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2.6 A DISTRIBUIÇÃO DE AUTOMÓVEIS NO BRASIL

2.6.1 O Setor Automobilístico e a TI

2.6.1.1 Os web sites no setor automobilístico

QUADRO 9 – COMPARATIVO DA PESQUISA TIC EMPRESAS

Item Amostra total

(%) Amostra do setor de comércio e reparação de automóveis (%)

Tem computador 98,7 99,2

Média de usuários de computador 17,6 16,5

Tem rede 94,6 87,4

Utiliza Internet 96,2 95,2

Tem website 59 49,3

Pratica comércio eletrônico 59,6 53,5

Compras pela Internet 52,3 51,6

FONTE: adaptado de CGI, TIC EMPRESAS 2005.

<Disponível em http://www.nic.br/indicadores/empresas/index.htm>.

Acesso em: 30.3.2006

Os dados da tabela acima mostram que os percentuais das organizações do setor de comércio e reparação de veículos são, em sua maioria, aproximados a média percentual da amostra pesquisada. As maiores diferenças estão nos itens “Tem website” (a porcentagem de empresas do setor do comércio e reparação de automóveis que tem web site é menor que a amostra total) e “Pratica comércio eletrônico” (o percentual de empresas do setor de distribuição e reparação de automóveis também é menor prática, quando comparado à amostra total).

2.6.1.1 Os web sites no setor automobilístico

Com o advento da Internet, concessionárias, montadoras e intermediários se lançaram no mercado virtual por meio de seus web sites.

Tapscott e Caston (1995) descrevem a nova experiência de compra de automóveis proporcionada pela TI: por meio do computador, os clientes passaram a ter a possibilidade de visitar um showroom de automóveis e configurar pessoalmente o modelo de sua

preferência, recebendo a informação em tempo real sobre o preço e o prazo de entrega do automóvel. Se a compra for realizada, o sistema já efetua a colocação do pedido. Como já citado, a tecnologia, neste caso, proporcionou um processo de compra mais agradável, mais conveniente e mais barato do que o método tradicional (KALAKOTA e ROBINSON, 2002).

De acordo a associação dos revendedores de veículos dos Estados Unidos, a National Automobile Dealers Association (NADA), 94% das concessionárias norte-americanas de carros novos e comerciais leves têm web sites (em 1999, este número era de 74%). A entidade prevê que, nos próximos anos, as vendas de carros novos geradas pelo comércio eletrônico possam representar de 5% a 8% das vendas no varejo daquele país. A associação propõe a categorização dos web sites conforme Quadro 10, abaixo.

QUADRO 10 – CATEGORIZAÇÃO DOS WEB SITES DE CONCESSIONÁRIAS

Categorias Características

Informacional

Apresenta principalmente informações básicas como endereço, mapas e informações gerais não interativas.

Fundamental Apresenta algumas características interavias que permitem os usuários buscarem informações sobre modelos específicos, preços etc.

Inovador Apresenta ferramentas que permite aos usuários especificar um veículo com acabamento, opções etc; cotar preços; agendar serviços etc.

Futurístico Apresenta avançadas tecnologias que oferecem informação integral e comparação de produtos, showrooms virtuais, áudio, mapas interativos da localização do concessionário, atualização diária do estoque de carros novos e usados, serviços de

agendamento on-line, financiamento on-line e links para revisão dos produtos, informação sobre garantia etc.

FONTE: National Automobile Dealers Association (NADA)

Verifica-se que as diferenças entre as categorias se dá tanto pelo conteúdo quanto pelas ferramentas técnicas utilizadas nos web sites.

As montadoras brasileiras, por sua vez, desenvolveram seus próprios formatos de negócios na Internet e atualmente vendem para os consumidores por meio de seus próprios web sites. Na maioria deles, não se trata de comércio eletrônico puramente, mas de prestação de serviços, pelos quais os usuários podem localizar e simular a configuração dos modelos desejados, informar-se sobre preços, simular financiamentos, informar-se sobre as concessionárias, garantias, serviços de manutenção, obter informações institucionais e até concorrer a promoções da marca (ZILBER, 2002; GRANDE, 2004).

O comércio eletrônico proporcionou também o aparecimento de intermediários eletrônicos de vários tipos no setor automobilístico. Os principais são web sites informativos (fornecem informações gerais sobre veículos e preços, entre outras) e web sites de referência (interligam consumidores e revendedores, por meio de relações contratuais com estes últimos e disponilizam banco de dados com estoque dos revendedores para acesso dos consumidores; podem ou não fazer vendas diretas aos consumidores pela Internet), conforme Baldi e Borgman (2000), Helper e MacDuffie (2000), Morton, Zettelmeyer e Risso (2000) e Turban e King (2004).

A maioria dos intermediários eletrônicos neste setor procura apoiar as atividades do processo baseadas em informação e mudam a estrutura do setor, conforme Figura 3, que segue.

Montadora Concessionária Infomediário Cliente

(novos entrantes,

montadoras ou

concessionárias)

FIGURA 3 – O INFOMEDIÁRIO NO SETOR AUTOMOBILÍSTICO FONTE: adaptado de Baldi e Borgman, 2000, p. 5.

Desta forma, percebe-se que as concessionárias e lojas multimarcas deixam de ser a única porta de entrada do comércio de automóveis, passando a concorrer no mercado com os infomediários.

A disponibilidade de informações on-line, que muitas vezes substitui às visitas dos consumidores a lojas, tem levando o setor a repensar o futuro das concessionárias (KALAKOTA e ROBINSON, 2002). No entanto, no Brasil, as associações de revendedores de automóveis da Volkswagen e da Ford, por exemplo, acreditam que o comércio eletrônico não vai afetar os negócios das lojas físicas devido ao baixo número de vendas realizadas via Internet (PRADO e FERNANDES, 2005).

Para a Federação dos Distribuidores de Veículos Automotores (FENABRAVE), a web se transformou em aliada na oferta de informações aos consumidores que, por sua vez, não deixaram de se relacionar com as concessionárias (PRADO e FERNANDES, 2005). Já Arbix e Veiga (2001) defendem que a subestimação da Internet pelos revendedores de automóveis pode sair cara e representa realmente uma ameaça ao reduzir as barreiras de entrada de novos competidores e enfraquecer parcialmente o revendedor em suas especialidades: conversa e negociação com o cliente.

3 METODOLOGIA

Nos próximos itens será apresentada a metodologia utilizada na presente pesquisa, abrangendo: a definição das hipóteses, a definição constitutiva e operacional das variáveis, a delimitação da pesquisa, a coleta de dados e o tratamento de dados.