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OS INÍCIOS DA MENTE

No documento Dion Fortune-A Doutrina Cosmica (páginas 76-82)

Estamos tratando agora dos inícios da mente e é necessário que esses fundamentos sejam claramente entendidos.

Vocês já ouviram falar que o movimento de qualquer objeto deixa um rastro no espaço. O objeto entra em repouso, mas o movimento, separado do objeto, continua como movimento puro.

É o movimento puro — o movimento no abstrato — que dá origem ao Cosmos. Esse movimento dá origem eventualmente aos nodos aprisionados de forças opositoras que são os átomos originais. É o movimento desses átomos que constitui a base da manifestação.

A manifestação, como vocês sabem, está associada ao movimento dos objetos, mas a "Vida", a "Mente" e "Deus" são abstratos e se baseiam no movimento puro desconectado de qualquer objeto.

Em nossos estudos chegamos ao ponto em que os reflexos dos átomos cósmicos, reunidos numa Grande Entidade, constituíram a matéria original de um universo e essa matéria original foi ordenada e organizada num Cosmos em miniatura pelo reflexo da reprodução microcósmica do macrocosmos cósmico numa Grande Entidade.

Lembrem-se de que na evolução do Cosmos os tipos mais simples de átomos se estabeleceram em seus planos, mas os tipos mais complexos de átomos podem não chegar a se estabelecer porque seu volume maior os obrigou a reagir com a força correspondente às forças centrífugas do Cosmos e, em vez de se fixarem no sétimo plano pela síntese de forças, continuaram sua trilha para fora até que se chocaram novamente com o Anel-Não-Passa e foram mandados de volta à Quietude Central.

Da mesma maneira, num universo, os átomos apropriados a cada plano deixam seus rastros no espaço mas, porque não existe persistência de ação, eles são apagados. Esses rastros formam a essência elemental de cada plano. Mas os átomos que possuem uma estrutura complexa demais para se fixarem retornam, após terem ido ao plano mais exterior, não para uma Quietude Central, mas para um ponto central em que o Imanifesto "brota" e se torna manifesto. Quer dizer, é nesta fase de manifestação em desenvolvimento, em que se efetuam aspectos novos da consciência logoidal, que esses átomos viajantes encontram sua afinidade mais próxima.

Lembrem-se de que se disse anteriormente que o movimento de um objeto deixa um rastro de movimento puro no Imanifesto (e lembrem-se de que o estado cósmico é imanifesto quando considerado do ponto de vista de um universo); as imagens logoidais, portanto, têm de passar de uma condição cósmica a uma condição manifesta, e nessa transição elas passam por uma fase que é idêntica ao estado de existência dos rastros no espaço deixados pelo movimento de um objeto. Portanto, sendo da mesma natureza, elas podem influenciar os rastros assim deixados no espaço.

Esses rastros no espaço são sempre da natureza de um diagrama denso — como os rastros do átomo tangencial — e, à medida que os conceitos logoidais diferentes são externalizados, esses rastros de átomos são influenciados por eles e assim reproduzem em miniatura as fases logoidais. De maneira que vocês podem imaginar um grande número de átomos viajantes retornando ao centro criativo e sendo, por assim dizer, banhados nas influências das idéias logoidais.

Essas idéias logoidais, naturalmente, estão construindo a estrutura do universo e criando assim uma réplica imensa da Grande Entidade, que é em si

mesma uma réplica do Cosmos; mas, nesse universo, os rastros espaciais dos átomos viajantes, não os próprios átomos, também são réplicas do Logos, pelas razões dadas.

De maneira que vocês têm no sétimo plano de um universo, reunido ao redor do centro criativo, um grande número de entidades de duas naturezas:

a. Um átomo viajante que, por ter passado por todos os planos, experimentou as reações de todos os planos e, portanto, pode reagir em cada uma dessas maneiras respectivas quando sujeito aos estímulos que produzem essa reação.

b. Vocês têm, além desse corpo atômico, o rastro espacial que ele descreveu em sua dança atômica. Ele tem esse rastro em comum com todos os outros átomos, mas, no caso de um átomo viajante que retornou ao ponto criativo original, esse rastro espacial está impresso com a imagem logoidal e isso o distingue do que se pode chamar de átomos "inanimados".

Esses átomos surgiram sob a influência da autoconsciência logoidal e seus rastros no espaço foram obrigados a reagir a essa influência pela indução simpática da vibração, de maneira que se tornaram reflexos em miniatura do Logos e, ao passo que eles mesmos geraram meramente um rastro tangencial do movimento que apresentou um ritmo simples da repetição daquele movimento circular, eles agora conferem aos astros, pelas vibrações logoidais, o mesmo ritmo em que o Logos está vibrando.

Lembrem-se agora de que uma repetição de movimentos circulares dá origem a um ritmo e que uma vibração é apenas a impactação de um ritmo de um

plano sobre a substância de um outro. Os ritmos logoidais, portanto, conferem aos átomos viajantes do universo aquela experiência e sua influência vibra no mesmo ritmo.

Assim é que os átomos viajantes de um universo contêm as potencialidades de reação de que a natureza do Logos é capaz. Quer dizer, o Logos — ou Grande Entidade —, no curso de Sua evolução cósmica, adquiriu determinados tipos de reação que são construídos em ritmos compósitos e esses ritmos compósitos estão construídos em grandes acordes. Esses acordes são uma série de ritmos dentro de ritmos — laços dentro de laços, para usar outra metáfora. São esses ritmos compósitos que são impressos nos átomos viajantes do universo quando se aproximam daquela fase de existência em que o Imanifesto está prestes a se manifestar, e, pelo desenvolvimento de sua própria natureza, estão aptos a contactar aquilo que é relativamente imanifesto em relação à sua fase de existência.

Bem, o movimento concreto de um átomo estabelece um movimento abstrato de movimentação pura. A movimentação pura é a característica do Cosmos e, portanto, é do mesmo tipo de existência de uma Grande Entidade ou Logos. De maneira que cada átomo que se move no universo, por seu movimento, cria uma contrapartida de si mesmo, do mesmo tipo da existência daquele que forma o Cosmos, da mesma natureza portanto do Logos de seu universo, e, portanto, capaz de reação recíproca com esse Logos. Os átomos dos planos, tendo-se estabelecido em seus planos, não entram em contato direto com a mente logoidal em suas realizações de conceitos; os átomos viajantes, todavia, porque não se estabeleceram num plano, não se limitaram às suas formas — não se estabilizaram — e retornam, portanto, a uma condição primitiva após terem alcançado um estado

altamente evoluído, e as forças dessa condição primitiva não os podem influenciar como elas podem influenciar os átomos de seu próprio plano.

Esses átomos viajantes, então, escaparam às leis do universo manifesto que se aglutina em formas (pois o universo é um pensamento-forma) e estão expostos, portanto, às mesmas leis que condicionam a natureza logoidal, e recebem, em conseqüência, uma impressão idêntica àquela que o Cosmos imprimiu no Logos — "Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança".

Tendo recebido essa impressão, esses átomos continuam a reunir outros átomos ao seu redor, porque o rastro no espaço, tendo um movimento circular rítmico definido impresso sobre ele e não mais realizando um movimento browniano tangencial canhoneante, estabelece um vórtice e o vórtice lança outros átomos na esfera de seu movimento e os mantém girando ao seu redor.

Vocês têm então a seguinte condição: um átomo, o reflexo de um átomo cósmico, que é complexo demais para se estabelecer num plano de manifestação, retorna ao Centro, tendo desenvolvido por seu movimento um circuito de movimentação pura que é de um tipo cósmico de manifestação. Seu aspecto cósmico está estampado com a imagem logoidal, harmonizado ao ritmo logoidal pelo processo descrito a esse aspecto abstrato do átomo, sendo assim condicionado com qualidades, obriga seu aspecto concreto a se mover com um ritmo circular de um tipo correspondente, e esse ritmo circular, assim mantido constante, e como que distinto dos movimentos tangenciais dos átomos dos planos, estabelece um vórtice, e os átomos que estão ao seu redor são lançados nesse vórtice.

Assim, temos uma vibração cósmica de movimentação pura mantendo um átomo viajante num tipo particular de movimento e o átomo viajante, por seu

movimento, lançando outros átomos do plano em que isso ocorre em sua órbita e os mantendo aí.

Esses três aspectos são:

a. A Centelha do Espírito Cósmico ou Divino que foi antes descrito como um rastro no espaço feito pelo átomo.

b. O átomo, que é o começo de um veículo e que é conhecido por vocês como o átomo-semente.

c. Os átomos do sétimo plano lançados na órbita do átomo-semente e que constituem seu corpo no sétimo plano.

No documento Dion Fortune-A Doutrina Cosmica (páginas 76-82)