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Os fatores estruturais e organizacionais de implementação

A implementação e o controle do plano estratégico

5.1. A implementação das estratégias

5.1.2. Os fatores estruturais e organizacionais de implementação

É fundamental saber o quanto será alterado da estratégia antiga para a que agora vai se implementar, isso dá idéia da dimensão das mudanças, do porte dos possíveis problemas que serão enfrentados e das necessidades estruturais e organizacionais que precisarão ser atendidas.

Os fatores estruturais e organizacionais considerados para a implementação das estratégias são: a estrutura, a cultura, os mecanismos organizacionais e a seleção da melhor da abordagem.

ALTA

MÉDIA

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ALTA MÉDIA BAIXA

Efeito Arraste

A estrutura

Como toda organização, a localidade necessita de uma estrutura organizacional para levar a cabo o plano estratégico. No caso, essa estrutura é dada pelo conjunto do agrupamento de instituições públicas e privadas que participam do processo. Geralmente, o aspecto formal dessas funções acaba ficando como de responsabilidade do poder público, que coordena os esforços dos demais envolvidos e que dispõe, normalmente, de um a estrutura permanente para isto. Existe ainda a estrutura informal da localidade, que no caso se constitui num componente importantíssimo para o plano estratégico e é representada pelos chamados formadores de opinião e pelas entidades de pressão social.

A estrutura informal da comunidade é importante pelo apoio ou oposição que ela poderá fazer às estratégias propostas e, portanto, precisa ser bem cuidada. Porém, é na estrutura formal que se tem, geralmente, um grande problema que é o de organizar os aspectos formais das forças sociais interessadas no desenvolvimento, representadas pela organização dos agentes ativos.

Normalmente, os órgãos públicos atuam com uma estrutura funcional permanente, mas dependendo da estratégia ou projeto, pode ser estruturada uma organização, muitas vezes virtual, que poderá ser administrada por uma estrutura matricial. A forma de gerenciamento matricial é muito própria para o caso, possibilitando uma melhor acomodação de variedades de estratégias e, principalmente, de membros componentes em vista da estrutura da organização dos agentes ativos ser formada, temporariamente, por pessoas vindas de estruturas organizacionais diferentes, que naquelas ações se juntam para buscar atingir os objetivos da comunidade.

A cultura

É importante conhecer a cultura do conjunto dos agentes ativos que empreenderão esforços para a implementação das estratégias. Como já vimos, esse conjunto nasce, não de um recrutamento e sim de um processo de convites e adesão, cujo vínculo direto seria o do desenvolvimento da comunidade, mas que está constituída por uma série de elementos que, às vezes, divergem entre si quanto à forma e ao meio de alcançá-lo.

Nesse conjunto, excetuando a liderança do prefeito da localidade que precisa ser forte, pois dará a dimensão de importância e a intensidade da dinâmica do processo, as demais tendem a ser mais difusas, visto que são oriundas de várias instituições distintas, cada uma com sua própria liderança. Fora isto, existe a liderança orientadora que é desempenhada pela coordenação feita pelo órgão público encarregado do processo, em torno do qual se aglutinam as forças que buscam o desenvolvimento. Em vista disso tudo e como não existe um sistema impositivo, os mecanismos de implementação e controle das ações costumam ser fracos, pois dependem muito do comprometimento e colaboração dos agentes ativos.

Como as ações são públicas, os agentes ativos são altamente suscetíveis a incidentes como as críticas e as crises organizacionais. Seu sucesso é muito dependente da costura política, que nem sempre é partidária, ideológica ou de convergência de seus componentes. Os principais dirigentes do processo devem procurar se apoiar no processo, principalmente, nas crises organizacionais, apoiando-se nos valores e crenças, dar exemplo de comportamento para os demais participantes formais ou informais do processo estratégico. Como não existe recompensa material ou de posição, tudo que se pode almejar é o reconhecimento público, através do pares participantes, dos formadores de opinião e das entidades de pressão social.

Os mecanismos organizacionais

Além dos acima citados, contribuem para o desenvolvimento organizacional:

— O desenho e estrutura da organização dos agentes ativos mostram como ela está pronta para desempenhar as incumbências que lhes foram alocadas. Podem enfatizar maior profundidade na abordagem, ou na utilização dos melhores meios e recursos.

— O espaço físico utilizado, também cria também um certo simbolismo importante, tanto para os membros participantes como para os que estão de fora do processo.

— Os sistemas e procedimentos organizacionais, como rotinas, reuniões e relatórios periódicos podem traduzir o senso de importância com que a organização, representada pelo conjunto dos agentes ativos, desempenha seu papel.

— Os pontos de referência histórica e de comportamento dos membros participantes ajudam na criação de valores e crenças que facilitam nos dilemas das decisões assemelhadas futuras.

— A declaração formal e explícita da filosofia e valores adotados pela coordenação e organização dos agentes ativos ajuda na formação das “crenças” que facilitam a propagação dos propósitos de todos.

A seleção da melhor abordagem

A forma de propor a implementação pode ser um componente importante no sucesso da implementação e da própria estratégia, mesmo que isso não a qualifique como a mais acertada.

Sobre a forma de fazer a abordagem Certo e Peter (1993)10 mencionam os modelos:

• Impositivo: que são os modelos que são determinados de cima para baixo, normalmente autoritário. Em casos em que é mantido o que vem sendo feito, ou que são introduzidas grandes mudanças, no modelo impositivo,normalmente, um grande volume recursos precisa ser alocado para se manter a continuidade e controle do processo. Nesses casos é exigido menos dos agentes ativos, porém muito de suas lideranças.

• Colaborativo: às vezes, este modelo de abordagem é usado somente entre os agentes ativos e, em outras vezes, para toda a comunidade. Neste último caso, o que se busca é envolver toda comunidade numa proposta mais profunda de mudança cultural da própria comunidade. Nos dois casos o trabalho de convencimento e propaganda é demorado e no último caso muito custoso, porém atingido um ponto crítico ele passa a ter um apoio amplo, automotivado e mais duradouro, independente de controle.