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2. A REDE DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO EM CASOS DE VIOLÊNCIA

2.1. Violência sexual: uma violação de direitos

Apresentarei a seguir um levantamento do Observatório Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (http://cdv.gov.br), que é uma iniciativa do Governo Federal desenvolvida para reunir e acompanhar informações e indicadores sobre as políticas públicas focadas na redução da violência contra crianças e adolescentes no Brasil. Este é um é um dos projetos da Agenda Social Criança e Adolescente anunciada em outubro de 2007 pelo Presidente da República, formulada para enfrentar a violência contra crianças e adolescentes no país, bem como defender, garantir e promover os direitos assegurados no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), por meio da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNPDCA) que, junto com 14 ministérios constituem o Comitê Gestor da Agenda Social Criança e Adolescente. Referenciado em torno de um conjunto de ações que se articulam com o portal eletrônico, o Observatório concentra esforços para monitorar as atividades da Agenda Social em âmbito nacional e regional, além de estimular a participação dos adolescentes no contexto do Compromisso, promover o intercâmbio de experiências e facilitar o acesso da população aos dados de acompanhamento, ao banco de boas práticas e aos documentos estratégicos relativos ao conjunto de iniciativas da Agenda.

social seja assegurado a todos sem discriminação. O Estatuto estabelece que a proteção integral é assegurada quando a política de atendimento de crianças e adolescentes é eficaz.

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O Observatório atende às recomendações dos Acordos e Convenções Internacionais relacionados aos direitos humanos e aos direitos da criança e do adolescente dos quais o Brasil é signatário. Visa ser relevante na mobilização, desenvolvimento e publicação de informações que subsidiam relatórios, orientam intervenções e ilustram cenários de interesse da sociedade brasileira sobre os direitos da criança e do adolescente. Ao mesmo tempo, busca fortalecer os vínculos das experiências do país nos espaços de cooperação com organismos internacionais, tais como o Instituto Interamericano del Niño (IIN) da Organização dos Estados Americanos (OEA), o Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF), o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC) e outras comissões estratégicas de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Neste sentido, utilizaremos os dados do Observatório Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, em alinhamento com a concepção de proteção integral, preconizada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, que envolve o atendimento de todas as necessidades e direitos da criança e do adolescente. Seguindo essa orientação paradigmática, apresentaremos uma relação sobre a legislação internacional e nacional sobre os direitos de crianças e adolescentes. Na legislação brasileira, em especial, os casos de violência sexual conformidade com esta tipologia de violência.

Legislação Internacional - Principais leis, convenções, declarações e protocolos referentes ao cuidado com a infância em âmbito internacional.

Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) - A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 é o marco referencial, pois foi o primeiro documento oficial construído no âmbito das Nações Unidas para garantir a igualdade de direitos dos seres humanos.

Declaração dos Direitos da Criança (1959) - Proclamada pela Organização das Nações Unidas em 1959, a declaração enumera uma os direitos e liberdades dos quais devem ser beneficiárias toda e qualquer criança.

Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) - A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Convenção sobre os Direitos da Criança – Carta Magna para as crianças de todo o mundo – em 20 de novembro de 1989. Em 1990, o documento foi oficializado como lei internacional.

Protocolo Facultativo relativo à venda de crianças, prostituição e pornografia infantis (2000) - Protocolo Facultativo para a Convenção sobre os Direitos da Criança foi adotado em maio de 2000 pela Assembléia Geral das Nações Unidas. O documento trata da venda de crianças, prostituição e pornografia infantis.

Protocolo Facultativo relativo ao envolvimento de Crianças em Conflitos Armados - Assembleia Geral das Nações Unidas adotou em maio de 2000 o Protocolo Facultativo para a Convenção sobre os Direitos da Criança que aborda o envolvimento de crianças em conflitos armados.

Convenção 189 da Organização Internacional do Trabalho (2011) - Estabelece as forma de trabalho infantil que devem ser considerados intoleráveis e ações imediatas para eliminação, complementando a convenção 138. A Organização Internacional do Trabalho foi fundada em cumprimento à Parte XIII do Tratado de Versalhes no ano de 1919, assinado como representação do fim da Primeira Guerra Mundial. O Brasil é um dos fundadores da OIT, fazendo-se presente desde a primeira reunião. Existem cento e oitenta e nove Convenções da OIT, havendo o Brasil ratificado noventa e seis, das quais oitenta e duas estão em vigor.

Legislação Nacional - Referente à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.

Estatuto da Criança e do Adolesceste (1990) - O Estatuto da Criança e do Adolescente, aprovado em 1990, é fruto da mobilização de milhares de brasileiros e de brasileiras e das próprias crianças e adolescentes, Mais do que uma lei, o Estatuto pode ser considerado um pacto nacional em defesa dos direitos da infância e adolescência em nosso país. Ao participar da realização desta edição especial e comemorativa dos 20 anos do ECA, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente buscam, mais uma vez, socializar seu conteúdo junto ao maior número possível de pessoas e, acima de tudo, convocar a todos em seu compromisso de aprovar e implantar leis que assegurem um novo país para as novas gerações. Decreto Nº 6.230 de 11 de Outubro de 2007 - Decreto de criação da Agenda Social Criança e Adolescente (2007). Estabelece o Compromisso pela Redução da Violência Contra Crianças e Adolescentes, com vistas à implantação de ações de promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, por parte da União Federal, em regime de colaboração com Municípios, Estados e Distrito Federal,

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institui o Comitê Gestor de Políticas de Enfrentamento à Violência contra Criança e Adolescente, e dá outras providências.

Decreto Nº 6.231, de 11 de Outubro de 2007 - Institui o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte - PPCAAM.

Decreto Nº 6.571, de 17 de Setembro de 2008 - Dispõe sobre o atendimento educacional especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto no 6.253, de 13 de novembro de 2007.

Lei 8.242 de 12 de Outubro de 1991 - Cria o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) e dá outras providências.

Decreto Nº 5.085, de 19 de maio de 2004 - Define as ações continuadas de assistência social.

Decreto Nº 5.017, de 12 de Março de 2004 - Promulga o Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças.

Decreto Nº 5.007, de 8 de Março de 2004 - Promulga o Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança referente à venda de crianças, à prostituição infantil e à pornografia infantil.

Decreto de 11 de Outubro de 2007 - Institui a Comissão Nacional Intersetorial para acompanhamento da implantação do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, e dá outras providências.

Decreto de 11 de Outubro de 2007 - Institui a Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, e dá outras providências.

Políticas e Planos Nacionais de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes

Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador (2004) - O Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente, do ano de 2004, é fruto do empenho de uma comissão criada especialmente para esse fim – a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil (CONAETI) – sob a coordenação do Ministério do

Trabalho e Emprego, agregou contribuições de organizações governamentais e não governamentais, com destaque especial para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que viabilizou a contratação da consultoria responsável pela organização e acompanhamento dos trabalhos que resultaram no Plano ora apresentado. O Plano teve por finalidade coordenar diversas intervenções e introduzir novas, sempre direcionadas a assegurar a eliminação do trabalho infantil. Para tanto, foi preciso considerar diferentes aspectos, tais como raça, gênero, condição econômica, tipo de ocupação, entre outros, e critérios importantes para que se possa compreender como a exploração ilegal do trabalho de crianças e adolescentes ainda encontra meios para se perpetuar no País.

Política Nacional de Assistência Social – PNAS (2004) - A decisão do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS, por intermédio da Secretaria Nacional de Assistência Social – SNAS e do Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, de elaborar, aprovar e tornar pública a presente Política Nacional de Assistência Social – PNAS, demonstra a intenção de construir coletivamente o redesenho desta política, na perspectiva de implantação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. Esta iniciativa, decididamente, traduz o cumprimento das deliberações da IV Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em Brasília, em dezembro de 2003, e denota o compromisso do MDS/SNAS e do CNAS em materializar as diretrizes da Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS. A Política Nacional de Assistência Social ora aprovada expressa exatamente a materialidade do conteúdo da Assistência Social como um pilar do Sistema de Proteção Social Brasileiro no âmbito da Seguridade Social.

Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (2006) - É com satisfação que apresentamos à sociedade brasileira a íntegra do texto da Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, publicada pelo decreto presidencial número 5.948 de 26/10/2006. O principal objetivo desta publicação é divulgar a população, assim como a segmentos específicos como operadores de Direito, movimentos sociais, universidades e funcionários públicos de diferentes órgãos, o conteúdo deste novo marco normativo.

Política Nacional de Promoção da Saúde (2006) - A elaboração da Política Nacional de Promoção da Saúde é oportuna, posto que seu processo de construção e de implantação – nas várias esferas de gestão do Sistema Único de Saúde - SUS e na interação entre o setor sanitário e os demais setores das políticas públicas e da

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sociedade – provoca a mudança no modo de organizar, planejar, realizar, analisar e avaliar o trabalho em saúde.

O conjunto de diretrizes garantidas por lei, que possibilita a promoção e garantia de direitos do cidadão é chamado de Políticas Públicas. É por meio delas que se transferem os direitos da esfera conceitual para a realidade. É importante que se diferenciem os termos “público” (que atende a toda a população) e “governamental” (promovidos pelos diversos órgãos do governo). Ou seja, as políticas públicas não são apenas desenvolvidas e implementadas pelo governo, podendo também contar com o envolvimento do setor privado e da sociedade civil. Apresento a seguir a Legislação Municipal Referente à Crianças e Adolescentes da cidade de Porto Alegre, que visa promover a garantia de direitos.

Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária (2006) - O Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, de 2006, é resultado de um processo participativo de elaboração conjunta, envolvendo representantes de todos os poderes e esferas de governo, da sociedade civil organizada e de organismos internacionais, os quais compuseram a Comissão Intersetorial que elaborou os subsídios apresentados ao Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e Adolescentes - CONANDA e ao Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS.

Anais do III Congresso de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (2008) – Na Apresentação, de Paulo de Tarso Vannuchi, então Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, conta que de 25 a 28 de novembro de 2008 o Governo Federal do Brasil sediou o III Congresso de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, no Rio de Janeiro, em parceria com o UNICEF, o ECPAT International e o NGO Group para a Convenção dos Direitos da Criança. Mais de 3.500 pessoas de 160 países participaram do Congresso, incluindo 137 delegações de Governos, representantes de agências internacionais, de ONGs, do setor privado e 282 adolescentes. A participação expressiva de representantes do setor empresarial, de comunidades religiosas, parlamentares, das forças policiais e de operadores do sistema de direito e, especialmente adolescentes e jovens, faz com que o Brasil se sinta orgulhoso de ter sediado o III Congresso e impulsionado a construção de uma parceria sustentável entre esses atores. Segundo o ministro, o governo brasileiro

tem a satisfação de compartilhar os “Anais do III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, integrados também pelo documento final do Congresso, intitulado “Declaração do Rio de Janeiro e Chamada para a Ação para Prevenir e Eliminar a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”. Temos também a satisfação de compartilhar, anexo ao Anais, a “Declaração dos Adolescentes para Eliminar a Exploração Sexual”, representando a visão dos adolescentes de todas as regiões do mundo que participaram do Congresso. Destaco que os Anais somente foram apresentados na publicação Brasil (2010):

Anais do III Congresso de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (2008, p. 51, 71, 83):

5.1.3. Recomendações do Tema 3 – Políticas Intersetoriais Integradas

Educação Sexual: Necessidade de construir novas percepções – a educação sexual como um direito no contexto do desenvolvimento humano; governos e organizações podem tomar medidas pragmáticas para acabar com a violência contra crianças e adolescentes, resgatar o direito das vítimas à dignidade e promover a sua reintegração.

B. Declaração

II – Formas de Exploração Sexual e seus Novos Cenários Pornografia infantil / Imagens de abusos de criança

(6) Conduzir ações educacionais e de conscientização focadas em crianças, pais, professores, organizações da juventude, e outros que trabalham com e para crianças com o objetivo de aprimorar o entendimento dos riscos do uso da Internet, telefones celulares e outras tecnologias, incluindo informações para crianças sobre como se protegerem, como procurar ajuda e denunciar ocorrências de pornografia infantil e exploração sexual na Internet.

VII – Monitoramento

Convocamos com urgência o Conselho de Direitos Humanos a:

(68) Assegurar que o processo de Revisão Periódica Universal inclua avaliação rigorosa do cumprimento, por parte dos Estados, de suas obrigações com relação às crianças, incluindo a prevenção e o enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes e o pleno respeito aos direitos das crianças vitimadas por tal exploração.

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Programa Nacional de Direitos Humanos III - PNDH-3 (2010) - Decreto nº 7.037, de 21 de Dezembro de 2009/Atualizado pelo Decreto nº 7.177, de 12 de maio de 2010 – O PNDH-3 representa um verdadeiro roteiro para consolidação dos alicerces da democracia: diálogo permanente entre Estado e sociedade civil; transparência em todas as esferas de governo; primazia dos Direitos Humanos nas políticas internas e nas relações internacionais; caráter laico do Estado; fortalecimento do pacto federativo; universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais; opção clara pelo desenvolvimento sustentável; respeito à diversidade; combate às desigualdades; erradicação da fome e da extrema pobreza. Este PNDH- 3 busca ser um roteiro consistente e seguro para seguir consolidando a marcha histórica que resgata nosso País de seu passado escravista, subalterno, elitista e excludente, no rumo da construção de uma sociedade crescentemente assentada nos grandes ideais humanos da liberdade, da igualdade e da fraternidade.

Em janeiro de 2008, no Rio de Janeiro, durante cerimônia de homenagem aos mortos do Holocausto e de Auschwitz, a presidência da república promoveu uma ampla jornada de discussões, debates e seminários para atualizar o PNDH que o Brasil já possuía desde 1996, com uma importante ampliação em 2002. Tratava-se de revisar o programa, assimilando demandas crescentes da sociedade e incorporando elementos dos tratados internacionais mais recentes, seja do sistema ONU, seja da OEA. Foi cumprida uma agenda intensa com essa finalidade, em todo o País, culminando com a realização da 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos, que reuniu em Brasília cerca de 1.200 delegados e 800 convidados ou observadores. O PNDH-3 incorpora, portanto, resoluções da 11ª Conferência Nacional de Direitos Humanos e propostas aprovadas nas mais de 50 conferências nacionais temáticas, promovidas desde 2003 – segurança alimentar, educação, saúde, habitação, igualdade racial, direitos da mulher, juventude, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, idosos, meio ambiente, visando ser um amplo debate democrático sobre as políticas públicas dessa área.

Plano Nacional pela Primeira Infância – PNPI (2010) - A Rede Nacional Primeira Infância entrega ao Governo e à sociedade brasileira esta sugestão de Plano Nacional pela Primeira Infância, em dezembro de 2010, que propõe ações amplas e articuladas de promoção e realização dos direitos da criança de até seis anos de idade nos próximos doze anos. Neste Plano estão traçadas as diretrizes gerais e os

objetivos e metas que o País deverá realizar em cada um dos direitos da criança afirmados pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, pelas leis que se aplicam aos diferentes setores, como educação, saúde, assistência, cultura, convivência familiar e comunitária e outros que lhe dizem respeito. Ele deve ser entendido como expressão da vontade nacional de cumprir os compromissos internacionais assumidos pelo País em documentos como a Convenção dos Direitos da Criança, o Plano de Educação de Dacar 2000/2015, os Objetivos do Milênio, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, documentos dos quais o Brasil é signatário e com os quais está comprometido. Ele se articula, também, com outros Planos e compromissos nacionais: Plano Nacional de Educação, Plano Nacional de Saúde, Plano Nacional de Assistência Social, Plano Nacional de Cultura, Plano Nacional de Combate à Violência contra a Criança, Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e se atualizará e complementará com outros planos que venham a ser elaborados.

Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes (2011) - Documento aprovado pelo CONANDA,no dia 19 de abril de 2011. Contém Eixos, Diretrizes e Objetivos Estratégicos. Principal desdobramento da 8ª. Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Plano Decenal é um documento que prevê as diretrizes da Política Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente para os próximos dez anos. Sua principal finalidade é orientar e cobrar do poder público na esfera federal a implantação de políticas que efetivamente garantam os direitos infanto-juvenis, assim como os planos estaduais devem orientar os governos estaduais e os planos municipais, as prefeituras.

Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes/Versão (2013) - O processo de revisão do Plano Nacional, coordenado pelo Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e pela Coordenação do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Secretaria de Direitos Humanos/PR, impôs, em face da diversidade das várias realidades das regiões brasileiras e da dimensão continental do país, um amplo e detalhado processo de mobilização e debates, de forma a garantir a legitimidade das ações previstas e facilitar o monitoramento de sua implantação e para a formatação

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conjunta de ações que demandam execução transversal. O envolvimento do CONANDA durante todo o processo de revisão foi fundamental para dar ao Plano Nacional, o status de norteador das políticas públicas nessa área. Ao aprovar o novo Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, ora publicizado, o CONANDA, o Comitê Nacional e o PNEVESCA reafirmam o compromisso de defesa intransigente dos direitos de crianças e adolescentes, sobretudo daqueles/as que se encontram circunstancialmente em situação de ameaça ou violação ao direito fundamental de desenvolvimento de uma sexualidade segura e saudável.

Destaque para o EIXO: DEFESA E RESPONSABILIZAÇÃO (2013, p. 24), com o objetivo de atualizar o marco normativo sobre crimes sexuais, combater a impunidade, disponibilizar serviços de notificação e responsabilização qualificados; e EIXO 2 – PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS (2013, p. 34), com Indicadores de Monitoramento, no item XIII. Número de escolas, unidades de saúde e da assistência social que adotaram a ficha de notificação compulsória em casos de abuso e/ou exploração sexual - Total de escolas e unidades de saúde e assistência social e na Ação número 15, a Implantação e implementação da notificação compulsória por parte dos profissionais da educação, saúde e assistência social com base nos artigos 13 e 245 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Legislação Municipal - Referente à Crianças e Adolescentes.

Legislação Data Assunto Pág.

LC 543 16.01.2006 Determina a construção de banheiros públicos destinados ao uso infantil nos centro comerciais e shopping centers do Município de Porto Alegre, com área bruta locável (ABL) superior a 7500m2 (sete mil e quinhentos metros quadrados), nos cinemas e teatros que atendam o público infantil, ainda que com ABL inferior a 7500m2, e nos estádios de futebol e ginásios cujas atividades desportivas envolvam programas voltados a este público.

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LC 628 17.08.2009 Consolida a legislação municipal que dispõe sobre a defesa dos direitos da criança e do adolescente e revoga o art. 13 da Lei nº 9.693, de 29 de