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BRASIL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR.

1. Meio Ambient e e Ensino Super ior no Br asil “O professor não ensina: ajuda o aluno a aprender”

1.1. ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996) no artigo 43 estabelece que a educação superior tem por finalidade (BRASIL, 1996, s.p.):

I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;

II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;

III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;

IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;

V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração;

VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;

VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.

Com essas atribuições gerais, as instituições brasileiras de educação superior estão organizadas sob as categorias administrativas ou formas de natureza jurídica da seguinte maneira: Públicas e Privadas (BRASIL, 2004a).

As instituições criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Público podem ser: federais, estaduais ou municipais (BRASIL, 2004a).

Já as instituições privadas são aquelas mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, podendo estar organizadas em (BRASIL, 2004a):

- Instituições privadas com fins lucrativos ou Particulares em sentido estrito; - Instituições privadas sem fins lucrativos, que estão classificadas em:

• Comunitárias: instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de professores e alunos que incluam, na sua entidade mantenedora, representantes da comunidade;

• Confessionais: instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendam à orientação confessional e ideológica específicas;

• Filantrópicas: são as instituições de educação ou de assistência social que prestem os serviços para os quais foram instituídas e os coloquem à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem qualquer remuneração.

Em relação a organização acadêmica, a LDB define, no artigo 52, as universidades como:

instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por: I) produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional; II) um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; III) um terço do corpo docente em regime de tempo integral (BRASIL, 1996, s.p.).

Já o Decreto da Presidência da República n. 3.860, de 09 de julho de 2001, publicado no Diário Oficial da União (D.O.U.) de 10 de julho de 2001, alterado pelo Decreto Presidencial n. 5.225 de 01 de outubro de 2004, dispõe sobre a organização do ensino superior, a avaliação de cursos e instituições e dá outras providências. Nesse sentido, o artigo 70 classifica as Instituições de Ensino Superior (IES) do Sistema Federal de Ensino, quanto à sua organização acadêmica em: I) universidades; II) centro federais de educação tecnológica e centros universitários; e III) faculdades integradas, faculdade de tecnologia, faculdades, institutos ou escolas superiores (BRASIL, 2001a).

O decreto citado segue a definição de universidades estabelecida pela LDB, porém, conceituam os outros tipos de IES.

Segundo o artigo 11 Decreto Presidencial n. 3.860, os Centro Universitários e os Centros Federais de Educação Tecnológica:

“são instituições de ensino superior pluri-curriculares, que se caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pelo desempenho de seus cursos nas avaliações

coordenadas pelo Ministério da Educação, pela qualificação do seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade escolar” (BRASIL, 2001a, s.p.).

O parágrafo 10 do referido decreto estende, aos centros universitários credenciados, a autonomia, como nas universidades, “para criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior, assim como remanejar ou ampliar vagas nos cursos existentes”. Contudo, o parágrafo 40 veda a criação de cursos fora de sua sede indicada nos

atos legais de credenciamento, diferente do que é permitido para as universidades (BRASIL, 2001a, s.p.).

Os Centros Federais de Educação Tecnológica, segundo o artigo 11-A do Decreto Presidencial n. 5.225, são instituições de ensino superior pluri-curriculares, especializados na oferta de educação tecnológica, nos diferentes níveis e modalidades de ensino, caracterizando- se pela atuação prioritária na área tecnológica (BRASIL, 2004b).

O artigo 12, do mesmo decreto, define as Faculdades Integradas como “instituições com propostas curriculares em mais de uma área de conhecimento, organizadas para atuar com regimento comum e comando unificado” (BRASIL, 2004b, s.p.).

O artigo 13 dispõe que “a criação de cursos superiores em instituições credenciadas como faculdades integradas, faculdades, institutos superiores ou escolas superiores depende de prévia autorização do Poder Executivo” (BRASIL, 2004b, s.p.).

Em relação aos tipos de cursos e programas superiores, o artigo 44 da LDB estabelece os seguintes (BRASIL, 1996, s.p.):

I) cursos seqüenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino;

II) de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo;

III) de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino; e,

IV) de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino.

Nesse sentido, após a conclusão do ensino médio ou equivalente, o sistema educacional brasileiro oferece as seguintes opções: cursos seqüenciais, com até dois anos de duração; e cursos de graduação, a maioria com quatro anos de duração, havendo, porém, cursos de formação tecnológica, com dois ou três anos de duração, e cursos com cinco ou seis anos, como os de engenharia e de medicina.

A Resolução CES n. 01(Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação), de 27 de janeiro de 1999, dispõe sobre os cursos seqüenciais de educação superior, estabelecendo que esses tipos de cursos destinam-se à obtenção ou atualização de: I) de qualificações técnicas, profissionais ou acadêmicas; e II) de horizontes intelectuais em campos das ciências, das humanidades e das artes (BRASIL, 1999a).

O artigo 3, da citada resolução CES, classifica os cursos seqüenciais em dois tipos: I) cursos superiores de formação específica, com destinação coletiva, conduzindo a diploma;

II) cursos superiores de complementação de estudos, com destinação coletiva ou individual, conduzindo a certificado. Sendo que, os cursos superiores de formação específica não podem ter carga horária inferior a 1.600 horas e serem integralizada em prazo inferior a 400 dias letivos (BRASIL, 1999a).

O curso superior de complementação de estudos é, obrigatoriamente, vinculado a curso de graduação existente na IES, constituindo-se por um conjunto de disciplinas e atividades para atender a objetivos educacionais definidos pela instituição, no caso de cursos coletivos, ou para atender às necessidades individuais (BRASIL, 2004a).

Os cursos de graduação são os mais tradicionais, conferindo diploma com o grau de Bacharel, Licenciado, Tecnólogo ou título específico referente à profissão (ex: Médico). O grau de Bacharel ou o título específico referente à profissão habilitam o portador a exercer uma profissão de nível superior; e o de Licenciado habilita o portador para o magistério no ensino fundamental e médio (BRASIL, 2004a).

É possível obter o diploma de “Bacharel e o de Licenciado, cumprindo os currículos específicos de cada uma destas modalidades. Além das disciplinas de conteúdo da área de formação, a licenciatura requer também disciplinas pedagógicas e 300 horas de prática de ensino” (BRASIL, 2004a, s.p.).

Os cursos de graduação podem oferecer uma ou mais habilitações. A habilitação consiste em um programa instrucional com requisitos específicos como: disciplinas, estágio, trabalho de conclusão, dentre outros. Devendo ser vinculada obrigatoriamente a um curso de graduação, objetivando habilitar o aluno a exercer uma atividade específica dentro da área de conhecimento do seu curso. As diferentes habilitações de um mesmo curso de graduação devem, necessariamente, compartilhar um núcleo comum de disciplinas e atividades (BRASIL, 2004a).

Tabela 1: Cursos de graduação, diplomas conferidos e habilitações em cada área.

CURSO DIPLOMAS CONFERIDOS HABILITAÇÕES

Ciências Sociais Licenciado Bacharel

Antropologia Ciência Política Sociologia

Comunicação Social Graduado em Comunicação Social

Jornalismo Editoração Relações Públicas Publicidade e Propaganda

Arquitetura e Urbanismo Arquiteto e Urbanista Não tem

Engenharia Elétrica Engenheiro Eletricista

Telecomunicações Potência

Computação Microeletrônica Fonte: BRASIL (2004a)

Em relação à educação tecnológica, a Resolução CNE/CP n. 3, de 18 de dezembro de 2002 (Conselho Nacional de Educação – Conselho Pleno), no artigo 2 designa (BRASIL, 2002a, s.p.):

os cursos de educação profissional de nível tecnológico como cursos superiores de tecnologia, que deverão: I) incentivar o desenvolvimento da capacidade empreendedora e da compreensão do processo tecnológico, em suas causas e efeitos; II) incentivar a produção e a inovação científico-tecnológica, e suas respectivas aplicações no mundo do trabalho; III) desenvolver competências profissionais tecnológicas, gerais e específicas, para a gestão de processos e a produção de bens e serviços; IV) propiciar a compreensão e a avaliação dos impactos sociais, econômicos e ambientais resultantes da produção, gestão e incorporação de novas tecnologias; V) promover a capacidade de continuar aprendendo e de acompanhar as mudanças nas condições de trabalho, bem como propiciar o prosseguimento de estudos em cursos de pós-graduação; VI) adotar a flexibilidade, a interdisciplinaridade, a contextualização e a atualização permanente dos cursos e seus currículos; VII) garantir a identidade do perfil profissional de conclusão de curso e da respectiva organização curricular.

Os cursos superiores de tecnologia são definidos como cursos de graduação, devendo seguir diretrizes estabelecidas no Parecer CNE/CES n. 436, de 02 de abril de 2001, que define inclusive a carga horária mínima por área profissional, como exemplo, cursos superiores de tecnologia na área de meio ambiente deverão ter uma carga horária mínima 1.600 horas (BRASIL, 2001b).

Os cursos seqüenciais e cursos de graduação de formação tecnológica podem ser uma opção para uma inserção mais rápida no mercado de trabalho, sendo possível, posteriormente, fazer um curso de graduação plena, com aproveitamento dos créditos correspondentes às disciplinas já cursadas (BRASIL, 2004a).

O ensino superior pode ser ministrado em três modalidades (BRASIL, 2004a).

- Presencial: quando exige a presença do aluno em, pelo menos, 75% das aulas e em todas as avaliações;

- Semipresencial: quando combina ensino presencial com parte de ensino e de outras atividades que podem ser realizadas a distância; e,

- A distância: quando a relação professor-aluno não é presencial, e o processo de ensino ocorre utilizando os vários meios de comunicação: material impresso, televisão, internet, etc.

Em relação ao sistema curricular, os cursos podem ser organizados das seguintes maneiras (BRASIL, 2004a, s.p.):

- Sistema de Créditos: organização de um currículo em que as disciplinas teóricas ou práticas são independentes, embora organicamente relacionadas (algumas podem se constituir em pré-requisitos de outras), cada uma correspondendo a um determinado número de créditos ou horas-aula semanais que, quando somados, deverão integralizar o número de créditos exigidos para a conclusão do curso. Usualmente, os sistemas de créditos oferecem mais flexibilidade na formação, compartilhando disciplinas com vários cursos e facilitando a transferência do aluno de um curso para outro.

- Sistema Seriado: organização de um currículo em que as atividades e disciplinas teóricas ou práticas são distribuídas em blocos solidários, realizados num determinado período de tempo chamado de série. Embora as disciplinas não possam ser cursadas isoladamente, na maioria dos cursos são aceitas disciplinas de dependência da série anterior.