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2.2 Controle orçamentário de custos da construção civil

2.2.5 Orçamento

Segundo Kern (2005), o sistema de custeio da construção civil tem como produto final o orçamento da obra, que é normalmente produzido nas primeiras fases do empreendimento. Trata-se do documento básico relativo aos custos de um empreendimento.

De acordo com o PMBOK (2009), o orçamento engloba o custo da obra estimado, alocado aos itens individuais de trabalho, a fim de estabelecer parâmetros de custo que possam medir o desempenho do empreendimento.

As ferramentas e técnicas de estimativas de custos podem ser (PMBOK, 2009):

- Estimativas por analogias: forma de avaliação especializada, pouco dispendiosa e comumente menos precisas que utilizam custos reais de projetos anteriores similares para basear o custo do empreendimento a ser estudado, sendo aplicada, principalmente, em prognósticos de custos totais de projetos que são semelhantes àqueles que serviram de base para o estudo. A precisão deste método depende da experiência do avaliador;

- Modelagem paramétrica: utilização de modelos matemáticos que utilizam parâmetros de projetos para estimar custos com base em informações históricas;

- Estimativas botton up: estimam-se os custos de atividades individuais de pacotes de trabalho para posteriormente sintetizá-los à estimativa total do projeto.

Para Losso (1995), o orçamento trata-se da descrição pormenorizada dos materiais e das operações necessárias para realizar uma obra.

Para fins de produtos da Indústria da Construção Civil, Limmer (1997) define orçamento como a determinação dos gastos necessários para a realização de um projeto, de acordo com um plano de execução previamente estabelecido, dispêndios esses trazidos em termos quantitativos.

Lima (2000) descreve o orçamento como a determinação dos gastos necessários para a realização de um projeto, de acordo com um plano de

execução pré-estabelecido.

Para Lunkes (2007), o orçamento é a etapa do planejamento em que se estima a melhor relação entre resultados e despesas para atender às necessidades e objetivos da organização em determinado período.

O orçamento pode tomar diferentes formas em função de sua elaboração e cabe aos gestores de cada empresa escolher a melhor forma que se adapte aos objetivos da organização. Ainda conforme Lunkes (2007) é possível estabelecer o orçamento em função:

- Da unidade de medida: orçamento operacional, financeiro;

- Do método de classificação das transações: orçamento por recurso, por atividades;

- Do comportamento dos custos: orçamento fixo, flexível, base zero; - Do nível de análises previstas: orçamento empresarial, por atividades; - Da forma de elaboração: orçamento contínuo, de tendências.

Knolseisen (2003) organiza o orçamento para a construção civil de duas formas distintas diferenciadas pela sua amplitude e finalidade, como segue:

- Orçamento como processo: também conhecido como orçamento empresarial, visa à empresa como um todo e aborda questões de vendas, produção, despesas da gestão, caixa e capital, cada uma delas isoladamente;

- Orçamento como produto: tem em vista exclusivamente o produto, ou seja, a obra. Um caso típico de orçamento como produto é o orçamento de engenharia, pois tem como objetivo determinar o valor de uma obra ou serviço, produtos da empresa, para que a organização promova, ou se habilite por meio de um processo licitatório, análise da competitividade de seu produto no mercado e conheça seu desempenho.

Da forma descrita, caracterizam-se os orçamentos dos empreendimentos em estudo como orçamento do produto. Gonçalves (2011)

defende que dos diversos itens que compõem o custo de um empreendimento, o custo de construção é o de mais difícil estimativa, pois é resultante de uma soma de inúmeras parcelas que podem evoluir à medida que o empreendimento é desenvolvido.

Deve ser levado em consideração custo e benefício do sistema de gestão de custos. Segundo Bornia (2009), deve ser comparado o benefício oriundo da informação sobre os esforços necessários para sua obtenção. A figura 7 apresenta a relação comparativa de custo e benefício de volume da produção com o custo e detalhamento da informação com o custo.

Figura 7 – Comparação entre volume de produção da informação e o custo e detalhamento da informação e o custo.

FONTE: Bornia (2009).

A figura 7 indica em seu primeiro gráfico (a) que, conforme aumenta o volume de produção da informação, o seu custo aumenta de forma exponencial, enquanto que o benefício, representado pelo pontilhado, tende a se estabilizar. Desta forma, verifica-se um ponto de equilíbrio. A partir deste ponto, cada produção de informação adicional passa a não ser vantajoso à organização. O segundo gráfico (b) da figura 7 mostra, de forma semelhante ao primeiro, que um aumento do detalhamento da informação além do ponto ótimo tende a ser mais custo do que benefício para a empresa.

O sucesso da estimativa orçamentária de custos em obras varia conforme a etapa do projeto e de acordo com as informações disponíveis no momento da estimativa. O quadro 9 descreve as margens de erro esperadas de acordo com os elementos técnicos conhecidos.

Quadro 9 - Margens de erro esperadas para avaliações, estimativas e orçamentos.

Tipo Margem de Erro Elementos Técnicos Necessários

Área de construção

Avaliações 20% a 30% Padrão de acabamento

Custo unitário de obra semelhante Custos unitários básicos

Anteprojeto ou projeto indicativo

Preços unitários de serviços de referência

Estimativas 15% a 20% Especificações genéricas

Índices físicos e financeiros de obras semelhantes

Projeto executivo

Especificações sucintas, porém definidas

Orçamento Expedido 10% a 15% Composições de preços e serviços genéricos

Preços e insumos de referência Projeto executivo

Projetos complementares

Orçamento Detalhado 5% a 10% Especificações precisas

Composições de preços de serviços específicas

Preços de insumos de acordo com a escala de serviços

Orçamento Analítico 1% a 5%

Todos os elementos necessários ao orçamento detalhado

Planejamento da obra

Fonte: Ávila et al. (2003).

Os custos são definidos como recursos consumidos num determinado espaço de tempo. Todas as empresas, independentemente da área de atuação, apresentam gastos que posteriormente se dividem em custos, e estes, em despesas variáveis e fixas ou, na perspectiva dos objetos de custo,

em custos diretos e indiretos. Os sistemas e custeio reúnem os modelos de cálculo e os procedimentos que permitem analisar os custos numa empresa (COOPER; KAPLAN 1998).

A peça básica que torna possível o grupo de atividades do controle é o orçamento executivo. Figueiredo e Caggiano (2006) definem que os orçamentos, além de serem parâmetros para a avaliação dos planos, permitem a apuração do resultado por área de responsabilidade, desempenhando o papel de controle por meio dos sistemas de custos e contabilidade.

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