• Nenhum resultado encontrado

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.5 Operadores argumentativos

Os operadores argumentativos são elementos linguísticos importantes na composição textual e servem para indicar a orientação argumentativa dos enunciados. Como Koch (2009) pontua, eles atuam na organização global dos textos e explicitam as articulações entre as sequências, no nível intermediário, em que assinalam o encadeamento entre parágrafos, e no nível microestrutural, em que indicam o encadeamento entre orações. Além disso, situam ou ordenam o estado de coisas no espaço e no tempo, estabelecem relações lógico-semânticas, sinalizam relações discursivo-argumentativas, introduzem comentários, determinam relações entre dois ou mais enunciados distintos.

Tomando o enunciado como orientador da sequência do discurso, ou seja, como elemento que determina os encadeamentos possíveis em relação a outros enunciados, Koch (2011 [1984]) esclarece que é preciso admitir que existem outros enunciados cujos traços constitutivos é de determinar os encadeamentos possíveis com outros enunciados capazes de continuá-lo, para isso, é necessário admitir que existem enunciados que servem para orientar o interlocutor na direção de certas conclusões, com exclusão de outras. A autora esclarece que esses enunciados determinam a orientação discursiva, dentro de uma pragmática integrada que se manifesta nas relações de tipo bem preciso entre enunciados: a de ser argumento para.

Koch (2011 [1984]) considera que existe na gramática de cada língua um conjunto de morfemas que funcionam como operadores argumentativos e discursivos que permitem ao locutor marcar maior ou menor engajamento em relação ao discurso proferido. Para a autora,

53 esses morfemas não podem ser vistos apenas da perspectiva da gramatical tradicional, geralmente reducionista, uma vez que constituem importantes geradores de sentido em qualquer enunciado.

Seguindo os pressupostos de Ducrot, que desenvolveu junto com Anscombre a teoria da Argumentação da Língua, baseado no estudo dos conectores, Cabral (2017) explica que esses elementos11 articulam informações e respondem pela orientação argumentativa, pois colocam a informação presente no texto “a serviço da intenção comunicativa”, dessa forma, o sentido que as palavras carregam conduzem a determinada direção, e não a outra (CABRAL, 2017, p. 86).

A autora explica que o ato de argumentar está presente nas ações realizadas pelos falantes em relação aos seus interlocutores, inseridos em um contexto ou envolvidos em situações comunicativas variadas, permitindo que os primeiros revelem sua opinião e atitude sobre o que estão dizendo. Assim, o conhecimento acerca dos sentidos que esses elementos imprimem aos textos permite que o produtor identifique o grau de engajamento do outro em relação à sua posição argumentativa.

Koch (2011 [1984]) destaca que os operadores pertencem a uma classe argumentativa que auxilia na sinalização de nossa intenção ou permite marcar o argumento que consideramos mais forte em relação a determinada conclusão. As possibilidades de encadeamento argumentativo estão disponíveis no repertório linguístico do indivíduo e são determinadas por um ato de linguagem particular ou pelo ato de argumentar.

No estudo de Koch e Elias (2016a), são vários os tipos de operadores argumentativos apresentados, como relacionamos a seguir:

 operadores que somam argumentos em favor de uma mesma conclusão,

 operadores que indicam uma escala,

 operadores que contrapõem argumentos orientados para conclusões contrárias,

11 Cabral (2017) explica que os conectores sempre foram considerados elementos de ligação, até que Ducrot propôs uma nova definição para o termo: mais do que partículas de ligação, os conectores são elementos de orientação, pois articulam informações e argumentos presentes em um texto. Essa concepção, mais abrangente, coloca os conectores como recursos que servem à intenção argumentativa. Neste estudo, adotamos o termo operadores argumentativos (KOCH, 2011 [1984]).

54

 operadores que introduzem conclusões relacionadas a argumentos apresentados em enunciados anteriores,

 operadores que introduzem argumentos alternativos ou explicação relativa ao enunciado anterior,

 operadores que introduzem argumentos alternativos que levam a conclusões opostas,

 operadores que introduzem no enunciado conteúdos pressupostos e

 operadores que funcionam em uma escala orientada para a afirmação da totalidade ou para a negação da totalidade.

Koch (2011 [1984], p. 101) também elenca alguns dos elementos textuais que dão encadeamento ao texto, os quais considera como constitutivos do enunciado; são responsáveis pelas relações entre as partes de um texto, bem como pela determinação do valor argumentativo dos enunciados, por isso constituem importantes marcas linguísticas na construção de sentidos:

operadores que estabelecem hierarquia dos elementos numa escala (mesmo, até mesmo, inclusive, ao menos, no mínimo etc.);

operadores responsáveis pelo encadeamento de expressões orientadas no mesmo sentido (também, nem, não só, mas também etc.);

operador ainda (indicando excesso ou introduzindo mais um argumento a

operadores que visam esclarecer, retificar, desenvolver enunciados anteriores (quer dizer, ou seja, em outras palavras etc.);

qualificadores que são sequência ao discurso (pouco, um pouco, pouquíssimo, muito, bastante etc.) (KOCH, 2011 [1984], p. 102-105).

Marcuschi (2008), ciente da complexidade da conectividade estabelecida por meio de operadores argumentativos, apresenta alguns desmembramentos para a sequenciação conectiva (Figura 9). Observamos que o esquema que o autor apresenta traz, além dos

55 operadores argumentativos, os operadores organizacionais (de espaço e tempo textual e metalinguístico) que, apesar de importantes, não constituem matéria de nosso estudo.

Esquema dos processos de coesão conectiva

Figura 9 − Operadores que promovem a sequenciação conectiva Fonte: Marcuschi (2008, p. 118)

Koch e Elias (2016a, p. 121) explicitam que a produção textual exige cuidados com a articulação entre orações, períodos, parágrafos e sequências maiores, uma vez que “todas essas partes contribuem para que o texto seja compreendido como uma unidade de sentido”.

As estudiosas ainda destacam que as marcas responsáveis pelo encadeamento são denominadas articuladores textuais, operadores de discurso ou marcadores discursivos, os quais concorrem para o estabelecimento da coesão, da orientação argumentativa e da coerência textual.

Para Adam (2011, p. 189), os elementos que estabelecem a conexão textual são determinantes na construção dos sentidos e na continuidade textual, pois “permitem a reutilização de um conteúdo proposicional seja como argumento, seja como conclusão, seja, ainda, como um argumento encarregado de sustentar ou de reforçar uma inferência, ou como contra-argumento”. De acordo com o autor, há quatro categorias de conectores de sentido argumentativo:

 conectores argumentativos que marcam um argumento: porque, já (uma vez) que, pois, com efeito, como, mesmo, aliás, por sinal, entre outros;

56

 conectores argumentativos que marcam uma conclusão: portanto, então, em consequência, entre outros;

 conectores contra-argumentativos que marcam um argumento forte: mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, entre outros;

 conectores contra-argumentativos que marcam um argumento fraco: certamente, embora, apesar de, ainda que, entre outros.

Koch e Elias (2016a) ressaltam que a seleção lexical é uma das mais importantes estratégias para uma boa argumentação e que é preciso cuidado na escolha dos vocábulos, que devem ser adequados, tanto em relação ao tema, como em relação ao destinatário e aos propósitos do enunciador, bem como a toda situação comunicativa.

No universo dos operadores argumentativos, responsáveis pela construção dos sentidos em um texto, as conjunções têm importante papel: elas servem para mostrar a força argumentativa entre os enunciados, a direção para a qual apontam. Ao estabelecerem elos de sentido no texto, estabelecem o tipo de relação entre os enunciados, que pode ser de causa e consequência, de conclusão, oposição ou ressalva, soma de duas ou mais ideias, entre outras relações.

Neste capítulo, discorremos sobre os pressupostos da Linguística Textual, sobre a concepção de texto de acordo com essa perspectiva teórica, bem como sobre o texto dissertativo-argumentativo, as sequências textuais argumentativas e os operadores argumentativos, de maneira a compormos a base teórica que nos subsidia na análise das redações, que empreendemos no próximo capítulo.

57

Capítulo 3

ANÁLISE DO CORPUS

3.1 Procedimentos de análise

Neste capítulo, apresentamos os procedimentos metodológicos e as categorias de análise que adotamos nesta pesquisa, em seguida, empreendemos a análise dos quatro textos selecionados. Como esclarecemos anteriormente, de um conjunto de cem redações disponibilizadas pela Vunesp, cuja proposta de redação teve como tema Fones de ouvido: a escolha entre o respeito ao espaço coletivo e os prejuízos individuais à audição, selecionamos, após leitura detalhada, trinta textos classificados no nível suficiente, que melhor atendiam às orientações da proposta de redação. A título de exemplificação, nesta dissertação, apresentamos a análise de quatro redações, elencadas a seguir:

 Redação 1: Diversão ao nosso favor!

 Redação 2: Fones de ouvido: A escolha entre o respeito ao espaço coletivo e os prejuízos individuais à audição. Eu Apoio!!

 Redação 3: Fones de ouvido.

 Redação 4: Fones de ouvido: Prejudicial ou saúdavel?

A fim de sistematizarmos a análise dos textos, organizamos as etapas da seguinte forma:

 Transcrição das redações selecionadas;

 Identificação e análise das sequências textuais argumentativas;

 Identificação e análise dos operadores argumentativos;

 Discussão sobre a construção da argumentação e a utilização dos operadores.

De modo a procedermos à análise, entendemos ser necessário, como explica Antunes (2016), decompor o texto em partes, as quais contribuem para formar o todo significativo. De acordo com a autora, analisar cada parte de um texto, é

58

[...] descobrir, entre outros pontos, seu esquema de composição; sua orientação temática; seu propósito comunicativo; é procurar identificar suas partes constituintes, as funções pretendidas para cada uma delas, as relações que guardam entre si e com elementos da situação, os efeitos de sentido decorrentes de escolhas lexicais e de recursos sintáticos (ANTUNES, 2016, p. 49).

Atribuir sentido ao texto, implica, entre outros aspectos, organizar os enunciados encadeados uns nos outros e construir as representações semânticas do texto, isso porque, quando escolhemos as proposições que vão compor nossos textos, não o fazemos de forma aleatória, cada segmento é selecionado em função do todo significativo do enunciado acabado, que está representado em nossa imaginação verbal e se materializa no nosso ponto de vista ou opinião.

Nessa direção, Barbosa (1991) esclarece que a análise de um texto requer dividirmos o conjunto textual para que seja possível descobrir e revelar seus elementos e as relações entre eles. Assim, na análise textual, devemos ir do todo para as partes, do composto para o simples, do sistema organizado para as unidades-elementos e relações – dividir, decompor e separar para conhecer. Desse modo, a análise é importante no processo de conhecimento da realidade, assim como nos processos de organização de nossos pensamentos, de composição da linguagem e dos textos (BARBOSA, 1991).

Com base nesses ensinamentos, dividimos as produções escritas selecionadas em segmentos, a fim de compreendermos como seus autores construíram a argumentação e de que forma fizeram uso dos operadores argumentativos.

Considerando os objetivos de pesquisa e o aporte teórico apresentado no Capítulo 2, estabelecemos como categorias de análise as sequências textuais argumentativas e os operadores argumentativos, tendo em vista a seguinte questão: Como os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental que realizam o Saresp organizam as sequências textuais argumentativas e utilizam os operadores argumentativos na construção de textos dissertativo-argumentativos?

Lembramos que as sequências argumentativas (ADAM, 2011) servem para demonstrar e/ou justificar determinada tese, ou refutá-la, assim como os argumentos, entendidos como uma série de proposições ligadas por conectores argumentativos e por sequências argumentativas.

59 Já os operadores argumentativos são importantes elementos linguísticos que têm a finalidade de indicar a direção ou o sentido dos enunciados a determinadas conclusões, por isso, como observam Koch e Elias (2016a), respondem pela orientação argumentativa dos enunciados em que estão presentes, o que revela que a argumentatividade está diretamente relacionada com o propósito comunicativo de cada sujeito e com as práticas sociais que caracterizam as ações comunicativas nas variadas esferas de atividade.

A seguir, apresentamos as análises das quatro redações mencionadas, buscando evidenciar, com base na estrutura simplificada de base da sequência textual argumentativa (ADAM, 2011), apresentada na Figura 7, o percurso argumentativo adotado pelo autor do texto, como ele constrói a argumentação e como emprega os operadores argumentativos.

Em primeiro lugar, transcrevemos o texto da respectiva redação e sublinhamos os operadores argumentativos. Nesse texto, identificamos e examinamos os elementos que constituem a estrutura de base da sequência argumentativa; posteriormente, identificamos os operadores argumentativos e apresentamos algumas reflexões sobre seu uso nos segmentos textuais.

3.2 Análise dos textos selecionados

3.2.1 Redação 1

Diversão ao nosso favor!

O uso do transporte público coletivo como ônibus, metros e trens é um direito do cidadão. Diariamente, esses transportes transportam centenas ou millhares de pessoas e como sendo nosso direito devemos respeitar as regras e leis relacionados a eles.

Uma dessas leis é clara proibindo o uso de aparelho de som sem acessório individual, ou seja, não devemos usar aparelhos de som sem fones de ouvido pois além de ser desagradáveis tais gostos musicais, é de contradição à lei. Temos também, a questão de auto-cuidado e senso em utilizar fones em volume regular, pois com volume elevado prejudicamos a saúde mental e a audição.

Porém, a música faz parte da nossa rotina, do nosso cotidiano e da nossa vida. Não devemos deixá-los por descuidos.

Assim, podemos utilizar do nosso direito e lazer com responsabilidade sem desrespeitar a lei e os demais passageiros , e seguir nosso trajeto sem problemas e de forma agradável diariamente.

60 O título Diversão ao nosso favor! sugere o ponto de vista do autor na abordagem do uso de fones de ouvido: o dispositivo é um elemento que proporciona diversão a quem o utiliza, um aspecto positivo para seus adeptos. O ponto de exclamação enfatiza a posição favorável do autor em relação ao uso de fones.

No parágrafo introdutório, ressalta que o transporte público é um direito de todo cidadão e que, por ser público, é preciso observar determinadas regras de utilização relacionadas a ônibus, trens e metrô, que transportam centenas de milhares de pessoas. O respeito à lei é sinônimo de convivência pacífica e de trajeto diário tranquilo, como o autor da redação destaca.

Ao referir-se a uma das leis, provavelmente à lei mencionada na proposta, observa o uso indevido de aparelho de som sem o acessório individual, e justifica que é desagradável ouvir tais gostos musicais, sem fone de ouvido (apesar de não especificar os gostos musicais), além do que, constitui uma infração à lei. A saúde e o auto-cuidado são mencionados para ressaltar a responsabilidade de cada um quando se trata de ouvir música em ambientes públicos. Como a música faz parte da nossa rotina, lembra o aluno, é preciso encontrar caminhos para que todos possam usufruir do espaço coletivo de forma agradável e com o respeito necessário. O autor conclui que é possível ter diversão e conviver adequadamente em espaços coletivos desde que a lei seja observada.

A seguir, apresentamos segmentos textuais da Redação 1, a fim de evidenciamos como ocorre a construção da argumentação.

3.2.1.1 Construção da argumentação

No texto do aluno, os elementos constitutivos da argumentração estão dispostos da seguinte forma:

Dados/Apoio

Dados O uso do transporte público coletivo como ônibus, metros e trens é um direito do cidadão.

61 Sustentação Diariamente, esses tranportes transportam centenas ou milhares de

pessoas e como sendo nosso direito devemos respeitar as regras e leis relacionados a eles.

O autor inicia seu texto enfatizando que o tranporte público é um direito do cidadão e que, por ser utilizado por milhares de pessoas, requer a observação de determinadas regras e leis, essenciais para a boa convivência.

Premissa/Fatos

Posicionamento com

justificativa

Uma dessas leis é clara proibindo [...], ou seja, não devemos usar aparelho de som sem fones de ouvido pois além de ser desagradável tais gostos musicais, é de contradição a lei.

Reforço do posicionamento Temos também, a questão de auto-cuidado e senso em utilizar fones em volume regular, pois com volumes elevados prejudicamos a saúde mental e a audição.

Refutação Porém, a música faz parte da nossa rotina, do nosso cotidiano e da nossa vida. Não devemos deixá-los por descuido.

Com base na apresentação inicial, o autor especifica determinado comportamento, que passou a ser regido por uma lei, e se mostra favorável a ela, pois a considera uma forma de respeito ao espaço coletivo no tocante à obrigatoriedade de utilização de fones de ouvido para ouvir música no transporte público. Do ponto de vista do autor, o som em alto volume prejudica a saúde; ele observa que não devemos infringir a lei, pois a música faz parte da vida das pessoas.

Conclusão Retomada da premissa e

conclusão

Assim, podemos utilizar do nosso direito e lazer com responsabilidade sem desrespeitar a lei e os demais passageiros, e seguir [...].

A conclusão a que o autor chega é de que é possível aliar a obediência à lei e os momentos de lazer, realçados no título da redação, de modo que o trajeto a ser percorrido seja sempre tranquilo.

Quadro 2 − Sequências textuais argumentativas da redação 1

Ao segmentarmos as partes do texto dessa forma, notamos alguns dos elementos constitutivos da sequência argumentativa simplificada de Adam (Figura 7): o autor apresenta a tese (não devemos usar aparelho de som sem fones de ouvido), a justificativa (além de ser desagrdáveis, é de contraição à lei) que conduz a argumentação voltada para a defesa do uso do fone de ouvido (a musica faz parte da nossa rotina), assim, busca mais demonstrar e justificar a tese que apresentar elementos argumentativos que a comprove, como apresentado a seguir.

62 Dados/premissa/fatos Contra-argumento Conclusão de apoio

assim

podemos utilizar o direito ao lazer sem desrespeitar

o transporte público é direito a lei e os demais do cidadão, devemos respeitar passageiros as leis que proíbem o uso de

aparelho sem fones de ouvido, temos também pois os prejuízos com a saúde

além de desagradável é de porém

contradição à lei a música faz parte da rotina e não devemos evitar o uso por descuido

Por meio desse esquema, notamos que o sentido do texto, orientado pelo emprego dos operadores argumentativos, volta-se para a defesa do uso de fones nos transportes públicos, posicionamento que é percebido claramente e para o qual concorrem as justificativas e os argumentos selecionados, cujo papel é convencer o leitor de que o uso de fones é algo positivo, assim como obedecer à lei.

A seguir, destacamos os operadores argumentativos e a relação de sentido que estabelecem com as porções textuais em que estão inseridos.

3.2.1.2 Operadores argumentativos

Segmentos textuais com operador destacado Sentido pois além de ser desagradáveis tais gostos musicais, é de contradição Justificativa

63 a lei.

Uma dessas leis é clara [...], ou seja, não devemos usar

aparelhos de som sem fones de ouvido Redefinição Ao afirmar que não devemos utilizar aparelho de som sem fones de ouvido, o autor faz uso da expressão ou seja para redefinir o que foi informado no segmento anterior. O elemento pois introduz justificativa ou explicação em relação ao enunciado anteriror, para o uso de fones de ouvido: cada um tem um gosto musical e devemos obedecer à lei.

Temos também, a questão de auto-cuidado e senso em utilizar fones Adição pois com volume elevado prejudicamos a saúde mental e a audição. Explicação O elemento também é empregado para destacar argumentos adicionais em favor do uso do fone de ouvido: o cuidado com a própria saúde e o bom senso na utilização de tais dispositivos. Já o operador argumentativo pois estabelece relação de explicação referente ao cuidado com a saúde:

precisamos ter atenção ao volume alto dos aparelhos.

Porém a música faz parte da nossa rotina, do nosso cotidiano Contraposição Assim, podemos utilizar do nosso direito e lazer com responsabilidade

sem desrespeitar a lei e os demais passageiros. Conclusão

O operador argumentativo porém contrapõe a ideia anterior de que, apesar de a legislação proibir o som alto e orientar para o uso de fones de ouvido, isso não significa que devemos parar de ouvir música, pois ela faz parte da nossa rotina. Já o operador assim conclui o texto retomando a ideia inicial relacionada tanto ao direito ao lazer, quanto ao respeito às leis que regem os transportes.

Quadro 3 – Operadores argumentativos da redação 1

Na redação, a partícula pois serve para justificar a utilização do aparelho, já o termo também indica os cuidados necessários com a saúde. O operador porém marca o contra-argumento que, nesse caso, é muito significativo, já que foi empregado para contrapor os pontos negativos relacionados ao uso de fones (em volume elevado prejudica). Ainda que existam argumentos que conduzam o leitor para determinada conclusão, as asserções não são desenvolvidas de forma consistente, por exemplo, aspectos relacionados ao gosto musical e os prejuízos à saúde não são explorados. Mesmo assim, o aluno é capaz de apresentar sua opinião e justificá-la. Ele utiliza os elementos solicitados na proposta de redação, atende ao propósito argumentativo quando externa seu ponto de vista, apresenta argumentos em prol da

Na redação, a partícula pois serve para justificar a utilização do aparelho, já o termo também indica os cuidados necessários com a saúde. O operador porém marca o contra-argumento que, nesse caso, é muito significativo, já que foi empregado para contrapor os pontos negativos relacionados ao uso de fones (em volume elevado prejudica). Ainda que existam argumentos que conduzam o leitor para determinada conclusão, as asserções não são desenvolvidas de forma consistente, por exemplo, aspectos relacionados ao gosto musical e os prejuízos à saúde não são explorados. Mesmo assim, o aluno é capaz de apresentar sua opinião e justificá-la. Ele utiliza os elementos solicitados na proposta de redação, atende ao propósito argumentativo quando externa seu ponto de vista, apresenta argumentos em prol da

Documentos relacionados