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5. OS PARLAMENTOS REGIONAIS LATINO-AMERICANOS

5.1 O PARLAMENTO ANDINO (PARLANDINO)

O Parlamento Andino (Parlandino) foi criado em 25 de outubro de 1979 através do Tratado Constitutivo, que entrou em vigor em 1984. Em 1997, aprovaram-se as eleições diretas para a escolha dos seus representantes. A sede permanente do Parlamento Andino é em Bogotá (Colômbia) e os países membros são: a Bolívia, o Chile, a Colômbia, o Equador e o Peru.

As duas funções da iniciativa regional andina compreendem a harmonização legislativa nos países membros e a representação ativa e permanente dos povos da região, garantindo sua participação, o fortalecimento do processo de integração e a gestão parlamentária por meio de controle político das instituições do SAI.

A missão do Parlamento é apoiar os governos dos países membros na harmonização das legislações, assim como na regionalização de políticas públicas e práticas governamentais exitosas, e fortalecer o Processo Andino de Integração por meio da construção da cidadania andina e do fomento da participação cidadã.

A visão da iniciativa regional andina é servir como modelo para as demais iniciativas de integração na região, por meio da consolidação de seus marcos normativos e de propostas de legislação comunitárias no ordenamento jurídico nacional dos países membros e supranacional da Comunidade Andina. Da mesma maneira, mediante o fortalecimento e o aprofundamento do processo de integração andino sobre a base de uma forte identidade e de ativa participação cidadã (COMUNIDAD ANDINA, [2015?]).

De acordo com o Tratado Constitutivo, os parlamentares dos países membros se reúnem uma vez por ano e, caso seja necessário, mais vezes em caráter extraordinário. São eleitos cinco parlamentares por cada país membro (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru). O mandato dos parlamentares é de dois anos, podendo ser reeleitos e possuindo dois

suplentes, em caso de ausência no Parlamento. O presidente e o vice-presidente têm mandato de um ano, contando com a ajuda de uma Secretaria Pro Tempore.

Os objetivos do Parlamento Andino são:

a) Contribuir com a promoção e a orientação do processo de integração subregional andino; b) Sustentar, na subregião andina, o império da liberdade, da justiça social e da democracia no seu sentido mais amplo de exercício participativo; c) Assegurar o respeito pelos direitos humanos no âmbito dos instrumentos internacionais existentes de todos os países membros; d) Promover a participação dos povos como atores no processo de integração andina; Incentivar o desenvolvimento de uma consciência comunitária andina; e) Promover nos povos da sub-região andina a conscientização e a mais ampla divulgação dos princípios e regras que orientam o estabelecimento de uma nova ordem internacional; f) Incentivar o desenvolvimento e integração da comunidade latino-americana e; g) Contribuir para o fortalecimento da paz e da justiça internacional (PARLAMENTO ANDINO, 1979, não paginado).

As funções do Parlamento são: a) Examinar o progresso da integração sub-regional através dos relatórios anuais dos órgãos das Convenções e Acordos Andinos e solicitar as informações que considere adequadas; b) Manter relações de cooperação com os parlamentos dos países membros ou de outros países no que diz respeito às matérias abrangidas pelo presente Tratado e; c) Propor medidas e sugestões que contribuam para a aproximação das legislações dos países membros (PARLAMENTO ANDINO, 1979).

A organização regional andina possui os seguintes órgãos: o Plenário, a Mesa Diretiva, as Comissões, o Escritório Central e os Escritórios Nacionais. O Plenário é responsável pela condução e pela tomada de decisões do Parlamento e é composto por cinco parlamentares andinos representantes de cada um dos países membros. Para a tomada de decisões como reformas à regulamentação, orçamento geral, eleição de oficiais e dignitários, suspensão e cessação do mandato de sessões andina parlamentares fora da Sede e aprovação do Plano de Desenvolvimento Institucional, o quórum necessário é a metade mais um dos membros.

O Parlandino pode aprovar quatro tipo de atos: as decisões, os acordos, as declarações e as recomendações. A aprovação é pela maioria absoluta dos parlamentares, entretanto não há poder decisório na organização regional andina. As competências do Parlandino estão restritas ao fortalecimento do processo de integração regional, por intermédio da cooperação e coordenação com os parlamentos nacionais, com países extra-bloco e outras iniciativas regionais, e a promoção da legislação entre os países membros da Comunidade Andina (MALAMUD e SOUSA, 2005).

A Mesa Diretiva é o órgão colegiado de orientação, coordenação direção, execução e supervisão dos atos que emanem do Plenário e dos demais órgãos do Parlamento Andino. As funções são direcionadas para a organização interna do Parlamento Andino, a coordenação do Plenário e das comissões, bem como a gestão e reforma dos Estatutos da Universidade Andina

Simon Bolívar, entre outros. A Mesa Diretiva é formada pelo Presidente, cinco Vice- Presidentes e um Secretário-Geral com voz. Para ocorrer uma sessão deve ter no mínimo três membros.

As Comissões são cinco: 1) política exterior e relações parlamentares para a integração; 2) educação, cultura, ciência, tecnologias de informação e de comunicação; 3) segurança regional, desenvolvimento sustentável, soberania e segurança alimentar; 4) desenvolvimento e integração econômica, produção, competitividade e complementariedade, infraestrutura e energia e; 5) direitos humanos, desenvolvimento social e participação cidadã. Cada comissão deve possuir um presidente, um vice-presidente e os próprios integrantes.

O Escritório Central é administrado pelo Secretário-geral e fica situado na sede permanente do Parlamento Andino em Bogotá (Colômbia). Os Escritórios Nacionais são cinco, cada um em cada país membro e têm a função conectada e coordenada com o Escritório Central.

Separados dos órgãos institucionais citados existem três autoridades: o presidente, o vice-presidente e o secretário-geral. O presidente é a representação política mais alta do Parlamento e a autoridade responsável por dirigir cada uma das sessões plenárias dos períodos ordinários e extraordinários. O presidente é eleito entre os parlamentares titulares andinos, sucessivamente em ordem alfabética de cada país membro (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru). A presidência em 2016 foi de Edith Mendoza Fernández da Bolívia.

O vice-presidente é a representação máxima de cada uma das delegações dos países membros e o país que exerce a presidência não pode ocupar a vice-presidência. As principais funções são: assumir a representação legal em seus respectivos países, realizar a gestão econômica, técnica e administrativa de sua representação parlamentar e participar nas reuniões do Conselho, entre outros.

O secretário-geral exerce a gestão financeira, administrativa, legal e técnica especializada do Escritório Central do Parlamento Andino e a representação diplomática entre o governo da Colômbia e os governos regionais. As funções principais do secretário-geral são a organização e a definição da estratégia de gestão parlamentar, o funcionamento do Escritório Central, o desenvolvimento igual das sessões e demais atividades institucionais. O secretário-geral é eleito pela Mesa Diretiva pelo período de dois anos (COMUNIDAD ANDINA, [2015?]).