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Os Conceitos e Definições de Parques Científicos e Tecnológicos

2.2. Os Parques Científicos e Tecnológicos

2.2.1. Os Conceitos e Definições de Parques Científicos e Tecnológicos

Não existe uma definição universal para a conceituação de parques científicos e tecnológicos. Através de uma revisão de literatura foi possível identificar algumas das definições disponíveis e que se tornaram a base para este trabalho de pesquisa. Conforme mencionado anteriormente, segundo a Associação Internacional de Parques Científicos e Tecnológicos (International Association of Science Parks -

IASP, 2004)10, um PCT é uma organização gerida por especialistas, cujo principal

objetivo é aumentar a riqueza da comunidade, através da promoção da cultura da inovação e da competitividade das empresas e instituições baseadas no conhecimento que lhe estão associadas. Para alcançar estes objetivos, um parque:

a) Estimula e gerencia o fluxo de conhecimentos e de tecnologias entre Universidades, instituições de P&D, empresas e mercados;

b) Facilita a criação e o crescimento de empresas baseadas na inovação através da incubação e de processos de spin-off;

c) Fornece outros serviços de valor acrescentado, bem como espaços e serviços de apoio de elevada qualidade.

10 Tradução livre pelo autor, baseado em IASP

– International Association of Science Parks. SP

A Associação de Parques de Pesquisa de Universidades (Association of Universities

Research Parks - AURP, 2006)11 estabelece que um parque de pesquisa e desenvolvimento é uma propriedade que contém:

a) Uma área de terra planejada contendo edifícios prioritariamente voltados para a instalação de infra-estrutura de pesquisa e desenvolvimento envolvendo ainda empresas de base tecnológica, unidades de pesquisa pública e privada, além de infra-estrutura complementar de serviços;

b) Uma estrutura que promova a participação de uma ou mais universidades ou institutos de pesquisa ou outras organizações de ensino superior ou pesquisa; c) Um ambiente capaz de promover uma interação entre as universidades e as empresas, prioritariamente nas ações de pesquisa e desenvolvimento com o objetivo de se criar novos negócios e promover o desenvolvimento econômico;

d) Um ambiente capaz de promover a transferência de tecnologia entre os agentes que participam do parque, principalmente entre as universidades, os institutos de pesquisa e as empresas;

e) Um ambiente capaz de promover o desenvolvimento da comunidade local e regional baseado em conhecimento e tecnologia.

A Associação de Parques Científicos e Tecnológicos do Reino Unido (United

Kingdom Science Parks Association - UKSPA, 2006)12 define um parque científico e tecnológico como um negócio capaz de fomentar e suportar iniciativas relacionadas a incubação de empresas de base tecnológica, assim como promover o crescimento dessas iniciativas através do fornecimento de infra-estrutura adequada e serviços de suporte. Essa infra-estrutura e esses serviços devem incluir:

a) Colaboração com agências de desenvolvimento econômico;

b) Ligações formais e operacionais com centros de excelência tais como universidades, institutos de pesquisa e outras organizações de ensino superior;

11 Baseado em http://www.aurp.net/about/whatis.cfm com tradução livre pelo autor. 12 Baseado em http://www.ukspa.org.uk/ com tradução livre pelo autor.

c) Um sistema de gestão que apóie as pequenas e médias empresas de base tecnológica e os processos de transferência de tecnologia entre os agentes; d) Um ambiente favorável a integração de grandes empresas e negócios

internacionais com centros de excelência em ciência e tecnologia.

No contexto nacional, a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas (ANPROTEC, 2004)13 define um PCT

como:

a) Um complexo industrial de base científico-tecnológica planejado, de caráter formal, concentrado e cooperativo, que agrega empresas cuja produção se baseia em pesquisa desenvolvida em centros de P&D vinculados ao Parque. b) Um empreendimento promotor da cultura da inovação, da competitividade, e

do aumento da capacitação empresarial, fundamentado na transferência de conhecimento e tecnologia, com o objetivo de incrementar a produção de riqueza.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, 2006), define um parque científico e tecnológico como um complexo voltado para o desenvolvimento econômico e tecnológico que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento das empresas de alta tecnologia, envolvendo infra-estrutura de pesquisa, laboratórios, incubadoras de negócios, assim como ambiente para treinamento e troca de experiências em negócios, e serviços associados no mesmo empreendimento. As características gerais de um parque são:

a) Promover pesquisa e desenvolvimento através das parcerias entre as empresas e a universidade, apoiando o crescimento de novos negócios baseados na economia do conhecimento;

b) Facilitar a criação e o crescimento de empresas baseadas na inovação através da incubação;

c) Estimular o fluxo do conhecimento entre as universidades, instituições de pesquisa, empresas e mercado;

13 ANPROTEC

– Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas. Glossário Dinâmico de Termos na área de Tecnópolis, Parques Tecnológicos e

d) Prover um ambiente onde as empresas e centros de geração de conhecimento possam interagir.

Dentre as diversas definições e conceitos apresentados pelas diversas organizações, cabe destacar a importância do vínculo com as universidades e institutos de pesquisa, o apoio à criação e ao desenvolvimento de empresas de base tecnológica e o estímulo que se dá aos processos de transferência de tecnologia entre os agentes que participam do empreendimento. Para este trabalho se adota a definição estabelecida pela IASP por ser considerada a de maior penetração no universo relativo ao tema.

Os parques tecnológicos são iniciativas planejadas que visam criar condições favoráveis para que as tecnologias desenvolvidas nas universidades e institutos de pesquisa e desenvolvimento sejam transferidas para o setor de produção, via pesquisadores que criam ou participam da criação de empresas com o emprego das tecnologias geradas (Santos, 2005).

Segundo Felsenstein (1994), um parque científico e tecnológico tem sido criado para se alcançar dois objetivos básicos. O primeiro objetivo fundamental de um parque é o de servir para o agrupamento e desenvolvimento de empresas de base tecnológica, possibilitando o surgimento de novas empresas de base tecnológica, onde a interação entre a pesquisa científica e tecnológica e o mundo dos negócios possa viabilizar o desenvolvimento e aprimoramento de novos produtos e processos. O segundo objetivo de um parque tecnológico ou distrito industrial de tecnologia é o de agir como um catalisador para a promoção do desenvolvimento regional ou revitalização econômica de uma determinada região com vistas ao crescimento econômico.

Link e Scott (2003 e 2006) definem um parque científico e tecnológico de universidade como um cluster de organizações de base tecnológica que estão localizadas dentro ou próximo do campus da universidade. Esta proximidade tem o intuito de permitir que estas organizações se beneficiem desta proximidade, obtendo benefícios diretos do processo de criação de conhecimento e das pesquisas desenvolvidas pela universidade. A universidade não somente transfere conhecimento para estas organizações que dela estão próximas, como também

espera desenvolver o conhecimento de forma mais eficaz em função de sua associação com as organizações instaladas em seu parque. O autor afirma ainda que a forma de relacionamento entre a universidade e o parque tecnológico pode ser muito explícita, quando a universidade é proprietária da área do parque, de seus edifícios e disponibiliza ou aluga os espaços para as organizações e empresas residentes no parque; ou implícita, quando o parque tecnológico - normalmente privado - está conectado a universidade de forma indireta, podendo a universidade operar ou possuir edifícios e instalações no interior do parque.