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CAPÍTULO III DA ESTANTE A PÁGINA: A BIBLIOTECA DO GABINETE DE

3.2 Ordenando o desordenado

De acordo com o bibliotecário Luís Milanesi, bibliotecas públicas têm a função de prestar serviços, através de uma coleção de livros organizados. Dentro do acervo de uma biblioteca, há inúmeros discursos literários, dos quais os leitores buscam se apropriar. Para

231 Livro de Registro das Atas da Diretoria 18.01.1911, p. 2. 232 Livro de Registro das Atas da Assembleia Geral.

233 CRUZ, Heloisa de Faria. (Org.). São Paulo em Revista: catálogo de publicações da imprensa cultural e de

variedades paulistana 1870-1930. (Coleção, memória, documentação e pesquisa, 4). São Paulo, Arquivo do Estado, 1997.

tanto, é preciso que as partes (livros) do todo (acervo) estejam ordenadas com objetividade, em vista da localização posterior de uma dessas partes pelos leitores234. É preciso a desordem para que se estabeleça a ordem. Encontrar um livro em uma biblioteca pode ser uma tarefa simples, se houver uma indicação que oriente com exatidão a sua localização dentro do acervo. Segundo Milanesi, “essa indicação é feita pelo bibliotecário, avaliando a ordenação das partes para se formar um todo lógico e coerente”235.

Desse modo, acervos até mesmo idênticos, podem ser organizados de modos diferentes, de acordo com cada bibliotecário, pois o conhecimento humano não tem o mesmo sentido para todos e sua expressão, em forma de texto, obedece a diferentes arranjos.

Como os bibliotecários do Gabinete de Leitura de Jundiaí eram escolhidos anualmente pelos próprios sócios, notadamente a constituição e a organização do acervo passavam por diferentes olhares e lógicas de ordenação.

Um registro fotográfico datado de 1926 mostra que os livros da biblioteca do Gabinete de Leitura ficavam em estantes dispostas atrás de um balcão, onde possivelmente o bibliotecário e outros colaboradores permaneciam a postos para pegarem os livros solicitados pelos sócios e demais frequentadores.

Observando-se a imagem, pode-se perceber que o acervo não ficava à livre disposição, para que os leitores pudessem manuseá-lo, retirando e recolocando os livros nas estantes. O papel do bibliotecário e/ou encarregados da biblioteca era necessário para mediar a consulta das obras e o contato físico entre leitores e livros.

Cabe ressaltar que a imagem referida retrata as instalações do Gabinete de Leitura, na década de 1920, portanto, anterior a esse período, não se pode atestar que o acervo estava disposto da mesma forma.

234 MILANESI, Luís. Ordenar para Desordenar: centros de cultura e bibliotecas públicas. Editora Brasiliense,

1986.

Figura 28 - Estantes da biblioteca do Gabinete de Leitura de Jundiaí, 1926. Fonte: FERREIRA M., 2014.

Sobre a maneira de organização dos livros, dentro das estantes, pelos bibliotecários, pode-se supor que eles eram ordenados, na biblioteca, desde a sua fundação em 1908, de forma numérica, seguindo a sequência arábica (1, 2, 3, 4, 5...), sem qualquer relação com os títulos, seus temas e autores.

Em janeiro de 1945, certamente no período em que uma nova diretoria do Gabinete de Leitura assumiu o exercício de suas funções, uma comissão formada para organizar o acervo da Instituição apresentou em folhas avulsas seu parecer sobre a situação da biblioteca e dos livros existentes.

Aos senhores eleitos para o cargo de diretor da Biblioteca do Gabinete de Leitura (...) de Jundiaí, impusemos ao senhor presidente, Benedito de Godoy Ferraz, uma condição para assumirmos nossas funções: a Diretoria providenciaria um inventário e balanço da biblioteca. Atendidos nessa condição plenamente, assumimos então o nosso cargo, com o conhecimento absoluto da quantidade dos volumes da biblioteca. A comissão incumbida desse balanço foi constituída dos senhores Ivo Serafim, Potyguara Offa, Alcides Pereira da Silva e Deodoro Pestana, sob a minha direção. As fichas do levantamento bem dizem o que foi esse serviço, cuja principal virtude foi a de nos proporcionar meios para sabermos da verdadeira situação da biblioteca. A situação não está muito promissora; havia falta de continuidade no número de volumes nas estantes, existiam muitos números vagos – inexplicadamente – faltas de numeração etc. Há a tradição oral de que cada diretor bibliotecário adotou um jeito específico de numeração, escolhendo para o início determinado milhar – ex. 4 000 – sem a preocupação com os números vagos na ordem da numeração. Corre outro rumor, também de tradição oral, de que a biblioteca fora assaltada duas vezes, uma em 1930 e outra em 1932, tendo havido subtração de livros. Ora, diante dessas

notícias, era natural que não quiséssemos assumir as funções de devotos da biblioteca, sem a tranqüilidade na medida por nós solicitada – não nos convinha comprar novos exemplares.

A providência do balanço foi salutar porque mostrou a verdadeira situação da biblioteca, ficando a Diretoria, bem como os senhores associados, sabendo da quantidade e da qualidade do material que nos era entregue para organizar em biblioteca fichada e de contrastes perfeito para o gênero de leitura de cada livro. Com esse inventário foi fixado o marco inicial de reformas de algumas utilidades para o Gabinete e seus associados.

Confirmamos que não nos lançaríamos a tomar conta do cargo sem sabermos quantos e quais volumes existentes na biblioteca, e isto foi amplamente corrigido – a biblioteca possuía 3.858 volumes.

A numeração estava no número 4.989, existiam nas estantes números de 3.858 estavam vagos ou faltantes 1.131 volumes. 3 livros com a numeração em duplicata, conforme constam das fichas do balanço.

Praticamente, pois, iniciamos a nova pasta de abertura da biblioteca com 3.858 volumes. Se quisermos conhecer a quantidade de volumes adquiridos ou oferecidos ao Gabinete é o bastante preenchermos as claras as fichas do balanço e apanharmos pelos livros das estantes. A ordem do senhor Ferraz era a de preenchermos os números vagos, para depois reiniciarmos a numeração. Esta ordem foi transmitida a Silvete encarregada da biblioteca, cabendo a ela, organizar um apanhado nesse sentido.

O reinicio da numeração na nova pasta deu-se com o número 4.990 “O Rio de Janeiro do Meu Tempo” de Luiz Eduardo. Todos os demais volumes comprados ou adquiridos por doação pelo Gabinete vão para os números vagos, de sorte, que fácil será conhecermos a atual situação fazendo um apanhado dos números preenchidos, cujas vagas constam das folhas acima referidas.

Estou às ordens da Digna Diretoria atual para melhores esclarecimentos.

Desejo receber de volta essa explicação para salvaguarda da minha empreitada (Jundiaí 16/01/1945)236.

O parecer da comissão permite observar como estava a situação do acervo, bem como possibilita ainda delinear um panorama da biblioteca do Gabinete de Leitura em períodos anteriores a 1945. Para que a comissão pudesse desenvolver seu trabalho de organização, foi previamente solicitado à diretoria a elaboração de um balanço das reais condições do acervo, de modo a evidenciar os livros faltantes, para que a referida comissão não fosse responsabilizada quando da sinalização das obras não constantes no acervo.

Esse balanço foi realizado em 1938 (Anexo II) e a partir de 1945, deu-se início à tentativa de se reorganizar a biblioteca.

Como se pode verificar no parecer, os livros eram organizados em sequência numérica e, a “tradição oral”, ou seja, os “rumores” diziam que cada bibliotecário construíra sua própria lógica de ordenação, tendo como parâmetro apenas o número (milhar) para indicar a entrada de novos livros, sem, contudo se preocuparem com os livros que porventura tivessem sido descartados pelo desgaste, não devolvidos ou até mesmo furtados da biblioteca. Desse modo, os números faltantes nas estantes, não eram reordenados, fazendo com que a biblioteca registrasse a existência de 4.989 livros em 1945, porém tendo verdadeiramente em suas

236 Parecer da comissão responsável por organizar a biblioteca do Gabinete de Leitura de Jundiaí 16.01.1945, p.

estantes 3.858 livros. Essa prática configurava-se como uma “tradição”, de cujo método os bibliotecários, segundo o parecer, sempre se utilizaram, para organizarem a biblioteca, possivelmente desde 1908.

O parecer sinaliza ainda que a ordenação da biblioteca seria feita por gênero literário de cada livro, mas se contradiz, ao mencionar que o presidente do Gabinete de Leitura, Benedito Ferraz, ordenara que os novos livros que entrassem para a biblioteca fossem alocados nas numerações faltantes, de modo a zerar o número de livros vagos nas estantes. E dava continuidade à sequência numérica, a partir do número 4.990, onde a obra O Rio de

Janeiro do Meu Tempo, do autor Luiz Eduardo, marcava o fim de uma desordem e o

começo de uma nova ordem para o acervo, mas, ainda assim, seguindo a lógica tradicionalmente praticada.

Esse modo de ordenação certamente ocasionava contratempos, haja vista a falta de 1.131 livros na biblioteca. Todavia, essa “coerência” de organização reforça os motivos pelos quais os leitores não poderiam manusear os livros e certamente a disposição do acervo, retratado na imagem de 1926, era a forma “tradicional” de se manter a estrutura física da biblioteca. O fato de haver um balcão e as estantes com os livros estarem atrás dele, sob a supervisão do bibliotecário e de seus encarregados, intermediando a relação entre leitores e livros, demonstra como as partes (livros) do todo (acervo) não estavam ordenadas de modo objetivo, em vista da sua localização e da impossibilidade de posterior recolocação nas estantes pelos próprios leitores.

Para Milanesi “é o bibliotecário quem estabelece os critérios de organização e os transforma em algo concreto: a biblioteca”237. Provavelmente, os critérios para arranjar o

acervo do Gabinete de Leitura ainda não estavam totalmente definidos.

Em abril de 1947, a bibliotecária Ida Lehner enviava um oficio aos diretores da Instituição, propondo seu ordenado, método de trabalho e o material que precisaria para classificar os livros por ordem de assunto, e assim, poder arrumá-los dentro da biblioteca.

Levando-se em consideração que o leitor vai buscar, no interior das possibilidades temáticas de uma biblioteca o seu especifico objetivo, Ilda Lehner, consultada pelos diretores, propunha lógicas de ordenação mais usuais e práticas, para que fossem implementadas na biblioteca do Gabinete de Leitura:

Considerando que um ordenado mensal de um bibliotecário varia a partir de Cr$ 950,00, proponho que, durante os meses de duração do serviço de organização da

biblioteca me sejam pagos pelo menos Cr$ 850,00 mensais. O serviço não poderá ser por menos, uma vez que consta do seguinte: - classificação dos livros por ordem de assuntos e arrumação geral dos mesmos por essa classificação; catalogação e organização de um fichário dicionário, em que os livros poderão ser procurados pelo título, autores, colaboradores, assunto, etc.; organização de um perfeito serviço de retirada e devolução de livros, debaixo do maior controle possível; organização da secção de referência da biblioteca (obras como enciclopédias, dicionários, anuários, almanaques, bibliografias, de consulta imediata e que devem estar à inteira disposição do leitor); secção infantil – o aproveitamento da que já existe, com a aplicação dos mesmos métodos usados na biblioteca dos adultos, para acostumar as crianças ao gôsto pela consulta disciplinada.

Auxiliares – o trabalho mecânico de confecção de fichas, seu desdobramento, cartões de leitores, etc., deverá ser feito por duas datilógrafas competentes, pelo menos.

Material – a média de fichas por livro, conforme as adquire a Biblioteca Pública Municipal de Campinas, recentemente fundada pela Escola de Biblioteconomia, é de 10 fichas. Há livros que não necessitam de mais de 5 fichas, mas em compensação há outros que precisam de 100 ou mais.

Para o acervo de 7.000 volumes do Gabinete de Leitura, serão necessárias, portanto, 70.000 fichas de cartolina, à razão de Cr$ 5,00 o cento. (Cr$ 3.500,00 de fichas). Há ainda os impressos: cartões de livros (bookcards), cartões de registro de leitores, cartões de revistas, de reserva de livros, etc., que devem ser comprados em número suficiente para atender a todos os leitores do Gabinete de Leitura.

Dois livros indispensáveis que devem ser adquiridos “Classificação de Mevil Dewey”, obra norte-americana no valor de Cr$ 400, 00 e a “Tabela de Cutter”, no valor de Cr$ 150,00. Se a verba de modo algum permitir a compra do primeiro, pelo menos o segundo deve ser comprado. Essa tabela põe em ordem alfabética dos autores os livros, já arranjados por assunto. A “Classificação Dewey”, pode em último caso ser substituída, naturalmente com desvantagem, por outras menores editadas pelo instituto nacional do livro, e que o Gabinete já possui.

Duração do trabalho – levando-se em conta que a biblioteca pública de Campinas, com um acervo inicial de 3.000 volumes, foi entregue ao público em 3 meses, tendo auxiliado na catalogação de livros as alunas de biblioteconomia, e na confecção funcionários do instituto agronômico, cremos que o nosso trabalho levará cerca de 8 meses para ficar completo. É claro que, quanto maior for o número de auxiliares, tanto mais curto será o espaço de tempo que tomará a organização do Gabinete de Leitura238.

Tendo em consideração a temporalidade (1947), a proposta de Ida interligava-se aos avanços do campo de estudos da biblioteconomia, baseando-se em recursos lógicos, práticos e manuais.

A partir de seu trabalho, a biblioteca do Gabinete de Leitura seria amplamente classificada, ordenada por assuntos, as crianças teriam sua própria sessão para consultas e possivelmente os leitores poderiam manusear os livros entre as estantes, uma vez que, dentro da lógica de ordenação, os livros seriam localizados facilmente e facilmente poderiam ser devolvidos às estantes.

Seguramente o tempo necessário para a realização desse trabalho de classificação, os valores que seriam gastos, com o ordenado da bibliotecária, fichas de catalogação e auxiliares, levaram os diretores do Gabinete de Leitura a negarem a proposta.

Em fevereiro de 1957, o bibliotecário, José Pacheco, desenvolvia um catálogo de obras (nacionais e estrangeiras) para a biblioteca do Gabinete de Leitura239. Esse material era produzido de forma manual e ainda mantinha a mesma lógica de ordenação do início da formação do acervo, sequência numérica, ou seja, nenhum investimento para a melhoria na organização do acervo havia sido feito. 9.027 obras foram listadas numericamente pelo bibliotecário (8.090 em português e 937 em línguas estrangeiras), tendo a descrição dos títulos e autores.

Esse catálogo resistiu ao tempo. E, no processo desta pesquisa, essa fonte configurou- se como uma gama de informações a serem ordenadas e interpretadas.

Segundo Milanesi “ordenar o caos da informação é a única possibilidade de dar sentido a um determinado universo informativo”240. Assim, a pesquisa observou, no catálogo

de obras, a possibilidade de se traduzir o acervo do Gabinete de Leitura na síntese dos livros comprados (ao longo de 49 anos, 1908-1957) de acordo com as preferências dos sócios (leitores) da Instituição. Mesmo aqueles que eram doados o foram por pessoas que praticavam a leitura, frequentavam o Gabinete e se apropriavam de seu acervo, doando livros na expectativa de vê-lo crescer e se diversificar em gêneros literários.

Certamente muitos livros, em decorrência da passagem do tempo, não constavam mais no acervo, quando da elaboração do catálogo em 1957. Contudo, José Pacheco registrava na página inicial do catálogo “as obras que aqui serão descritas compõem desde o acervo inicial do Gabinete de Leitura até presente momento (28/02/1957)”.241

Em partes, esse catálogo possibilita uma leitura sobre o que poderiam encontrar os sócios e frequentadores para lerem na biblioteca, dentro do recorte espaçotemporal desta pesquisa.

No campo da historiografia, os estudos sobre bibliotecas tendem a apresentar os leitores. A partir dos registros de consultas e retiradas de obras, as pesquisas identificam e qualificam aqueles que buscavam impressos para lerem242.

Como citado anteriormente, os bibliotecários do Gabinete de Leitura de Jundiaí eram responsáveis pela guarda e organização do acervo. Tinham, dentre suas tarefas, a incumbência de registrar as obras mais consultadas e de fazer um balanço do quadro geral da biblioteca,

239 Em nenhuma das atas de reuniões consultadas há menção sobre a elaboração de um catálogo de obras.

Levando-se em consideração que muitos documentos do Gabinete de Leitura foram perdidos em 1924, o catálogo de obras produzido em 1957 é o único registro que permite observar os livros que compunham o acervo da instituição.

240 MILANESI, Luís. Ordenar para Desordenar, p. 36.

241 Catálogo de Obras do Gabinete de Leitura de Jundiaí, 1957, p. 1. 242 ROCHA, Débora Cristina Bondance. Op. cit., 2011.

para apresentarem anualmente. Esses documentos, no entanto, se perderam, ao longo do tempo, impossibilitando uma aproximação direta com o universo de livros, leitores e suas práticas de leituras.

Em consulta às atas de reuniões e averiguando-se a prática de comprar livros para a biblioteca, pautada nas escolhas dos sócios e seus possíveis gostos literários, o olhar sobre o acervo possibilitou a esta pesquisa delinear um panorama do que os sócios poderiam encontrar para ler de acordo com suas escolhas.

Vale destacar ainda que não havia uma pesquisa minuciosa acerca da biblioteca, na perspectiva de interpretação do catálogo de obras. Isso provocou certa dificuldade na condução da análise.

Com vistas a encontrar uma direção, em meio a tantas informações, algumas escolhas foram necessárias. Diante de uma fonte como esta, com uma imensa quantidade de informações, era preciso cautela. Era necessário escolher um caminho para trabalhar com essa vasta fonte primária.

O sistema de CDD foi então adotado como uma lógica, para se ordenar o catálogo de obras, uma vez que adotá-lo, como meio de ordenação, já havia sido cogitado na história da biblioteca do Gabinete de Leitura de Jundiaí.

A partir das obras descritas, foram identificados os títulos e classificada tais obras, de acordo com os gêneros literários. Esta identificação foi feita a partir da consulta em dicionários bibliográficos, catálogos de bibliotecas on-line, em dados de outras pesquisas e em sites de busca na internet, ordenando as obras em planilhas de Excel e, ao final, obteve-se um panorama dos gêneros literários e suas predominâncias dentro da biblioteca.

Foi possível ainda listar os autores com maior número de obras, dentro das classificações principais. Os autores possuem menos ou mais títulos em cada classificação, então, para cada uma, foi estabelecido um número de corte, de forma que tornasse possível apresentá-los em gráficos. Fez-se também uma breve descrição de alguns de seus títulos, atentando-se para o fato de que as datas de publicações, às vezes informadas, não eram necessariamente as datas em que esses livros haviam entrado para a biblioteca do Gabinete de Leitura.

O catálogo de obras em português possui uma sequência numérica com 8.090 títulos descritos, não separados por volumes. Deste total, 44 títulos estavam em branco (sem a descrição do título e autor) e 3 não foram possíveis de se identificar, pois as descrições estavam ilegíveis. Portanto, foi realizada a classificação de 8.043 títulos nacionais.

O catálogo de obras em línguas estrangeiras (937 obras) foi apenas organizado de modo a demonstrar o número de livros para cada língua (inglês, francês, italiano, espanhol e alemão), sem, contudo, separá-los por gêneros literários. Tarefa que demandaria mais tempo, já escasso a esta pesquisa.

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