuldades, sentindo-se, assim, menos sobrecarregado com as atividades múltiplas que o ambiente escolar exigi. Sente confiança na equipe que se formou entre o Coordenador Adjunto Pedagógico e os Supervisores e, assim, consegue delegar funções e responsabilidades para o grupo sem maiores problemas.

Nesse sentido, parece que a junção entre Coordenador Adjunto Pedagógico e a Supervisão Educacional institui ação, pois tentam construir em conjunto diretrizes, dinâmicas, resoluções, reflexões para pensar as dificuldades no espaço escolar, de acordo com a resposta do Diretor Geral.

A resposta dele parece se coadunar com o pensamento de Lück (2004) sobre delegar responsabilidades:

Quanto maior for a escola e mais complexa for o seu ambiente, mais árdua se torna a tarefa do diretor para desincumbir-se do seu papel. Assim é que se promove em escolas de tamanho médio e grandes a subdivisão das funções inerentes à posição do diretor e a possibilidade de o mesmo delegar a execução de várias delas a outras pessoas, notadamente ao supervisor [...] (p. 18).

O Diretor Geral fala um pouco mais sobre esse grupo que hoje atua na supervisão educacional da ETE Henrique Lage com qual acredita que pode contar para se desenvolver um trabalho em conjunto com a direção escolar, se o grupo específico tem algo a ver com as contratações de 2014:

É, sobretudo, né... Na verdade, hoje na escola, temos mais facilidade de trabalhar com o contratado do que com o concursado [...] Também não estou dizendo que só porque o pessoal é contratado precisa mostrar serviço, mas o grupo que está agora é mais jovem, de uma outra geração, tem uma cabeça mais aberta e escutam a gente, mesmo a gente sendo de mais idade, escutam, tem mais disposição para

escutar. Estou falando especificamente do grupo de supervisão do diurno. [...] Por que assim, eu acho que a supervisão é um órgão muito importante na escola, técnico, né? Mas, tem um superior que é a direção e aí precisamos estar caminhando juntos, né... Eu quero uma coisa, eles querem outra, aí como caminha a escola? A verdade, que eu acho, é que a supervisão dá o norte junto com a direção (RIBEIRO, 2016).

Sua resposta parece similar à do Secretário Escolar sobre a “oxigenação” que o setor de supervisão educacional da ETE Henrique Lage sentiu com a chegada e presença do grupo de contratados de 201428. Ele também se conforta ao saber que o

grupo que atua na Supervisão Educacional tem uma audição mais atenta para os demais sujeitos da escola, essa parece ser uma marca de diferença no grupo, tal como contribuir com a Direção Escolar ao dar o ‘norte’ nos processos e na organização dentro da Escola (RIBEIRO, 2016).

No que diz respeito ao Supervisor Educacional assegurar o melhor processo de ensino e de aprendizagem dos alunos os Diretores respondem:

Não acho que assegura, mas contribui para o processo, por que o aluno tem um respaldo, ele sabe com quem pode contar, ele sabe que o supervisor vai conversar com o professor na dificuldade que ele está encontrando seja na metodologia, seja na linguagem, na dinâmica da aula, então eu acho que contribui bastante (OLIVEIRA, 2016). Com certeza, acho que o setor deveria ter um apoio maior da Orientação Educacional, por que eu acho que a parte específica dos alunos, eu acho que a Orientação Educacional tem deixado muito a desejar e assim a Supervisão Educacional fica sobrecarregado, e o trabalho do setor fica deficiente. Porém, acredito que a parte específica da Supervisão Educacional é desenvolvida muito bem, se relacionando muito bem com o aluno, mesmo o setor sendo mais direcionado aos problemas com os professores, né? Mas eu gosto muito, sobretudo dos Encontros Pedagógicos, da discussão pedagógica da escola, eu acho que essa é a novidade, que embora seja uma das funções do setor, nunca vi a escola parar para discutir a escola, entendeu? (RIBEIRO, 2016).

O Coordenador Adjunto Pedagógico vê o Supervisor Educacional como um “respaldo” com quem o aluno pode “contar” para auxiliar, junto ao professor, em maiores dificuldades que podem impedir a realização satisfatória do processo de ensino- aprendizagem em sala de aula (OLIVEIRA, 2016). Ele parece não ter dúvidas de que o sucesso depende do relacionamento que se constitui entre os supervisores e os supervisionados (ALVES, 2011, p. 64).

28 Atualmente apenas um supervisor, dos cinco que foram contratados em 2014, permanece na ETE Henrique Lage.

Ribeiro (2016), o Diretor Geral, fala da falta que o trabalho de Orientação Educacional, em conjunto com o do Supervisor Educacional, que poderia potencializar e assegurar o processo de ensino e aprendizagem na escola. Ele parece perceber que o Supervisor Educacional ao fazer as duas atividades pode deixar a sua área específica deficiente, em certa medida, principalmente à dirigida aos professores, por se desdobrar em trabalhos referentes a dois setores.

Ele afirma que, contudo, gosta muito da atuação e das ações desenvolvidas pela Supervisão Educacional. Principalmente àquelas que se firma na formação in loco e na discussão pedagógica sobre a própria escola. Durante o ano letivo de 2014 foram realizados dois Encontros Pedagógicos na ETE Henrique Lage pelo grupo da Supervisão Educacional29. Sendo o primeiro com a temática “Repensando o cotidiano escolar: potencializando novos modos e formas do processo educativo”, se desdobrando em discussões em torno dos assuntos: relação interpessoal, relação professor x aluno, inclusão e mediação escolar, cotidiano escolar, a construção do currículo no cotidiano, metodologia x didática e avaliação.

E o segundo com o tema: “Pensar a escola como instrumento de transformação e de construção de uma sociedade democrática”, iniciando discussões através da leitura e

29 Imagens e informações sobre os Encontros Pedagógicos retirados dos arquivos do setor da Supervisão Educacional na ETE Henrique Lage.

Figura II: Painel do 1º Encontro Pedagógico na ETE Henrique Lage, em maio de 2014.Imagem disponibilizada dos arquivos da Supervisão Educacional.

da (re) construção do Projeto Político Pedagógico da Escola30 em conjunto com as

ementas dos Cursos Técnicos e suas estruturas curriculares, tal como pensar as habilidades e competências através da formação técnica.

No ano de 2015, de acordo com os supervisores entrevistados, ocorreu apenas um encontro pedagógico na escola para a continuidade da discussão do Projeto Político Pedagógico (PPP), foi aberto a todos os sujeitos escolares, para uma discussão ampla sobre a ETE Henrique Lage. Ainda através das memórias dos supervisores entrevistados recordam que as adesões para as discussões eram baixas, poucos eram os docentes que participavam desses encontros, inclusive na discussão do PPP, apenas os coordenadores e alguns poucos professores que gostariam de se envolver de modo mais direto, inclusive no auxílio da reescrita do documento.

No ano de 2016, mesmo em período de greve, ocorreu um encontro pedagógico sobre estratégias educativas para se efetivar a inclusão de alunos com necessidades educativas específicas na sala de aula. Este encontro foi realizado pelo Professor da Sala

30No ano de 2014 o Presidente da FAETEC era o professor Celso Pansera, que no texto “Gestão Escolar, uma abordagem em três aspectos”, afirma que foram traçadas metas para a discussão ampliada nas escolas dos Planos Políticos Pedagógicos nas ETE’s, segundo o autor esse debate serviria para “potencializar a qualidade do fazer pedagógico e, por consequência direta, aumentar a proficiência dos nossos alunos” (PANSERA, 2014, p. 14). In: CARVALHO, A. C. de. SOUZA, R. C. de. CABRAL Jr., U. B. (org.). Olhares sobre gestão: análise e relatos de experiência em Educação Profissional. Rio de Janeiro: [s.n], 2014. 158p.

Figura III: Painel do 2º Encontro Pedagógico na ETE Henrique Lage, em agosto de 2014.Imagem disponibilizada dos arquivos da Supervisão Educacional

de Recursos Multifuncionais com contribuição na organização da Supervisão e Orientação Educacional, contou com um número maior da participação dos docentes, segundo os supervisores entrevistados.

O texto “O estudo como prática supervisora”, de Mary Rangel (2004), afirma que o supervisor deve construir hábito31 de estudo coletivo com os professores (p. 58). Apresentando e incentivando estudos sobre “fundamentos, princípios e conceitos do processo educativo” de forma prazerosa (p.58-59). Estudar a escola – participação na comunidade escolar –, as relações humanas e sociais – convivência e autonomia –, relação entre professor e aluno – autoridade x autoritarismo –, disciplina – liberdade, autonomia e co-responsabilidade –, “conversas” – convívio social e diálogo –, objetivos educativos – planejamento, conteúdo, metodologia, avaliação (p. 58-66).

Na ETE Henrique Lage, de acordo com o Diretor Geral essa ação se institui a partir de 2014, com a chegada do grupo de supervisores contratados, na tentativa de pensar a escola, reelaborar seus conceitos e contextos, construir coletivamente o PPP. Nesse sentido, a tentativa do setor também é auxiliar a organizar o trabalho pedagógico de modo coletivo e integrador, fazer refletir e aproximar a teoria e a prática, com isso sua ação é educativa, reflexiva e participativa.

O supervisor educacional será o principal colaborador dessa ação, a coordenação do estudo coletivo dos professores, contribuindo com a participação, integração e atualização de conhecimentos, contextos, normas e didáticas (RANGEL, 2004, p. 64)., contribuindo para uma formação in loco.

Assim, a atitude de estudo é frequente e essencial pela importância de atualizar o conhecimento (re) elaborado e (re) construído no processo ensino-aprendizagem, que é o foco da ação supervisora, relacionada à formação permanente dos professores: uma formação “em serviço”, que não se realiza sem que sejam garantidas a esses professores oportunidades de estudar (ler, debater, avaliar, reelaborar conceitos e práticas) coletivamente (RANGEL, 2004, p. 67. Grifos do autor). Questionados sobre as relações estabelecidas entre os Supervisores e os demais sujeitos da Escola, os diretores respondem:

Nossa equipe é muito boa, as relações são ótimas com secretaria, com docentes, com alunos, com a orientação educacional, ou seja, eu acho que a equipe da ETEHL tem feito à diferença nesse trabalho

31 A autora utiliza o conceito de habitus de Bourdieu (1989) com o sentido de predisposição adquirida. Para saber mais sobre o conceito habitus ver BOURDIEU, P. (1989). O poder simbólico. RJ: Bertrand Brasil.

(OLIVEIRA, 2016). Acho que existe um bom relacionamento, os professores respeitam, eu vejo na própria reunião de coordenação o quanto é difícil e o nosso Coordenador Adjunto Pedagógico, possui o respeito dos professores, e ele é Supervisor Educacional, está agora Coordenador Adjunto Pedagógico, acho que isso é importante. Não digo do respeito, do ponto de vista da hierarquia não, digo do respeito, eles respeitam o trabalho do setor (RIBEIRO, 2016).

Bom relacionamento interpessoal e respeitoso parece ser o balizador das relações consolidadas entre o setor e os demais sujeitos escolares, através do ponto de vista dos Diretores. O supervisor será aquele que irá coordenar essas relações, respeitando suas dinâmicas subjetivas, se posicionando de modo democrático e político para intermediar as vontades e os interesses, os possíveis conflitos e divergências, mas sem perder de vista o objetivo escolar específico, pedagógico, e o esforço coletivo para alcançar os objetivos (PARO, 2010).

A ação do Supervisor Educacional, pela resposta dos diretores, parece tomar forma de mediação e coordenação, de acordo com o Paro (2010). Mediação como gestão de recursos objetivos e subjetivos para alcançar determinado fim. Coordenação do esforço humano coletivo de modo objetivo e subjetivo para obter um determinado fim, que pressupõe um caráter político.

Ao construir relações com orientadores, professores, alunos, secretaria escolar, direção, responsáveis, entre si, o Supervisor Educacional da ETE Henrique Lage institui uma ação político-educativa mais ampla de mediação e coordenação na tentativa de realizar a atividade precípuo de sua atuação. Segundo Celestino Alves da Silva Jr. (1997): “Organizar o trabalho nas unidades escolares sob sua responsabilidade” (p. 91). Atividade que não deve [nem pode] realizar sozinho, tampouco é sua única atividade, mas uma das mais importantes entre as ações desenvolvidas pelo supervisor. Organizar o trabalho pedagógico em escola pública é uma ação que só pode ser realizada coletivamente, de acordo com o autor.

Indagados sobre sua própria relação com o Supervisor Educacional os diretores são positivos. O Diretor Geral acredita manter uma boa relação com o setor. O Coordenador Adjunto Pedagógico diz gostar de trabalhar com a equipe de supervisores da ETE Henrique Lage: “O setor tem contribuído bastante com pedagógico, com o fazer cotidiano da escola ETE Henrique Lage. E com o meu trabalho especificamente e a direção sempre tem um bom acesso [...] (OLIVEIRA, 2016)”.

Na resposta dos Diretores Escolares tem um lado positivo e outro negativo. O lado positivo é a relação estabelecida entre equipe pedagógica e diretiva escolar para auxiliar na busca dos objetivos da escola, de modo a participar efetivamente da gestão escolar. O lado negativo seria em a Supervisão Educacional de a ETE Henrique Lage ser apenas “um braço da direção” (MELO, 2016), como pontuou o Professor de Física, não conseguindo construir coletividade entre si e os professores, para colaborar nas dificuldades que podem ocorrer no processo de ensino e de aprendizagem, por estarem muito distante da relação que realmente importa: aluno e professor.

A ação mais importante do Supervisor é garantir que o processo ensino- aprendizagem transcorra de modo satisfatório e prazeroso entre professores e alunos, na constituição de sujeitos-históricos, estabelecendo coordenação do trabalho coletivo docente para essa finalidade, logo a relação que deve ser balizadora é a que constrói com o professor, e a mais importante é a do professor com o aluno, que deve ser mediada pelo supervisor continuamente.

Sobre perceber o Supervisor Educacional da ETE Henrique Lage como um líder pedagógico, o Diretor Geral afirma que sim e o Coordenador Adjunto Pedagógico ratifica:

Eu costumo dizer que o supervisor educacional carrega a escola nas costas, por que tudo é pedagógico, as relações pedagógicas no dia-a- dia escolar com professores e alunos, pois sempre procuram a supervisão para resolver problemas, por ser sempre muito cobrada pela rede FAETEC, em fazer relatórios, justificativas das ações educativas realizadas na escola, por se discutir as relações pedagógicas, por trabalhar próximo a secretaria, à direção, ao professor, à orientação educacional, seja nos Conselhos de Classe sendo mediador fazendo com que os professores realmente reflitam sobre suas práticas, com isso é um profissional importante [...] (OLIVEIRA, 2016).

O Coordenador Adjunto Pedagógico soube sintetizar bem em sua resposta o porquê do Supervisor Educacional ser visto como líder pedagógico na ETE Henrique Lage, a soma de sua multiplicidade de tarefas e responsabilidades como prática articulada, coletiva, dinâmica, orgânica, flexível e concisa estabelece sua importância enquanto sujeito atuante no espaço escolar. Move-o como um profissional educador “comprometido com o significado e as implicações sociopolíticas da educação” (RANGEL, 1997, p. 148).

Em relação à contribuição do Supervisor Educacional em organizar o trabalho na Escola Técnica Estadual Henrique Lage o Coordenador Adjunto Pedagógico responde:

Eu acho que precisa ser resgatado o papel do supervisor educacional dentro das escolas, eu tenho visto que o governo não valoriza muito esse profissional, não acham importante, acham que qualquer um pode ser supervisor e na verdade é necessário que você tenha uma visão pedagógica, tem um esclarecimento do seu papel, do seu dia-a-dia e para isso não basta apenas ser professor, por que o supervisor educacional tem uma formação própria para isso (OLIVEIRA, 2016). Sua resposta fica em torno do reconhecimento e da valorização do profissional Supervisor para as escolas, de que sua “visão sobre” o trabalho pedagógico realizado na escola deve ter seu acompanhamento e orientação com formação própria. De acordo com as Diretrizes Nacionais Curriculares para a Pedagogia datada de 2005, com retificação em 2006, ao concluir o curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, qualquer pedagogo pode realizar as atividades de supervisão, pois sua formação contemplou todos os pré-requisitos na constituição de um supervisor-educador, ao possuir a base nacional comum, a docência, de acordo com Ferreira (2001). Algo que em primeiro momento não aparece na resposta do Coordenador Adjunto Pedagógico, mas que posteriormente é retificado.

Acho importante ele ser um educador, por que nas relações

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