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Para problematizar a realidade educacional do supervisor educacional como participante no processo de organização pedagógica na ETE Henrique Lage, foi construído um roteiro para entrevistas semiestruturadas (APÊNDICE I). Foram realizadas entrevistas com dois supervisores educacionais da escola, um em regime estatutário e outro em regime de contrato temporário, para entender como essa relação com a organização pedagógica ocorre para as duas realidades de Supervisão Educacional presentes na escola.

Pretendemos descrever a sala do setor e de algumas principais atividades realizadas pelo setor de Supervisão Educacional na ETE Henrique Lage, serão: Dependência, Aproveitamento de estudos e Conselho de Classe. O propósito é apresentar alguns momentos da rotina de supervisor educacional e obter uma “visão sobre” o fazer pedagógico deste sujeito escolar.

No último momento da dissertação caracterizar as informações das respostas como unidade de análise principal, suscitar inferências através das respostas que os participantes registraram em suas entrevistas, utilizando a análise de conteúdo (BARDIN, 2009; FRANCO 2008), e, finalmente, problematizar e questionar sobre qual seria a ação do supervisor educacional na organização pedagógica da Escola Técnica Estadual Henrique Lage.

3.1 “Visão Sobre” a Supervisão Educacional da ETE Henrique Lage.

Iniciamos o registro com o que Rangel (2008) descreve como Supervisor Educacional:

Supervisão educacional situa, mais amplamente, no que diz respeito às questões e serviços da educação, a ação supervisora. O educacional, portanto, extrapola as atividades da escola para alcançar, em nível macro, os aspectos estruturais, sistêmicos, da educação (p. 76. Grifos da autora).

Nesse momento da dissertação tentaremos analisar através das respostas dos Supervisores Educacionais o estabelecimento e construção da ação supervisora na organização da vida comum para contribuir com uma educação de qualidade no espaço escolar ETE Henrique Lage. Para a entrevista foram convidados o Supervisor

Educacional responsável pelo curso técnico de Construção Naval Silva (2016) e o Supervisor Educacional responsável pelo curso técnico de Eletrônica Santos (2016).

O primeiro questionamento seria: Por que escolheu ser supervisor educacional?

Quadro V: Por que escolheu ser Supervisor Educacional?

I - Acompanhar e avaliar o desenvolvimento do trabalho docente S132

II - Acompanhar e orientar o desenvolvimento do currículo III - Participar, coordenar e planejar o Conselho de Classe IV - Planejar e coordenar reunião pedagógica

V - Organizar o trabalho pedagógico S1, S2

VI - Participar da elaboração e reelaboração do PPP e da Proposta Pedagógica S1

VII - Acompanhar o desenvolvimento das turmas

VIII - Não permitir que a escola desvie-se de sua função S2

Não foi respondido como prioridade nas atividades de escolha ao ser Supervisor Educacional na ETE Henrique Lage: acompanhar e orientar o desenvolvimento do currículo; participar, coordenar e planejar o Conselho de Classe; planejar e coordenar reunião pedagógica; acompanhar o desenvolvimento das turmas.

Em sua ação prioritária temos a organização do trabalho pedagógico. E acompanhar e avaliar o desenvolvimento do trabalho docente; participar da elaboração e reelaboração do PPP e da Proposta Pedagógica; não permitir que a escola desvie-se de sua função. Divergem na resposta quanto às ações que permitiram que eles, aqui entrevistados, se tornassem Supervisores.

Logo, fazer cumprir a matriz curricular, avaliar e orientar sobre diários de classe, fazer cumprir as cargas horárias das disciplinas e os dias letivos, acompanhar e avaliar o processo didático, acompanhar planejamento e avaliação, gerir a vida acadêmica do aluno de modo geral sobre faltas, notas, rendimento por trimestre, refletir e fazer refletir sobre estratégias que possam melhorar o rendimento do aluno, estas são ações com que o Supervisor Educacional da ETE Henrique Lage mais se preocupa e se debruça em seu cotidiano profissional.

32 As referências sobre as respostas nas tabelas construídas pela pesquisadora é S1 para o Supervisor Educacional responsável pelo curso técnico de Construção Naval e o S2 para o Supervisor Educacional responsável pelo curso técnico de Eletrônica.

Acompanhar o trabalho dos docentes se torna uma ação de segundo plano. Se pensarmos nas respostas dos docentes, veremos, ao coadunar com a resposta dos supervisores o reflexo sobre a distância que ainda existe entre estes profissionais na Escola. O docente da ETE Henrique Lage acredita que o supervisor deve deixar seu lado mais burocrático e lutar por questões mais educativas ao seu lado. Em contrapartida, se observarmos a resposta anterior veremos que o supervisor faz isso, porém, ainda, não em conjunto com os docentes, tornando os dois trabalhos fragmentados. Se aproximar, acompanhar, avaliar em conjunto com os docentes seu trabalho e os resultados pedagógicos que poderão surtir desta aliança são atitudes que podem se transformar numa poderosa ação educativa.

Participar de discussões e construção do Projeto Político Pedagógico e da Proposta Pedagógica são momentos importantes para refletir instrumentos pedagógicos que estabelecem objetivos concretos para a Escola, o modo como deve se organizar, se gerir, se pensar de modo político e autônomo. O Supervisor Educacional deve participar desses momentos decisórios de compartilhamento da Escola, contribuir permanentemente em espaços democráticos como estes, com sua orientação, participação e reflexão estabelecendo na comunidade escolar momentos de estudo, reflexão, autonomia e criticidade que poderão se potencializar em construção de conhecimentos, valores, ética, formação e educação.

Não permitir que a escola se desvie de sua função: promovendo aprendizagem e a formação dos alunos (inclusive deles próprios com esse fim)” (LÜCK, 2009, p. 70- 71), favorecendo a construção de uma escola democrática através do compromisso de sua comunidade para a realização de objetivos educacionais firmados. A participação, parceria e envolvimento mútuo da comunidade escolar garante ao supervisor educacional autonomia na organização do trabalho pedagógico, de modo coletivo, estabelecido pela LDB 9.394/96. Neste sentido, o supervisor educacional será aquele que contribuirá no desenvolvimento de ações pedagógicas coletivas junto aos demais sujeitos da escola.

Todas estas atividades com que o Supervisor Educacional se envolve apenas se firma em conjunto com os demais sujeitos escolares se construída a responsabilidade social que visa ao bem comum a todos. No que tange ao interesse dessa dissertação, o Supervisor Educacional da ETE Henrique Lage se tornará um Supervisor Educador

quando esta construção se efetivar, quando ele se unir aos sujeitos escolares na responsabilidade de organizar e orientar administrativa e pedagogicamente a escola.

O segundo questionamento seria: Quais ações que mais realizam como supervisor?

Quadro VI: Qual (s) a (s) ação(s) que mais realiza enquanto Supervisor Educacional?

I - orientar a elaboração coletiva, consecução e avaliação do Projeto Político Pedagógico, coordenando e acompanhando sua execução

II - coordenar o planejamento curricular no que se refere à definição de objetivos, à seleção e integração de conteúdos, às metodologias e critérios de avaliação, de acordo com o Projeto Político Pedagógico da UE e os critérios fixados pela diretoria a qual a UE está vinculada

III - participar da definição de ações voltadas para a avaliação, controle e melhoria do desempenho de alunos e profissionais envolvidos no processo pedagógico

S2

IV - coordenar o debate sobre as bases teórico-metodológicas da avaliação V - registrar e fazer registrar a vida pedagógica da escola, com vistas à avaliação, reelaboração e conservação de sua história

S2

VI - promover reuniões pedagógicas sistemáticas com os coordenadores de curso e disciplina encaminhando à Direção da UE as solicitações dos mesmos a respeito das necessidades de recursos materiais e humanos para o desenvolvimento do trabalho pedagógico

S1, S2

VII – assinar, em conjunto com o Diretor e Secretário Escolar ou responsável pela escrituração escolar, as atas finais, devendo posteriormente, serem arquivadas na Secretaria escolar

S1, S2

VIII - promover a articulação interdisciplinar no contexto pedagógico dos diferentes cursos e componentes curriculares

S2

IX - coordenar reuniões e Conselhos de Classe, promovendo reflexão crítica sobre os diferentes aspectos do processo de ensino e aprendizagem

S1, S2

X - acompanhar e planejar, juntamente com a coordenação técnica e de disciplina, o trabalho desenvolvido nas salas de aula, oficinas, laboratórios, analisando, avaliando e propondo alternativas de aprimoramento profissional para um maior desempenho dos alunos nas atividades propostas

XI - apoiar projetos, feiras e exposições de trabalhos S1, S2

XII - planejar e participar, juntamente com o orientador educacional, de reuniões com os responsáveis na escola para uma maior integração, assim como, tornar mais efetivo o acompanhamento do aproveitamento e frequência do aluno

S1, S2

XIII – acompanhar e assessorar o trabalho estatístico da secretaria escolar, visando ao controle do desempenho de alunos e profissionais da escola, analisando seus resultados e adotando medidas com vistas à melhoria do processo pedagógico

S2

XIV - buscar a formação continuada para o aprimoramento de sua prática pedagógica

S2

XV - integrar bancas e comissões para as quais for designado S2

XVI - elaborar relatórios do trabalho desenvolvido periodicamente S2

XVII - emitir parecer em matéria de sua competência S2

XVIII – acompanhar as atividades de estagiários de sua área de atuação no âmbito da EU

XIX - manter atualizados os referenciais de conteúdos programáticos, enviando-os à Diretoria a qual a UE está vinculada

XX - zelar pela atualização dos registros ao final de cada etapa, referentes às médias e frequência dos alunos por turma e componente curricular, com vistas a utilização nos Conselhos de Classe

S1, S2

XXI – vistar os diários de classe, zelar pela permanência dos mesmos no âmbito escolar e encaminhá-los ao final de cada ano letivo para arquivo junto à Secretaria Escolar

XXII – promover, quando necessário, estratégias para reposição de conteúdos e/ou dias letivos

S1, S2

XXIII – garantir o cumprimento da matriz curricular S2

XXIV – responsabilizar-se pela fidedignidade da enturmação dos alunos na série/ano de escolaridade

S2

XXV – responsabilizar-se pelo acompanhamento dos alunos em dependência, garantindo o encaminhamento dos mesmos às turmas para que cursem as respectivas disciplinas

S1, S2

XXVI - comunicar à Direção da Unidade os casos de que tenha conhecimento envolvendo quaisquer tipos de discriminação, assédio, maus-tratos, constrangimento, bullying contra a criança ou adolescente

Entre as ações que os Supervisores Educacionais da ETE Henrique Lage mais realizam na unidade escolar se destacam: promover reuniões pedagógicas, coordenar Conselhos de Classe, assinar as atas finais de Conselho de Classe, apoiar projetos, acompanhar os trabalhos pedagógicos realizados na Unidade Escolar na modalidade geral e técnica, participar de reuniões com a orientação educacional e responsáveis, registrar a vida acadêmica do aluno (frequências e notas) e da escola, estratégias para reposição de conteúdo e dias letivos e acompanhar os alunos em dependência, ações voltadas para a avaliação para melhoria do rendimento do processo pedagógico, promover articulações pedagógicas de cunho interdisciplinar, assessorando o trabalho estatístico com a Secretaria Escolar, buscar sua atualização na prática pedagógica, integrar bancas quando solicitado, emitir pareceres de sua competência, elaborar relatório periódico, garantir o cumprimento da matriz curricular, comunicar à Direção casos de discriminação contra crianças e adolescentes.

Para realizar uma organização do trabalho pedagógico todas as ações acima descritas são efetivadas pelo Supervisor Educacional na ETE Henrique Lage, de acordo com suas próprias respostas. Nessas ações realizadas pelo supervisor, percebemos que é necessário o auxílio de outros sujeitos escolares, como Docentes, Secretário Escolar, Direção, Orientador Educacional, Coordenadores e Responsáveis, para que a qualidade do trabalho pedagógico seja satisfatória para a formação dos alunos.

Dinamizar e orientar o processo educacional nas etapas de planejamento, execução e avaliação é o balizador principal das atividades do supervisor educacional. De acordo com Ferreira (2004)33, planejamento é a construção de um plano de ação, “coordenação, construção e elaboração coletiva do projeto acadêmico/educacional, implementação coletiva, coordenação da “vigilância” sobre seu desenvolvimento e necessárias reconstruções” (p. 88-89); execução é a coordenação do plano de ação planejado, “coordenação [...] de todo o desenvolvimento das políticas, do planejamento e da avaliação – projeto acadêmico/educacional, construído e desenvolvido coletivamente” (p. 88-89); avaliação é análise da prática, de acompanhar o processo educativo,

33 Estes parâmetros utilizados pela autora fizeram parte do Programa Nacional de Pesquisa da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae), na década de 1990, mas que acredito ser pertinente para a minha pesquisa.

[...] análise e julgamento das práticas educacionais em desenvolvimento com base em uma construção coletiva de padrões que se alicercem em três princípios/posturas intimamente relacionados: a avaliação democrática, a crítica institucional e a criação coletiva e a investigação participante e contínua (p. 88-89).34

Para o Supervisor Educacional outras exigências e ações passam a constituir o seu perfil enquanto Supervisor Educador, para além da supervisão do trabalho pedagógico no âmbito do planejamento, execução e avaliação. Através das respostas da entrevista pretendo entender como os supervisores educacionais se veem na sua ação supervisora contribuindo na organização do trabalho, nas relações de trabalho, nas atividades educativas do ETE Henrique Lage. Se se enxergam para além das funções atribuídas ao cargo de Supervisão Educacional, se se percebem enquanto um supervisor educador que constrói ações educativas para organizar o trabalho pedagógico na Escola Técnica Estadual Henrique Lage.

Para a primeira resposta da pergunta sobre a importância do supervisor educacional na escola,

Sim, é de suma importância. Por que acredito que ajudamos a organizar a vida na escola, né? Orientar os professores em dificuldades em sala de aula e no cotidiano escolar, auxilia os alunos sobre sua vida escolar, coordenamos reuniões, Conselhos de Classe, sempre tentando construir uma ação conjunta com a Escola (SILVA, 2016). Totalmente. Costumo afirmar que a supervisão educacional é o coração da escola, sem este setor a escola não funcionaria. Grande parte do desenvolvimento e das ações da escola partem da supervisão educacional. [...] Quando cito o “pedagógico da escola”, me refiro a um todo, como o lecionar de um docente em sala de aula, suas avaliações, o preencher de um diário, os projetos disciplinares e interdisciplinares, o calendário escolar, as visitas técnicas, as feiras e exposições, o relacionamento do professor com os alunos, com sua equipe e com a equipe pedagógica, os posicionamentos que temos com os discentes e responsáveis etc (SANTOS, 2016)35.

Os dois Supervisores em suas respostas já se referem à organização do trabalho pedagógico como seu referencial de ação. Utilizam-se de trechos do Regimento Interno Escolar da FAETEC para referendar a importância de seu trabalho. Porém, numa instituição educativa como a FAETEC onde a função já é previamente estabelecida,

34 A autora utiliza Ana Maria Saul (1988), Avaliação emancipatória: Desafio à teoria e à prática de

avaliação e reformulação de currículo. SP: Cortez/Autores Associados. Em seu texto Ferreira (2004) não

discute a concepção teórica sobre avaliação segundo Saul (1998), pois foge do âmbito do texto. Nesta dissertação, também acredito que aprofundar sobre os tópicos planejamento, execução e avaliação, para além do já dito irá extrapolar a intenção do texto.

35 Referências S1 para o Supervisor Educacional de Construção Naval e S2 para o Supervisor Educacional de Eletrônica.

como o supervisor poderá praticar ação? Qual seria o limite para que o supervisor não perca sua autonomia enquanto um sujeito educador no espaço escolar?

Esta resposta aparece no mover do supervisor educacional no seu fazer diário, no controle sobre seu processo de trabalho e na prática de ações, na preocupação de não cair nas teias de trabalhos “burocráticos” e sim na constituição de ações que lhe fortaleçam enquanto um supervisor educador comprometido com a educação, sendo o sujeito que fortalece os laços de sua comunidade escolar, não permitindo que imposições se sobreponham em seu discernimento ao fazer o necessário para contribuir no processo de ensino e aprendizagem36.

Na resposta quanto a construir resoluções para as dificuldades que podem ocorrer no cotidiano escolar,

Tentamos sempre, com a ajuda de outros que fazem parte da Escola, direção, orientação, professores e responsáveis para melhor assistir o aluno em qualquer dificuldade que se interponha na formação dele escolar e pessoal também (SILVA, 2016). Digo que nós apagamos incêndios, entretanto ao longo do tempo temos construído uma equipe de supervisão que está conseguindo premeditar alguns tipos de dificuldade e problemas. [...] construir resoluções e estas sempre fazemos em conjunto com a direção pedagógica, orientação educacional e quando necessário, com os coordenadores de curso e disciplina (SANTOS, 2016).

Os Supervisores incluem em sua resposta a participação da comunidade escolar para a construção de resoluções na dinâmica do dia-a-dia da escola, um trabalho conjunto tem sido um dos esforços destes supervisores em sua ação supervisora. Lück (2002) afirma como positiva esse trabalho de gestão escolar de modo participativo, assim todos os sujeitos escolares se dispõem em responsabilidade sobre os processos educativos que estão sendo realizados na Escola, criando uma unidade no trabalho que trará benefícios na formação do educando.

É um bom avanço ao supervisor educacional na transformação em supervisor educador perceber que sua prática irá para além da supervisão da sala de aula, “[...] no contexto mais abrangente da escola como lugar e tempo de aprendizagem para todos (aluno, professores, funcionários) e para si própria como organização qualificante que, também ela, aprende e se desenvolve” (ALARCÃO, 2001, p. 31).

36 As características do supervisor educacional educador apontadas no Capítulo 1 dessa dissertação são aqui convertidas em ações que podem ser construídas por ele.

Pensar que para além das imposições feitas através das funções atribuídas ao cargo de supervisor educacional, o Supervisor que atua na ETE Henrique Lage contribui na organização da escola de modo qualificante e unitário é perceber que ele realiza um trabalho que se converte em ação educativa no interesse de construir relações democráticas.

Ao serem indagados sobre se acreditam que o supervisor assegura o melhor processo de ensino e aprendizagem as respostas foram positivas,

Junto com o professor tentamos sempre construir estratégias, ações para que o aluno consiga aprender e o professor a melhor maneira de passar conteúdos, atitudes e comportamentos aos alunos para sua formação, tendo em vista ser uma escola não apenas de Ensino Médio, mas também de Ensino Técnico, que requer um certo perfil para adentrar o mercado de trabalho (SILVA, 2016). Apesar de grande parte de nossas ações cotidianas serem voltadas ao lado mais burocrático e de um “administrativo/pedagógico”, asseguramos sempre o melhor processo de ensino-aprendizagem do aluno dentro das nossas limitações. [...] Priorizamos em nossas ações garantir uma formação de qualidade ao futuro profissional, a fim de que o aluno saia da escola um excelente técnico e um funcionário, que saiba se portar no ambiente de trabalho e também nas universidades, formando-os como sujeitos autônomos em diversos âmbitos da vida (SANTOS, 2016).

Bom frisar que em suas respostas os Supervisores não se esquecem de mencionar sobre o ensino técnico que faz parte da escola em que atuam. A preocupação do Supervisor como fim último da educação para o objetivo que a escola se propõe, no caso da ETE Henrique Lage, tal como qualquer Unidade Escolar FAETEC, é de uma formação do educando em ensino geral e em ensino técnico. O Supervisor Educacional de Eletrônica em sua resposta ainda lança essa formação escolar proposta pela escola e a rede de ensino para além do campo formativo técnico e geral, na formação de “sujeitos autônomos” para encarar a vida.

Segundo Ferreira (2004) para formar alunos enquanto “sujeitos autônomos” os próprios supervisores também devem sê-lo, tendo como norte liberdade e solidariedade humana, de acordo com os princípios educativos da LDB 9.394/96. Estes norteadores serão o ponto de partida da educação brasileira e da formação de profissionais da educação como futuros formadores de alunos que se tornaram cidadãos e cidadãs com qualificação para o mundo do trabalho (p. 86).

Como prática educativa, a supervisão educacional, [...] constitui-se num trabalho profissional que tem o compromisso de garantir os princípios de liberdade e solidariedade humana, no pleno

desenvolvimento do educando, no seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, e para isso, assegurar a qualidade do ensino, da educação, da formação humana (idem, p. 93). A responsabilidade que recai ao supervisor educacional através das palavras de Ferreira (2004) é bastante grande, porém devemos observar que não é um trabalho que se realiza sozinho. O Supervisor Educacional, enquanto um educador, será um articulador de ações e um agregador de sujeitos para que a formação humana dos alunos

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