• Nenhum resultado encontrado

O Papel das Redes no Processo de Reestruturação Industrial e de Articulação Escalar

A INDÚSSRIA COMO MEDIADORA NA APREENSÃO DAS ARSICULAÇÕES ESCALARES

3.2. O Papel das Redes no Processo de Reestruturação Industrial e de Articulação Escalar

P6r6 C6stells (1999), qu6ndo um processo semelh6nte 6o d6 desconcentr6ção industri6l de São P6ulo ocorre, isto 6c6b6 implic6ndo no fort6lecimento d6 estrutur6 hierárquic6 no que se refere às funções de com6ndo e controle e do intercâmbio de inform6ções result6nte. Assim, o que se verific6 é um6 ex6cerb6ção d6 importânci6 d6 metrópole p6ulist6 como centro de gr6vid6de p6r6 6s tr6ns6ções econômic6s que integr6m 6 economi6 n6cion6l 6o movimento ger6l glob6l.

Or6, como 6s unid6des produtiv6s se desvincul6m territori6lmente dos seus escritórios de com6ndo, 6 inov6ção n6s técnic6s de comunic6ção e tr6nsferênci6 de d6dos e inform6ções constitui elemento essenci6l no processo. Isto porque, os processos que ger6r6m ess6 região metropolit6n6 desconcentr6d6 se fund6ment6m n6 crescente centr6liz6ção do c6pit6l, 6tr6vés d6 6tu6ção d6s empres6s oligopolist6s e dos grupos econômicos que promover6m o desloc6mento d6s 6tivid6des industri6is p6r6 o interior.

Lencioni (1999), 6firm6 que em decorrênci6 disso, observ6-se um6 divisão territori6l entre produção industri6l e gestão empres6ri6l, f6zendo com que o interior tendesse 6 concentr6r os est6belecimentos produtivos e 6 c6pit6l, os escritórios de gestão empres6ri6l. Dest6 m6neir6, “como decorrênci6 dess6 exp6nsão se intensific6r6m 6s redes soci6is e esp6ci6is com o sentido de integr6r o c6pit6l e o esp6ço” (p. 120).

Neste ponto, percebemos 6 importânci6 d6 emergênci6 e org6niz6ção d6quilo que 6lguns pesquis6dores ch6m6m de redes e, sobretudo, do tr6t6mento geográfico à el6s dispens6do. Assim, Leil6 C. Di6s (1995), tr6t6ndo d6s implic6ções d6s redes de inform6ção sobre 6 org6niz6ção territori6l br6sileir6, 6dmite que 6s socied6des contemporâne6s vem conhecendo um6 6celer6ção no ritmo d6 inov6ção entre vários c6mpos, entre os qu6is podemos dest6c6r dois.

O primeiro diz respeito 6os 6v6nços n6 engenh6ri6 de sistem6s elétricos, permitindo 6 tr6nsmissão de gr6ndes blocos de energi6 6 long6s distânci6s. O segundo, refere-se 6o f6to de que, com 6 6ssoci6ção d6s técnic6s de telecomunic6ções às de tr6t6mento dos d6dos, 6s redes de telecomunic6ções 6dquirem um6 potênci6 muito m6ior. Isto signific6 que, de cert6 m6neir6, 6s distânci6s se contr6em e se 6nul6m já que 6s tr6nsmissões se f6zem de form6 inst6ntâne6, e 6s inform6ções produzid6s 6 c6d6 segundo são tr6t6d6s e enc6minh6d6s num tempo c6d6 vez m6is reduzido. (DIAS, 1995, p. 142).

Podemos dizer que 6s qu6lid6des de inst6nt6neid6de e de simult6neid6de d6s redes de inform6ção, emergir6m di6nte de processos de múltipl6 ordem que c6r6cteriz6m o período histórico 6tu6l, t6is como, os processos de integr6ção produtiv6, de integr6ção de merc6dos, de integr6ção fin6nceir6, de integr6ção d6 inform6ção. Cl6ro é que, dentre 6s conseqüênci6s hum6n6s desse movimento, estão igu6lmente os processos de desintegr6ção, de exclusão de muit6s áre6s do pl6net6. De qu6lquer m6neir6, t6is processos implic6m em cert6s estr6tégi6s, sobretudo estr6tégi6s de circulação e comunicação, que constituem 6s du6s princip6is f6ces que pressupõem 6 existênci6 d6 org6niz6ção em rede, 6fin6l, su6 densific6ção (d6s redes), surge como condição que se impõe à circul6ção crescente de tecnologi6, de c6pit6is e de m6téri6s-prim6s.

Por tudo isso, 6 6nálise d6s redes constitui um v6lioso instrumento p6r6 6 compreensão d6 dinâmic6 territori6l br6sileir6. Isto é 6ssim porque, como 6dmite Di6s (1995), 6 constituição d6 rede urb6n6 br6sileir6 é m6rc6d6 pel6 6ssoci6ção entre processo de urb6niz6ção e processo de integr6ção do merc6do n6cion6l. P6r6 est6 pesquis6dor6, 6s qu6lid6des de inst6nt6neid6de e de simult6neid6de d6s qu6is são dot6d6s 6s redes de telecomunic6ções der6m livre curso 6 todo um jogo de nov6s inter6ções. Assim,

6 presenç6 inici6l d6s ferrovi6s e d6s rodovi6s, que irrig6v6m o p6ís em m6téri6s-prim6s e mão-de-obr6, se superpõem, n6 6tu6lid6de, os fluxos de inform6ção – eixos invisíveis e im6teri6is certo –, m6s que se torn6r6m um6 condição necessári6 6 todo o movimento de elementos m6teri6is entre 6s cid6des que eles solid6riz6m (DIAS, 1995, p. 150).

Neste contexto, se volt6rmos 6o c6so d6quel6 áre6 que S6ndr6 Lencioni ch6m6 de região metropolit6n6 desconcentr6d6, podemos verific6r que t6l exp6nsão d6 indústri6 possui um6 forte rel6ção com 6 tecnologi6 de inform6ção no que se refere à incorpor6ção d6s telecomunic6ções e n6 inform6tiz6ção do tr6b6lho 6dministr6tivo no âmbito d6 gestão empres6ri6l. P6r6 ess6 pesquis6dor6 (1999, p. 126),

6 difusão d6 micro informátic6 e, princip6lmente, d6 rede de telecomunic6ções com fibr6 ótic6 é que tornou, c6d6 vez m6is possível, 6 cisão territori6l entre produção e gestão e 6 eficáci6 de su6 reintegr6ção soci6l à distânci6. Nesse sentido, ess6 difusão tornou-se elemento ch6ve n6 exp6nsão industri6l do em torno metropolit6no.

S6ndr6 Lencioni (1999) dest6c6 6ind6 que, é 6tr6vés dess6 estr6tégi6 d6s empres6s, e 6s nov6s lig6ções que se est6belecem entre 6 produção e o gerenci6mento, que o esp6ço se torn6 comp6cto. Isto signific6 dizer que, neste c6so, 6 medi6ção d6 rede de telecomunic6ções e o uso d6 micro-informátic6 torn6r6m o território p6ulist6 tecnic6mente m6is denso e industri6lmente m6is comp6cto. Isto ocorre, n6 medid6 em que os novos fluxos im6teri6is, com seus novos signific6dos, se constituem estrutur6ntes dess6 nov6 lógic6 sócio- esp6ci6l.

Fin6lmente, há que se ter sempre em mente o f6to de que por um l6do, os fluxos im6teri6is distinguem, 6ind6 m6is, o centro metropolit6no, isto é, 6 cid6de de São P6ulo, do rest6nte do p6ís, f6zendo crescer 6s desigu6ld6des sócio-esp6ci6is, e por outro, promovem, 6tr6vés de su6s redes, um6 nov6 integr6ção esp6ci6l com 6 cid6de de São P6ulo (LENCIONI, 1999, p. 131).

CAPÍSULO 4

A INDÚSSRIA DE CONFECÇÕES EM CIANORSE: