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2 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE ARTE NO BRASIL

4.2 OS ANTECEDENTES DA PESQUISA – A FORMAÇÃO ONLINE

O curso de atualização “O uso de tecnologias contemporâneas no âmbito da arte- educação”,68 com carga horária de 40 horas foi totalmente online e gratuito.

Esse curso nos auxiliou na seleção dos professores de arte que conduziriam a proposta educativa da experiência intitulada “Plataformas virtuais de aprendizagem: Um caminho de inclusão por meio da Arte” que serviu de material de análise para essa investigação.

A divulgação do curso para professores de arte foi feita via e-mails, lista de discussões e pelo site do Centro de Educação a Distância – CEAD/UDESC. As pré- inscrições foram recebidas pelo site do CEAD, acompanhadas de um questionário aberto a todos os candidatos, alcançando, no prazo de 15 dias, 136 inscrições de 14 diferentes estados do País. Consideraram-se, como critérios de seleção dos candidatos às 40 vagas oferecidas, formação inicial em arte, segmento de atuação e localização geográfica do professor/candidato. Ao final da análise dos questionários, constatou-se que 66% dos candidatos nunca haviam participado de um curso online, bem como desconheciam a plataforma Moodle. E o que buscavam no curso era qualificação para trabalhar com os novos meios tecnológicos. Entre os candidatos inscritos não selecionados, 8% eram de outras áreas e/ou segmentos, apontando para a demanda por cursos nesse formato.

68 Curso/oficina criado por Katyúscia Sosnowski e coordenado por Maria Cristina da Rosa Fonseca da

Silva, com apoio do grupo de pesquisa Educação Arte Inclusão do CNPq.Artigo publicado sobre a experiência : Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/renote/article/view/15215>Acesso em 04 mai 2011.

Figura 4: Projeto realizado em 2010 com professores Fonte: www.moodle.udesc.br

Acompanhar os avanços tecnológicos e avaliar como as novas mídias podem auxiliar no ensino das artes visuais é também uma proposta de Pimentel (2003), segundo a qual o professor de arte deverá viver e entender o que ocorre em arte na contemporaneidade. “Imaginar as possibilidades artísticas via tecnologias contemporâneas é também estar presente no tempo em que vivemos” (PIMENTEL, 2003, p. 114).

A equipe foi organizada com quatro professores mediadores, mais duas coordenadoras, todos voluntários. A equipe técnica tinha como base o Centro de Educação a Distância - CEAD-UDESC -, com suporte na plataforma Moodle. A equipe construiu colaborativamente, módulo a módulo, o curso/oficina, discutindo estratégias e conteúdos pertinentes ao professor de arte contemporâneo. De acordo com a aprendizagem proposta, o curso/oficina apoiou-se num viés multicultural- crítico, proposto por Peter McLaren e adaptada ao ensino de artes por Rosa (2004).

A arquitetura do AVA foi planejada em fóruns de discussões e chats semanais, em que se discutiram as estratégias e conteúdos a serem abordados, a flexibilidade de cada módulo, cujo percurso deveria ser revisto com base às necessidades manifestadas pelo público atendido. A experiência da equipe em EaD colaborou para o aprofundamento nas discussões e nas decisões das estratégias a serem acordadas.

Segundo Gutierrez e Prieto (1994, p. 62), um processo de educação a distância, alternativo, deve organizar a forma de expressar o conteúdo de maneira acessível e ilustrada. Além disso, o conteúdo deve ser concebido de tal forma que o

autor possa utilizar recursos expressivos e de diagramação. Para estes autores, a mediação pedagógica ocorre no tratamento de conteúdos e das formas de expressão dos diferentes temas, a fim de tornar possível o ato educativo dentro do horizonte de uma educação concebida como participativa, criativa, expressiva e relacional. Essas foram as diretrizes contempladas ao se disponibilizar os conteúdos aos professores/cursistas no AVA. Foram selecionados e discutidos, por toda a equipe, textos, vídeos, links em conformidade com a temática de cada módulo. Os conteúdos eram disponibilizados juntamente com enunciados que contextualizavam e abriam para discussão os temas abordados.

Organizado em cinco módulos, sendo o primeiro “Aprender a aprender a distância”, teve como objetivo discutir o perfil do professor e do aprendiz que interage e aprende no ciberespaço. Neste módulo, os participantes realizaram uma atividade com a proposta: Autorretrato, a tarefa envolvia edição de imagens em programas básicos, para isso foram disponibilizados alguns tutoriais e sugestões de programas como Photo Impression, Gimp e Paint e Paint Brush. Nesse primeiro módulo, de aproximadamente quinze dias, pôde-se perceber o desafio para os professores em lidar com as tecnologias digitais. A tarefa exigiu, além do conhecimento técnico, o desafio de trabalhar com um olhar revisitado do eu “ser”: Quem sou? Como me significo? A temática foi discutida com base em obras do artista Vic Muniz (1961 -).

Nos trabalhos apresentados pelos professores/cursistas, pelas imagens fotográficas escolhidas e os poemas de autoria própria, foi possível identificar aspectos da cultura local

A edição e criação das imagens no espaço digital foi um desafio para a maioria dos professores/cursistas, como consta no registro acima. As dificuldades sobre formatação e edição das imagens foram discutidas e exploradas de forma exaustiva no fórum “Dúvidas” entre colegas e professores/mediadores.

No segundo módulo, “O ensino de arte na contemporaneidade e as relações com a arte contemporânea e a tecnologia”, a proposta era ler e discutir dois artigos científicos sobre o assunto e discutir em grupo de dez participantes. Durante uma semana, os textos foram discutidos nos fóruns de cada grupo. Os professores/mediadores acompanharam as discussões, problematizando, direcionando e focando os discursos nos textos sugeridos. Os cursistas opunham resistência a esse tipo de leitura, haja vista que as mensagens não avançavam além

do senso comum; não aprofundavam a discussão. Quando os professores/mediadores recorriam a questões pontuais dos textos, os fóruns imergiam no silêncio.

Iniciou-se uma discussão sobre o conceito da arte contemporânea, a partir do vídeo69 “O que é arte contemporânea?” Produzido pelo Projeto Rumos, do Itaú Cultural, anexado ao AVA. Houve registros nos diários de bordo dos participantes, sobre a ampliação do conhecimento sobre esse assunto.

No terceiro módulo, “Possibilidades de ensino e aprendizagem a distância em ambiente virtuais”, os participantes exploraram, criaram e discutiram as possibilidades pedagógicas do uso de blogs, AVA, redes sociais, sites, museus virtuais, passíveis de aplicação na escola. Como proposta final do módulo os participantes produziram, colaborativamente, uma pesquisa sobre museus virtuais disponíveis na web. E criaram um blog70 com o objetivo de conhecer e explorar esse

tipo de mídia como recurso pedagógico e sanar dúvidas durante o curso. Após dominarem a ferramenta, os cursistas publicaram imagens e textos sobre a arte local de seus estados e cidades.

Com o objetivo de levá-los a conhecer e discutir sobre o projeto-piloto (2008) e, possivelmente, uma parceria para desenvolvimento da edição de 2010, disponibilizou-se o artigo71 que discorre sobre o projeto-piloto.

No quarto módulo, “Trocas multiculturais entre realidades distantes geograficamente”, os grupos de discussão foram alterados, levando-se em conta assiduidade, pontualidade e localização geográfica de cada um dos cursistas. Cada grupo elaborou um projeto considerando dois artistas contemporâneos brasileiros que representassem duas regiões distantes.

Após todas essas etapas, os cursistas enviaram como atividade do curso um relato de experiência sobre um projeto que tivesse abordado aspectos da arte contemporânea. Dos 31 relatos enviados, apenas 6 traziam experiências significativas sobre as temáticas da arte contemporânea na sala de aula, especificamente sobre vídeoart, arte instalação, body art. Constatou-se, de parte dos participantes, dificuldade em relatar ou abordar o conteúdo da arte contemporânea.

69 Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=xClU8ZSObqs>. Acesso em: 01 Jan 2010. 70 Disponível em <http://ticsarte.blogspot.com> Acesso em: 07 Mai 2011.

71 FERNANDES, S. M. FONSECA da SILVA, M. C. R. SOSNOWSKI, K. O uso de ambientes virtuais

de aprendizagem para o ensino de arte. Disponível em: <http://www.cleabrasil.com.br.> Acesso em: 23 ago. 2010.

Wilson destaca:

Embora a arte educação seja apenas uma pequena parte do mundo da arte – e, aos olhos de muitos, uma parte insignificante - ela é, apesar disso, formada e modelada pelo mundo da arte e reflete suas crenças. A arte educação tem muitos valores em comum com o mundo da arte; os professores reproduzem as mesmas concepções de realidade que são encontradas também no mundo da arte. (WILSON, 2005, p. 83).

O autor identifica um diálogo entre as práticas artísticas e a educação; porém, o que se encontrou ainda são crenças modernistas, não apenas nesta amostra, mas junto a grande parte dos professores de arte no Brasil: uma distância entre a arte contemporânea e o ensino de arte nas escolas, aliás, já apontado por Menezes

[...] muitos professores não deixam de vivenciar um estranhamento similar ao que grande parte das pessoas tem em relação à arte contemporânea e assim, ao justificarem-se por não entender a arte contemporânea, a excluem de seus programas e planos de aula. (MENEZES, 2007, p. 11).

Cunha (2008) e Cohn (2009) também abordam esse assunto, desenvolvendo pesquisas sobre o distanciamento da arte contemporânea na escola, ou a sua inexistência. O ensino de arte nas escolas está pautado principalmente no movimento modernista, por diversos aspectos, dentre eles a facilidade de acesso a imagens, a proximidade histórica, da mesma forma, as disciplinas de história da arte nos cursos de graduação apresentam grande foco nesses temas, embora esse processo venha mudando. O professor contemporâneo, muitas vezes não tem compreensão, por que lhe falta o repertório no contexto da crítica da arte.

Acredita-se que o contato com textos que abordaram a temática da vídeoart, como também o ensino da arte contemporânea no âmbito escolar, contribuíram para o início da desmistificação do tema por parte dos professores, esses que, após uma discussão aberta, puderam refletir sobre o estranhamento, muitas vezes causado pela falta de contato, e conhecimento do público com a obra de arte contemporânea.

Após termos promovido discussões sobre arte contemporânea, e tecnologias digitais no ensino de arte, a proposta era dar visibilidade a artistas que tivessem representatividade para as regiões dos cursistas para que em uma próxima etapa pudéssemos discutir a abordagem multicultural-crítica no ensino de arte.

A proposta final do curso/oficina contou com uma discussão sobre uma educação multicultural-crítica e inclusiva, por meio de uma vídeo-conferência, disponibilizada pelo CEAD/UDESC na ferramenta virtual Meeting, da Adobe Connect

Now, quatorze participantes e os quatro professores/mediadores estiveram online.

Apresentado pela professora doutora Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva um conjunto de fundamentos sobre o tema multiculturalismo-crítico no ensino de arte.

Considerando o vínculo com a realidade social, com o entorno, primando pelo incentivo da comunidade na escola. Ressalta Rosa

Propondo a inclusão de temas importantes, do contexto dos estudantes na pauta das atividades escolares, os professores estarão resguardando, a estes estudantes, espaço para diferenciar- se da cultura oficial. Desta forma, a escola colabora para o resgate cultural de muitos grupos oprimidos e partilha do processo de construção de uma escola inclusiva. (ROSA, 2004, p. 41)

O multiculturalismo-crítico proposto por Peter McLaren, estudioso de Paulo Freire, permeou as concepções pedagógicas neste último módulo, no qual os professores partilharam desse viés para a elaboração dos projetos. Complementando, para o desenvolvimento de uma pedagogia crítica, como afirmava Paulo Freire (FREIRE, 1996, p. 151) “é preciso ler tanto à palavra quanto o mundo”. Então, ao organizar os grupos, consideraram-se tanto o discurso dos professores quanto o seu contexto cultural, além da distância geográfica entre os integrantes.

A proposta foi elaborar um projeto que pudesse ser aplicado em suas realidades. Seguindo os cinco eixos norteadores apontados por Fonseca da Silva (2008), tinham como foco de aplicação, suas escolas básicas e estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental. Organizados em quatro grupos, onde cada integrante residia em uma diferente localidade, promovia o alargamento dos conhecimentos e a diversidade de propostas.

Dentro dos grupos, alguns cursistas disponibilizaram suas escolas para a aplicação do projeto no ano de 2010; investigaram os recursos físicos e tecnológicos, bem como o acesso à Internet das escolas; avaliaram a possibilidade de incluir visitas regulares ao laboratório de informática, como também eventuais visitas a espaços expositivos. Definidas as escolas/cidades, os grupos elegeram um artista contemporâneo que tivesse representatividade na cidade ou região da escola eleita. Cada projeto tinha como objetivo eleger duas escolas que intercambiariam

experiências por meio da Internet. As oito escolas, situadas em oito cidades e estados diferentes, consideradas aptas pelos cursistas à aplicação do projeto, foram: Aracaju (SE), São José dos Pinhais (PR), Resende (RJ), Itajaí (SC), São Leopoldo (RS), Tanabi (SP), Caxias do Sul (RS), Natal (RN). Os artistas por eles apontados foram: Adriana Varejão, Bispo do Rosário, Eduardo Wolf de Oliveira, Fabio Sampaio, Walter Firmo, Iberê Camargo, Rogério Medeiros, Ivens Machado e Os Gêmeos.

Segundo Shohat, “assim como os meios de comunicação podem promover a alteridade de certas culturas, podem também incentivar conexões multiculturais” (2006, p. 28).

Durante toda essa movimentação dos grupos, foi-se construindo a seleção de professores, escolas, cidades e projetos que participariam da edição 2010.

Durante as discussões, houve professores que se destacaram por sua disciplina, competência, disponibilidade e autonomia, requisitos que se almejava nos integrantes da edição 2010 do projeto “Plataformas virtuais de aprendizagem: Um caminho de inclusão por meio da Arte”.

É necessário repetir que entre os objetivos do curso/oficina “O uso de tecnologias contemporâneas no âmbito da arte-educação” constavam: apresentar o projeto-piloto aos cursistas; refletir sobre a educação de arte em AVA; apresentar a abordagem multicultural-crítica; por fim, selecionar professores que acreditassem no projeto para atuar na edição de 2010.

A estratégia de seleção dos professores teve uma primeira etapa, na qual cada professor/mediador acompanhou o percurso trilhado de dez cursistas, analisando as discussões nos fóruns e chats, a qualidade das atividades enviadas, as respostas aos dois questionários72.

O relato de experiência enviado para o AVA, pelos cursistas, foi mais um dos critérios para a seleção. Foi de grande relevância traçar um perfil dos professores cursistas, haja vista que alguns oferecem grande resistência às inovações tecnológicas, bem como à inclusão dos conteúdos de arte contemporânea em seu contexto escolar. O conhecimento das possibilidades do AVA Moodle, e de criação de blog, também foram considerados.

Assim, cada mediador, após avaliar dez cursistas, indicou um para aplicar o projeto. Foi deste modo que se chegou ao número de quatro professores, que

72 Questionário 1: dispositivos tecnológicos disponíveis na escola e disponibilidade; Questionário 2)

representavam quatro escolas e, respectivamente, quatro cidades. A coordenação também participou da seleção, acreditando que o comprometimento do participante seria replicado na experiência de 2010.

Procurou-se por um perfil flexível, ativo e criativo, que resolvesse problemas que surgissem ao longo do percurso, com propostas de atividades aplicáveis ao projeto em sua própria escola, como também se dispusesse a aprender com o público adolescente, a enfrentá-lo de forma desafiadora e a trabalhar em ambientes

online. Em colaboração com um outro docente de uma realidade diferente da sua e

que nunca havia visto ou falado presencialmente.

A localização geográfica também foi considerada, aspecto que ampliaria e enriqueceria ainda mais a troca entre estudantes e professores, sobre os referenciais culturais e imagéticos.

O próximo passo era unir as duplas, que a priori foram definidas da seguinte forma: Caxias do sul (RS) e Tanabi (SP); e a segunda dupla São José dos Pinhais (PR) e Aracaju (SE).

A aplicação do projeto, planejada para os meses de abril e julho de 2010, foi iniciada dentro do prazo. O CEAD/UDESC disponibilizou dois ambientes virtuais de aprendizagem (que compreendiam em AVA vazios, isto é, sem alunos e sem conteúdos), tudo seria construído e organizado pelos professores responsáveis juntamente com a coordenação a partir do momento que todas as questões técnicas e administrativas tivessem sido estabelecidas.

O professor, que representava o estado do Paraná, acessou o AVA, participou das primeiras discussões sobre planejamento, juntamente com a professora de Aracaju (SE), mas segundo registros do dia 29 de março, desistiu da participação por falta de uma pessoa responsável pela sala informatizada na sua escola. A professora de arte da cidade de Tanabi (SP), também enviou um email avisando que sua escola estava em greve, e que temia não conseguir cumprir com os prazos de início e término da experiência.

Sendo assim, as duplas demoraram em torno de 15 dias para se definirem. Após a desistência das cidades de Tanabi (SP) e São José dos Pinhais (PR), as professoras de Aracaju (SE) e Caxias do Sul (RS) formaram uma nova dupla, e reiniciaram as atividades de revisão e ajustes do pré projeto juntamente com uma

Tutora73 de Porto Alegre (RS), designada pela coordenadora geral do projeto nas

questões técnicas e pedagógicas dentro do AVA. As professoras juntamente com a Tutora foram responsáveis por traçar a metodologia, objetivos, os procedimentos técnicos, o planejamento e escolher os recursos didático-pedagógicos para trabalhar os cinco eixos propostos por Fonseca da Silva (2008).

73 Nesse modelo de curso, a tutora tinha como papel garantir o alcance dos objetivos propostos e

criar parcerias com as professoras envolvidas contribuindo no processo de construção do

pensam ent o. rede e mediar as interações. Promover o diálogo, o debate e desafios que despertem

5 AS INTERAÇÕES ENTRE CAXIAS DO SUL (RS) E ARACAJU (SE)

O propósito desse capítulo é apresentar o percurso e o contexto da investigação, bem como expor a metodologia de análise dos dados coletados. Com o objetivo de preservar a identidade das participantes, optou-se em referir-se aos sujeitos dessa investigação por suas cidades de residência. Outro tratamento ao qual os dados foram submetidos, para melhor organizá-los, foi o de identificar os tópicos, bem como as datas das mensagens postadas no AVA, entendendo que esses são de grande importância para a compreensão da análise. Entretanto, esse tratamento, pode causar uma sensação de repetição, ou mesmo de desencontros das datas, haja vista que, a coleta de dados realizada no AVA linearmente não dialoga simultaneamente com a lógica assíncrona dos fóruns, onde foram coletados a maioria dos dados.

Como objetivo principal dessa investigação elencou-se identificar a construção do planejamento pedagógico das professoras de Caxias do Sul (RS), e Aracaju (SE), bem como as interações didático-pedagógicas entre elas, em um ambiente virtual de aprendizagem (AVA), numa proposta de ensino de arte online, embasada num viés multicultural-crítico. Objetiva, também, explorar quais foram as temáticas contemporâneas de arte propostas por elas. E, por fim, pretende-se nesta pesquisa, analisar a relevância do enfoque da prática docente crítica como necessidade de superar formas tradicionais e de transformá-las, produzindo novos conhecimentos sobre a prática.