• Nenhum resultado encontrado

OS INÍCIOS DA CONSCIÊNCIA

No documento Dion Fortune-A Doutrina Cosmica (páginas 66-71)

"E o Espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas, e Deus disse 'Faça-se a Luz', e a Luz se fez."

Vocês ouviram, nas conferências anteriores, sobre como os átomos, ou unidades de manifestação de um universo, são formados e, também, como as correntes e as marés do Poder Divino são colocadas em movimento por eles, de maneira que se forma em miniatura uma réplica exata do Cosmos — as correspondências são exatas, exceto o fato de que os ciclos de um universo, movendo-se num radius menor, têm um ritmo mais rápido. (Notem que um ritmo é apenas uma seqüência de repetições.)

Duas fases da evolução logoidal foram esboçadas:

a. A fase do desenvolvimento da matéria de um universo. b. A fase do desenvolvimento das Marés e dos Raios.

Uma é o material grosseiro de que o universo é feito. A outra é o esqueleto — a estrutura — sobre o qual ele é construído.

Temos, então, enormes quantidades de átomos diferenciados apenas em planos e subplanos de planos. Sete tipos distintos e sete subtipos de cada tipo.

No começo de uma evolução, o Logos está sozinho naquela esfera que depois se tornará Seu universo. Só é consciente de Si mesmo, pois não existe nenhum objeto nessa esfera do qual Ele deva estar consciente.

Ver-se-á então que o Logos reverte a ordem do conceito que os psicólogos possuem da evolução da consciência, pois ele possui primeiramente consciência cósmica, depois autoconsciência e depois consciência objetiva.

O Logos, então, está consciente de que um pensamento-forma foi projetado de Sua consciência para Sua aura. Pois sob um aspecto o universo pode ser imaginado como a aura de Deus.

Essa consciência de um objeto produz uma reação na consciência logoidal. Há uma adaptação sujeito-objeto e essa adaptação produz uma modificação correspondente no universo refletido, que se torna capaz de uma reação objeto-sujeito. Assim, um relacionamento, ou uma reciprocidade, se estabelece entre o Logos, ou Grande Entidade, e a imagem projetada da consciência logoidal que é o universo incipiente.

Não se deve pensar, todavia, que a consciência logoidal está limitada à percepção de Seu universo objetivizado. A consciência concentrada logoidal, ou consciência consciente, é, então, limitada, pois uma consciência concentrada ou consciente só pode ser construída com a percepção de objetos e a reação a eles; mas a subconsciência logoidal é cônscia do Cosmos e a consciência é influenciada pela subconsciência que é sua base e seu pano de fundo; e, como as Marés Cósmicas vazam, fluem e se movem ao redor do círculo, os aspectos correspondentes da subconsciência logoidal são estimulados por suas influencias e as sensações assim engendradas na consciência logoidal são imediatamente incorporadas à autoprojeção, que é o universo, e a consciência consciente do Logos

as percebe aí, de maneira que ocorre uma série infinita de reações e modificações de reações, primeiramente em movimentos amplos e simples, mas que se multiplicam gradualmente numa complexidade inconcebível.

Todas essas modificações influenciam a matéria atômica do universo incipiente e determinam a natureza e as características de seus componentes. São essas caracterizações que são posteriormente descobertas pelo homem como Leis Naturais, ou seqüências observadas. Quando são determinadas as naturezas das coisas, elas são estabelecidas nelas pelas reações logoidais à condição de seu ambiente cósmico e essas mudanças estão ocorrendo constantemente. Elas não duram mais do que uma fase e cessam, mas continuam enquanto existirem os subplanos atômicos aos quais correspondem. Assim, uma evolução elemental prossegue ao lado da evolução da Vida e da Forma como nós a conhecemos.

Vocês perceberam no curso destas conferências que cada fase de evolução, seja ela cósmica ou logoidal, começa com um novo tipo de ação e de reação, e com todas as possibilidades já estabelecidas de novas reações a reações. O esquema se parece com o possível número de mudanças que podem ocorrer num carrilhão de sinos, e o acréscimo de um sino a um carrilhão torna possível um grande aumento do número de variações que podem ser conseguidas. Assim, cada novo fator evoluído aumenta a complexidade de manifestação, e, quando se alcança a diversidade maior de que o Universo é capaz, essa fase de evolução chegou ao seu desenvolvimento máximo e há uma pausa no processo enquanto a consciência logoidal percebe o que ocorreu e "vê que é bom", e, absorvendo-o em Sua consciência, efetua uma nova reação, reação que é, por sua vez, projetada no universo manifesto. De maneira que a evolução se assemelha a uma série de espelhos duplicadores em que a consciência do Logos projeta sua própria imagem,

torna-se cônscia da imagem projetada e reage a ela, e a reação afeta a projeção, e assim o ciclo está eternamente girando.

Vocês perceberão que o Logos, ou sujeito, tornou-se cônscio de um objeto — objeto que é uma projeção refletida, ou réplica, do sujeito. A percepção de um objeto externo por parte do sujeito pode ser reproduzida como um reflexo correspondente da consciência no objeto; de maneira que o objeto é igualmente capaz de percepção de um objeto externo. Mas o objeto, sendo de uma ordem diferente de manifestação de um sujeito, não pode estar cônscio do sujeito, mas pode estar cônscio apenas de si mesmo e das influências que procedem do sujeito em sua direção. Donde dizer-se que "Nenhum homem nunca viu Deus". Deus não pode ser visto por nenhuma unidade do universo manifesto durante uma manifestação. Ele só pode ser deduzido.

A percepção objetiva não está confinada a um ponto qualquer do universo manifesto, mas está difundida ao redor do que pode ser imaginado como Anel Central, metaforicamente falando; ou para usar termos mais precisos mas mais abstratos, aqueles tipos de átomos que mais se assemelham aos átomos do Centro Cósmico, que são do tipo mais simples e, portanto, menos limitados por complexidades, formam a base dessa percepção. Mas entenda-se claramente que a percepção não é uma reação atômica, mas está completamente do lado da "força" ou da "vida" das coisas. É uma modificação da consciência logoidal, não da consciência atômica projetada. É a primeira reação no universo que está relacionada apenas a esse universo e não se origina no Logos, nem volta a ele. Um sujeito surgiu no objeto. A consciência pode ser definida como reação mais memória. Quer dizer, uma reação ocorre num tipo particular de substância e essa reação produz uma reação secundária em outro tipo de existência que está relacionado ao primeiro

da mesma maneira que os átomos do universo estão relacionados aos átomos do Cosmos, ou a "forma" de um universo está relacionada à consciência do Logos.

Quer dizer, o sujeito concebe idéias relativas a si mesmo e elas reagem entre si e a reação, para usar uma metáfora, deixa um "rastro no espaço" ao redor do qual o movimento de sua reação continua a fluir como movimento puro isento de qualquer transição atual no espaço dos objetos que realizam o movimento. Esse fluir do movimento puro é a Memória — a reprodução de uma imagem de uma ação numa outra fase de manifestação; e a consciência é construída na memória, distinta da percepção, que é uma forma de reação entre dois planos.

Ver-se-á então que a forma ou estrutura sobre a qual o universo é construído tem constituído a base de um terceiro tipo de manifestação — a manifestação de auto-reações.

No documento Dion Fortune-A Doutrina Cosmica (páginas 66-71)