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5 CATEGORIAS E CRITÉRIOS PARA A ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE PORTAIS

8.2 OS IMPACTOS DOS PORTAIS NAS PRÁTICAS PARTICIPATIVAS NA PERCEPÇÃO

Nesta seção faz-se a análise das entrevistas realizadas com os agentes públicos, procurando abordar os impactos dos portais eletrônicos nas práticas participativas locais. Procura-se ainda destacar as dificuldades da utilização das TICs no âmbito social e cultural, sob o prisma da percepção dos gestores públicos. É importante realizar esta abordagem, pois as tecnologias são produtos de uma sociedade e de uma cultura. Entretanto, a distinção

traçada entre cultura (a dinâmica das representações), sociedade (as pessoas, seus laços, suas trocas, suas relações de força) e técnica (artefatos eficazes) segundo Lévy (1999, p. 22) só pode ser no campo conceitual, pois in loco subentende-se que estes três olhares são intrinsicamente interligados e correlatos.

As técnicas carregam consigo projetos, esquemas imaginários, implicações sociais e culturais variadas, sua presença e uso em lugar e época determinados cristalizam relações de força diferentes entre seres humanos. Lévy (1999) faz uma analogia do uso das máquinas a vapor em relação à utilização dos computadores pessoais. Para este autor, as “máquinas a vapor escravizaram os operários das indústrias têxteis do século XIX, enquanto que os computadores pessoais aumentaram significativamente a capacidade de agir e de comunicar dos indivíduos” no século XX. A técnica é um elemento central nas sociedades modernas, visto que ciência e técnica estão a serviço de interesses que moldam e delimitam o curso dos acontecimentos sociais e tendem a atuar em detrimento da emancipação do ser humano. Ou seja, a capacidade de pensar com independência dos indivíduos, possibilitando o questionamento dos dogmas estabelecidos.

Entretanto Tenório (1998) enfatiza que a razão instrumental é um tipo de ação utilitarista; baseado no cálculo de meios e fins; implementada através da interação de duas ou mais pessoas; um dos atores tem autoridade formal sobre a(s) outra(s); é uma combinação de competência técnica com atribuição hierárquica (comportamento tecnocrático); gestão que enfatiza a ação gerencial do tipo monológica; e é o modelo gerencial presente por excelência nos sistemas – governo e sistemas – empresa.

O objetivo nesta dissertação não é desmerecer a razão instrumental, mas sim utilizar os aspectos positivos da técnica em prol de uma base epistemológica comunicativa, proposta por Jürgen Habermas, que procura estabelecer elementos conceituais democratizantes das relações sociais na sociedade contemporânea por meio de processos dialógicos. O conceito de ação comunicativa reflete os meios linguísticos estabelecidos nas relações do ator com o mundo. Os atores podem influenciar uns aos outros com o intento de formar opiniões ou conceber suas intenções para o seu próprio propósito (HABERMAS, 1987 p. 136).

Em tese o propósito de Habermas não é suprimir a razão instrumental nem torná-la menos importante do que a racionalidade comunicativa, mas subordiná-la à RC, conjugando o agir do sujeito com relação aos fins. Esta relação é denominada por Habermas como agir comunicativo. Na visão deste autor a racionalidade emerge de uma relação dialógica em um contexto sem coerção, possibilitando aos atores exteriorizarem suas opiniões, ideias e

posicionamentos políticos sem receios. Entretanto, à medida que o ator argumenta seu ponto de vista, o mesmo está passivo de contestação por meio do contra argumento.

Habermas não sugere a exclusão do mundo do sistema na qual fazem parte aquelas organizações que compõem a esfera econômica, com ênfase no acumulo de capital, produtividade e poder tipicamente características da razão instrumental, do mundo vivido, que corresponde às vivências e às experiências de vida pela RC. Habermas reconhece que há uma instrumentalização do homem resultante da crescente interferência do mundo do sistema, mas que este não pode se tornar absoluto a ponto de interferir no modo de vivência do individuo, mas, ao mesmo tempo, reconhece-se a inevitabilidade dos avanços tecnológicos para satisfazer às necessidades da humanidade.

Habermas (1968) adverte que o uso da técnica pode debilitar como aumentar o poder do homem. Neste estudo adota-se a perspectiva de empoderamento do sujeito pela lógica da gestão social e não sob o ponto de vista do capital, pois em suma, o significado de empoderamento pode representar dois universos antagônicos. Por um lado tem-se o poder atribuído à emancipação do individuo enquanto sujeito conhecedor de seus direitos com vez e voz para questionar e exigir por melhores condições sociais e na outra face, o poder representado pelo acumulo de riqueza, capital, lucratividade abusiva (setor do mercado) e pouca distribuição de renda, ou seja, poucos indivíduos com alta concentração de capital e enquanto que, na outra ponta, há muitos cidadãos com pouca acumulação de capital, muitos vivendo às margens da sociedade, sem vez, voz, beirando a exclusão do direito de liberdade, justiça e igualdade.

A partir do modelo racional comunicativo, leva-se em questão a inserção tecnológica no cotidiano das sociedades. Lévy (1999 p. 27) compartilha do pensamento de que nenhum dos principais atores institucionais – Estado ou empresas – planejaram deliberadamente, assim como nenhum grande órgão de mídia previu o desenvolvimento da informática pessoal, ou das interfaces gráficas interativas para todos, muito menos programas que sustentam as comunidades virtuais31, ou dos hipertextos32 ou mesmo da World Vide Web33.

31 Comunidade virtual é um grupo de pessoas se correspondendo mutuamente por meio de computadores interconectados;

32 Hipertexto é um texto em formato digital, reconfigurável e fluido. Ele é composto por blocos elementares ligados por links que podem ser explorados em tempo real na tela. A noção de hiperdocumento generaliza, para todas as categorias de signos (imagens, animações, sons etc.), o principio da mensagem em rede móvel que caracteriza o hipertexto;

33 A World Wide Web é uma função da internet que junta, em um único e imenso hipertexto ou hiperdocumento (compreendendo imagens e sons), tosos os documentos e hipertextos que a alimentam.

À vista disso, a Internet tornou-se um instrumento de extrema importância e dependência no mundo moderno e no contexto participativo, dado a sua área de abrangência. Entretanto a sua utilização esbarra involuntariamente na baixa capacidade infraestrutural dos municípios da RFP 7, acarretando processos comunicativos e informacionais alternativos para interagir com a sociedade, principalmente naqueles municípios de pequeno porte. Estender aos cidadãos o acesso à internet, assim como a elaboração de técnicas participativas por meio das TICs, implica em minimizar a exclusão digital, consequência de um sistema capitalista excludente que se baseia no fator socioeconômico para delimitar a um grupo seleto da sociedade o acesso à informação.

Desta forma, o acesso à internet no Brasil de acordo com a PNAD 2011, e já mencionado no decorrer deste estudo, tem aumentado ao longo dos últimos anos. Em se tratando dos canais de difusão da informação para o desenvolvimento da participação faz-se necessária à fluência das informações nos diferentes âmbitos participativos. Tenório (2008c) menciona que para se alcançar este objetivo, cabe a utilização de canais adequados a fim de reunir todos os participantes potenciais. Há em todos os relatos a afirmação de que de uma forma ou outra (por meio do instrumento A ou B) existe a possibilidade de acesso às informações sociopolíticas, ações municipais, informativos, entre outras informações relevantes para a população.

Evidenciou-se nas análises das entrevistas que um dos principais meios na qual os municípios interioranos ainda utilizam para se comunicar com os munícipes se dá por meio do rádio. Este instrumento de comunicação parece ser o canal de difusão de informação mais utilizado quando há necessidade de alcançar um maior número de pessoas, do que jornais, carros de som e outros meios tradicionais. “Pelo rádio, até porque culturalmente o nosso município registra uma audiência muito grande nos programas de rádio. Mas, no entanto nós não nos descuidamos dos outros meios disponíveis hoje, principalmente a questão da mídia eletrônica”. (AP1)

“O canal de comunicação mais utilizado pela Prefeitura é o rádio, acho que é uma coisa já culturalmente bem estabelecida, nossa da região, a população tem o hábito de ouvir rádio, e tem inclusive o hábito de se atualizar das questões da Prefeitura pelo rádio, temos uma nova geração já, facebook, e acesso a internet e tal, que não podemos ignorar essa parcela, mas o pessoal sem dúvida, na minha opinião é o rádio”. (AP2)

Nota-se aí o uso das redes sociais para comunicar e mobilizar os cidadãos. Outra característica que fica clara nos relatos acerca do principal meio utilizados pela prefeitura para se comunicar com o cidadão é a utilização do telefone:

[...] sem dúvida nenhuma o telefone. O telefone em primeiro lugar, e-mail em segundo lugar. Mas em primeiro lugar ainda está o telefone, por causa da nossa forma de administrar que é de contato direto, tanto que o meu telefone funcional está fixado em toda cidade, pro pessoal ligar, é um convite pro povo ligar pro Prefeito, a hora que quiser. (AP3)

Olha, como toda cidade pequena acho que o principal meio é o contato direto, o contato que as pessoas tem com as secretarias, outra forma hoje cada vez mais crescente é o site, através da internet, através do Fale Conosco, ou outros meios específicos. (AP4)

Por caracterizar-se como um dispositivo comunicacional, cuja relação entre os participantes incorre na relação um-um ou bidirecional, este instrumento se mostra ineficiente quando comparado com potencial de mobilização através da internet. Na prática o uso de e- mails e telefone pode transmitir a ideia de uma administração centralizadora, pois ao realizar audiências públicas, os representantes podem informar apenas os atores de seu interesse, comprometendo a pluralidade na participação.

Cada gestor possui uma visão diferenciada sobre o meio mais utilizado para interação sociedade-governo, cabendo a interpretação, de que de acordo com o modelo adotado para gerir a coisa pública, somando as particularidades de cada município, pode haver diferenciação no modo como as administrações locais fazem o uso das TICs. Em algumas falas foi possível perceber que o meio mais usado para informar a população e também como principal instrumento disponível à população para requerer informação são os portais eletrônicos.

[...] o site da Prefeitura, ou então você utiliza como portal de comunicação, nós entendemos que as redes sociais hoje são fundamentais para o conhecimento, [...] com o objetivo de que os próprios e a comunidade saiba o que está acontecendo no gabinete da Prefeitura Municipal. Entendemos também de que a mídia, que é utilizado os meios de comunicação, ou seja, escrita e falada é fundamental também, porque nem toda a população utiliza o site para ter informações. Nós temos aproximadamente, [...] uma faixa de 35% utiliza sites e redes sociais, e as outras através do tempo, eles estão utilizando os outros meios como já disse dos sistemas de comunicação. (AP5)

O rádio é o que mais abrange o pessoal, os munícipes, e a internet é o pessoal mais jovem que está usando. Os jornais já não tem tanto acesso assim, mas o rádio sempre tem. Nós temos um canal no rádio que tem diretamente os anúncios da prefeitura, aí tudo que a gente precisa a gente coloca no site também. (AP6)

Já a publicização via internet está mais sujeita a falhas, uma vez que apenas 1/3 da população tem acesso à internet, levando também em consideração que boa parte dos atores envolvidos é do meio rural e de baixa renda. Talvez o canal mais eficiente nessas regiões ainda seja o rádio.

A empresa contratada com a qual nós estamos tendo algumas dificuldades, saí constantemente do ar, ontem a tarde, por exemplo, estava escuro aqui, e isso não é mais possível. Então nós estamos com algumas dificuldades de tecnologia aqui também, nós não temos fibra ótica no município, eu estou com uma briga muito grande com as empresas pra nós conseguirmos inclusive se não houver outra alternativa eu estou me propondo a pagar fibra ótica pra trazer ao município porque nós temo o problema de velocidade da informação. O sistema aqui de internet é muito de rádio ainda, com antenas espalhadas por aí, e aí as condições climáticas interferem diretamente então essa é uma das dificuldades que a gente tem pra se comunicar virtualmente com a sociedade. Hoje eu acho que nós iríamos estar distribuindo fibra ótica pra zona rural, só que nem chegou na cidade esse recurso. (AP7)

De acordo com o Censo Demográfico (2010)34 o rádio e o telefone são os dois meios de comunicação mais presentes na vida da população, tornando estes meios mais eficientes e eficazes para a mobilização e informação das pessoas quando de interesse público. Mas não significa dizer que estes meios são mais eficientes e eficazes sob o ponto de vista participativo do que os portais eletrônicos, mesmo a divulgação via internet sendo mais propensa a falhas, e pelo fato de nos municípios do interior o acesso à mesma ser limitado, seja por questões de infraestrutura, ou por questões culturais, as práticas participativas via internet são mais interativas do que por rádio e telefone.

[...] temos ainda uma tradição muito grande de rádio, estamos falando do que, estamos falando de assuntos ligados a prefeitura, a gente faz muitas reuniões ligadas com a comunidade, mas o que eu digo que a média nas reuniões que a população vem é muito elevada. Porque a população mais interessada em saber o que está acontecendo na Prefeitura, é uma população com um pouco mais de idade e essa população não está ainda utilizadora da internet. Há mas a minha vó usa, a minha tia usa, usa pra conversar com os netos, não vai buscar notícias, não vai acessar o site da Prefeitura. Vai mudar isso, está mudando já, mas acho que o principal mecanismo hoje é o rádio. (AP2)

Embora os canais de difusão de informações voltados às políticas públicas representem um instrumento na qual a sociedade pode ter conhecimento acerca das ações realizadas pelo Estado, bem como, passar a identificar os seus direitos, observou-se uma variedade de canais possíveis e que podem ser potencializados pelos gestores públicos.

34

IBGE. Censo Demográfico. Brasília: Gov. Federal, 2010. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Resultados_Gerais_da_Amostra/resultados_gerais_amost ra.pdf. Acessado em: 20 de Janeiro de 2014.

Todavia, dentre os canais abordados neste estudo, aquele que apresenta maior potencialidade de comunicação, interação multidirecional, multiálogos (conversa cruzada), ou seja, na sua essência, proporciona a comunicação entre muitos e para muitos (todos-todos) é a internet.

Neste ensejo, há pouca utilização dos portais eletrônicos para fins de mobilização dos munícipes no que se refere a participar de chamadas públicas, delegar decisões, realizar sondagens de opinião e posteriormente publicação das mesmas no site.

[...] Sondagem de opinião pública não, mas o restante sim. (AP5)

[...] Não, por meio do site não. (AP8)

[...] Eu acredito que não. Tem um íconezinho pra sugestões, mas eu acredito que ainda não está nesse estágio. (AP1)

[...] Perfeitamente, nesse site há um portal de transparência, onde o cidadão pode manifestar a sua opinião, saber das normas, tudo que acontece na Prefeitura Municipal, nos mais diversos setores da municipalidade. (...) está disponível, o acesso para que o cidadão possa opinar, criticar, enfim, encaminhar pedido de informações e posteriormente isso é informado aos cidadãos através de meio eletrônico ou diretamente na prefeitura pra que ele possa estar a par de tudo que acontece na administração municipal. (AP9)

[...] Proporciona. O cidadão tem acesso ao portal, só nós não costumamos fazer muita mobilização por parte do município, que nós temos que ter uma atribuição do órgão político, e o órgão político é a Câmara. A representação política do cidadão é a Câmara. (AP3)

[...] Sem dúvida nenhuma. Em alguns períodos do ano são realizadas enquetes, busca de opiniões por parte dos cidadãos (...) também através do site e do portal são disponibilizados oportunidades aí para que o cidadão possa se manifestar, participar, opinar, sobre ações, projetos e programas, realizadas pelo município, ou novos programas que deverão ser inseridos no planejamento municipal, através do site, e também a nível pessoal, a nível do protocolo geral da Prefeitura, o cidadão pode se manifestar livremente, colocando a sua opinião sobre o trabalho desenvolvido pela Administração Municipal. (AP9)

[...] deliberação nada, nunca teve nenhuma votação e tal, não que a gente seja contra, e acho que sim, esse mecanismo, essa é uma área que cada vez mais a gente está pretendendo usar. A gente tem algumas limitações no desenvolvimento e tal, (...) uma ideia que a gente tem aqui na Prefeitura também, a pessoa quer pedir um alvará de Vigilância Sanitária, ele entrasse na página ele já identificasse o caso dele, uma padaria, uma loja, e ele já cadastrasse o seu pedido, imprimisse o boleto e só fosse lá buscar o alvará, ou recebesse a visita. Então isso não é bem um blog, isso é um site que precisa de mais estrutura, tanto no desenvolvimento, como no monitoramento e manutenção e a gente começa nas famosas limitações da gestão, mas essa é a meta. (AP2)

Observa-se um descolamento entre a fala dos atores para com as análises dos portais eletrônicos, pois nenhum portal apresentou a deliberação da decisão política aos atores por

meio da página Web, embora houvesse a afirmação de que sim, é realizada votação on-line. Alguns dos prefeitos entrevistados, quando questionados acerca das deliberações por meio do site destacaram que “É feito através dos jornalistas, que tem preparação também de inclusão digital”, ou “[...] muitas informações a comunidade aqui de [...] é bastante participativa, tem muitas ONGs e algumas ações que a administração municipal deseja realizar sempre, tem a participação da comunidade e dessas ONGs e através do site da prefeitura elas ficam sabendo dessas informações também”.

Percebe-se certo desconhecimento dos agentes públicos sobre o que é deliberar, vários interpretaram como sendo a ação de informar, quando explicado o que de fato significa esta ação, afirmaram a inexistência desta prática por meio do site e que a divulgação das informações ocorre muito mais por uma questão de imposição do que por preocupação da administração pública em informar os seus cidadãos.

Mas, a de destacar, que a deliberação por vezes é inviável nos municípios de pequeno porte principalmente por questões de infraestrutura, como também por visões ideológicas.

A deliberação na verdade hoje nós temos uma estrutura de gestão democrática que ela está organizada com os fóruns, a Câmara de Vereadores que é um dos representantes da população que deliberam, [...] agente tem N números de Conselhos, tem o Conselho de Saúde, de Educação, que é onde tem a representação direta [...]. Então esses fóruns eles representam, garantem a representação e alguns tem a tarefa de fazer a deliberação, e aí eu acho que é meio estranho também fazer essa deliberação passar pra internet, nós vamos ter que estar muito mais avançado [...]. (AP2)

Este gestor acha que a deliberação via internet é estranha, mas corrobora com o pensamento que a deliberação não pode ser feita somente pela internet, pois tem certa gama da população que não utiliza a mesma, e, portanto, o resultado final poderia ser comprometido, dado que a decisão da votação valeria para toda a sociedade, tanto os que votam pela rede, como os que exercem o sufrágio fisicamente.

A internet também tem um povo que usa e tem um povo que não usa, quando você vai deliberar uns dois grupos precisam se manifestar, então a gente tem que ter mecanismos institucionais. Mas nada impede que no futuro se tenha, principalmente pra itens específicos, que orientem. A palavra deliberação pra mim é uma palavra que tem um peso, a gente é que á da saúde sabe o que são os Conselhos Consultivos e o que são os Conselhos Deliberativos, o conselho decide, aquilo é Lei então quando a gente fala em deliberar, não é o Prefeito fez uma pesquisa na internet e deu isso, não isso não é deliberativo. Mas nem essas a gente não tem feito. (AP2)

Em relação ao critério da qualidade da informação Tenório (2008c), destaca que a informação deve ser clara, útil e plural, explicitando os objetivos do processo para os participantes potenciais se envolvam nos processos de discussão.

As informações disponibilizadas em alguns portais são centralizadas em um técnico de informática que recebe as informações de cada secretaria, neste caso a elaboração da notícia e/ou informação é descentralizada não sendo de responsabilidade do prefeito.

Cada secretário seleciona as matérias e repassa elas pra uma pessoa que tem o controle disso, que insere a matéria, mas é uma responsabilidade que eu descentralizei, não é minha, eu nunca coloco uma informação lá. Cada secretaria tem a responsabilidade de torna-lo mais transparente possível os seus atos e as suas sessões. (AP7)

Entretanto o processo de escolha das informações a serem disponibilizadas no site seguem somente as premissas impostas pelas legislações estadual ou federal.

Somente legais, não são imposições, mas nós precisamos trabalhar dentro da lei né, se nós fugirmos da regra, nós estamos sujeitos a apontamentos, então nós estamos cumprindo a regra como ela tem que ser. (AP8)

A gente tem as prerrogativas legais que não tem alternativa, tem que ter isso e aquilo