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5. O PODER PÚBLICO EM VITÓRIA DA CONQUISTA E O GERENCIAMENTO

5.2 O PARQUE MUNICIPAL DA SERRA DO PERIPERI

A Serra do Periperi teve parte da sua área, tombada no ano de 1996, através do Decreto nº 8.696/96, passando assim a se configurar como área de preservação ambiental. A Serra é uma unidade geoambiental de suma importância para o município de Vitória da Conquista e para a sua população por diversos motivos que aqui serão abordados, porém, antes é salutar que se faça algumas considerações inicias a seu respeito, a exemplo da origem do seu nome, a saber:

O nome é tupi, embora a terra tenha sido Kamakã-Mongoyó: Piripiri significa junco. Na região há alguns juncos: Tabúa, taquara, taquarinha, criciúma. Piripiri é como se fosse muito junco, juncal, ou muita taquara, taquaral. Em língua tupi a repetição do substantivo dá-lhe o significado de aumentativo, multiplicação, maior frequência. Uma extensão de piri é piripiri. A palavra piripiri foi incorporada à língua portuguesa com os dois significados: o de junco, taquara, tabúa ou o de brejo. Em alguns lugares persiste apenas o significado de brejo com vegetação de um dos tipos de junco (tábua, principalmente), para a palavra piripiri. Ocorreu, assim, u’a metonímia- no sentido diacrônico, como o termo é aplicado para indicar mudança de significado da palavra pela semântica histórica - (MEDEIROS, 1999, p. 1 e PMVC, 2008, p. 1).

Outra curiosidade acerca da Serra é ressaltada por Varges e Marinho (2004, p. 43), que ao discorrerem sobre o seu funcionamento relatam que “a Serra do Periperi funciona como uma esponja que capta a água das chuvas, formando um expressivo lençol d’água, extremamente favorável ao afloramento freático, na forma de pontos de surgência que correspondem inúmeras nascentes”. Dos seus afloramentos surge a água que abastece alguns minadouros como os dos bairros Panorama, Aparecida, Bebedouro da Onça e, Rio Verruga, de modo que a preservação destes foi um dos motivos da criação do Parque Municipal Serra do Periperi, o qual possui hoje uma extensão de cerca de 1.300 hectares.

92 O Decreto nº 8.695/96, que declara preservada a Serra do Periperi, em seus dois primeiros artigos alude que:

Art. 1º. Fica considerada como de preservação ambiental toda área da Serra do Periperi com extensão de aproximadamente 500 ha.

Art. 2º. O tombamento, ora decretado terá como objetivo as imposições gerais em torno de toda área da Serra do periperi, de forma a impedir, principalmente a exploração com retirada de areia, cascalho e pedras, implantação de edificações de qualquer tipo e a utilização da área que se enquadre no sentido do interesse público.

Visceralmente imbricadas a esses artigos, o referido Decreto pondera quatro considerações a saber: a primeira ressalta a importância da preservação da Serra, pelo fato de localizar-se a 1.000m acima do nível do mar e apresentar resquícios de Mata Atlântica; a segunda visa a preservação do Poço Escuro, por ser esse uma reserva de mata nativa; a terceira evidencia os transtornos à cidade advindos de sua ocupação, e por fim, a quarta, chama a atenção do Poder Público quanto a constituição da vegetação e coibição de ações danosas sobre a Serra, visando a minimização dos prejuízos que os danos podem causar à coletividade.

Mesmo com o tombamento da Serra, os problemas ocorrentes não cessaram, tanto que, nos anos datados entre o período de 1996 à 1998, foram várias as medidas adotadas em relação à Serra. No ano de 1997, após várias discussões acerca das questões tangenciais sobre a Serra, elaborou-se uma política de gestão ambiental para o município e, a partir de então, algumas iniciativas foram levadas a termo, sendo algumas delas implantadas, como o Plano Municipal de Saneamento Ambiental. Já aos 2 de julho de 1998, conforme assinala Benedictis (2007, p 68),

Foi assinado um convênio entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista (PMVC) com vistas à ampliação da Área de Proteção Ambiental, ampliada de 500 há.para 1.000 ha., e a criação do Parque Municipal da Serra do Periperi (PMSP).

O Decreto nº 9.328/98 foi embasado pelo Artigo 74, inciso VI, da Lei Orgânica do Município e, consubstanciado no Artigo 225, incisos I, III e VII da Constituição Federal. Dentre os artigos que compõem o Decreto nº 9.328/98, sem desmerecer os demais, destacam- se os seguintes:

93 Art. 1º. Fica ampliada de 500 para 1000 hectares, acima da cota 1000, a área de Proteção Ambiental na Serra do Periperi (DECRETO nº 9.328/98, 1998, p. 1).

Art. 2º. Em decorrência desta preservação, ficam proibidas as atividades de mineração com retirada de areia, cascalho e pedras e de extração de quaisquer espécies vegetais, bem como uso e a ocupação para fins contrários ao interesse público (DECRETO nº 9.328/98, 1998, p. 1).

Embora a medida de ampliação da área preservada fosse uma forma do poder público reconhecer a Serra como um patrimônio ambiental, contraditoriamente a essa visão, o próprio poder público usufruía da área preservada de forma inadequada, posto que, de acordo com os relatos de Silva (2007, p. 28), constata-se também na “Serra do Periperi o funcionamento de uma usina de asfalto a qual é de propriedade da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista”, portanto, a usina “retirava da Serra, areia e cascalho para as suas obras” (BENEDICRIS, 2007, p.67).

No ano de 1999, os 1.000 ha. de área preservada sofreu uma nova ampliação e passou a ser parque, por meio do Decreto nº 9480/99. Tanto esse decreto quanto o anteriormente citado, tiveram respaldo na Lei Federal nº 4.771/65 (Código Florestal Brasileiro), especificamente nos seguintes artigos à saber:

Art. 2º. Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação:

c) Nas nascentes, ainda intermitentes e nos chamados “olhos d’água”, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura14;

d) No topo de morros, montes, montanhas e serra;

e) Nas encostas ou partes destas com declividade superior a 45º, equivalente a 100% na linha de maior declive.

Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas em todo o território abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitando os princípios e limites que se refere este artigo15 Art. 3º. Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando assim declaradas por Poder Público as florestas e outros tipos de vegetação destinadas:

14 Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18/ 7/1989 15Parágrafo acrescentado pela Lei nº 7.803 de 18/7/1989

94 a) A atenuar a erosão das terras;

e) A proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; f) A asilar exemplares da fauna ou flora ameaçadas de extinção;

h) A assegurar condições de bem-estar público.

Na criação do Parque, levou-se em consideração os seguintes objetivos: organizar o uso e a ocupação do solo, preservar áreas verdes e remanescentes nas encostas e topo da Serra do Periperi, proteger as nascentes existentes e recuperar as áreas degradadas pela atividade de mineração, minimizando e corrigindo os processos erosivos decorrentes da degradação ambiental. Aliados a esses objetivos, viu-se também a necessidade de ampliação da APA, assim, aos 16 de junho de 1999, o Decreto 9.480/99 transformou esta área em Parque Municipal e aumentou a área de 1.000 ha para 1.300 ha, deixando-a subordinada à SEMMA.

Tendo em vista a implantação de uma gestão ambiental na área do PMSP, o Decreto ainda levou em consideração os seguintes aspectos:

A Serra do Periperi é o principal marco geográfico e histórico da cidade; A área da Serra do Periperi é protegida pelo Código Florestal nº 4.771, Art. 3ª, itens a, e, f, e h, em virtude de ser topo de Serra;

Serra do Periperi guarda as nascentes do Rio Verruga e os minadouros do Panorama, Nossa Senhora Aparecida e do Bebedouro da Onça, e que é importante a preservação dos recursos hídricos, visto que o município integra a região do semiárido baiano;

É importante preservar a Serra do Periperi por conter a Reserva do Poço Escuro, de alta biodiversidade, e por possuir vegetação nativa remanescente, que garante o equilíbrio microclimático e paisagístico urbano, além de se constituir em um refúgio para a fauna silvestre regional, ameaçada de extinção;

A serra do Periperi face as suas características físicas e biológicas, abrigando fauna e flora endêmicas, consiste em rica fonte para estudos e pesquisas científicas, cujo conhecimento e aplicação asseguram a conservação dos recursos naturais de forma sustentada;

O uso e ocupação inadequada da Serra do Periperi tem causado prejuízos ambientais e urbanos, tornando necessário planejar o uso do solo da cidade, preservando áreas verdes, recuperando áreas degradadas por atividades extrativistas minerais e vegetais e corrigindo os processos erosivos, através de vegetação e outros mecanismos sustentados.

95 Com a implantação do Parque, foram executadas obras de infraestrutura, tais como: a construção de Sede Administrativa, com Módulo de Educação Ambiental e Núcleo de Apoio à Pesquisa, o Centro de Triagem de Animais Silvestres, além de canal de drenagem, guarita, cercas e aquisição de veículos e equipamentos necessários ao desenvolvimento das atividades de monitoramento, fiscalização e educação ambiental. Paralelamente à execução dessas obras, também se elaborou um Plano de Manejo para o parque, com o objetivo de zonear a Unidade de Conservação, propondo seu desenvolvimento físico e, com isso, constituir diretrizes básicas para o manejo da Unidade.

No processo de elaboração do Plano de Manejo, envolveram diversos atores sociais imbuídos em uma parceria composta pela PMVC, ONGs, órgãos federais e estaduais e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), os quais analisaram as limitações e potencialidades da área construindo, assim, as diretrizes para o manejo da Unidade.

Com a elaboração do Plano de Manejo, foram criados programas para o Parque Municipal da Serra do Periperi, o qual é gerenciado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Vitória da Conquista, que tem sua gestão organizada da seguinte forma, como previsto no Plano de Manejo do Parque (Figura 17).

Figura 17. Organograma da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Secretário do Meio Ambiente Coordenação Geral Gerência de Estudos e Viabilização de Projetos Gerência de Defesa e Fiscalização do Meio Ambiente Fonte: SEMMA, 2013.

96 A atual organização da SEMMA está em processo de reestruturação dos seus setores, dando-lhes mais autonomia e, consequentemente, facilitando um melhor gerenciamento ambiental. A estrutura em andamento tem como proposta organizar-se da seguinte forma (Figura 18):

Evidencia-se no organograma exposto a compartimentação da SEMMA por meio de seus setores, os quais funcionam de modo articulado na execução e efetivação das políticas ambientais de Vitória da Conquista. “Deve-se frisar ainda, que as políticas ambientais relacionadas ao meio natural do Município de Vitória da Conquista, se concentram no PMSP”

Figura 18. Reestruturação da Organização da Gestão da SEMMA no Município de Vitória da Conquista.

Secretário do Meio Ambiente Coordenação de Triagem de Animais Silvestres Coordenação Administrativa Gerência de Estudos e Viabilização de Projetos Gerência Administrativa Gerência de Educação Ambiental Coordenação de Paisagismo Gerência de Poda e Arborização Gerência de Paisagismo Gerência de Parques e Lagoas Coordenação de Licenciamento Ambiental Gerência de Licenciamento e Monitoramento Ambiental Gerência de Fiscalização Fonte: SEMMA, 2013.

97 (PORTO, 2008, p. 81). Sendo assim, faz-se necessário conhecer os setores que executam as políticas desenvolvidas. Deste modo, tomando por base as escritas de Benedictis (2007), Porto (2008), Passos (2009), Plano de Manejo (2007) e outras fontes, elaborou-se um quadro síntese dos setores com as suas respectivas atribuições, como pode ser visualizado no quadro (03).

Quadro 03. Sinopse das políticas ambientas desenvolvidas pela SEMMA de Vitória da Conquista – BA.

SETOR POLÍTICA AMBIENTAL – SEMMA/VDC – BA

Reserva do Poço Escuro

O poço escuro é uma reserva criada pelo Decreto Lei 9.686 de 1996, que está dentro do PMSP. Possui uma área com 17 hectares de mata ciliar existente no grotão, que abriga as principais nascentes do Rio Verruga, na vertente sul da Serra do Periperi. A reserva possui manutenção e limpeza da área do Poço; acolhimento de visitas; reposição florestal com plantio de espécies nativas nas clareiras abertas por queda/morte de árvores; recomposição de trechos de cerca danificada; desobstrução do Rio Verruga na área da mata; limpeza das caixas de passagem do canal de drenagem da Rua Henriqueta Prates e da nascente do Guarani. Atualmente, diante da crescente demanda de visitação, a SEMMA tem adotado medidas que visam o oferecimento de condições de conforto e segurança, bem como de informações para a correta interpretação do ambiente, propiciando, assim, a sensibilização e a conscientização da comunidade para a preservação do Poço Escuro e sua utilização como espaço de lazer e fonte de pesquisas.

CETAS

O Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) foi implantado no ano 2000, e é fruto de um convênio do IBAMA com a PMVC, e tem sede lotada no PMSP. É uma unidade de referência, tanto no estado, quanto fora dele, em razão da qualidade dos trabalhos prestados para a preservação da biodiversidade. Abriga e reabilita

98 animais recolhidos em todo o estado da Bahia; faz a reintrodução de animais no habitat natural ou os destina a zoológicos e criadores habilitados pelo IBAMA; faz o levantamento de áreas propícias para soltura. O CETAS tem cumprido um papel relevante na preservação e no povoamento da fauna nativa regional e nacional, reduzindo o alto índice de mortalidade de animais durante o tráfico e contribuindo para a construção de uma consciência preservacionista e para o desenvolvimento de estudos e pesquisas de diversas instituições.

MEA

O Módulo de Educação Ambiental articula e desenvolve ações que buscam integrar a sociedade e pesquisa, meio ambiente e educação, por meio de um objetivo principal: promover a conscientização através da mobilização da comunidade para o equilíbrio do bem ambiental. O MEA prioriza o atendimento a alunos e capacitação de professores, além de atender aos programas sociais de Vitória da Conquista e de municípios circunvizinhos. Viabiliza visitas ao Parque da Lagoa das Bateias, realiza acompanhamento de visitantes pelo PMSP, Reserva do Poço Escuro, com monitores capacitados que contextualizam os aspectos históricos e socioambientais da área em visitação; faz palestras e reuniões em escolas da rede pública e privada, em empresas, realiza também atividades juntamente à sociedade civil, e na própria sede da SEMMA, promovendo cursos de reciclagem, semanas temáticas e outros, os seus trabalhos também são direcionados para a comunidade acadêmica. A SEMMA, através do MEA, publica anualmente a Revista Infantil Turma do Sarú, que já se consolidou como um importante instrumento de educação ambiental junto às crianças e adolescentes de Vitória da Conquista, já que trabalha de forma dinâmica e lúdica, com histórias e informações importantes sobre o meio ambiente nesse município. Em convênio com o Ministério do Meio Ambiente o MEA abriga hoje uma Sala Verde e uma Biblioteca Ambiental que atende aos estudantes das redes pública e privada.

99 Herbário Sertão

da Ressaca

Em julho de 2000, a SEMA iniciou o levantamento florístico das espécies ocorrentes na Serra do Periperi dando origem ao herbário. Desde então, instalou-se uma oficina de herborização, núcleo embrionário, abrigando hoje o material botânico coletado na Serra do Periperi. O Herbário Sertão da Ressaca tem por objetivo o levantamento Florístico do PMSP, e abriga um Viveiro Experimental, onde são realizados testes de germinação e produção de mudas de essências nativas para uso no reflorestamento de áreas degradadas. Já foram catalogadas 39 famílias distintas e 30 espécies foram reproduzidas no viveiro experimental, sendo plantadas nos locais de ocorrência na Serra. As principais famílias são Myrtaceas, Asteraceae, Fabaceae e Annonaceae, com destaque para espécies endêmicas Melocactus copnoideus (Cactaceae) e Diplotropis ferruginea (Fabaceae). No Herbário, são produzidas as seguintes espécies: Angico Branco, Castanha do Maranhão, Contas-de-Nossa-Senhora, Copaíba, Guapuruvú, Juá-de-Cabra, Maracujá – Açu, Mucunã, Mulungu, Pau- jacaré, Tamboril, Pau-preto, Pixuri e Rabo-de-Tucano, além de produzir mudas para reflorestamento. No herbário, inclusive há exposição de plantas exsicatas (desidratadas).

Horto Florestal

O Horto Florestal é responsável pela coleta de beneficiamento de sementes, produção e distribuição de mudas de essências florestais nativas e exóticas, húmus, aves e peixes para as praças. As mudas produzidas são utilizadas na arborização urbana e rural. Também são desenvolvidos os serviços de manutenção e poda da arborização urbana e erradicação de árvores com problemas fitossanitários e/ou de segurança.

Parque Bateias

O Parque da Lagoa das Bateias se localiza no bairro Bateias. A Lagoa das Bateias faz parte da microbacia do Riacho Santa Rita, tributária da sub-bacia do Rio Verruga, por sua vez, pertencente à bacia

100 do Rio Pardo. A lagoa está assentada em uma área ladeada por rampas coluvionares e rebaixada de cabeceiras de drenagem, que contribui para o surgimento de áreas de nascentes e do afloramento do nível freático. A sua extensão é de aproximadamente 53 ha, no entanto, apenas 0,4% da Lagoa das Bateias encontram-se localizada em área urbana, os 13.292 ha de área da microbacia do Riacho Santa Rita situa quase que totalmente na zona rural de Vitória da Conquista. Após a intervenção da PMVC, a área da Lagoa recebeu uma nova estrutura e tornou-se uma Unidade de Conservação, que além de desempenhar funções de manutenção dos mananciais hídricos e de ter importância como monumento paisagístico, é área de lazer para a cidade, estimulou investimentos em saneamento, conservação, educação ambiental, lazer e turismo. Muito embora, contraditoriamente a Lagoa das Bateias recebe efluentes de esgoto e suas margens são aterradas e ocupadas.

PMSP

O Parque Municipal da Serra do Periperi criado no ano de 1999 pelo decreto n° 9.480/99, é uma Unidade de Conservação Integral com cerca de 1.300 hectares de área e 15 km de extensão. Foi criado para atender a necessidade do Governo Participativo em adotar medidas de preservação para a Serra do Periperi, de forma a impedir a ocupação desordenada, viabilizando a regularização do uso e da ocupação do solo, contendo o desmatamento e a degradação ambiental decorrentes, principalmente, das atividades de mineração, como a extração de areia, cascalho e pedra, além da conservação da flora e fauna remanescentes, bem como de sua conformação topográfica e das nascentes realizando medidas de contenção de processos erosivos.

Gerência de Estudos, Viabilização de

Projetos e promoção.

A Gerência de Estudos, Viabilização de Projetos e promoção, realiza estudos que tenham como finalidade viabilizar projetos sobre proteção, conservação, preservação, recuperação, restauração e a vigilância da qualidade ambiental. Acompanha toda a movimentação financeira ocorrente no Fundo Conquistense de Apoio ao Meio Ambiente (FAM), além de acompanhar as reuniões e decisões tomadas pelo Conselho

101 Municipal de Meio Ambiente (COMMAM). É de responsabilidade dessa gerência a elaboração de propostas, bem como a definição e o controle da ocupação e do uso dos espaços territoriais em consonância com as condições ecológicas e ambientais. Avalia os níveis de saúde ambiental mediante pesquisas, investigações e estudos que sejam necessários aos objetivos do controle ambiental e organiza campanhas e promoções de conscientização pública sobre a proteção ao meio ambiente. Os projetos em execução na atualidade são: Cidade Verde, Restauração das Praças, Projeto Diagnóstico e Monitoramento Socioambiental do Parque Lagoa das Bateias e Entorno, Projeto Florestas Urbanas e Projeto Intervenção no uso de agrotóxico em Lagoa das Flores.

Gerência de Defesa e Fiscalização do Meio Ambiente.

A Gerência de Defesa e Fiscalização do Meio Ambiente fazendo o uso de medidas legais ao seu alcance (leis ambientais vigentes no âmbito Municipal, Estadual e Federal), realiza o controle da poluição ambiental (sonora, atmosférica, visual, contaminação do solo e da água), do município de Vitória da Conquista. Expede licença e autorização para utilização de áreas, mananciais, jazidas e implantação de serviços, além de atuar nas áreas de fiscalização, manutenção e vigilância de forma a impedir a ocupação desordenada, o desmatamento e a degradação ambiental, bem como no combate ao tráfico e comercialização de animais silvestres.

Fonte: PMVC, 2013.

Organização: Iguaraci Santos da Silva, 2013.

Percebe-se pelo exposto o quanto é importante essas políticas públicas ambientais, ora desenvolvidas e/ou em via de desenvolvimento, no município de Vitória da Conquista. A articulação entre elas é imprescindível para que a sua execução tenha resultado com eficácia, mas para isto se consolidar é mister também que haja todo um aparato de material humano e físico, disponível para atender a demanda ambiental do município, o qual, mesmo envolto por

102 todas essas medidas, ainda vem sofrendo com os impactos ambientais decorrentes da interação humana sobretudo, na área da Serra do Periperi.

103

6. A SERRA DO PERIPERI E AS (INTER) RELAÇÕES COM