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2. A REDE DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO EM CASOS DE VIOLÊNCIA

2.4. PAIR COPA em Porto Alegre

Os grandes eventos, tais como a Copa das Confederações de 2013, a Jornada da Juventude de 2013, a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016 e festas regionais (São João, Carnaval, Eventos Culturais) são momentos de oportunidade de melhoria da urbanização com a construção de mais equipamentos urbanos e de novas vias, com melhor acesso a transporte. Também trazem maiores oportunidades de profissionalização e empregabilidade, o fortalecimento das políticas públicas e ampliação dos serviços, potencializa o uso de novas tecnologias de informação, dentre outros.

No entanto, no âmbito dos direitos de crianças e adolescentes, a realização dos Grandes Eventos pode agravar violações dos direitos humanos dessa população. Isso porque a realização de obras de infraestrutura, a grande movimentação financeira e a alta concentração de pessoas em decorrência desses eventos, podem contribuir para o aumento da vulnerabilidade de crianças e adolescentes. Os grandes eventos em geral propiciam a atração de crianças, adolescentes e suas famílias, de suas comunidades na busca de oportunidades de ganhar dinheiro ou algum outro tipo de benefício dos visitantes. A vulnerabilidade sócio - econômica e cultural pode colocar crianças e adolescentes em risco de serem exploradas.

Estima-se também aumento nos índices de trabalho infantil, com o envio de crianças e adolescentes para as ruas para mendigar ou para serem recrutadas para o trabalho informal e irregular. Há, ainda, riscos de possível aumento da violência sexual de crianças e adolescentes, bem como das redes de agenciamento e exploração, além de maior consumo de álcool e outras drogas.

Tais cenários concorrem ainda para maior operação do crime organizado, com aumento de situações de violência urbana, riscos de letalidade e ato infracional na adolescência.

Neste contexto, visando prevenir a situação de violação de direitos de crianças e adolescentes, promovendo a atividades de prevenção às violações e de promoção de direitos, entidades da sociedade civil, organismos internacionais, setores empresariais, crianças, adolescentes e órgãos governamentais planejam a execução de ações de sensibilização, articulação institucional, melhoria de atendimento, dentre outras.

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Nessa medida, os preparativos não deveriam se destinar apenas ao ano de realização dos Grandes Eventos, tendo como beneficiários os turistas atraídos pelos jogos, mas ao conjunto de ações ao longo do período e que possam ser considerados legados do evento a essas cidades e regiões. A Agenda de Convergência surgiu da necessidade de integrar e/ou articular as iniciativas de cada instituição/órgão, definindo diretrizes para potencializar as ações antes, durante e pós-eventos, com vistas a garantir a proteção integral de crianças e adolescentes.

Trata-se de uma ação intersetorial e de parceria para uma Agenda de

Promoção, Proteção e Defesa à Criança e ao Adolescente em Grandes Eventos, que atue no sentido de prever um conjunto de ações, compromissos e investimentos para implementação de iniciativas de garantia de direitos da criança e do adolescente, bem como de estimular todas as esferas de governo, organizações não governamentais, setor empresarial, universidades e outros atores estratégicos a atuarem de forma interinstitucional, articulada e sempre que possível integrada.

As estratégias apresentadas nos “Fluxos de Proteção de Crianças e de Adolescentes” visaram incidir positivamente na proteção de crianças e adolescentes por ocasião da preparação e realização da Copa do Mundo em Porto Alegre e servirão de parâmetros para ações futuras em todos os Grandes Eventos, e têm como base as lições aprendidas na Alemanha e na África do Sul, que sediaram a Copa do Mundo da FIFA em 2006 e 2010. Também foram observados os marcos legislativos e normativos nacional e internacional, além das atribuições e hierarquia dos serviços no Brasil.

A Copa do Mundo de Futebol ocorreu no Brasil, no período de 12 de junho a 13 de julho de 2014, com jogos distribuídos em doze cidades sede. Porto Alegre foi uma das cidades sede onde estavam previstos cinco jogos, nos dias 15/06 (16h), 18/06 (13h), 22/06 (16h), 25/06 (13h) e 30/06 (17h). Os jogos foram realizados no estádio Beira-Rio cuja capacidade oficial é de 46.000 espectadores.

Para esses cinco jogos foram vendidos 243.530 ingressos, dos quais 83,3 mil foram para estrangeiros, colocando Porto Alegre como a terceira entre as 12 cidades sede a receber o maior grupo de turistas estrangeiros. Entre as 12 cidades que receberão o Mundial, Porto Alegre teve como diferencial para o torcedor a oportunidade de viver a Copa em um trecho de 4,3 quilômetros, percorrendo a pé do Centro Histórico ao Estádio Beira-Rio. O conjunto de ações, com o apoio de uma rede de parceiros para receber esse contingente de torcedores e familiares, inclui

edições extras do Viva o Centro a Pé e a instalação do Acampamento Farroupilha Extraordinário, onde 86 piquetes apresentaram aos turistas os costumes do Sul, com a possibilidade de oficinas de dança e gastronomia. Outro diferencial foi o Caminho do Gol, cujo percurso foi pela Avenida Borges de Medeiros, do Centro Histórico até o Estádio Beira-Rio, onde serão desenvolvidas diversas atividades culturais e de Lazer.

Para garantir o desenvolvimento dessa programação bem como a regularidade e normalidade do conjunto de serviços públicos oferecidos à população local e, ainda, compartilhar essas informações entre todos os órgãos do Município e os órgãos estaduais e federais envolvidos no evento Copa do Mundo 2014 nesta Capital, foi elaborado o Plano Operacional Integrado da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

O Plano Operacional Integrado foi organizado em duas partes. Na primeira parte são apresentadas as diretrizes gerais que norteiam as ações pragmáticas a serem adotadas de acordo com os seguintes temas: Acomodações e Receptivo Turístico, Aeroportos, Comunicação, Energia, Meio Ambiente, Proteção Social, Saúde, Segurança & Defesa, Telecomunicações, Transporte e Mobilidade urbana e Voluntariado.

Na segunda parte, o Plano é apresentado por eventos, sintetizando a atuação de cada órgão e os respectivos agentes públicos responsáveis, com seus canais de contato.

Como um complemento a este planejamento foi organizado o Plano de Contingências, elaborado pelo Gabinete de Defesa Civil (GADEC) e o Plano de Comunicação Social, elaborado pelo Gabinete de Comunicação Social (GCS). Foi apresentado também, o Plano de Comunicação Operacional, com as interfaces de comunicação nas três esferas de governo que atuarão em conjunto durante o período da Copa do Mundo de Futebol 2014.

Com relação à Área da Infância e Juventude temos:

 Atuação da FASC - Ampliação das atividades no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (6 a 18 anos próprio) com a oferta de atividades socioeducativas diferenciadas durante o período da COPA em todos os territórios da cidade no período de 01 a 30/06/2014 envolvendo 100 pessoas entre equipe própria, terceirizada e conveniados. Participação de plantão da Proteção Social Básica no QG Tesourinha. Plantão da Proteção Social Básica

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nos CRAS nos dias de jogos em todos os territórios da cidade no período de 01 a 30/06/2014 envolvendo 44 pessoas (Coordenadores de CRAS e técnicos).

 Atuação da SMGL - Capacitação de 150 funcionários da PMPA – Sensibilização sobre Abuso e Exploração sexual – Identificação destas situações, denúncia e fluxo de atendimento. Foi promovido o estabelecimento de Fluxos de Enfrentamento a Violações de Direitos; a capacitação da Rede de Atendimento para Prevenção de Violência Sexual; fiscalização do Trabalho Infantil nas FIFA FAN FEST9 e Festas Territoriais; instalação do Plantão Integrado de Proteção à Criança e ao Adolescente. Haverá um espaço de Acolhimento próximo a FIFA FAN FEST, e ações de abordagem durante os eventos por meio de equipes volantes – Ampliação do Programa Ação Rua FASC – 01 Núcleo a mais. Acontecerá o lançamento e manutenção da Campanha “Não Desvie o Olhar”.

O Comitê Local de Proteção a Crianças e Adolescentes na COPA 2014, validado pelo Termo de Cooperação assinado com a União, Estado e a Capital, em 24 de janeiro de 2014, no Auditório do Sport Club Internacional, neste ato, o Secretário Municipal da Secretaria de Direitos Humanos, representando a Prefeitura de Porto Alegre e pela Resolução 014/2014, do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, de nossa cidade, buscou cumprir com a sua função, articular e estimular a proteção da infância durante a COPA 2014. O Comitê Local de Proteção para Crianças e Adolescentes na Copa foi formado por representantes das secretarias e conselhos setoriais que atuam na garantia de direitos, nos governos Municipal, Estadual e Federal, Ministério Público e Judiciário, com o propósito de intervir em situações de ameaça, risco e violações aos diretos das crianças e adolescentes, antes, durante e após a realização de megaeventos.

Após o Planejamento Estratégico realizado no dia 22 de agosto de 2013, no qual oito Grupos de Trabalho elaboraram as principais metas e ações para serem cumpridas visando estabelecimento da Proteção de Crianças e Adolescentes, tendo como resultados a realização de trinta e seis Agendas de Atualização, nos meses de setembro, outubro, novembro do mesmo ano, assim como em janeiro, fevereiro, março e abril de 2014 em Porto Alegre.

Foram previstas capacitações no Uruguai, no Peru e na Argentina, a convite destes países, para estrangeiros que auxiliaram para a prevenção de violações de direitos contra crianças e adolescentes durante a realização da COPA 2014. Cerca de 60 voluntários vindos de países da América Latina para participar de uma campanha contra o abuso sexual de crianças e jovens durante a Copa do Mundo. Os jovens fazem parte da rede Mercocidades e foram patrocinados pelo Funcriança para atuar em prol da campanha Não Desvie o Olhar – Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é Crime. A maioria dos integrantes fala inglês e espanhol, e alguns ainda dominam o francês. Eles distribuíram panfletos e abordaram as pessoas ao redor da FIFA FAN FEST e dentro e nas proximidades do Acampamento Farroupilha para informar que aqui (no Brasil) a exploração sexual é crime, visando promover a denúncia.

O Conselho Tutelar atuou em regime de plantão. A unidade localizada no bairro Rio Branco centralizou o trabalho, com três conselheiros. Outros dois foram destacados para a FIFA FAN FESTE e para o Acampamento Farroupilha.

Segundo notícia no Portal da Prefeitura do Município de Porto Alegre10, nossa cidade recebeu a melhor avaliação na proteção à infância entre as 12 cidades-sede da Copa do Mundo 2014, pela Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Entre as atividades desenvolvidas nesse sentido, destacam-se o suporte aos voluntários do Grupo de Apoio ao Megaeventos (Game), o objetivo do trabalho realizado pelo Grupo de Apoio a Megaeventos durante o Mundial foi o de alertar turistas estrangeiros que a exploração sexual de crianças e adolescentes é crime no Brasil. Vindos do Peru, Argentina e Uruguai, os voluntários atuaram perto do Beira-Rio e em outros locais, como a Fan Fest e o Acampamento Farroupilha.

O Serviço de Abordagem Social, que atende a população em situação de rua, atuou nos principais espaços da Copa, com ações de acolhimento, sensibilização e monitoramento. No total, foram realizadas 112 abordagens de crianças e adolescentes. A maioria dos casos envolveu crianças e adolescentes em trabalho infantil, acompanhados de adultos, atuando na venda de produtos diversos. Parte das crianças que se encontrava sozinha foi encaminhada a abrigos dos quais já possuía vínculo ou à rede de acolhimento.

9 Evento gratuito com capacidade para 20.000 pessoas, contou com shows, transmissão de todos os jogos da Copa, entre outras atrações. Na cidade de Porto Alegre, a Fan Fest aconteceu no Anfiteatro Pôr do Sol, às margens do Guaíba, das 10h às 22h, contou com mais de 320 mil torcedores, de acordo com a organização do evento.

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Outra parte foi encaminhada às famílias e comunidades, através dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social(CREAS) de sua região. A equipe complementar do Ação Rua continuará atuando até o dia 9 de julho de 2014.

Cerca de 100 pessoas atuaram no trabalho realizado pelo Game, 60 dos quais voluntários da Argentina, Uruguai e Peru, que circularam nos locais com grande concentração de pessoas, como Fan Fest, Exibições Públicas, Caminho do Gol e Acampamento Farroupilha. Nesses locais, orientaram os turistas, em espanhol e inglês. Foram feitas 105 mil abordagens, estabelecendo o diálogo com cada uma das pessoas, que receberam 80 mil tabelas da Copa e 25 mil folders contra a exploração sexual de crianças e adolescentes.

Porto Alegre contou com espaços temporários de proteção para acolher crianças e adolescentes no período da Copa do Mundo. O serviço foi realizado em seis territórios de vulnerabilidade social, com atividades diferenciadas. Os espaços - indicados pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) - foram acessados a partir da busca espontânea ou da necessidade da rede de atendimento de cada região. Na região do Centro, a ONG Integração dos Anjos, localizada na avenida Ipiranga, prorrogou o horário de atendimento devido à proximidade com a Fan Fest e Acampamento Farroupilha, a fim de garantir um espaço de proteção para as crianças. Sete crianças buscaram espontaneamente o espaço, ou porque a escola estava fechada ou porque os pais precisaram trabalhar. No local, foram realizadas atividades de percussão, música, dança e capoeira, além de brincadeiras diversas. As crianças atendidas no período da Copa foram integradas ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, mantido a partir de parceria com a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc).

A Escola Porto Alegre também ofereceu atividades recreativas, mas não registrou acesso de crianças durante o período. Na Vila Cruzeiro, o Instituto de Integração Social contou com o acesso de 18 crianças, que assistiram aos jogos em um telão, participaram de videokê e realizaram pintura de muros na comunidade. Na Restinga, o Núcleo Esperança recebeu, em média, 40 crianças de 6 a 14 anos, que buscaram espontaneamente o espaço, que contou com atividades recreativas e esportivas. Na região do Sarandi, 34 adolescentes acessaram o Centro Social Paz, onde realizaram diversas atividades.

Na região Leste, a ACM recebeu duas crianças e um adolescente, que acessaram o espaço espontaneamente. No local, foram realizadas oficinas de

informática e atividades recreativas. Na Lomba do Pinheiro, o Centro de Promoção da Criança e do Adolescente São Francisco de Assis recebeu cerca de 40 crianças nos fins de semana, que acessaram espontaneamente o local, onde foram desenvolvidas atividades desportivas, recreativas e lúdicas.

Mais de 300 crianças de 6 a 14 anos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos participaram, em cada dia de jogo da Copa em Porto Alegre, de atividades nos Centros de Referência de Assistência Social(Cras), que garantiram espaço de proteção para esse público em várias regiões da Capital. Cerca de 500 jovens do Projovem Adolescente participaram, a cada dia, de atividades diferenciadas nas comunidades. O objetivo foi mantê-los em seus territórios e garantir espaço de proteção, com abrangência em todas as regiões de Porto Alegre.

No Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes, dez crianças foram encaminhadas ao serviço durante o período da Copa. No período da Copa, o Serviço de Abordagem Social realizou 234 abordagens. Foram registrados alguns casos novos, mas a maioria já é atendida pela rede socioassistencial. A maioria aceitou acolhimento e foi encaminhada aos espaços de acolhimento institucional. A principal atividade desenvolvida pela população de rua no Caminho do Gol e entorno foi a coleta de materiais recicláveis. Não houve nenhum caso de violação de direitos da população adulta em situação de rua, a chamada higienização.

No Centro Pop11, cerca de 100 pessoas em situação de rua assistiram aos jogos da Seleção Brasileira em um telão, com muita pipoca e refrigerante. O local é um Centro de Referência Especializado para População Adulta em Situação de Rua, que promove atendimento social durante o dia, com equipe multidisciplinar para adultos, idosos e famílias em situação de rua, de forma individualizada e coletiva, propondo aos usuários encaminhamento à rede de serviços.

O Disque 100 é um serviço de utilidade pública da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República(SDH/PR), vinculado a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, destinado a receber demandas relativas a violações de Direitos Humanos, em especial as que atingem populações com vulnerabilidade acrescida, como: Crianças e Adolescentes, Pessoas Idosas, Pessoas com Deficiência, Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis - LGBT, Pessoas em Situação

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de Rua e Outros, como quilombolas, ciganos, índios, pessoas em privação de liberdade. Funciona, desde 1997, antes conhecido como Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Contra Crianças e Adolescentes. Criado por organizações não governamentais, o serviço passou a ser responsabilidade do governo federal em 2003 e, desde então, o número de casos recebidos vem aumentando gradativamente.

O serviço inclui ainda a disseminação de informações sobre direitos humanos e orientações acerca de ações, programas, campanhas e de serviços de atendimento, proteção, defesa e responsabilização em Direitos Humanos disponíveis no âmbito Federal, Estadual e Municipal. Originalmente planejado para garantir exclusivamente os direitos de crianças e adolescentes, o Disque Denúncia ampliou seu atendimento em 2010, quando também passou a acolher denúncias contra a violação dos direitos da população em situação de rua, pessoas com deficiência, população LGBT tortura, entre outras violações de direitos humanos.

De acordo com o último balanço da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), apresentado em dezembro de 2012, nos últimos 10 anos o Disque 100 já recebeu e encaminhou 396.693 denúncias de todo o país. Em relação ao ano de 2011, o serviço acolheu um aumento de 62% de denúncias e, de janeiro a novembro de 2012, os números são muito mais expressivos. Foram 234.839 atendimentos, sendo 66% denúncias, e os outros 34% divididos entre orientações, repasses de informações à população sobre telefones e endereços de serviços de atendimento, proteção e responsabilização, além de outras manifestações, como elogios, sugestões e solicitações.

Com relação a crianças e adolescentes, o balanço da Secretaria de Direitos Humanos mostra que as maiores violações contra meninos e meninas são relacionadas à negligência, que mostra a ausência ou ineficiência no cuidado, responsável por 68% das ligações, seguidos de violência psicológica (49,2%), violência física (46,7%) e violência sexual (29,2%). Apenas 8% das ligações são referentes ao trabalho infantil, pode-se dizer que ainda persiste no imaginário das pessoas que o trabalho engrandece, não só adultos, mas também as crianças, principalmente as crianças pobres. As pessoas ainda veem o trabalho como a melhor alternativa para o combate a pobreza,

11 Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua.

Para as 120.344 denúncias registradas para violações de direitos de crianças e adolescentes em 2012, o Disque 100 realizou 262.028 encaminhamentos para conselhos tutelares, Ministério Público e outros serviços da rede de atendimento socioassistencial. A SDH aponta que em 2011, contando apenas o abuso e a exploração sexual, a Bahia foi o estado que mais registrou denúncias, num total de 962 ligações contra abusos e 250 sobre exploração sexual. As últimas campanhas de sensibilização do Disque 100 foram feitas com artistas locais, como Ivete Sangalo e o ex-Araketu, Tatau, e a utilização da imagem dos artistas intensificam muito a divulgação - principalmente no Carnaval, época na qual ocorre o maior número de casos e de denúncias do tipo.

O Disque Direitos Humanos – Disque 100 funciona diariamente, 24 horas, por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem direta e gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel, bastando discar 100. As denúncias podem ser anônimas, e o sigilo das informações é garantido, quando solicitado pelo demandante.

A Ouvidoria e o Disque Direitos Humanos - Disque 100 são responsáveis por receber, examinar e encaminhar as denúncias de violações de direitos humanos, então, são necessárias as informações para registro, para que a verificação da situação de violação possa ser averiguada pelos órgãos competentes da rede de direitos humanos, com dados suficientes de onde encontrar a vítima e de como é a violação. Eis o que deve ser informado para registrar uma denúncia no Disque 100 ou diretamente na Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos:

1. Quem sofre a violência? (Vítima)

2. Qual tipo violência? (Violência física, psicológica, maus tratos, abandono etc.) 3. Quem pratica a violência? (Suspeito)

4. Como chegar ou localizar a Vítima/Suspeito

5. Endereço (Estado, Município, Zona, Rua, Quadra, Bairro, Número da casa e ao menos um ponto de Referência, concreto e que define um lugar específico)

6. Há quanto tempo? (frequência) 7. Qual o horário?

8. Em qual local?

9. Como a violência é praticada? 10. Qual a situação atual da vítima? 11. Algum órgão foi acionado?

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Lembrando que as denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos de proteção, defesa e responsabilização em direitos humanos, no prazo máximo de 24 horas, respeitando a competência e as atribuições específicas, porém priorizando qual órgão intervirá de forma imediata no rompimento do ciclo de violência e proteção da vítima.

Todos os anos na semana do dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao