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O PAPEL EXERCIDO PELA EXPOVESS E PELOS SHOPPING CENSERS DE ASACADO

7.3. Os Shopping Centers em Cianorte

Os cinco Shoppings d6 cid6de, respectiv6mente pelo número de loj6s em ordem crescente, são: Ci6 Vest Mercosul (35); D6ll6s Mod6 Shopping (52); Uninvep (6:); Uni Shopping (:2) e N6bh6n Ci6 F6shion (116). No tot6l, são m6is de 350 loj6s que 6tendem 6os clientes, 6tr6vés de um6 d6d6 infr6-estrutur6 proporcion6d6 pelos empreendimentos onde est6s estão loc6liz6d6s.

Cl6ro é que, por tr6t6r-se de um tipo específico de shopping center, especi6liz6do n6 vend6 por 6t6c6do d6s confecções produzid6s n6 própri6 cid6de ou em cid6des vizinh6s26, não 6present6 p6rte d6s especificid6des que c6r6cteriz6m os shoppings v6rejist6s, como descritos no item 6nterior deste tr6b6lho.

No ent6nto, 6lguns deles, sobretudo os m6iores, port6nto, com m6ior poder de investimento em infr6-estrutur6, prop6g6nd6 e m6rketing, como no c6so do m6ior deles, o N6bh6n Ci6 F6shion, possuem todo um 6p6r6to que serve p6r6 6tr6ir os clientes. Isto se evidenci6 pel6 prop6g6nd6 em um de seus enc6rtes distribuídos entre seus clientes:

[...] lhe oferecemos conforto de primeiro mundo n6 hor6 de re6liz6r seus negócios: 6r condicion6do centr6l; 6mbiente 6gr6dável, ótimo 6tendimento; segur6nç6; rest6ur6nte; l6nchonetes; pous6d6; últimos l6nç6mentos d6 mod6; produtos de excelente qu6lid6de; desfiles diários onde você pode 6preci6r os produtos sendo utiliz6dos 6ntes de efetu6r 6 compr6; preços e pr6zos que lhe proporcion6rão excelentes negócios em seu est6belecimento comerci6l.

Us6mos 6 expressão “clientes” e não consumidores porque, n6 verd6de, estes clientes são donos de pequen6s loj6s que comerci6liz6m confecções em su6s cid6des de origem, não constituindo, port6nto, os consumidores fin6is dess6s merc6dori6s. Neste processo, podemos ress6lt6r dois 6spectos.

O primeiro refere-se 6o preço fin6l dest6 merc6dori6 que, 6pós p6ss6r pel6s mãos dos comerci6ntes, se 6lter6 vi6 6greg6ção de v6lor. Este é um processo n6tur6l, que ocorre à medid6 que um6 mesm6 merc6dori6 é tr6nsform6d6 ou sobre el6 pes6m custos que envolvem o dispêndio de tr6b6lho e desloc6mento entre cert6s distânci6s.

O segundo, diz respeito às redes que se cri6m, 6rticul6ndo diferentes esc6l6s d6 re6lid6de, desde 6 produção d6 merc6dori6 (neste c6so, 6 confecção), 6té o consumo fin6l. Neste contexto, os shoppings 6t6c6dist6s surgem como elementos que cri6m 6s condições p6r6 6 6rticul6ção entre 6s esc6l6s envolvid6s desde 6 produção 6té o consumo d6s merc6dori6s, sem perder de vist6 6s medi6ções exercid6s 6tr6vés d6 6ção prátic6 dos grupos loc6is que detém o poder político e econômico.

Conforme vimos 6n6lis6ndo, conclui-se que 6 produção de roup6s constitui um r6mo industri6l, extrem6mente dinâmico, e que contribui p6r6 6 produção e 6rticul6ção entre diferentes esc6l6s geográfic6s. Isto ocorre, just6mente, porque 6s indústri6s de confecções rel6cion6m-se diret6mente com 6 conjuntur6 econômic6 em nível n6cion6l, e mesmo

26 S6be-se que um6 p6rcel6 dos empresários que possuem loj6s nos shoppings 6t6c6dist6s de Ci6norte, tem su6 unid6de

industri6l impl6nt6d6 em outr6s cid6des do noroeste do Est6do do P6r6ná, e t6mbém 6lgum6s loc6liz6d6s em outr6s cid6des for6 do Est6do.

intern6cion6l, refletindo os desdobr6mentos t6nto dos momentos de exp6nsão como os de crise econômic6.

Segundo Cioffi (1995: p. 126), no c6so específico do p6rque industri6l de Ci6norte, “cerc6 de 150 indústri6s 6tendem 6 dem6nd6 de clientes de todo o p6ís e di6ri6mente 6port6m ônibus, tr6zendo compr6dores p6r6 6dquirir os produtos de noss6s confecções.” Hoje, s6be-se que o número de indústri6s inst6l6d6s n6 cid6de ultr6p6ss6 6s 300 unid6des, sendo este mont6nte composto, em su6 gr6nde m6iori6, por pequen6s ou micro-empres6s que ger6m um6 médi6 de 5-10 empregos por unid6de.

Neste sentido, Fresc6 (2000: p. 373) 6n6lis6 que:

[...] 6s indústri6s confeccionist6s ger6v6m loc6lmente cerc6 de 7.000 empregos diretos [em 1996]. Estes empregos diretos correspondem t6nto 6os regul6res como 6os inform6is. T6nto o Sindic6to dos tr6b6lh6dores n6s confecções como 6 Associ6ção d6s Indústri6s estim6m que cerc6 de 50% dest6 forç6 de tr6b6lho 6tu6m n6 inform6lid6de.

Cioffi (1995: p. 127) ress6lt6 6ind6 que,

[...] milh6res de pesso6s estão empreg6d6s no r6mo [de confecções], inclusive mão-de-obr6 m6sculin6. As confecções de gr6nde porte inst6l6r6m p6rte de su6s fábric6s ou tod6 6 unid6de em cid6des vizinh6s p6r6 b6r6te6r mão-de-obr6 e outros custos.

No ent6nto, nos interess6 o f6to de que, o surgimento d6 idéi6 e 6 efetiv6 impl6nt6ção dos shoppings 6t6c6dist6s de Ci6norte, constituem um6 estr6tégi6, por p6rte dos empresários d6s indústri6s de confecções, p6r6 6 divulg6ção e vend6 d6s su6s merc6dori6s.

Aqui, c6be um6 reflexão 6cerc6 do verd6deiro p6pel dest6 comerci6liz6ção vi6 os shoppings 6t6c6dist6s. Tr6t6-se do f6to de que, por ser um r6mo industri6l extrem6mente dinâmico, como já s6lient6mos 6nteriormente, em 6lguns c6sos é no momento d6 comerci6liz6ção que os empresários industri6is procur6m lucr6r, isto é, reproduzir de form6 6mpli6d6 o c6pit6l investido n6 f6se d6 produção propri6mente dit6.

Ar6újo (1997, p. 79) ress6lt6 em su6 dissert6ção intitul6d6 “A Via Direta ao Consumidor – Estrutura e comércio têxtil na cidade de Americana – SP”, que:

A tendênci6 que se verific6 é o 6comp6nh6mento desses est6belecimentos comerci6is [os SC] p6r6 loc6is onde 6s indústri6s já se h6vi6m inst6l6do: gr6ndes cid6des e, p6rticul6rmente próxim6s ou 6o longo dos princip6is eixos

rodoviários de industri6liz6ção, dividindo 6ssim o mesmo esp6ço, ou sej6, às m6rgens d6 rodovi6.

No c6so de Ci6norte, s6be-se que 6 cid6de não 6comp6nh6 import6ntes eixos de desenvolvimento industri6l, nem está loc6liz6d6 muito próxim6 6 qu6lquer import6nte Pólo Têxtil, o que permitiri6 6 6greg6ção de v6lor n6s merc6dori6s que 6li são produzid6s. A rede urb6n6 n6 qu6l está inserid6 estrutur6-se em torno de outr6s cid6des d6 região, entre 6s qu6is, M6ringá, P6r6n6v6í, Umu6r6m6 e C6mpo Mourão, e seu desenvolvimento industri6l vincul6-se 6 um processo ger6l, desenc6de6do 6 p6rtir de Londrin6, em direção 6o Noroeste do Est6do, conforme já mencion6do em c6pítulo 6nterior.

Di6nte disso, pode-se 6bstr6ir que 6o surgimento dos shoppings de 6t6c6do em Ci6norte, corresponde tod6 um6 estr6tégi6 que v6i 6lém de um6 simples jog6d6 de m6rketing em torno d6 indústri6 confeccionist6 d6 cid6de e d6 região. N6 verd6de, foi 6tr6vés d6 org6niz6ção dos empresários desse r6mo e d6 necessid6de de cri6r um 6p6relho c6p6z de servir de ch6m6riz, isto é, de ch6m6r 6tenção dos compr6dores p6r6 6 su6 produção, que surgir6m esses equip6mentos.

F6l6mos isso, por termos ciênci6 de que t6is shoppings for6m impl6nt6dos com c6pit6is dos próprios industri6is d6 cid6de, não constituindo empreendimentos pl6nej6dos por gr6ndes empres6s construtor6s. Report6ndo-nos 6o lev6nt6mento efetu6do junto 6os C6rtórios de Imóveis de Ci6norte, conforme já coment6mos 6nteriormente, podemos lev6nt6r 6lgum6s hipóteses, neste contexto.

Assim, os lotes onde se loc6liz6m estr6tegic6mente os shopping centers 6t6c6dist6s de Ci6norte, com 6lgum6s exceções, não pertenci6m 6os industri6is de confecções d6 cid6de 6té o período que corresponde 6o fin6l d6 déc6d6 de 19:0. O que const6t6mos por meio deste lev6nt6mento, é que os lotes 6n6lis6dos for6m primeir6mente de propried6de d6 Comp6nhi6 Melhor6mentos Norte do P6r6ná, p6ss6ndo depois p6r6 6s mãos de comerci6ntes em ger6l e de 6gricultores.

Est6 tendênci6 foi observ6d6 6té o fin6l d6 déc6d6 de 19:0, qu6ndo então outros grupos p6ss6m 6 6dquirir estes lotes com 6 fin6lid6de ou de impl6nt6r indústri6s, ou de construir imóveis com o objetivo de complement6r 6 indústri6 de confecções 6tr6vés d6 impl6nt6ção de loj6s 6t6c6dist6s. Isto não signific6 dizer, necess6ri6mente, que somente os industri6is lig6dos à produção de roup6s se interess6r6m de imedi6to pelos lotes.

Outros indivíduos – comerci6ntes, funcionários públicos, profission6is liber6is, etc. – que tiver6m um6 visão do merc6do imobiliário loc6l, t6mbém 6dquirir6m lotes n6s áre6s

onde 6s indústri6s de confecções começ6v6m então 6 se inst6l6r, e tr6t6r6m de construir imóveis com o objetivo de vender ou 6lug6r p6r6 os industri6is de confecções.

Isto é 6ssim, um6 vez que hoje se tr6t6 de um6 áre6 privilegi6d6, já que nest6 loc6liz6ção, podemos observ6r 6 concentr6ção d6s loj6s e shoppings de 6t6c6do interc6l6dos pel6s própri6s indústri6s.

As imbric6ções entre o c6pit6l industri6l, o fin6nceiro, o comerci6l e o imobiliário em Ci6norte, tendo como b6se 6 dinâmic6 d6 indústri6 de confecções constitui objeto que por si só necessit6ri6 de um6 pesquis6 à p6rte. No ent6nto, est6s discussões nos remetem à idéi6 de que os industri6is que 6dquirir6m os lotes urb6nos n6 Avenid6 P6r6íb6 6té o fin6l d6 déc6d6 de 19:0, prov6velmente, conseguir6m 6mpli6r incomensur6velmente seus lucros.

Afin6l, 6o mesmo tempo em que hoje lucr6m comerci6liz6ndo su6s confecções nos próprios shoppings, t6mbém congreg6m 6 possibilid6de de reproduzir o c6pit6l investido n6 indústri6, 6tr6vés d6 su6 6plic6ção n6 construção e incorpor6ção desses shoppings e d6s su6s loj6s de 6t6c6do que, gu6rd6d6s 6s su6s dimensões, estão institucion6lmente lig6dos 6 um órgão cri6do especific6mente p6r6 gerenci6r su6s 6tivid6des. Tr6t6-se d6 ASAMODA (Associ6ção dos Shoppings At6c6dist6s de Mod6).

C6be 6qui um6 reflexão 6cerc6 do tipo específico dos empreendimentos que 6li se loc6liz6m. Assim, 6o 6n6lis6r um6 re6lid6de semelh6nte àquel6 que 6bord6mos neste texto, Ar6újo (1997, p. 79), diz que,

As form6s comerci6is que se verific6m no interior do Est6do [de São P6ulo], em 6lguns c6sos, os ‘Outlet Centers’ (OC), que se diferenci6m dos SC no que t6nge à estrutur6 e 6c6b6mento do prédio, podendo 6ssim oferecer um preço menor no 6luguel do metro qu6dr6do do box.

Segundo est6 pesquis6dor6, os shopping centers tom6ri6m form6s diferentes no sentido de busc6r um6 especificid6de, diferenci6ndo-se n6 estrutur6, isto é, no seu tenant-mix. Nesse sentido, 6 tendênci6 n6cion6l que se verific6ri6, seri6 o surgimento de Outlet-Centers e Shoppings de Fábric6s. P6r6 el6,

Os SC diferenci6m-se dos SF [Shoppings de Fábric6], em su6 estrutur6 e função, e no que t6nge 6 origem dos consumidores, sendo que o primeiro os consumidores fin6is, e o segundo 6br6nge desde consumidores fin6is 6té revendedores. (ARAÚJO, 1997, p. :1).

No c6so específico de Ci6norte, 6 estrutur6 físic6 (tenant-mix) dos seus equip6mentos comerci6is do tipo shopping, se 6proxim6 muito m6is d6quel6 dos shoppings v6rejist6s descritos por Pint6udi (1992) n6 segund6 p6rte deste texto, mesmo constituindo um

tipo específico de shopping – o shopping 6t6c6dist6. Isto é 6ssim, pelo f6to de que os shoppings de Ci6norte, 6o mesmo tempo em que utiliz6m um6 lingu6gem muito m6is lig6d6 6 d6 oportunid6de, procur6ndo p6ss6r 6 sens6ção de que 6li os clientes estão di6nte d6s melhores condições p6r6 efetu6r seus negócios, t6mbém proporcion6m um 6mbiente tot6lmente novo, clim6tiz6do, seguro, limpo, longe d6s ‘6dversid6des’ com 6s qu6is se pode choc6r n6 áre6 centr6l d6 cid6de, por exemplo.

Sobre est6 questão, preferimos 6credit6r tr6t6r-se de um conjunto de termos cuj6 6n6logi6 é muito próxim6, sendo difícil determin6r qu6l o m6is correto de 6cordo com o objeto foco de estudos, d6d6 6 complexid6de dos processos que o envolvem.

No que se refere à loc6liz6ção, Pint6udi (1992, p. 40) ress6lt6 que os shopping centers costum6m ser impl6nt6dos de três m6neir6s: “junto às rodovi6s (próximos 6o 6nel viário de 6cesso 6 um6 cid6de), n6 m6lh6 urb6n6 d6 cid6de (com fácil 6cesso às rodovi6s) ou 6ind6 num6 situ6ção intermediári6 (com fácil 6cesso t6nto à rodovi6 qu6nto à cid6de)”.

No c6so dos shoppings de Ci6norte, podemos dizer que estes, de um6 m6neir6 ou de outr6, inserem-se neste contexto de loc6liz6ção 6pont6do pel6 6utor6 referid6 6nteriormente. A loc6liz6ção dos shoppings de 6t6c6do de Ci6norte pode ser m6is bem visu6liz6d6 6tr6vés do M6p6 7.

Aind6 sobre este 6ssunto, um outro ponto que v6le ser ress6lt6do, é o f6to de que 6 proximid6de físic6 entre os shoppings 6t6c6dist6s e 6s indústri6s de confecções permitiu t6mbém 6 cri6ção d6 ch6m6d6 RUA DA MODA, um eixo 6o longo d6 Avenid6 P6r6íb6, que dá 6cesso 6o trevo de s6íd6 p6r6 6s cid6des de M6ringá 6 leste, C6mpo Mourão 6o sul e Umu6r6m6 6 oeste.

É 6li que está loc6liz6d6 p6rte dos shoppings 6t6c6dist6s (o Ci6 Vest Mercosul, o N6bh6n Ci6 F6shion e o Uni Shopping), d6s indústri6s de confecções e de su6s loj6s de fábric6. O D6ll6s Mod6 Shopping está loc6liz6do às m6rgens do trevo referido 6cim6. O Uninvep se loc6liz6 num trecho 6o longo d6 rodovi6 PR 323 que lig6 Ci6norte à M6ringá, um pouco 6f6st6do d6 áre6 urb6n6 d6 cid6de.

Sobre este 6specto, podemos dizer que est6 loc6liz6ção 6ge no sentido de f6cilit6r o 6cesso dos clientes 6os shoppings, já que estão às m6rgens de rodovi6s que lig6m Ci6norte à outr6s p6rtes do Est6do, ou muito próximos 6 el6s.

Um 6specto interess6nte que podemos ress6lt6r neste contexto refere-se 6 6lgum6s 6ções que vem sendo implement6d6s pelo Est6do, no sentido de cri6r um eixo de desenvolvimento d6 indústri6 têxtil e de confecções, lig6ndo 6s cid6des de Ci6norte, M6ringá, Apuc6r6n6 e Londrin6. Entre os primeiros result6dos deste “empreendimento”, estão 6 cri6ção de

cursos técnicos e de nível universitário nest6s cid6des, lig6dos 6o r6mo têxtil (como engenh6ri6 têxtil) e d6 concepção e produção de confecções (como estilismo e mod6).

Aqui, podemos observ6r um import6nte 6specto d6s rel6ções que se cri6m ou se podem cri6r entre o urb6no e o region6l – que, gu6rd6do certo nível de 6bstr6ção que envolve est6 questão, poderí6mos ch6m6r de 6rticul6ção esc6l6r –, já que 6 indústri6 de confecções, e o próprio equip6mento shopping center proporcion6 6 cri6ção de fluxos entre diferentes loc6is, influenci6ndo inclusive, no processo que Milton S6ntos (1997) ch6m6 de ‘compressão do tempo- esp6ço’ n6queles territórios 6fet6dos por est6 nov6 lógic6, não perdendo de vist6, é cl6ro, su6s influênci6s sobre o processo de estrutur6ção e reestrutur6ção contínuos do esp6ço intr6-urb6no.

Fin6lmente, um outro 6specto 6 ser ress6lt6do sobre este equip6mento refere-se 6o seu envolvimento com 6s tr6nsform6ções e 6 difusão de nov6s tecnologi6s, sobretudo 6quel6s que envolvem 6 comunic6ção e os tr6nsportes, sendo que 6mb6s lig6m-se profund6mente à 6celer6ção dos fluxos.

No c6so d6s telecomunic6ções, o componente esp6ci6l se 6present6 em relevo. Isto é 6ssim, à medid6 que el6s possuem o dom de percorrer e subjug6r todos os territórios, lig6ndo esp6ços 6té então consider6dos isol6dos 6os lug6res que constituem os centros de excelênci6 em termos de modernid6de científic6 e tecnológic6, 6tr6vés dos fluxos que se est6belecem. No mesmo sentido, t6mbém 6 velocid6de possui su6 dimensão esp6ci6l, já que 6 su6 própri6 percepção 6dmite cert6 descontinuid6de, que se 6present6 distribuíd6 esp6ci6lmente.

M6nuel C6stells (1999), propõe 6 hipótese de que o esp6ço org6niz6 o tempo n6 socied6de em rede. Segundo esse pesquis6dor, “t6nto o esp6ço como o tempo estão sendo tr6nsform6dos sob o efeito combin6do do p6r6digm6 d6 tecnologi6 d6 inform6ção e d6s form6s e processos soci6is induzidos pelo processo 6tu6l de tr6nsform6ção históric6, [...]” (p. 403).

Isto nos lev6 6 6dmitir que, à 6celer6ção corresponde t6mbém um 6umento e 6celer6ção d6 difusão de cert6s form6s, entre 6s qu6is, pode-se dest6c6r o shopping center. D6 mesm6 m6neir6 como 6 velocid6de se impõe 6o estático, o glob6l se impõe 6o loc6l, mesmo que isto, por enqu6nto, não constitu6 um6 regr6 homogêne6 pelo globo.

G6et6 (1999, p. 10:), 6o tr6t6r do esp6ço urb6no como difusão tecnológic6, 6n6lis6 que “um dos 6spectos import6ntes d6 tecnologi6 n6 su6 rel6ção com o urb6no é 6 cri6ção de pré-mold6dos e de form6s inteir6s prototípic6s. Isto revolucion6 6 construção d6s cid6des. Revolucion6, p6droniz6 e 6celer6”. O mesmo 6utor, 6dmite 6ind6 que 6 tecnologi6 t6mbém comport6 um6 questão de “6umento de esc6l6”, o que exige um6 m6ior 6bstr6ção, no sentido de “perd6 de det6lhes”.

Est6s consider6ções possuem um p6r6lelo insep6rável com 6s questões que envolvem o loc6l. Isto porque, o loc6l não possui poder suficiente, isto é, 6s c6r6cterístic6s necessári6s p6r6 lut6r contr6 um processo que vem de for6, institucion6liz6ndo 6s tr6nsform6ções necessári6s. Assim, como 6dmite G6et6 (1999, p. 110), 6 dispersão está ressignific6d6, com b6se n6 6celer6ção que o próprio desenvolvimento tecnológico tr6z.

P6ss6 6 ser 6ceitável no esp6ço, e mesmo desejável, 6 descontinuid6de. A p6ss6gem 6brupt6 de referênci6s form6is no esp6ço, unid6s ou tromb6d6s pel6 velocid6de, f6z p6rte do cotidi6no. Dess6 m6neir6, 6s nov6s form6s não tem necessári6 continuid6de com o entorno.

Então, podemos dizer que ess6s nov6s form6s urb6n6s, como é o c6so do shopping center, t6mbém são pl6nej6d6s tendo em vist6 este 6specto, qu6l sej6 6 problemátic6 que envolve 6 dissolução do tempo e d6s referênci6s 6o entorno. Or6, se o loc6l deix6 de ser 6 referênci6, o que ocorre é um6 cert6 dissolução do esp6ço que lhe é imedi6to, de modo que o usuário de um shopping o enxerg6 como um todo completo. Neste c6so, há t6mbém 6 dissolução do tempo, pois b6st6 not6r que, no c6so dos shoppings, 6s referênci6s 6o tempo são pr6tic6mente inexistentes.

Assim, v6le lembr6r G6et6 (1999p. 110-111) qu6ndo este 6n6lis6 que,

Por outro l6do, 6 progr6m6ção gerenci6d6, presente n6 org6niz6ção dest6s nov6s form6s urb6n6s, f6z com que 6 espont6neid6de do cid6dão n6 cid6de concret6 se perc6. C6be então à meg6-estrutur6 definir rot6s, gostos, compr6s e 6preci6ção do que é 6preciável.

Ao tom6rmos como referênci6 os shoppings de 6t6c6do de Ci6norte, deve-se ter em mente que estes constituem p6rte de um projeto cri6do por meio dos mec6nismos de cooper6ção competitiv6 de um grupo de empresários, com o propósito de vi6biliz6r 6 su6 reprodução enqu6nto grupo soci6l e econômico hegemônico.

Pelo f6to de que t6is empreendimentos não surgem do n6d6, 6o contrário, congreg6m 6spir6ções polític6s, econômic6s, ideológic6s de seus pl6nej6dores, não podemos deix6r de lembr6r 6s su6s implic6ções p6r6 6 tr6nsform6ção do esp6ço urb6no onde estes são inst6l6dos.

É neste sentido que os shoppings 6t6c6dist6s de Ci6norte devem ser enc6r6dos, ou sej6, como elementos que contribuem n6 cri6ção e 6rticul6ção entre divers6s esc6l6s, num6 perspectiv6 de síntese de múltipl6s esc6l6s, congreg6ndo 6spectos específicos do jogo de interesses de grupos que 6tu6m n6 esc6l6 loc6l com 6s determin6ções glob6is que impõem um sistem6 de 6cumul6ção no qu6l 6 fug6cid6de d6 mod6 6li6d6 6s mud6nç6s nos p6drões de consumo, lev6m 6os processos de reestrutur6ção do esp6ço dest6 cid6de, como podem ser observ6dos hoje.